A situação dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo ainda é instável. Diante da crise hídrica potencializada pela escassez de chuvas, o Sistema Cantareira, por exemplo, segue com 25% do volume total, o mais baixo desde março de 2016.
Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), ambos da USP, comenta o volume dos principais reservatórios que abastecem São Paulo e das hidrelétricas. “Se nós fizermos uma comparação com dezembro de 2013, na antessala da crise hídrica, hoje nós temos todos os reservatórios que estavam em operação naquele momento e os níveis mais baixos do que naquele período”, explica Côrtes.
Ele diz que os três principais sistemas que abastecem a cidade de São Paulo estão com níveis abaixo do esperado. “O Sistema Cantareira está com 18% abaixo, o mesmo valor para o Sistema Alto Tietê, e o Sistema Guarapiranga com 32% abaixo”, comenta. Cortês ainda analisa que, apesar dos esforços da Sabesp, os reservatórios têm 14% menos água armazenada em comparação ao mesmo período em 2013. “Há uma relutância do governo e da própria Sabesp em reconhecer oficialmente a existência de uma crise”, explica.
O prognóstico climático também não é muito favorável aos reservatórios, alerta Côrtes. Com a chegada de um verão com chuvas abaixo da média e o retorno a um período de chuvas irregulares com o La Niña, que deve permanecer até o final de verão, “já é possível dizer que nós teremos o primeiro semestre do próximo ano totalmente comprometido, sem condições de repor a água que os mananciais precisariam”, avalia.
Fonte/Texto: Jornal USP no Ar 1ª edição/Rádio USP – Foto: Spressosp