Na manhã da última sexta-feira (30), uma equipe do 14º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano prendeu dois homens por receptação e adulteração de sinais identificadores de veículo automotor na Rua Deputada Ivete Vargas, em Osasco.
Durante o patrulhamento, a equipe policial avistou três indivíduos ao lado de um Fiat Mobi branco, removendo a placa dianteira do veículo. Ao perceberem a aproximação dos policiais, dois suspeitos fugiram a pé, enquanto o condutor permaneceu no local. Outro veículo, um Fiat Fiorino, estava estacionado nas proximidades, com o motorista tentando se esconder.
Após abordagens e consultas aos sistemas, foi constatado que ambos os veículos tinham placas adulteradas, não correspondendo aos sinais identificadores dos chassis. Além disso, verificou-se que o Fiat Fiorino abordado era um “dublê”, apresentando sinais identificadores falsos.
Os suspeitos foram conduzidos ao 10º Distrito Policial, onde permaneceram presos à disposição da Justiça.
O crime organizado teve um prejuízo milionário com o aumento de policiamento e, consequentemente, de apreensões de drogas no interior do estado de São Paulo. Só em julho, 19,9 toneladas de entorpecentes foram apreendidas. A quantidade é 56% maior que na comparação com o mesmo período de 2023.
Dos entorpecentes apreendidos no último mês, pelo menos 17,6 toneladas eram de maconha, e pouco mais de 1,2 tonelada de cocaína — aumento de 34%. O restante ficou dividido entre crack (885 quilos) e outras drogas (145 quilos).
A malha rodoviária estadual é usada pelo crime organizado para escoar a droga de regiões produtoras na fronteira do país para grandes centros consumidores. Para isso, o entorpecente passa por algumas cidades do interior paulista, que servem como base de redistribuição para São Paulo e Rio de Janeiro. Conforme levantamento da Secretaria da Segurança Pública, pelo menos 70% de todo o material ilícito que circula no país passa pelo interior paulista, no que ficou conhecido nos últimos anos como a “rota caipira” do tráfico de drogas.
“Atacar a logística do crime organizado é o nosso foco para combater cada vez mais o tráfico de drogas”, afirmou o secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite. “Nossa atuação tem sido pautada pelo trabalho de inteligência policial e o planejamento para identificar as principais rotas usadas pelos traficantes. Dessa forma, conseguimos realizar grandes apreensões, causando um prejuízo milionário e enfraquecendo as quadrilhas.”
Os criminosos usam as rotas também para chegar até a capital do estado, de onde a droga é levada ao Porto de Santos. O entorpecente é embarcado ilegalmente em navios e transportado até África, Ásia e Europa, onde o quilo da cocaína pode valer até US$ 80 mil.
Conforme o coronel Hugo Araújo dos Santos, comandante da Polícia Militar Rodoviária, entre as principais práticas adotadas para atacar o tráfico de drogas está o treinamento de integração com outras forças de segurança. “Nós aproveitamos as informações de inteligência das Polícias Civil e Federal para agir de forma coordenada e em locais estratégicos”, explicou.
Houve, ainda, um direcionamento do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), um grupo de atuação de polícia ostensiva nas rodovias paulistas, que agora tem como foco principal inviabilizar a cadeia logística do crime organizado.
Para além das apreensões, o delegado César Castiglioni, do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc), contou que as investigações contra quadrilhas especializadas em tráfico de drogas se aprimoraram com avanço da tecnologia. “Quando ocorre a prisão de um traficante, nosso campo de trabalho aumenta intensamente. A gente verifica o grau de relacionamento dele com outro possível suspeito, apreendemos cadernos com anotações do tráfico, telefones, computadores. Isso nos oferece um horizonte muito grande para o prosseguimento da investigação”, disse.
Como resultado desse trabalho, neste ano foram apreendidos no interior paulista 74,5 toneladas de drogas em sete meses. Em todo o estado de São Paulo, o total chega a 112 toneladas — pouco mais da metade das apreensões aconteceu nas rodovias paulistas.
Fundos falsos, carga de minério, livros e até na panturrilha: a tentativa frustrada de esconder as drogas
Os traficantes tentam esconder drogas em fundos falsos de veículos, cargas de minério, livros, ônibus de viagem e até mesmo embaladas no corpo como forma de passarem despercebidos caso haja alguma vistoria policial. As estratégias, porém, não têm dado certo.
Em 4 julho, a PM Rodoviária apreendeu mais de duas toneladas de maconha escondidas em meio a uma carga de minério, na cidade de Bauru. Quatro dias depois, a mesma equipe, com apoio da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), apreendeu mais três toneladas da droga no fundo falso da carroceria de um caminhão, em Taciba.
Ainda na mesma semana, um homem de 34 anos foi preso após a polícia encontrar porções de maconha embaladas na panturrilha, por baixo da calça. Ele estava em um ônibus de viagem, pela região de Araçatuba, quando as equipes realizaram a abordagem.
Na sequência, após uma operação em conjunto com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de São Paulo (Ficco), da Polícia Federal, outras 5,5 toneladas de droga foram retiradas das ruas. O flagrante aconteceu em Jaboticabal. Só nos primeiros dez dias de julho, foram apreendidas mais de 13 toneladas de substâncias ilícitas.
Já no fim do mês, 1,5 tonelada de maconha foi apreendida em Marília, em meio a uma carga de livros.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quinta-feira (29) as estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros. Na data de referência de 1º de julho de 2024, Santana de Parnaíba tinha uma população estimada de 162.341 habitantes. No censo de 2010, a população estimada era de 108.813 pessoas e no de 2022, 154.103.
O boom populacional da cidade, em muito é atribuído aos investimentos dos últimos 12 anos da gestão, principalmente em políticas públicas voltadas à infraestrutura, segurança, saúde e geração de emprego e renda, entre outros.
De acordo com o instituto, o estudo é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.
Ainda segundo a divulgação, a população estimada do Brasil é de 212,6 milhões de habitantes, sendo que o país tem 15 municípios com mais de 1 milhão de pessoas, dos quais 13 são capitais.
Ao todo, 42,7 milhões de habitantes estão nestas cidades, representando 20,1% do total do país. São Paulo continua sendo o município mais populoso do país, com 11,9 milhões de habitantes, seguido por Rio de Janeiro (6,7 milhões) e Brasília (3,0 milhões).
A Prefeitura de Santana de Parnaíba inaugurou nesta sexta-feira (30) um novo espaço de esporte e lazer no Parque dos Eucaliptos, localizado na Rua Ceará, no bairro da Fazendinha.
O novo parque Dailton Antonio da Silva Junior, situado em um ponto estratégico da região, oferece uma ampla estrutura para a prática de atividades físicas e recreativas, contando com quadra de basquete, quadra infantil, quadra de areia, academia, playground, pista de caminhada, além de áreas administrativas e banheiros.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do prefeito Marcos Tonho e da vice-prefeita Rosália Dantas, que destacaram a importância do novo espaço para a comunidade local. Este é o décimo parque municipal inaugurado na cidade, reforçando o compromisso da administração com o bem-estar e a qualidade de vida dos moradores.
Os Familiares do jovem Dailton Antonio da Silva Junior, que dá nome ao novo parque, também estiveram presentes na inauguração.
O novo parque atenderá especialmente os residentes da região da Fazendinha, que antes dependiam dos espaços desportivos dos bairros 120, Jaguari e São Pedro. Com essa nova estrutura, a população ganha mais uma opção de lazer e práticas esportivas, consolidando Santana de Parnaíba como um município que investe em infraestrutura e qualidade de vida para seus cidadãos.
Pablo Rogério Ferreira Pinheiro, que se apresenta como jornalista em seu perfil no Instagram, foi condenado pela Justiça Eleitoral ao pagamento de multa e à exclusão definitiva de um vídeo em que comete Fake News contra Beto Piteri e Tom Moisés. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (30) e reflete a gravidade das acusações veiculadas por Pablo.
A condenação veio após a representação contra Pablo “em razão de publicação de vídeo com propaganda eleitoral negativa injuriosa e veiculação de Fake News”. Segundo a decisão judicial, “de fato, a publicação leva o espectador a acreditar que há uma investigação em curso contra os denunciados” e “trata-se de publicação capaz de enganar a população de modo geral, o que deve ser reprimido pela Justiça Eleitoral”. Em virtude disso, o Juízo Eleitoral determinou a retirada definitiva do conteúdo das redes sociais e impôs uma multa de R$ 5.000,00 ao suposto jornalista.
Procurado pelo ZH Digital para comentar a condenação, Pablo optou por não se manifestar sobre o caso. Contudo, investigações realizadas pelo ZH Digital revelaram que a carteira de jornalista utilizada por Pablo pode não ser autêntica, razão pela qual o título desta matéria apresenta a palavra “pseudojornalista”, porque ele não quis confirmar a autenticidade do documento.
Ao ser questionado sobre a origem do documento e a instituição que o emitiu, assim como sobre sua formação acadêmica, ele novamente preferiu não responder.
Apesar de a legislação brasileira garantir a liberdade de expressão, ela também prevê punições para crimes de calúnia, injúria e difamação, além de penalizar a disseminação de Fake News, como no caso do “pseudojornalista”.
O impacto do recente aumento dos preços dos combustíveis no Brasil continua a ser sentido em todo o país.
Dados do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL) mostram que o reajuste de +7,11% anunciado pela Petrobras em 8 de julho resultou em um acréscimo de 1,64% no valor do litro da gasolina no acumulado de julho, encerrando o mês com uma média de R$ 6,19 por litro. Esse aumento foi o primeiro reajuste da empresa em quase um ano, desde agosto de 2023, e veio para reforçar a pressão sobre o bolso dos motoristas brasileiros.
Diante desse cenário, a dúvida sobre qual combustível escolher – gasolina ou etanol – se torna ainda mais relevante para os motoristas que buscam economizar. Tradicionalmente, muitos utilizam a regra dos 70%, que sugere que, se o preço do etanol for até 70% do valor da gasolina, o álcool é a melhor escolha. No entanto, essa regra pode variar dependendo do modelo do carro e das condições de uso.
É nesse contexto que a Zapay, fintech dedicada a facilitar a vida dos proprietários de veículos, desenvolveu uma ferramenta simples e de fácil acesso para ajudar os consumidores a fazerem a melhor escolha na hora de abastecer: a calculadora personalizada de combustível. Ela permite que o motorista insira dados específicos do seu veículo, como o consumo médio por quilômetro com cada tipo de combustível, proporcionando um cálculo mais preciso e personalizado.
Disponível no site da Zapay: link da calculadora álcool vs gasolina, ao utilizar a ferramenta, o motorista deve informar o consumo médio do seu veículo tanto para gasolina quanto para etanol. A calculadora, então, realiza a comparação entre o custo por quilômetro rodado com cada combustível, indicando qual é a opção mais vantajosa naquele momento.
É possível registrar ainda na calculadora os preços dos combustíveis nos postos onde o motorista costuma abastecer. Com essa informação, o usuário pode comparar as variações de preço nos diferentes locais, outro ponto importante na hora de avaliar qual combustível vale mais a pena.
Vantagens de abastecer com álcool em vez de gasolina
Entre álcool ou gasolina, de modo geral, o preço do etanol costuma ser mais atraente que o da gasolina. Contudo, como já mencionado, é preciso levar alguns fatores em consideração na hora de fazer as contas para ver se essa vantagem é realmente palpável.
Outro ponto importante é que o etanol tem uma octanagem mais alta que a gasolina, o que pode melhorar o desempenho do motor. Alguns motores são especificamente projetados para aproveitar essa característica, resultando em melhor resposta e potência. Por isso, às vezes, há uma sensação de que com o álcool o carro fica mais forte.
O álcool é também considerado uma fonte de energia mais sustentável, pois é produzido a partir de biomassa, como cana-de-açúcar ou milho, que são renováveis. Desse modo, a produção de etanol emite menos gases de efeito estufa em comparação com a produção de gasolina, que é derivada do petróleo. Assunto importante em tempos de aquecimento global e de tantas mudanças climáticas.
Vantagens de abastecer com gasolina em vez de álcool
Por sua vez, a gasolina apresenta uma densidade energética maior que a do etanol, o que significa que proporciona mais energia por litro. Essa caraterística resulta em uma maior autonomia, ou seja, o motorista pode percorrer maior distância com um tanque cheio de gasolina que com um tanque cheio de etanol – mais um ponto relevante neste embate álcool x gasolina.
Outro fator é a disponibilidade, afinal, a gasolina, geralmente, está mais amplamente disponível que o etanol, sobretudo em regiões onde a infraestrutura para produção e distribuição de etanol é limitada. A depender de onde o condutor mora, a escolha pela gasolina pode ser mais conveniente.
Mais uma característica importante é que a gasolina é menos corrosiva que o etanol, o que pode resultar em menor desgaste de componentes do motor e do sistema de combustível ao longo do tempo.
De acordo com um levantamento do Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação no Brasil, ligado ao Instituto Articule, mais de 600 mil crianças de até quatro anos estão na fila por uma vaga de creche no Brasil.
Segundo os pesquisadores, o déficit é de cerca de 632 mil vagas para o público nessa faixa etária. Desse total, 73% são bebês de até dois anos de idade.
De acordo com Mariana Luz, presidente da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, organização civil com foco no desenvolvimento das crianças brasileiras, a faixa etária dos zero até os quatro anos é uma das mais importantes para o desenvolvimento infantil.
“Essa também é a fase do pico do desenvolvimento a acontecer, nos mil dias de vida, que é chamado, desde a gravidez até os dois anos. Essas crianças estando fora da creche estão sendo privadas de um direito que impacta o seu desenvolvimento”, alerta.
A responsabilidade de atender essa demanda é dos municípios, com recursos do governo federal. São Paulo reúne as cidades com maior déficit, com 88 mil crianças de zero a quatro anos longe da creche. Em seguida vem as prefeituras de Minas Gerais (63 mil), Paraná (59 mil), Pará (48 mil) e Goiás (39 mil).
Segundo o levantamento, a principal razão (33%) é a opção dos próprios responsáveis, que consideram as crianças muito novas para sair de casa. No entanto, a falta de vagas próximas do lar também pesa (27%), bem como o acesso por transporte público (20%). Outra dificuldade é o desconhecimento sobre os processos de matrícula, como a documentação (11%).uma criança na creche não é uma obrigação no Brasil, diferente das outras fases do ensino,
Um dos fatores que pode explicar a falta de oferta destes locais acontece porque matricular como a pré-escola, por exemplo. Apesar disso, o direito à creche é garantido pela Constituição Federal.
Em nota, o Ministério da Educação diz que tem atuado para aumentar as vagas através do PAC Creches. A meta é construir 2.500 unidades e beneficiar ao menos 110 mil crianças até 2026.
Na noite desta quinta-feira (29), o prefeito de Barueri, Rubens Furlan, e o vice-prefeito, Beto Piteri, estiveram em Itapevi para um encontro com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
A reunião aconteceu durante a inauguração da nova unidade da Fatec de Itapevi, evento que marcou um importante avanço educacional para a região.
Vale destacar que tanto Piteri quanto o governador Tarcísio são membros do partido Republicanos, o que reforçou a sintonia política durante o encontro. Após a conversa com o governador, Beto Piteri ressaltou a importância do trabalho conjunto: “É sempre uma honra estar ao lado do governador Tarcísio, um líder comprometido com o povo”. Ele ainda completou: “Seguimos juntos no propósito de servir!”.
A presença de Rubens Furlan ao lado de Beto Piteri e Tarcísio de Freitas evidencia a harmonia entre as lideranças e o alinhamento estratégico para o desenvolvimento das cidades da região. Furlan, conhecido por sua atuação vigorosa à frente de Barueri, reforçou a importância de parcerias que tragam benefícios concretos para a população.
O encontro em Itapevi simboliza não apenas a inauguração de um novo espaço educacional, mas também o fortalecimento de relações políticas entre Beto Piteri e o governador Tarcísio de Freitas, que são fundamentais para o progresso de Barueri e região.
Nesta quinta-feira (29), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve em Itapevi para a inauguração da mais nova unidade da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec). A cerimônia marcou um importante passo para a educação e o desenvolvimento tecnológico na região.
O evento contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o prefeito de Itapevi, Igor Soares, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan, a deputada federal Renata Abreu, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan, e a diretora-superintendente do Centro Paula Souza (CPS), Laura Laganá.
A implantação da Fatec de Itapevi foi possível graças a um convênio firmado entre a Prefeitura de Itapevi e o Governo do Estado de São Paulo. Por meio desse acordo, o Estado repassou R$ 5 milhões para a reforma e adequação do imóvel que agora abriga a faculdade. Além disso, foram investidos R$ 1,4 milhão na compra de mobiliário e equipamentos necessários para o pleno funcionamento da instituição.
A Fatec de Itapevi está localizada na Avenida Rubens Caramez, 1000, na Vila Aurora. O prédio é composto por seis salas de aula, laboratórios de metrologia e informática, biblioteca, salas de estudo e áreas administrativas, entre outros ambientes. A infraestrutura foi projetada para garantir acessibilidade, com rampas e sanitários adaptados.
A faculdade oferecerá cursos focados no eixo tecnológico de Gestão de Negócios, atendendo a uma demanda crescente por profissionais qualificados na região. A expectativa é que cerca de 210 alunos sejam matriculados, pelo processo seletivo realizado por meio de vestibular promovido pelo Centro Paula Souza.
A inauguração da Fatec em Itapevi representa um avanço significativo na formação de mão de obra especializada, contribuindo diretamente para o desenvolvimento econômico e social da cidade e da região.
Uma reversão de cenários ocorreu no Brasil quanto às mulheres fumantes, segundo estudo desenvolvido pelo epidemiologista e pesquisador do Instituto Nacional de Câncer (Inca) André Szklo, em parceria com profissionais da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg. De 2013 a 2019, houve aumento na proporção de fumantes entre as gestantes, de 4,7% para 8,5%, e queda no percentual das mulheres não grávidas que fumam, de 9,6% para 8,4%.
O estudo resultou no artigo Proporção de fumantes entre gestantes no Brasil em 2013 e 2019: não era o que esperávamos quando elas estavam esperando, publicado na revista Nicotine & Tobacco Research.
De acordo com o estudo, a parcela de mulheres com menos de 25 anos e escolaridade menor do que o ensino fundamental completo apresentou, em 2019, proporção de fumantes grávidas superior àquela observada entre as mulheres não grávidas.
Segundo o pesquisador, tais achados mostram que o Brasil precisa retomar ações efetivas para reduzir a iniciação ao uso do tabaco e estimular a cessação do tabagismo. “É o caso da medida voltada ao aumento de preços e impostos sobre os produtos derivados do tabaco, por exemplo”.
Em 2019, as grávidas usavam ou já haviam experimentado dispositivos eletrônicos para fumar (vapes) numa proporção 50% superior à das não grávidas. “Esse dado reflete o marketing da indústria do tabaco, que propaga a ideia de que esses dispositivos causam menos danos à saúde em relação ao tabagismo ativo e passivo, o que não é verdade”, disse André Szklo.
Foi revelado ainda que cerca de dois terços das grávidas fumantes viviam em residências onde era permitido fumar, e o uso dos dispositivos nesses ambientes superou em cerca de 70% a proporção observada em casas livres do fumo. “Isso mostra a contribuição dos dispositivos, sejam usados isoladamente ou de forma combinada ao cigarro tradicional, para uma maior aceitação social desse comportamento de risco e, consequentemente, para a manutenção da dependência à nicotina durante a gestação”, destaca André Szklo.
O pesquisador lembra que o monitoramento do uso de tabaco durante a gravidez é fundamental para que se alcance os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Nações Unidas, especialmente o de número 3, que se refere a saúde e bem-estar das próximas gerações.
“Fumar durante a gestação representa várias ameaças à saúde: afeta a mãe e o feto, o recém-nascido, a criança e o jovem, que, provavelmente, crescerá em um ambiente social de maior aceitação do uso de tabaco, expondo-o ao fumo passivo e aumentando a probabilidade de iniciação ao tabagismo”, alerta o pesquisador do Inca.
O estudo foi lançado no Inca nesta quinta-feira (29), quando é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo.
“A gente está falando de um produto que a pessoa antes de nascer, na sua formação inicial, ela já está sendo prejudicada por esse produto. Esse produto tem que ser eliminado de qualquer maneira. Qualquer produto que mata um em cada dois usuários não tem nenhuma razão de existir. É um veneno”, disse o diretor do Inca, Roberto Gil, lembrando que 8 milhões de pessoas morrem no mundo todos os anos por causa do tabaco e há 1,3 milhão de mortes por fumo passivo.
Patrícia Barreto, pneumologista do Instituto Nacional Fernandes Figueira, destacou que a população pediátrica soma mais de 160 mil crianças no mundo que sofrem ou morrem em decorrência direta ou indireta do tabagismo passivo. “O tabagismo é uma grave ameaça. É uma doença com capacidade de prevenção que mais mata no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2020, 22% de pessoas no mundo eram tabagistas e dessas 7% eram mulheres. No Brasil, os últimos dados que a gente tem houve uma queda de 1983 para 2019, a gente tem uma queda histórica de pessoas que fumam no Brasil. Entretanto, a gente sabe que a população feminina e jovem ainda abarca percentuais que não estão em queda. A população jovem vem experimentando um aumento independentemente da classe social e do nível de escolaridade.”