A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve retornar por agora ao Brasil.
“Acho que ele precisa descansar mais, continuar por lá. Estou com ele há 15 anos e nunca o vi descansar”, expõe. A declaração foi dada pela esposa do político nessa quinta-feira (16), durante um passeio com a filha Laura, 12, em um shopping de Brasília.
Jair embarcou em um voo com destino a Orlando, nos Estados Unidos, no dia 30 de dezembro, um dia antes dele deixar a Presidência da República após derrota nas urnas.
Michelle, que viajou junto com ele, voltou sozinha no dia 26 de janeiro, quase um mês após o embarque. Nessa quarta-feira (15), ela foi escolhida para ser a nova presidente nacional do PL Mulher. O anúncio foi feito pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, durante encontro na sede do partido, em Brasília.
De acordo com previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo, o feriado de Carnaval será chuvoso na cidade de São Paulo.
“Os próximos dias seguem com condições típicas de verão, ou seja, sol entre nuvens e tempo abafado com pancadas de chuva no final das tardes. Os modelos de previsão indicam que a propagação de uma frente fria pelo litoral paulista deve aliviar o calor e provocar chuvas volumosas no Carnaval”, explica o meteorologista do CGE da Prefeitura de São Paulo, Michael Pantera.
Na sexta-feira (17) deve começar com sol e temperaturas elevadas. Os termômetros variam entre mínimas de 21°C e máximas que podem superar os 31°C. “A aproximação de uma frente fria organiza as áreas de instabilidade sobre o estado, provocando pancadas de chuva de moderada a forte intensidade, com raios e rajadas de vento, principalmente entre o final da tarde e o decorrer da noite, inclusive na hora dos desfiles das escolas de samba no Anhembi”, comenta o meteorologista do CGE da Prefeitura de São Paulo.
No sábado (18) a propagação de uma frente causa aumento de nebulosidade e chuva na forma de pancadas no decorrer do dia. As temperaturas oscilam entre mínimas de 19°C e máximas de 24°C. “O potencial para alagamentos segue alto, inclusive para o período da noite, durante os desfiles das escolas de samba em São Paulo, no Anhembi”, explica Pantera do CGE.
O Domingo (19) começa com tempo nublado e chuvoso, ainda devido a atuação da frente fria. Essa condição se estende inclusive para o período da noite. A maior cobertura de nuvens, juntamente com os ventos do quadrante sul, ameniza o calor dos últimos dias, com isso as temperaturas não devem subir muito. Mínima de 19°C e máxima de 22°C.
Na segunda-feira (20) o sistema frontal se afasta do litoral paulista e o tempo melhora gradativamente. O sol deve parecer entre nuvens no decorrer do dia. A mínima prevista é de19°C e a máxima pode chegar aos 26°C. “As chuvas ainda devem ocorrer na forma de pancadas concentradas no período da tarde, porém com baixo potencial para alagamentos.
Terça-feira (21) começa com sol entre nuvens e temperaturas em elevação. Mínima de 20°C e máxima de 27°C. Entre o final da tarde e o início da noite as chuvas retornam na forma de pancadas com potencial para alagamentos. Essa condição se estende para o início da noite.
A quarta-feira (22) deve ser de sol entre nuvens e temperaturas em elevação. A mínima prevista é de 20°C e a máxima pode chegar aos 26°C. As chuvas devem retornar na forma de pancadas isoladas entre o final da tarde e início da noite, com potencial para alagamentos.
Os modelos numéricos de previsão estendida indicam que o decorrer da semana segue com condições típicas de verão, ou seja, temperaturas em gradativa elevação e chuva com potencial para alagamentos no decorrer da tarde.
Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou nesta quarta-feira (15) o projeto de lei que proíbe a exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para ter acesso a locais públicos.
Apesar de ter aprovado o texto dos deputados estaduais bolsonaristas, o governador de São Paulo vetou a proposta de punição aos estabelecimentos que descumprirem a medida.
Pela lei, portanto, não é mais obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação para ter acesso a locais públicos e privados no estado. A decisão foi publicada no Diário Oficial.
Como profissionais da saúde podem ter contato com pacientes imunossuprimidos ou integrantes de demais grupos de risco, essa categoria não está inclusa na nova determinação.
“Esse resultado é fruto da conscientização das pessoas sobre a importância da vacinação”, argumenta o Governo do Estado de São Paulo em nota.
O governo paulista também alega que reforçará o “trabalho com a realização de campanhas de vacinação para todas as idades, com informação clara e precisa, além de disponibilizar a vacina para todos.”
O Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende lançar o programa de câmeras em uniformes de agentes da polícia ainda no primeiro semestre deste ano. O foco da medida são polícias estaduais, mas há conversas para uma possível adesão da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
O secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, avalia que essa é uma das políticas mais eficientes para redução da letalidade policial e para a proteção do próprio agente de segurança.
“As experiências verificadas no Brasil e no exterior foram bem-sucedidas no sentido de reduzir a letalidade policial, proteger os policiais e, mais ainda, tiveram impacto direto na própria instrução processual, uma vez que, ao invés de você ter apenas a declaração do policial, agora você tem áudio e vídeo do que aconteceu”, disse.
Pereira diz que a experiência no estado de São Paulo, que lançou o programa, está se mostrado exitosa. A ideia é mapear práticas como essa e também outras para definir que política vai ser adotada.
O programa está sendo desenhado pelas secretarias de Acesso à Justiça e a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), ambas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o ministro Flávio Dino.
“A ideia é mapear quais são as boas práticas e buscar mecanismos que incentivem os estados a implementar essa política. O caminho ainda está sendo elaborado. Por exemplo, [discute-se] se vai ser uma medida só, um modelo só”, disse. “Pode ser que em um estado um modelo pode ser mais eficiente, em outro estado pode ser outro. Por isso a importância de mapear os modelos existentes e colocá-los à disposição”, explicou.
A intenção de Pereira é que o programa já esteja pronto no primeiro semestre, assim como as primeiras implementações. As conversas com a PRF também estão em andamento.
A PRF disse, em nota, que tem um grupo de trabalho que estuda a eventual adoção de câmeras corporais nos uniformes dos agentes. Por gerar implicações práticas em diversas áreas da instituição, não há data definida para a conclusão dos estudos.
“Mais do que proteção para o próprio agente, os equipamentos servem para fortalecer a prova produzida, além de recurso para garantir a qualidade do serviço prestado por servidores públicos”, disse a instituição, em nota.
Pereira acrescenta que há vários formatos possíveis para a implementação dessa política no Ministério da Justiça e Segurança Pública, entre eles um que use o Fundo Nacional de Segurança Pública. Pelo fundo, há possibilidade desde a aquisição centralizada dos equipamentos e a doação para os estados, como é feito com viaturas, até a realização de convênios.
“O fundo não é único caminho, a gente está pesquisando outros caminhos também que possam incentivar essa política diante da relevância que ela tem para a sociedade. Então pode ser que a gente encontre outros mecanismos”, disse.
Especialistas ouvidos pela Folha avaliam que a proposta de câmeras em uniformes de policiais é boa, mas o programa precisa ser bem desenhado e será necessário avaliar se todas as polícias devem ser contempladas.
Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse que o programa de câmeras corporais na tropa em São Paulo, o “Olho Vivo”, é apontado com grande avanço na política de redução de mortes praticadas por policiais.
Na sua visão, o programa de São Paulo pode ser considerado um caso de sucesso porque, a partir do que foi visto nas câmeras durante as abordagens, foi possível mudar a cultura organizacional da corporação.
“Não é que a polícia vai reprimir menos, mas usa os meios adequados para preservar a vida das pessoas. Por exemplo, passou a usar menos armas de fogo para evitar mortes e aumentou o uso de armas de choque”, explicou.
Como a Folha mostrou, o uso de armas de choque do tipo taser pela Polícia Militar de São Paulo cresceu 25% no primeiro mês no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O crescimento do uso de pistolas de choque é apontado por integrantes da corporação como um dos motivos para que o estado conseguisse manter a letalidade policial nos mesmos patamares do início do ano passado.
Para ele, o programa precisa avaliar onde será a implementação, diante do alto custo, porque não há necessidade de fazer isso onde há baixas taxas de vitimização e letalidade policial.
Felippe Angeli, gerente do Instituto Sou da Paz, avaliou que não se pode confundir o instrumento com a metodologia. Ele acrescenta que é preciso ter uma política completa para reduzir a letalidade.
Em São Paulo, por exemplo, o custo para a manutenção desse programa é alto e envolve um processo amplo de gestão, armazenamento e transmissão.
Angeli diz que é uma possibilidade interessante tirar o recurso do Fundo Nacional de Segurança Pública porque uma das críticas é que a maior parte dos pedidos de acesso ao fundo pelos estados é para comprar armas e viaturas.
“Associar o fundo a um programa de redução da letalidade policial apoiado em câmeras é interessante. Mas a gente tem uma polícia que está extremamente politizada e, a depender do estado, tem que ver como a polícia vai receber isso”, disse.
Uma operação realizada pela Polícia Militar de SP conseguiu capturar, em sete dias, 854 suspeitos contra os quais havia em aberto mandados de prisão expedidos pela Justiça. Esse contingente é suficiente para encher uma penitenciária no estado, presídios têm capacidade média de 847 vagas.
Essa quantidade também é superior às 707 pessoas presas ou apreendidas em todo o ano passado pela Divisão de Capturas do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), unidade especial da Polícia Civil cuja principal atribuição é dar cumprimento a mandados de prisão no estado.
Na conta da Divisão de Capturas, segundo a Secretaria da Segurança Pública do estado, nem todos os casos se referem a criminosos. Há, por exemplo, mandados de prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia (ou seja, questões cíveis).
Boa parte desse número é, também, segundo policiais ouvidos pela Folha, de pessoas que procuraram o Poupatempo para regularização de documentos, por exemplo, e os funcionários identificaram os mandados em aberto. Assim, os investigadores da Divisão de Capturas só têm o trabalho de buscar o procurado.
De acordo com delegados ouvidos pela reportagem, a baixa produtividade da Divisão de Capturas reflete uma histórica falta de política de governo para tentar reduzir um estoque estimado em mais de 100 mil mandados de prisão em aberto, de criminosos que deveriam estar atrás das grades.
Essa situação acaba criando, ainda segundo os policiais civis ouvidos, sensação de impunidade e de insegurança porque, muitas vezes, as vítimas se deparam com seus algozes pelas ruas, sabendo que há ordens de prisão expedidas contra esses criminosos.
Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, o resultado obtido pela Divisão de Capturas é muito baixo, menos de duas pessoas por dia (contra 122 da ação da PM), até pela importância dessas medidas para o trabalho policial.
“É o velho dilema da Civil. Efetivamente, a estrutura deles está fragilizada, está envelhecida, e esses números mostram que quase não tem investigação. É pensão [alimentícia], é Poupatempo. Enfim, redução de impunidade é também cumprir mandados”, disse.
Ainda segundo Lima, a Polícia Civil deveria destinar recursos para essa divisão especial porque o cumprimento de mandados é uma importante ferramenta para reduzir a violência das ruas, porque se retira de circulação criminosos já identificados e que podem continuar delinquindo.
“E a Polícia Civil sabe fazer isso [investigação]. Fez isso no DHPP [homicídios] na época que tinha chacinas. Ela foi lá e prendeu os homicidas contumazes. Investigou e prendeu os caras. E caiu pra caramba [o número de homicídios]. Não é algo que a polícia não sabe. Pelo contrário, ela sabe, é uma polícia tecnicamente preparada, mas, aí, ela precisa priorizar. Precisa ter política”, disse.
Para o presidente do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Renato Vieira, a realização da operação pela PM às vésperas do Carnaval só demonstra a falta de uma política organizada do estado, um buraco deixado pela ausência de um trabalho paulatino pela Divisão de Capturas.
“O problema todo, que isso [a operação] não esconde, é uma falta de planejamento dos órgãos públicos. Porque a política de cumprimento de mandados de prisão necessariamente precisa ser uma política duradoura –que não dependa de vésperas desse ou daquele feriado”, disse.
Ainda segundo ele, quando há uma desorganização nesse campo, que ocorre não só em São Paulo, é necessária uma análise das autoridades se os mandados de prisão a serem cumpridos estão válidos, fazer uma fiscalização se os crimes não estão prescritos, se não houve uma extinção da punibilidade.
“Nós temos uma política de segurança pública desorganizada, porque ela prende muito, e porque ela não consegue se organizar para priorizar quais e quando os mandados de prisão são cumpridos”, disse o advogado.
Para o especialista em segurança Rafael Alcadipani, professor da FGV, a quantidade de prisões realizadas pela Divisão de Capturas é realmente baixo, mas não de todo.
“Agora, se você vir as condições que estão colocadas e quem acaba sendo preso, eu não acho que é um número baixo. Porque são casos de maior repercussão, que cometeram crimes piores. A impressão que eu tenho, são pessoas que ofereciam risco à sociedade consideravelmente.”
Ainda segundo ele, dadas as estruturas da polícia e da dificuldade em alguns casos, a prisão de menos de duas pessoas por dia, em média, não é ruim. “Agora, se for comparar com o número de mandados que tem em aberto, a polícia deixa a desejar tanto a Civil quanto a Militar”, disse.
De acordo com a PM, a operação desencadeada entre os dias 2 e 10 de fevereiro foi planejada durante cerca de um mês e teve como objetivo tentar reduzir a incidência de crimes durante o Carnaval. Os 854 presos se referem aos sete primeiros dias. Os dados atualizados, dos nove dias da operação, ainda não foram divulgados.
Conforme policiais ouvidos pela reportagem, o comando da corporação solicitou levantamento de mandados de prisão em aberto de criminosos com um perfil específico, principalmente pelas práticas de roubo e furto, além de envolvimento com as chamadas “quadrilhas do Pix”.
Os órgãos de inteligência da PM passaram, então, a realizar levantamentos de possíveis paradeiros desses suspeitos, com base nas rotinas conhecidas.
Essas informações, com as fotos dos procurados, foram repassadas para as equipes de Força Tática e Baeps (batalhões de operações especiais) em todo o estado, que fizeram ações específicas em busca desses alvos, como em bares onde os suspeitos costumavam frequentar.
“Nós tivemos uma surpresa muito positiva, da altíssima produtividade, que foi a prisão de 854 pessoas. Então, são 854 bandidos que estão fora das ruas. Nós temos uma perspectiva de que isso vai impactar positivamente nos números do Carnaval”, disse o comandante-geral da PM, Cássio Araújo de Freitas, na última quinta (9), com dados ainda parciais.
As prisões feitas pela PM nessa ação pré-carnavalesca equivalem a mais de 10% de todas as 8.165 capturas realizadas pelas polícias na capital, em 2022, em cumprimento a ordens judiciais.
Em todo o estado, a PM tem cerca de 2.900 homens e mulheres que atuam nos Baeps. Já nas forças táticas estima-se um efetivo parecido.
A Secretaria da Segurança não informou quantos policiais há na Divisão de Capturas, nem quantos policiais há no Dope atualmente. Estima-se, segundo policiais ouvidos, menos de 50 agentes na primeira unidade, e mais de 300 na segunda.
A pasta informou, porém, que a melhoria do sistema de segurança é uma das metas da atual gestão. “Desde janeiro, a SSP [Secretaria da Segurança Pública] tem trabalhado para recompor os efetivos das forças policiais, ampliar a produtividade policial e o uso de tecnologia no combate ao crime, a fim de aumentar a sensação de segurança da população. Todas essas medidas visam a otimização dos trabalhos policiais”, diz nota.
A pasta não respondeu se considera os números da Divisão de Capturas baixos.
Diz que essa unidade presta apoio a todos os distritos policiais e forças de segurança de outros estados. “Atua com operações em conjunto com o Ministério Público e outros órgãos, como a Luz na Infância, que combate a pedofilia e a pornografia infantil, e apoio ao Deic [Departamento Estadual de Investigações Criminais]. Em 2022, 60.777 pessoas foram presas em decorrência de mandados de prisão no estado pelas forças policiais.”
O vácuo aberto com o fim do domínio do PSDB na política paulista iniciou uma disputa entre partidos pelo capital eleitoral que os tucanos ainda mantêm. Um conjunto de prefeitos que comandam cerca de 40% dos municípios do estado.
A expectativa de dirigentes partidários, de parlamentares e de prefeitos é a de que haja uma migração dessa massa de prefeitos para siglas consideradas mais atraentes, seja porque compõem o Governo de São Paulo, como PSD e Republicanos, ou por terem uma bancada de deputados federais mais numerosa, casos de PL, União Brasil e MDB.
O PSDB, que passa por uma mudança no comando com a ascensão do governador Eduardo Leite (RS) à presidência da sigla, fala em reconstrução e busca manter os prefeitos na legenda. Alguns deles consultados pela Folha, porém, já avaliam propostas de concorrentes.
Em 2020, o PSDB ficou muito à frente dos demais ao eleger 172 prefeitos no estado. Ainda assim, nos últimos dois anos, o partido levou a cabo uma ofensiva para incorporar mais mandatários, desidratando siglas como o PSD e o PTB. Agora, o movimento inverso pode ocorrer.
A estratégia de crescimento estava ligada aos projetos eleitorais de João Doria (ex-PSDB), que mirava a Presidência da República, e de Rodrigo Garcia (PSDB), que tentou se manter no Palácio dos Bandeirantes, ambos sem sucesso.
Cerca de 50 das novas filiações ocorreram no contexto das prévias presidenciais tucanas entre Doria e Leite em 2021. Na época, aliados do gaúcho acusaram o paulista de filiar prefeitos fora do prazo apenas para aumentar o colégio eleitoral de Doria. Agora, o grupo de Leite diz que a legenda deve apostar em sua veia programática para não perder prefeitos.
Segundo os principais prefeitos do PSDB paulista, que representam oposição interna a Leite, mais do que o encolhimento do partido, o que pode provocar uma debandada coordenada da sigla é a ameaça de interferência do comando nacional na política do estado, intenção que aliados de Leite negam.
Em resposta a um pedido da Folha via Lei de Acesso à Informação, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo informou que os tucanos somam 238 prefeitos num universo de 623 cidades que não tiveram eleição suplementar, o estado tem 645 municípios no total.
Dependentes de verbas estaduais e federais, principalmente em municípios pequenos, os prefeitos buscam se filiar em partidos aliados do governador em busca de repasses mais ágeis e mais robustos.
Mirando a eleição de 2024, os mandatários também tendem a migrar para legendas com bancada federal numerosa, o que significa mais verba do fundo eleitoral e tempo de propaganda no rádio e na TV.
Os convênios do governo com as prefeituras eram, na gestão Doria, controlados pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que é também o presidente do PSDB paulista.
Agora quem pilota a máquina é o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), responsável pela articulação com prefeitos e deputados.
O PSD elegeu 65 prefeitos em 2020 e manteve 46, após as investidas tucanas. Nos bastidores, políticos dizem que Kassab deve dar o troco em Vinholi, mas há cautela ao tratar o tema para evitar acusações de uso da máquina em benefício de interesses partidários.
“O PSDB deve perder muitos prefeitos, e provavelmente mais para o PSD, por causa do Kassab, que é uma liderança mais próxima e tem um partido mais organizado que o Republicanos”, diz o professor George Avelino, da FGV.
Segundo Avelino, pesquisas mostram haver adesão de prefeitos a governadores tanto em estados ricos, como pobres.
À Folha Kassab afirma que a mudança dos prefeitos é natural, mas que o PSD não vai lançar uma investida para atraí-los. Focado no governo, ele diz que a gestão Tarcísio vai atender a todos, sem olhar filiação.
Segundo aliados, Kassab vai ter postura discreta para evitar crises com outras siglas, o que poderia afetar o governo. Mas integrantes do PSD veem uma chance para o crescimento, e prefeitos relatam que o partido sinaliza estar de portas abertas. Além de Kassab, o vice-governador Felicio Ramuth é do partido.
Um exemplo dessa atração natural foi a chegada da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim, no mês passado. Com passado bolsonarista, ela deixou o PSC e declarou ter aceito um convite de Kassab para se aproximar da base de Tarcísio.
O PSD também atraiu a senadora Mara Gabrilli, que fez carreira no PSDB e saiu com críticas ao partido.
Prefeitos avaliam trocar de partido, ouvidos pela reportagem falam com naturalidade sobre a busca de alinhamento com o governo da vez. Muitos elogiam a postura aberta da gestão Tarcísio.
Prefeito de Guaraçaí (cidade com 8.000 habitantes perto da divisa com Mato Grosso do Sul) e filiado há 30 anos ao PSDB, Airton Gomes diz que não se movimenta para deixar o partido, mas já foi sondado por emissários do PSD e não descarta eventual migração.
Gomes reclama da falta de orientações do comando tucano e diz que “está faltando diálogo” da sigla com os prefeitos. “Perdemos a eleição, mas o partido continua e não nos procurou para conversar.”
A prefeita de Ferraz de Vasconcelos, Priscila Gambale, que foi eleita pelo PSD e mudou para o PSDB, diz que avalia permanecer no partido, mas tem conversa com a antiga sigla e com o Podemos.
“Foi mais do que justo mudar para o partido do governo [o PSDB à época] pela gratidão por todo o trabalho conduzido”, diz ela, em referência à ajuda financeira ao município.
A reportagem encontrou ainda dois prefeitos que se filiaram ao PSDB, mas que não perderam seus vínculos com os antigos partidos. Em Cachoeira Paulista, Antonio Carlos Mineiro retornou para o MDB. Já em Barbosa, Rodrigo Primo disse que se mantém como presidente local do PSD e deve voltar para a sigla.
Ao mesmo tempo em que enxergam no espólio tucano uma oportunidade e traçam suas estratégias, representantes de partidos ponderam que ter um grupo amplo de prefeitos ajuda, mas pode não ser suficiente para vencer uma eleição como foi o caso de Rodrigo.
Em nota, o Republicanos diz ter a meta de “crescer com qualidade”, agregando prefeitos alinhados ao manifesto da legenda, e que o trabalho é feito por meio de líderes locais que analisam cenários e possibilidades.
Líder do PL na Assembleia, o deputado Ricardo Madalena diz que o partido tem condições de ocupar o espaço do PSDB. Todos os órgãos municipais estão sendo divididos entre os deputados da sigla para que indiquem aliados e ampliem a capilaridade.
Para o deputado federal Júnior Bozzella, vice-presidente da União Brasil no estado, a mudança de prefeitos conforme a conveniência “vira um toma lá dá cá” que pode ser nocivo. Ele tem conversado com os mandatários para atraí-los e diz que uma vantagem de seu partido é escapar da polarização nacional.
Já o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), quer eleger cem prefeitos em 2024, além de reeleger Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista.
Vinholi minimiza os conflitos internos do PSDB e vê com naturalidade a busca dos demais partidos por filiados. Mas, segundo ele, a sigla historicamente elege o maior número de prefeitos e isso deve se manter.
Na última eleição, os tucanos lançaram cerca de 450 candidatos e querem repetir o feito. “A imagem do PSDB é positiva no estado e nas próprias cidades pela sua boa gestão”, diz.
Sob nuvens carregadas, o desfile do bloco Sargento Pimenta, na avenida Brigadeiro Faria Lima, zona oeste de São Paulo, começou pouco depois das 12h. Uma multidão, majoritariamente formada por millennials que abusavam da cor, brilho e estampas animalescas enquanto esboçavam coreografias ao som do repertório dos britânicos Beatles, o acompanhava.
“Existe uma dança para afastar chuva?”, perguntava o empresário Pedro Prado, 41.
Não teve jeito. Poucos minutos depois, um temporal obrigou foliões a se abrigarem onde puderam. Sob árvores, food trucks ou guarda-sóis que acompanhavam carrinhos para venda de bebidas.
Cerca de dez minutos depois, tudo já havia acabado.
Encharcadas, as pessoas voltaram a cantar, dançar e, sempre que surgia uma oportunidade, se beijar.
Por volta das 13h20, subiu ao palco a cantora Ana Cañas, que prosseguiu cantando Beatles.
Apesar da estrondosa adesão à trilha sonora, foram os furtos de celular o maior hit do bloco.
A maioria dos relatos é de celulares desaparecendo dos bolsos de calças e bermudas, mas também há reclamações de pochetes abertas.
Questionada a respeito dos furtos, a PM afirmou que foi acionada para duas ocorrências em um bloco na avenida Faria Lima na tarde deste sábado. “Prontamente, equipes começaram as buscas para localizar os suspeitos”, completa.
A corporação ainda afirmou que, posteriormente, prendeu um dos furtadores de celulares na rua Henrique Schaumann, região onde o bloco ocorreu.
Um dos casos de crimes ouvidos pela reportagem foi da funcionária pública Carla Gomes, 36. Ela diz que, durante tumulto para se proteger da chuva, foi segurada por dois homens que teriam levado seu aparelho celular e cartão de crédito.
Ela tentou pedir auxilio aos policiais presentes, mas eles responderam ser difícil localizar os responsáveis em meio aos milhares de carnavalescos. Carla comprou duas latinhas de cerveja e afirmou que esqueceria de tudo bebendo.
Ao menos dez queixas foram feitas à reportagem, como a de Laura Dantas, 23, que aguardava na quilométrica fila do banheiro químico.
“Pegaram do meu bolso. E com tanta polícia aqui é ainda mais revoltante”, disse Laura.
Três viaturas da polícia e mais de 20 agentes guardavam o local.
A Secretaria da Segurança Pública, por sua vez, reiterou a importância de realizar o boletim de ocorrência para realizar o mapeamento dos locais onde crimes aconteceram. A pasta ainda chamou atenção para a operação especial voltada a segurança durante o Carnaval.
“O patrulhamento foi intensificado com cinco mil viaturas, além de 518 cavalos, 283 cães, 24 aeronaves e 168 drones”, afirma trecho da nota.
A média do preço ao consumidor do botijão de gás (13kg) entre agosto de 2022 e janeiro de 2023 foi de R$ 110,23, valor que será usado como base pelo Programa Auxílio Gás dos Brasileiros, do Governo Federal, para o pagamento de fevereiro.
No entanto, é possível o arredondamento do vale-gás, inclusive para baixo: R$ 110. Os depósitos começam na próxima segunda-feira (13), junto ao Bolsa Família. O calendário foi antecipado este mês por conta do Carnaval e segue até o dia 28, seguindo o NIS.
O levantamento dos preços médios do botijão de gás ao longo dos meses é feito pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). O benefício do vale-gás é recebido bimestralmente. Ou seja, as famílias não receberam em janeiro e esta será a primeira ajuda do ano.
O orçamento previsto pelo governo anterior limitava o vale a 50% do preço médio do botijão de gás de cozinha de 13 kg. Mas uma Medida Provisória, em janeiro deste ano, assegurou o pagamento em 100%. A MP é a mesma que garantiu o Bolsa Família de R$ 600 e o pagamento de R$ 150 por criança de até 6 anos de idade cuja família esteja inscrita no programa.
A ação é conduzida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Para receber o auxílio, a família deve estar inscrita no Cadastro Único e possuir renda familiar mensal menor ou igual a meio salário-mínimo por pessoa.
O ministro Carlos Lupi (Previdência Social) afirmou nesta segunda-feira (6) que há mais de dois milhões de trabalhadores de transporte de aplicativos no país atualmente, dos quais menos de 10% têm cobertura previdenciária.
“Não chega a 10% aqueles que têm algum tipo de contribuição pessoal, autônoma, ou por MEI. Queremos ampliar isso”, declarou o ministro em coletiva.
Lupi lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou um grupo de trabalho em janeiro deste ano para construir uma proposta de regulamentação para trabalhadores por aplicativos.
Quando não contribuem ou estão inadimplentes, os pequenos empresários, como são tratados os trabalhadores de aplicativos, não têm direito aos benefícios da chamada rede de proteção social, que equivale: salário-maternidade (com 10 meses de contribuição); aposentadoria por invalidez e auxílio-doença; auxílio-reclusão e pensão por morte para seus dependentes. Também não podem contar esse tempo para a aposentadoria por idade.
O chefe da pasta afirmou que o Ministério da Previdência também está trabalhando para lançar em março desse ano um cartão para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que terá código QR para o uso de serviços públicos e descontos.