Uma campanha da prefeitura de São Paulo, com divulgação em estações de metrô, pede que a população corte o elástico das máscaras antes de jogá-las no lixo. A ideia é evitar que animais, especialmente as aves, fiquem enroscados ou que, ao ingerir o item descartado, os bichos sejam asfixiados. A iniciativa teve início no Reino Unido e é apoiada na capital paulista pelas concessionárias do Metrô Via Quatro e Via Mobilidade.
Foram colocados cartazes nas estações para a conscientização dos usuários das linhas amarela e lilás do Metrô. Segundo a organização britânica RSPCA (sigla em inglês para Sociedade Real para a Prevenção de Crueldade com os Animais), que encabeça a ação, em um mês, foram atendidas 900 chamadas sobre animais presos nos elásticos das máscaras, especialmente aves que enroscam bicos e patas.
Em nota, a prefeitura destacou que, por causa da pandemia de covid-19, quase 7 bilhões de máscaras descartáveis são utilizadas diariamente no mundo. Pela impossibilidade de reciclar o material, diante do risco de contaminação, a maioria delas é despejada em aterros sanitários. A organização aponta que o risco é maior para animais selvagens e aves.
A organização britânica orienta ainda outras ações que podem prevenir acidentes com animais em decorrência do descarte de lixo: cortar as alças de sacolas plásticas, cortar o suporte para latas de plásticos, cortar balões antes de colocá-los no lixo, cortar luvas descartáveis, limpar e esvaziar recipientes após o uso ou cortá-los ao meio.
A vacinação contra a Covid-19 segue avançando no estado de São Paulo, mas é preciso continuar seguindo as medidas sanitárias, estar atento aos sintomas e saber diferenciar doenças infecciosas como a Covid-19 e a gripe.
O aumento no número de pacientes com síndrome gripal nas unidades de saúde fez com que a suspeita de pessoas com Covid-19 crescesse, sendo o teste rápido a única maneira de distinguir as duas.
Nesta semana a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo iniciou a realização dos testes rápidos em suas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), Prontos Atendimentos (PAs) e prontos-socorros, no setor de triagem, para identificar os casos positivos de Covid-19.
Sintomas A testagem será realizada pelo método antígeno em pacientes que apresentem sintomas semelhantes entre Covid-19 e gripe como:
Febre
Dor de garganta
Dor de cabeça
Coriza
Tosse
Dificuldade para respirar
Dores no corpo
Cansaço
Diarreia
Lábios ou dedos arroxeados
É orientado que ao apresentar qualquer um dos sintomas listados acima procure uma UPA, AMA, PA ou pronto-socorro.
Transmissão A gripe, assim como a Covid-19, é uma infecção respiratória transmitida de pessoa para pessoa pela fala, tosse ou espirro de indivíduos infectados. A infecção também pode acontecer quando há contato, por meio das mãos, com objetos contaminados, tocando, em seguida, nariz ou olhos.
A vacina é a melhor prevenção A melhor maneira de se prevenir contra os vírus Influenza é vacinar-se. A imunização ocorre em campanhas nacionais, nos meses que antecedem o inverno, período de maior transmissão da doença.
A vacinação contra o coronavírus ocorre desde janeiro de 2021, e está disponível para todos acima de 12 anos.
Para maiores informações, procure o posto de saúde ou um pronto-socorro mais próximo.
Fonte: Secretaria Especial de Comunicação – Prefeitura de São Paulo – Adaptação: Edson Mesquita Jr. – Imagem:
O câncer de colo de útero é um dos poucos que pode ser erradicado, pois decorre de uma infecção persistente pelo vírus HPV, contra o qual existe vacina. O vírus também é detectável em exame preventivo antes que cause o tumor. No entanto, a baixa adesão ao exame periódico e à vacina faz com que uma brasileira morra pela doença a cada 90 minutos. São 6,5 mil mortes e 16,5 mil novos casos ao ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Trata-se do terceiro tipo de câncer mais comum entre mulheres, sendo o primeiro na região Norte do país, e o quarto mais letal. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabeleceu metas para a erradicação da doença, aponta que, em 2020, mais de 500 mil mulheres foram diagnosticadas e quase 342 mil morreram, a maioria em países pobres.
Para transformar essa realidade e gerar evidência científica robusta, com dados que possam servir de base para políticas públicas mais eficientes, o Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp, a Prefeitura Municipal de Indaiatuba (SP) e a Roche Diagnóstica uniram forças em um estudo para rastreamento de câncer de colo de útero. Os primeiros resultados foram publicados em 1/11 pela revista científica The Lancet Regional Health – Americas. A partir deles, será possível preencher duas grandes lacunas dos programas existentes, que são onerosos e de baixíssimo impacto na mortalidade por câncer de colo de útero, segundo os pesquisadores.
Profissionais de saúde em atendimento no Caism: mulheres que participaram do estudo simplesmente deixaram de desenvolver o câncer
A primeira delas é a falta de programas organizados de rastreamento, que leva à baixa adesão das mulheres ao exame periódico. A outra é a necessidade de substituir a citologia convencional — o exame de Papanicolau — por um teste de HPV baseado em DNA. Esse teste detecta, de forma automatizada, as cepas do vírus que causam o câncer, sem espaço para dúvidas na interpretação dos resultados. Em comparação à sua elevada sensibilidade, a citologia tem performance mediana, podendo deixar escapar casos de lesões precursoras e até o câncer já estabelecido. O mesmo estudo demonstra o custo-efetividade do teste de HPV.
Tais lacunas são hoje sinônimo de diagnósticos tardios, comprometimento da qualidade de vida das mulheres, mortes e desperdício de recursos do sistema de saúde. Inconformados com esse cenário, pesquisadores da Unicamp propuseram um programa de prevenção alinhado com os mais modernos existentes. A Prefeitura de Indaiatuba viabilizou a participação das mulheres da cidade com idades entre 25 e 64 anos, usuárias do SUS, por meio de campanhas informativas, busca ativa, estrutura para a realização dos testes e acompanhamento. A Roche disponibilizou testes DNA-HPV, com um total de 16.384 já realizados. O Caism da Unicamp conduziu todo o protocolo científico do estudo e assessorou a condução do programa municipal.
Resultados
Após 30 meses de atividade do Programa de Rastreamento do Câncer de Colo de Útero com teste de DNA-HPV (outubro de 2017 a março de 2020), mais de 80% da população-alvo projetada foi coberta. A conformidade dos testes de HPV realizados com a idade foi de 99,25%, em comparação com 78% obtida no programa com citologia (método tradicional utilizado nos 30 meses prévios, de outubro de 2014 e março de 2017, que envolveu 20.284 mulheres). No âmbito do programa, 86,8% de testes tiveram resultado negativo e 6,3% tiveram indicação de colposcopia. 78% das colposcopias foram realizadas. Foram detectadas 21 mulheres com câncer de colo de útero, com idade média de 39,6 anos, com 67% dos casos em estágio inicial. Para uma comparação quanto à eficiência do novo método de diagnóstico, no rastreamento com Papanicolau foram detectados apenas 12 casos de câncer, com idade média bem superior (de 49,3 anos), e apenas um caso em estágio inicial.
A detecção do câncer nas mulheres que fizeram o teste de DNA-HPV foi antecipada em 10 anos, comparando-se com o método tradicional, o que explica o maior índice de casos iniciais. Além disso, muitas das mulheres que participaram do estudo simplesmente deixaram de desenvolver o câncer. Isso porque, se o teste dava positivo para HPV16 ou HPV18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, a mulher era encaminhada para um outro exame, a colposcopia, a partir do qual era possível realizar um tratamento curativo e preventivo da lesão inicial, pré-câncer. Aquelas que não tinham lesão pré-cancerosa, faziam o acompanhamento com um intervalo menor para detectá-las no início, caso surgissem.
Luiz Carlos Zeferino, diretor da FCM e um dos pesquisadores principais do projeto: A detecção do câncer nas mulheres que fizeram o teste de DNA-HPV foi antecipada em 10 anos, comparando-se com o método tradicional
Quando o teste era negativo para HPV16 ou HPV18, mas positivo para 12 outros tipos de HPVs de alto risco, era realizado o teste com citologia em meio líquido. Se alterado, a paciente era encaminhada para colposcopia e passava a ser acompanhada mais de perto.
Outra vantagem do método é que, de acordo com as diretrizes internacionais, caso o teste seja negativo para todos os tipos de HPV, a mulher só precisará repeti-lo após cinco anos – diferentemente do programa com citologia tradicional, em que, após dois resultados normais consecutivos, o exame precisa ser repetido a cada três anos. Assim, a adoção de um teste mais preciso permite otimizar os recursos do sistema de saúde, como já demonstrado em outro estudo realizado no mesmo programa utilizando informações de vida real e no âmbito do SUS.
Publicado em maio de 2021 na Plos One, o estudo da avaliação econômica do teste de genotipagem de HPV mostrou que a tecnologia é capaz de gerar, além de melhores resultados clínicos, redução de custos, se comparado ao Papanicolau. Inovações em saúde costumam vir associadas a aumento nos custos, mas os pesquisadores provaram que esse caso é diferente. A mudança para uma tecnologia mais avançada acaba resultando em uma redução de U$$37,87 por ano de vida ganho com qualidade de vida.
Lições aprendidas
O dr. Júlio Cesar Teixeira, pesquisador principal do estudo e diretor da Oncologia do Hospital da Mulher (Caism) da Unicamp, destaca o pioneirismo da pesquisa, por envolver toda a população feminina de uma cidade, sem seleção e por meio do SUS, e por gerar dados comparativos da vida real. “É muito diferente do que a ciência já tinha realizado, em ambientes de estudo mais controlados ou em experiências pontuais, principalmente em países de renda mais alta. Com esses resultados, publicados no The LancetRegional Health – Americas, mostramos que, com estratégias e ferramentas diagnósticas corretas, é possível salvar milhares de vidas no Brasil e no mundo e de fato erradicar o câncer de colo de útero”, afirma.
Um estudo clínico que virou política pública
Em 2017, a Prefeitura Municipal de Indaiatuba criou uma Portaria7 para instituir, no Sistema Único de Saúde (SUS), o rastreamento por teste de DNA-HPV, substituindo o Papanicolau. Paralelamente, promoveu condições para a realização do estudo, aliadas aos testes da Roche e a um software desenvolvido pela empresa. Instalado em todas as unidades de saúde da cidade, o Tracking for Life foi essencial para organizar o novo fluxo de amostras e resultados, capacitar os profissionais de saúde para o uso dos novos algoritmos, garantir que os exames fossem feitos nos intervalos adequados e permitir o registro online das pacientes, evitando a dependência dos dados em papel, além de gerar estatísticas e relatórios. Para se ter uma ideia, a máquina analisa o teste e a própria ferramenta comunica o resultado ao sistema de informática da rede de saúde da Prefeitura, economizando recursos financeiros antes alocados para isso.
Outra decisão da Prefeitura, amparada pela assessoria dos pesquisadores da Unicamp, foi modificar a estratégia de imunização contra o HPV, antecipando a vacinação dos meninos para a partir dos nove anos, como já ocorria com as meninas. Também foram tomadas medidas para que a cobertura vacinal atingisse o mínimo necessário para conter a transmissão do vírus (80%), diferentemente do que ocorre no restante do Brasil, principalmente pelo estigma associado ao início da vida sexual. A principal delas foi voltar a oferecer a vacinação nas escolas a partir de 2018. “Nosso objetivo foi inaugurar uma política pública completa e consistente para erradicar o câncer de colo de útero, uma doença 100% evitável. Tenho certeza de que esses dados serão úteis para outros gestores de saúde interessados em salvar vidas e em utilizar de maneira mais adequada os recursos disponíveis para a saúde, com responsabilidade e coragem”, disse o Dr. Túlio José Tomas, médico ginecologista e vice-prefeito de Indaiatuba. A expectativa é de que, em 10 anos, já não ocorram mais casos da doença na cidade.
Para Carlos Martins, CEO da Roche Diagnóstica, a experiência representa uma excelente oportunidade para mostrar que políticas públicas podem ser eficientes quando bem planejadas e executadas de forma colaborativa, inclusive com a iniciativa privada, o que exige a digitalização da saúde e uso inteligente de dados. “Como empresa de biotecnologia 100% focada em inovação, desenvolver soluções diagnósticas só faz sentido se for para transformar a vidas das pessoas. Com base em nossa expertise em medicina personalizada e no nosso propósito de fazer agora o que as pessoas precisarão amanhã, procuramos colaborar em programas como esse, que contribuem para a sustentabilidade dos sistemas de saúde”, destaca.
Fonte/Texto: Divulgação Roche/FCM/Prefeitura de Indaiatuba – Fotos: Antonio Scarpinetti – Foto Capa: Rawpixel
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou hoje (18) que a decisão do governo em vacinar crianças de 5 a 11 anos será tomada no dia 5 de janeiro, após audiência pública a ser realizada no dia anterior. Em conversa com jornalistas, Queiroga disse que a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não é decisão suficiente para viabilizar a vacinação para esse grupo.
“[Só a autorização da Anvisa] não é suficiente. Porque, se você olhar todas as políticas públicas do Ministério da Saúde e verificar todas as autorizações que a Anvisa deu em relação a medicamentos, a dispositivos médicos, basta ver o que tem autorizado pela Anvisa e o que está incorporado no SUS [Sistema Único de Saúde]. São avaliações distintas”, explicou o ministro.
Queiroga disse que aguarda parecer da Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI). O documento será levado na próxima semana para apreciação em uma consulta pública, um mecanismo de participação social não presencial, usado por entes públicos para subsidiar o processo de tomada de decisão.
“No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública para discutir o que foi oferecido em consulta pública que, em adição ao posicionamento da CTAI, servirá de base para a decisão final do Ministério da Saúde”, acrescentou o ministro.
Nesta semana, a Anvisa já havia aprovado o uso da vacina da Pfizer em crianças na faixa de 5 a 11 anos. Segundo a agência, existem evidências científicas de que o imunizante, aplicado em duas doses nesse público, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves causadas pelo vírus.
Questionado pelos jornalistas por que a atuação da Anvisa já não resolveria a questão, Queiroga afirmou que a decisão não é da agência, e sim dele. “Eu sou a principal autoridade sanitária do Brasil e não abro mão de exercer as minhas prerrogativas. Porque elas decorrem da decisão do mandatário máximo da nação, que me incumbiu essa missão.”
Ele destacou o papel da CTAI, órgão criado em 1975, nesse processo. “A introdução desse produto dentro de uma política pública requer uma análise mais aprofundada. E, no caso de imunizantes, a análise técnica é feita com o apoio da Câmara Técnica Assessora de Imunizações.”
O ministro também elogiou a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, e disse que confiou a ela a palavra final sobre o assunto. “Essa decisão não será uma decisão direta do ministro. O ministro é o último elemento dessa cadeia decisória. A secretária Rosana vai emitir essa decisão e nós confiamos bastante nela.”
Fonte/Texto: Agência Brasil/Marcelo Brandão – Foto: Antonio Cruz/AB
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo identificou um aumento significativo do número de pessoas com síndrome gripal na cidade. Foram 91,8 mil atendimentos nos primeiros 15 dias de dezembro, enquanto, em todo o mês de novembro, foram 111,9 mil casos. Entre as pessoas que procuraram os serviços municipais de saúde em dezembro, quase a metade (45,3 mil) teve o caso classificado como suspeita de covid-19.
Neste ano, dos 119,8 mil casos identificados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), 205 (0,2%) do total, foram confirmados como causados pelo vírus influenza. Entre estes 20, o que representa 9,8% do total, foram identificados como influenza A (H1N1), quatro (3,8%) como influenza A (H3), 134 (34,3%) como influenza A não subtipado e 47 (19,9%) e 47 (19,9%) como influenza B.
Gripe no Rio de Janeiro
Um boletim divulgado na semana passada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para a presença do vírus influenza A nos casos de SRAG da população adulta e entre crianças no estado do Rio de Janeiro. Segundo o Infogripe, boletim da Fiocruz, havia risco de importação do vírus para outros grandes centros urbanos e destinos turísticos.
Monitoramento
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou que está coletando amostras das pessoas que procuram os centros de saúde com SRAG, tanto dos internados em unidades de terapia intensiva, quanto dos que procuram hospitais gerais e unidades de atendimento ambulatorial.
O trabalho abrange a rede pública e provada de saúde. As amostras são encaminhadas para o do Instituto Adolfo Lutz, responsável pela identificação do vírus causador da doença e do subtipo, em caso de influenza.
Fonte/Texto: Agência Brasil/Daniel Mello – Imagem: Erasmo Salomão/Ministério da Saúde
Uma tecnologia para o tratamento de câncer desenvolvida inteiramente na Unicamp obteve patente nos Estados Unidos pelo USPTO (United States Patent and Trademark Office). Um pedido de patente também foi depositado pela Agência de Inovação Inova Unicamp no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), no Brasil, e EPO (European Patent Office), escritório de patentes da Europa, ambos em fases avançadas de exame.
O OncoTherad (Oncology Therapy Adjuvant) é um imunoterápico que atua de modo complementar na melhora da resposta imunológica do paciente. Ele age por meio de dois mecanismos: por um lado, ativa as células de defesa para reconhecimento e ataque aos tumores; por outro, reduz a formação de metástase e de vasos sanguíneos que alimentam o câncer. Com isso, diminui a resistência dos tumores a tratamentos convencionais, como a quimioterapia. “Esse é um momento histórico para a ciência brasileira. A concessão americana da patente abre um leque de oportunidades. Entre as vantagens, está a possibilidade de pleitear o acesso a programas de aceleração de novas drogas na FDA, a agência reguladora norte-americana, além de abrir a interlocução com grandes companhias farmacêuticas internacionais”, diz Wagner José Fávaro, professor e pesquisador da Unicamp, e inventor da tecnologia.
Na primeira fase dos testes clínicos, o medicamento se mostrou seguro, eficaz e com poucos efeitos colaterais no combate a diferentes tipos de tumores, em especial o câncer de bexiga. Ele também foi testado em pacientes oncológicos que contraíram a COVID-19, apresentando resultados promissores. Recentemente, ganhou o Prêmio de Ciência da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Até o momento, 250 pacientes foram tratados com o nanofármaco sintético desenvolvido, com financiamento público, no Instituto de Biologia (IB) e no Instituto de Química (IQ). Os ensaios clínicos foram conduzidos no Hospital Municipal de Paulínia com pacientes oncológicos para os quais outras alternativas de tratamento já tinham sido esgotadas.
Resultados apresentados neste ano no 22º Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica mostraram sucesso em 77,3% dos casos de câncer de bexiga tratados experimentalmente com o OncoTherad, sem reaparecimento do tumor. Nos 22,7% de casos em que o câncer voltou, o tamanho e o grau de agressividade da doença foram menores, evitando cirurgias para retirada da bexiga, muito frequentes em recidivas tumorais desse tipo.
Docentes empreendedores
As pesquisas com o nanofármaco tiveram início em 2007 e seguiram uma trajetória pioneira incomum dentro da Universidade. O OncoTherad foi a primeira propriedade intelectual de titularidade da Unicamp licenciada com exclusividade para uma spin-off formada pelos inventores da patente, desde a aprovação da nova Política de Inovação da Unicamp, em 2019. Nessa modalidade, a NImm-Pharma é a única empresa que pode explorar o nanofármaco, uma vantagem competitiva no mercado. “Sempre escutei que o brasileiro não era capaz de fazer algo assim e nós conseguimos. A nova Política de Inovação da Unicamp permitiu que mudássemos o cenário burocrático. Agora, temos o controle da patente e, com isso, a possibilidade de articulação com outras empresas”, explica Nelson Durán, professor e pesquisador aposentado da Unicamp, inventor da patente e atual sócio administrador da NImm-Pharma.
Inicialmente, Favaro estudava o papel do sistema imunológico no câncer. A parceria com Durán, referência no Brasil em nanotecnologia, levou ao desenvolvimento da plataforma que permitiu criar em laboratório uma molécula sintética. O protocolo para o uso experimental em seres humanos foi submetido ao Conselho de Ética da Unicamp, após resultados positivos com baixa toxicidade em testes pré-clínicos e clínicos com animais. Os ensaios começaram em 2018 e foram acompanhados pelo médico urologista João Carlos Cardoso Alonso. Entre os primeiros pacientes, estavam tutores de alguns dos cães tratados inicialmente com a droga e que também lutavam contra o câncer.
O papel da spin-off
Empresa spin-off é uma empresa criada a partir de uma tecnologia desenvolvida em uma universidade ou instituto de pesquisa. O termo também é usado para empresas criadas dentro de outra empresa, quando essa gera um novo modelo de negócios, diferente daquele desenvolvido pela empresa mãe.
No caso das tecnologias universitárias, a spin-off tem um papel muito importante no amadurecimento das tecnologias, uma vez que aquelas criadas nas universidades estão geralmente num estágio embrionário e precisam de investimento para sua viabilização. Nessa fase, os investimentos podem ser públicos, por meio de programas como o Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fapesp, ou privados, oriundos de investidores externos e do ecossistema empreendedor da Unicamp. “A função da empresa é vencer as etapas regulatórias. Estamos nos tornando produtores de um IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) brasileiro para o tratamento de câncer. A universidade pública e toda sociedade civil irão se beneficiar disso, com o retorno do investimento feito ao longo dos anos na pesquisa”, diz Fávaro que é sócio cotista na NImm-Pharma.
Outro diferencial da tecnologia é que se trata de um medicamento com características de plataforma, ou seja, que pode ser adaptado para outras doenças. “O OncoTherad é um medicamento para o tratamento do câncer, mas desenvolvemos uma plataforma estrutural em podemos mudar características e fazer outros nanofármacos, com funções diferentes”, revela Durán.
O imunoterápico ainda precisa ser testado em novos ensaios clínicos, realizados em diferentes centros de pesquisa (multicêntricos) com um número maior de pacientes. Para avançar para as próximas fases da pesquisa, a spin-off precisa montar uma estrutura fabril que siga as normas regulatórias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou ter a produção negociada com uma indústria farmacêutica. Por enquanto, o OncoTherad não pode ser comercializado nem indicado para pacientes que não façam parte do estudo. “Estamos pleiteando esse medicamento para o câncer de bexiga refratário ao tratamento, uma condição médica não atendida no Brasil, pois a medicação que existe hoje não é eficiente e falta com frequência. Se o estudo regulatório comprovar a eficácia da imunoterapia, acreditamos que em três ou quatro anos o OncoTherad estará disponível no mercado”, finaliza Fávaro.
Fonte/Texto: Agência de Inovação Inova Unicamp/Ana Paula Palazi – Foto: Pedro Amatuzzi/Agência de Inovação Inova Unicamp
A dieta materna está diretamente associada à saúde do bebê durante a gestação e cientistas já avançam no entendimento dos fatores que contribuem para essa relação. Estudo realizado por pesquisadoras da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP mostra que a qualidade da gordura ingerida pela mãe está associada com o peso do recém-nascido de acordo com a idade gestacional.
“Nascer maior para a idade gestacional significa que a criança pode ter mais risco de desenvolver doenças na vida adulta e até de complicações durante o parto. Neste sentido, a pesquisa contribui para o entendimento de como a qualidade da gordura da dieta materna interfere no desenvolvimento fetal”, conta Maria Carolina de Lima, primeira autora do artigo publicado pela Nutrition em novembro e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da FMRP.
O estudo contou com 734 pares de mães com boa saúde e bebês que realizaram pré-natal em Unidades Básicas de Saúde em Ribeirão Preto, entre os anos de 2011 e 2012. “Nós empregamos dois formulários com o objetivo de registrar tudo o que foi consumido pelas entrevistadas nas últimas 24 horas. Depois, avaliamos o peso ao nascer, sexo e duração da gestação com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Por fim, avaliamos a qualidade da gordura na dieta materna”, explica.
Para entender a qualidade da ingestão de gordura das mães, as pesquisadoras trabalharam na análise de três tipos de gordura, que também podem ser chamadas de ácidos graxos: saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas. As saturadas podem ser encontradas em alimentos de origem animal: carnes vermelhas e brancas, pele de aves, leite, queijo, manteiga e creme de leite. Além de origem vegetal como coco, dendê e o babaçu.
“Nascer maior para a idade gestacional significa que a criança pode ter mais risco de desenvolver doenças na vida adulta e até de complicações durante o parto. Neste sentido, a pesquisa contribui para o entendimento de como a qualidade da gordura da dieta materna interfere no desenvolvimento fetal”, conta Maria Carolina de Lima.
Já os monoinsaturados são encontrados em alimentos como abacate, castanhas, azeite de oliva e óleo de canola. O consumo desse tipo de gordura pode diminuir o LDL, que é chamado de colesterol ruim, e estimular o HDL, que é conhecido como colesterol bom. O último tipo de gordura avaliada foram as poli-insaturadas, que podem ser encontradas em ovos, óleos de soja e girassol, sardinha, salmão e azeite de oliva.
Entretanto, engana-se quem pensa que as gorduras têm apenas impacto negativo. “Os ácidos graxos tem um impacto positivo desde que consumidos em quantidade, qualidade e proporção adequadas. Dessa forma, as diretrizes internacionais preconizam a retirada da gordura trans, redução do consumo da gordura saturada e inclusão em quantidade adequada das gorduras insaturadas, que são as monoinsaturadas e poli-insaturadas”, afirma Maria Carolina.
Dessa forma, o estudo observou que a ingestão de alguns ácidos graxos apresenta um fator protetor se consumidos de forma equilibrada. “Gestantes tiveram 48% menos chance de ter filho grande para a idade gestacional com o consumo de gorduras poli-insaturadas na quantidade adequada. Os dados reforçam a importância de avaliar a qualidade da gordura ingerida e do acompanhamento do nutricionista durante a gestação”, completa.
O Estado de São Paulo está convocando 3,4 milhões de pessoas que ainda não tomaram a segunda dose da vacina de Covid-19 busquem os postos para se imunizar até sexta-feira (10), durante a mobilização especial organizada pelo Governo de SP para que as pessoas concluam esquemas vacinais antes do Natal e Ano Novo.
O balanço desta segunda-feira (6) contabiliza 806,7 mil pessoas que ainda precisam completar o esquema vacinal com o imunizante do Butantan/Coronavac, outras 845,3 da Fiocruz/AstraZeneca/Oxford e 1,7 milhão da Pfizer/BioNTech.
Para completar o esquema vacinal contra COVID-19, são necessárias duas doses para a vacina do Butantan (intervalo de 28 dias), da Fiocruz (8 semanas) e Pfizer (21 dias). Caso o prazo seja ultrapassado, é fundamental que o cidadão procure um posto assim que possível para orientações e para completar a imunização. O esquema vacinal da Janssen prevê apenas uma dose.
Desde o dia 1º de dezembro, o Governo de SP está intensificando a comunicação pra incentivar a população a completar o esquema vacinal e também tomar a dose adicional antes das festas de final de ano.
As Prefeituras são responsáveis pela busca ativa dos vacinados, mas o Governo de SP apoia a ação com o envio de mensagem via SMS e por e-mail à população para lembrar a data da segunda dose conforme pré-cadastro realizado no site Vacina Já ou no momento da aplicação da vacina.
Dose adicional
Toda a população adulta deve se vacinar com a dose adicional de COVID-19. A nova orientação do Plano Estadual de Imunização (PEI) segue a diretriz do Programa Nacional de Imunização (PNI) e vale para todas as pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac, Astrazeneca e Pfizer há pelo menos quatro meses, conforme redução de intervalo anunciada na última semana pelo Governo de SP.
Quem tomou a vacina da Janssen, de dose única na primeira etapa da campanha, poderá receber a dose adicional do mesmo imunizante com intervalo a partir de dois meses. No entanto, na ausência da vacina da Janssen, que é o que acontece com estado de São Paulo já que o Ministério não disponibilizou doses adicionais deste imunizante, é possível ser administrada uma dose adicional da Pfizer (vacina de RNA mensageiro).
O Ministério da Saúde está oferecendo mais de 21,5 mil vagas no Programa Médicos pelo Brasil. Eles poderão atuar em 5.233 municípios brasileiros, ou seja, quase 94% do país. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nessa sexta-feira (3). O objetivo é reforçar o Sistema Único de Saúde (SUS).
O programa vai substituir gradativamente o Projeto Mais Médicos para o Brasil na Atenção Primária à Saúde (APS). São oferecidos aos médicos selecionados para o programa a formação em medicina de família e comunidade, avaliação de desempenho, possibilidade de contratação por meio do regime CLT, a progressão de carreira (para diminuir a rotatividade) e gratificação para atuar em áreas remotas e de saúde indígena.
Os gestores de saúde dos municípios elegíveis devem fazer a adesão ao Médicos pelo Brasil, cujo edital deve ser publicado segunda-feira (6). O edital do processo seletivo para médicos também será publicado neste mês.
“A recomendação é que os gestores não percam a oportunidade de levar saúde e a presença de médicos qualificados para atender com dignidade o cidadão”, disse o secretário de Atenção Primária da pasta, Raphael Câmara. Ele preside o Conselho Deliberativo da Agência de Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), responsável por executar o novo programa.
Os munícipios foram escolhidos levando em consideração a alta vulnerabilidade e o fato de vários estarem em áreas rurais remotas.
O Médicos pelo Brasil foi lançado em 2019 com o objetivo de estruturar a carreira médica federal para locais com dificuldade de provimento e alta vulnerabilidade. O orçamento previsto para execução no primeiro ano de trabalho é de R$ 1,2 bilhão.
Confira aqui e veja a relação de municípios aptos para participação no Programa Médicos pelo Brasil.
A Anvisa informa que serão enviadas para análise laboratorial confirmatória as amostras de dois brasileiros que, preliminarmente, apresentaram resultado laboratorial positivo para a variante ômicron do Sars-Cov-2, após testagem realizada pelo laboratório Albert Einstein.
Tal testagem deve-se ao fato de que um passageiro vindo da África do Sul e que desembarcou em Guarulhos no dia 23/11, portando resultado de RT-PCR negativo, com vistas a se preparar para a viagem de regresso à África do Sul, procurou o laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos, no dia 25/11, para, já na companhia de sua esposa, realizar o teste de RT-PCR requerido para o retorno. Naquele momento, ambos testaram positivo para a Covid-19 e o fato foi comunicado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de São Paulo.
Diante dos resultados positivos, o laboratório Albert Einstein adotou a iniciativa de realizar o sequenciamento genético das amostras. Ademais, o laboratório notificou a Anvisa sobre os resultados positivos dos testes e sobre o início dos procedimentos para sequenciamento genético no dia 29/11 e, na data de hoje, 30/11, informou que, em análises prévias, foi identificada a variante Ômicron do Sars-Cov-2.
De acordo com os protocolos nacionais, o material deve ser enviado ao Instituto Adolfo Lutz (IAL) para fins de confirmação do sequenciamento genético. A Anvisa também oficiou o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde estadual e municipal de São Paulo sobre o evento em saúde identificado na data de hoje para adoção das medidas de saúde pública pertinentes.
Diante da identificação e testagem com resultado positivo para Covid-19, a Rede CIEVS, ligada ao Ministério da Saúde, deve monitorar casos de acordo com o sistema de vigilância vigente no Brasil, para avaliação das condições de saúde e direcionamento dos indivíduos aos serviços de atenção à saúde, bem como para adoção das medidas de prevenção e controle da Covid-19.
A Agência ressalta que a entrada do passageiro no Brasil ocorreu no dia 23/11, ou seja, antes da notificação mundial sobre a identificação da nova variante, que foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial de Saúde (OMS) pela África do Sul no dia 24 de novembro. A entrada também foi anterior à edição da Portaria Interministerial CC-PR/MS/MJSP/MINFRA n° 660, de 27 de Novembro de 2021, que proibiu, em caráter temporário, voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul e que também suspendeu, em caráter temporário, a autorização de embarque para o Brasil de viajantes estrangeiros, procedentes ou com passagem, nos últimos 14 dias antes do embarque, por esse país.
Entenda as restrições
Conforme recomendação da Anvisa, a Portaria Interministerial nº 660, de 27 de novembro de 2021, proibiu voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul, República de Botsuana, Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia e República do Zimbábue.
De acordo com a Portaria vigente, o viajante brasileiro procedente ou com passagem pela República da África do Sul, República do Botsuana, Reino de Essuatíni, Reino do Lesoto, República da Namíbia e República do Zimbábue, nos últimos quatorze dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena, por quatorze dias, na cidade do seu destino final.
A Anvisa, desde a última sexta-feira, 26/11, ao identificar o risco de transmissão da nova variante Ômicron, já vem atuando para captação de eventuais riscos de sua disseminação no Brasil.
Fonte/Texto: Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa / Imagem: Arquivo/Rawpixel