Claro, Vivo e TIM arrematam faixa de 3,5 GHz do leilão do 5G

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As operadoras Claro, Vivo e TIM arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz, o principal do leilão da tecnologia móvel 5G, realizado hoje (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Winity II Telecom levou a frequência de 700 MHz, e como é uma empresa ainda não detentora de faixa de radiofrequência, o Brasil terá uma nova operadora móvel com abrangência nacional.

O leilão começou nesta quinta-feira e deve terminar só amanhã (5). Ainda serão analisadas as propostas para as faixas de 2,3 GHz e de 26 GHz.

As frequências têm finalidades específicas e em cada faixa as empresas dão os lances em lotes diferentes. Os lances vencedores na faixa de 3,5 GHz foram: R$ 338 milhões (ágio de 5,18%, valor acima do mínimo previsto no edital) da operadora Claro para o lote B1; R$ 420 milhões (ágio de 30,69%) da Vivo para o lote B2; e R$ 351 milhões (ágio de 9,22%) da TIM para o lote B3.

O edital previa ainda um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional, mas não houve lance. O direito de exploração das faixas será de até 20 anos.

As empresas vencedoras têm compromissos de investimento definidos pelo Ministério das Comunicações e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Anatel. O objetivo das contrapartidas é sanar as deficiências de infraestrutura, modernizar as tecnologias de redes e massificar o acesso a serviços de telecomunicações do país.

Entre os compromissos estão migrar o sinal da TV parabólica para liberar a faixa de 3,5GHz para o 5G, arcando com os custos; construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal; instalar rede de fibra óptica, via fluvial, na Região Amazônica; levar fibra óptica para o interior do país; e disponibilizar o 5G em todos as capitais até julho de 2022.

Faixa de 700 MHz

A Winity II Telecom ofereceu o maior lance, R$ 1,427 bilhão na primeira faixa a ser leiloada, de 700 MHz, de abrangência nacional. O valor pago é 805% superior ao mínimo exigido.

A operadora tem direito à exploração do serviço por 20 anos, que pode ser prorrogado, e prevê o cumprimento da obrigação de construir infraestrutura de cobertura 4G em 625 localidades do país que não têm acesso à internet e em 31 mil quilômetros de rodovias federais.

O 5G é uma nova tecnologia que amplia a velocidade da conexão móvel e reduz a latência, permitindo novos serviços com conexão com segurança e estabilidade, que abrem espaço para o uso de novos serviços em diversas áreas, como indústria, saúde, agricultura e na produção e difusão de conteúdos.

O leilão tem valor de arrecadação total previsto de cerca de R$ 50 bilhões, caso todos os lotes sejam arrematados. Desse total, R$ 10 bilhões serão em outorgas para o governo e os outros R$ 40 bilhões serão utilizados pelas empresas nas obrigações estabelecidas.

Fonte/Texto: Agência Brasil/Andreia Verdélio
Imagem: José Cruz/Agência Brasil

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Tecnologia 5G vai a leilão hoje; entenda os impactos

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Após anos de pesquisa, articulação e negociação, está marcado para hoje (4) o leilão das frequências que serão usadas na quinta geração de internet móvel, o 5G. Considerado um grande marco tecnológico, o padrão viabiliza inovações dignas de ficção científica: carros autodirigíveis, procedimentos médicos a distância, automação completa de linhas de produção, vigilância e monitoramento de todo o tráfego urbano, além de entretenimento em altíssima qualidade e conectividade semelhante à encontrada em países desenvolvidos.

Mas, segundo o Ministério das Comunicações, as inovações do 5G não são apenas melhorias de serviços para uma parcela limitada da sociedade. De acordo com os termos do certame, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 25 de agosto, o leilão do 5G será responsável também pela ampliação da internet móvel de quarta geração (4G) para localidades que ainda não contam com essa tecnologia, ampliando assim a base total de usuários brasileiros.

“Podemos dizer sem medo de errar que a chegada do 5G vai levar o país para outro patamar de inclusão digital”, destacou  o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, em entrevista para a Agência Brasil. “Vamos cobrir todas as rodovias federais com pelo menos conectividade 4G, além de banda larga móvel para quase 10 mil localidades rurais, com a expansão do serviço para escolas e centros de saúde. Nossa meta para o ano que vem, e já temos condições, é de levar internet para 100% das escolas públicas do país”, acrescentou o secretário.

Benefícios do 5G:

Infográfico sobre vantagens do 5G.


Sobre o mercado e os preços que deverão ser praticados com a chegada da nova tecnologia, Coimbra afirmou que há uma tendência ao avanço tecnológico com a manutenção de preços, e que a adoção do padrão 5G não será elitizada. “Na prática, haverá uma melhora na dinâmica do custo-benefício. Em telecomunicações, há um fenômeno conhecido de avanço tecnológico sem necessariamente reajuste de preços”, explicou.

Artur Coimbra informou que existe também, dentro do governo, uma preocupação sobre a escassez de semicondutores que assola o mundo. Segundo o secretário, o Ministério das Comunicações já elaborou algumas alternativas para reforçar e atrair a produção de eletroeletrônicos, como tablets e celulares compatíveis com o novo padrão 5G, para solo nacional.

Estrutura e inclusão

Segundo o Ministério das Comunicações, a chegada do 5G eliminará um dos grandes empecilhos na universalização do acesso digital: a infraestrutura. A pasta informou que o leilão do 5G – de caráter não arrecadatório para o governo – terá grande parte do dinheiro da concessão revertida para ações de avanço no setor.

De acordo com Artur Coimbra, as metas futuras do Ministério das Comunicações após o leilão do 5G serão de caráter social, com o objetivo de traçar os perfis de brasileiros que ainda não estão incluídos na revolução digital, mesmo após chegar à meta de 100% do território conectado. 

“Estamos muito perto de eliminar a necessidade de infraestrutura para levar inclusão digital. Agora, vamos focar no uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações [Fust], que vai permitir cobertura para todo o agro, para resolver as questões que ainda limitam o acesso à internet pelas pessoas.”

Os termos do leilão do 5G preveem a obrigação de cobertura das 26 capitais e do Distrito Federal até julho de 2022. O serviço deverá cobrir todas as cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes até 2028, enquanto o serviço de 4G deverá cobrir todo o território nacional.

O leilão do 5G está marcado para começar às 10h, no auditório do Espaço Cultural Renato Guerreiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília. A abertura do leilão será feita pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, pelo presidente da Anatel, Leonardo de Morais, e por conselheiros da agência. Está prevista a presença do presidente Jair Bolsonaro na solenidade.

Fonte/Texto: Agência Brasil
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/AB

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Com a promessa de plugar de vez a economia, 5G vai a leilão

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Realidade em 65 países e 1.662 cidades, a telefonia móvel de quinta geração dará o seu primeiro grande passo no Brasil em uma concorrência marcada para o próximo dia 4. Às 10h, na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília, os envelopes com as propostas das empresas habilitadas a concorrer em diferentes modalidades de operação e localidades começarão a ser abertos.

Além de grandes operadoras já atuando na telefonia brasileira, como Claro, TIM e Telefônica (Vivo), o leilão pode ter a participação de outras 12 empresas. A Algar e a Sercomtel, de médio porte, também já operam no país. As outras dez concorrentes estrearão no mercado: Brasil Digital Telecomunicações Ltda; Brisanet Serviços de Telecomunicações SA; Cloud2U Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda; Consórcio 5G Sul; Fly Link Ltda; Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática Ltda; Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação Ltda; NK 108 Empreendimentos e Participações SA; VDF Tecnologia da Informação Ltda; e Winity II telecom Ltda.

Mesmo tendo apresentado propostas, as competidoras que não cumprirem todas as exigências do Edital 1/2021 serão excluídas — e seus envelopes, devolvidos intactos.

A expectativa é de que o Tesouro Nacional arrecade R$ 3,06 bilhões, caso os lotes sejam leiloados na sua totalidade. Esses recursos, relativos às outorgas, terão um impacto direto nas finanças do governo, mas é possível que até R$ 49,7 bilhões sejam movimentados com a venda dos espaços de radiofrequência em 5G, sendo R$ 7,57 bilhões para atender à demanda de internet para rede de educação básica. Outros R$ 39,1 bilhões compõem o restante dos investimentos obrigatórios constantes do edital, incluindo uma rede exclusiva para a área governamental em Brasília.

A licitação, que será dirigida a radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, com prazo de operação de 20 anos prorrogável por mais 10, teve como primeiro horizonte o mês de novembro do ano passado e só foi marcada em definitivo depois de correções no edital determinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo a Anatel, “será a maior oferta de espectro da história da agência”. Mas a princípio só serão beneficiadas as capitais e as grandes cidades.

Podem participar do certame empresas constituídas segundo as leis brasileiras, com sede e administração no país, em que a maioria das cotas ou ações com direito a voto pertença a pessoas naturais residentes no Brasil, inclusive as que explorem serviço de telecomunicações, individualmente ou em consórcio. As estrangeiras estão autorizadas, desde que firmem compromisso de se adaptarem às características exigidas.

Entre as principais novidades da tecnologia 5G, estão a transmissão de altas taxas de dados e em baixa latência, ou seja, no menor espaço de tempo possível, com segurança e confiabilidade. Na ampla gama de possibilidades a serem exploradas, há aplicações eficientes para o desenvolvimento de serviços destinados a diversas atividades econômicas e pessoas físicas, como operação remota de máquinas, operação de máquinas por outras máquinas, procedimentos em telemedicina e transmissão de vídeos em alta resolução.

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Escalada tecnológica

Na trajetória das tecnologias móveis de telefonia, cada geração voltou-se para uma determinada abordagem, quase sempre tendo em vista um usuário humano. A primeira geração oferecia cobertura de telefonia utilizando torres. Nessa época, os celulares funcionavam basicamente como rádios de comunicação em FM (algo como os folclóricos walkie talkies) e tinham de ser conectados a redes de telefonia fixa.

O 2G foi a primeira tecnologia a inserir a telefonia no campo das comunicações móveis, com modestas taxas de transmissão de dados, que não comportavam arquivos grandes e ainda podiam incluir opções de sons de chamada e mensagens de texto. O 3G propiciou ao usuário usar dados no celular como se fosse numa conexão de banda larga fixa em um computador. Surgiram nessa etapa ofertas pioneiras e criou-se o ambiente para o desenvolvimento de novos ramos da economia digital.

O 4G formatou o mundo em que nos comunicamos atualmente, ao aumentar a velocidade da transmissão de dados e facilitar as conexões em redes velozes na maior parte do tempo. Com isso, serviços que estavam limitados ao atendimento físico migraram para a esfera digital: da entrega de comida ao táxi. Os compartilhamento de vídeos em alta definição, mas principalmente as redes sociais, são os grandes destaques de aplicações dessa geração.

Conforme a Anatel, o 5G “trará mudanças mais profundas para aplicações industriais e de automação do que para usuários de smartphones”. Estes terão disponíveis taxas de transmissão média e de pico muito superiores ao 4G, mas a grande inovação é esperada para as aplicações industriais e comerciais, como os carros autônomos e os sensores, além de uma melhor cobertura em rodovias, o que deve favorecer especialmente o transporte de cargas.

É a chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), que deverá ser atendida de forma massiva, com grande cobertura e baixo consumo de bateria, levando a um novo patamar de comunicabilidade.

Devido ao seu padrão tecnológico, que inclui maior sustentação e um tempo de resposta superior, o 5G ainda promete fazer avançar serviços como a segurança pública, a educação à distância e as cidades inteligentes.

São esperados igualmente avanços como a maior densidade das conexões, isto é, o aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área; maior eficiência espectral, que é o aumento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético; e maior eficiência energética dos equipamentos, com redução do consumo de energia e, consequentemente, reflexos na sustentabilidade ambiental.

A tecnologia 5G implicará um salto adicional, já que é flexível e se adapta à aplicação utilizada. Uma de suas funcionalidades é o “fatiamento da rede” (network slicing). Vídeos de alta resolução (4K, por exemplo) podem pedir larguras de banda extremamente altas, enquanto carros autônomos e cirurgias assistidas demandam latências (tempo de resposta) extremamente baixas. Em vez de obrigar todas as aplicações aos mesmos parâmetros de rede, o fatiamento permite ao provedor isolar virtualmente os segmentos de rede necessários para atender às necessidades de uma aplicação, otimizando os resultados.

Inclusão digital

O acesso às vantagens do 5G, entretanto, só serão possíveis por meio de um aparelho compatível com a nova tecnologia. Os requisitos para a certificação de tais aparelhos para a rede 5G já foram aprovados pela Anatel. Assim, espera-se que haja o crescimento da oferta de modelos adequados. Segundo a Anatel, o primeiro smartphone homologado compatível com a tecnologia 5G no Brasil foi lançado no final de junho de 2020. Mas, sem as novas redes, os benefícios ainda são pequenos. Redes de 4G e 3G ajustadas não são mais do que simulacros do que o 5G poderá de fato oferecer. De qualquer forma, por um bom tempo, os celulares compatíveis com as gerações 2G, 3G e 4G continuarão funcionando.

Vida do cidadão
O que muda de imediato na vida do consumidor pessoa física◼ O foco, pelo menos inicial, do 5G é a digitalização das atividades econômicas, para tornar as operações de máquinas e equipamentos mais rápidas, eficientes e seguras. ◼ O consumidor pessoa física vai se beneficiar marginal e gradualmente desses avanços, na medida em que as operadoras oferecerem sinal de quinta geração nos seus planos, principalmente nas cidades maiores. Espera-se com isso uma internet mais firme e aumento, por exemplo, da velocidade e do tamanho dos downloads e uploads.
Já existem aparelhos celulares 5G?◼ Para ter acesso pleno aos benefícios do 5G, é necessário um aparelho compatível com a nova tecnologia. Os requisitos para a certificação de tais aparelhos para a rede 5G já foram aprovados pela Anatel, permitindo que a quantidade de modelos certificados venha aumentando. O primeiro smartphone homologado compatível com a tecnologia 5G no Brasil foi lançado no final de junho de 2020. Mas, ainda que o usuário adquira esse equipamento, para que os benefícios do 5G sejam desfrutados é necessária a implantação das redes por parte das prestadoras.

◼ As prestadoras do serviço móvel vêm anunciando o lançamento comercial do 5G por meio da técnica de compartilhamento (DSS – Dynamic Spectrum Sharing) das frequências em uso pelo 4G e pelo 3G. Dessa forma, as prestadoras já iniciaram a preparação das redes atuais para a evolução ao 5G, mesmo antes da oferta de frequências que vêm sendo dedicadas mundialmente à quinta geração. Mas, com esse tipo de compartilhamento, ainda não será possível usufruir plenamente das potencialidades do 5G.

◼ A consulta aos produtos certificados e homologados pela Anatel pode ser feita pelo Sistema de Certificação e Homologação (SCH). Ao acessar o SCH para pesquisar por aparelhos celulares homologados com a tecnologia 5G, escolha a opção “Telefone Móvel Celular” no filtro “Tipo de Produto”, e a opção “NR” no filtro “Tecnologia”. Os demais filtros podem ser utilizados para refinar a busca, como “Fabricante”, “Modelo” ou “Faixa de Frequências”.
Os aparelhos celulares compatíveis com as tecnologias 2G, 3G e 4G deixarão de funcionar?◼ Os telefones celulares com tecnologia 4G, 3G e 2G continuarão a funcionar. No curto prazo, não há expectativa de descontinuidade das tecnologias anteriores.
Fonte: Anatel

Apesar da garantia de sobrevida para tecnologias mais antigas, a implantação das redes móveis de quinta geração ainda não dissipou as dúvidas sobre o quanto ela fará avançar o acesso à telefonia móvel para os usuários que vivem em áreas remotas do Brasil. Uma série de questões relacionadas a esse tema foram colocadas por especialistas e senadores que participaram, no dia 28 de outubro, de uma audiência pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CCT).

Além de amplificar os alertas para os riscos que corre a inclusão digital no país, o encontro também teve o objetivo de coletar subsídios à avaliação da política pública de telefonia celular 5G — essa avaliação está a cargo da CCT. Até o final do ano, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) deve apresentar um relatório sobre a implantação dessas redes no Brasil.

Apesar de reconhecer a importância da nova tecnologia, Jean Paul observa que o assunto ainda é objeto de críticas e perguntas até agora sem respostas:

— Vai ser importante saber como ficará o cidadão comum lá do interior. Quando ele terá acesso a essa tecnologia? Como ele ficará servido das tecnologias que já estão ofertadas, mas com baixa qualidade? Quando e como essas tecnologias vão proporcionar maior bem-estar social e melhor qualidade de vida a esses cidadãos?

Para o senador Paulo Rocha (PT-PA), o que se insinua é o velho costume de transferir para a iniciativa privada serviços públicos essenciais, mas sem atrelar a exploração de áreas mais lucrativas a investimentos para o público de menor renda:

— Volta de novo a volúpia de governos nesse processo de discussão de privatização, especialmente em serviços públicos tão importantes. Estou aqui desde 1991 e participei de todo esse debate, principalmente na privatização das telecomunicações. As empresas vão exatamente em busca do filé. E o osso fica para quem? O serviço privado não deu conta de resolver os problemas dos rincões do país.

Na opinião de Alex Jucius, diretor da Associação NEO, que reúne 180 pequenas e médias prestadoras independentes de banda larga, TV por assinatura e telefonia fixa e móvel, a execução dos compromissos vai acelerar a inclusão digital. Segundo ele, mais de 500 municípios com até 600 habitantes e cerca de 2 mil municípios sem cobertura plena passariam a ser atendidos pelo menos com redes 4G. Além disso, a internet chegaria a 48 mil quilômetros de rodovias federais:

— A inclusão digital não necessariamente vai ser feita com o 5G. Mas pode ser feita por meio do 5G, com os investimentos decorrentes e os compromissos que estão sendo colocados. A implantação da tecnologia 4G e LTE vai ser levada para lugares que hoje não estão cobertos. O 5G vai talvez promover a maior inclusão digital que já houve neste país com relação à mobilidade.

Cristiane Sanches, conselheira da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), acredita que o edital do leilão vai equilibrar o atendimento às capitais e ao interior:

— O edital permite que a gente tenha acesso a redes neutras. O futuro do espectro é o compartilhamento. Se não tivermos esse compartilhamento e um acesso diferenciado à rede móvel, nada vai funcionar e o interior vai restar prejudicado. Ainda existem lacunas em relação a localidades remotas e afastadas, e não é o 5G, nesse momento inicial da operação, que vai resolver isso.

Essa é também a previsão do diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Gustavo Correa:

— O Fórum Econômico Mundial reconhece que o 5G tem uma curva de adoção que começa pelas grandes cidades, por áreas mais urbanas. À medida que o tempo passa, a gente vai conseguindo ter essa cobertura fora dos grandes centros e até mesmo em áreas rurais e remotas. O investimento nas redes 5G, para que elas cheguem a áreas menos densamente povoadas, é maior, o que leva a um prazo de adoção maior.

A Coalizão Direitos na Rede, que reúne 48 associações que defendem o direito à comunicação e à inclusão digital, é bem crítica em relação ao edital da Anatel. Flávia Lefevre, representante da entidade, mencionou na audiência no Senado o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou falhas na elaboração do documento:

— A pergunta é: 5G para quem? As entidades reconhecem nessa tecnologia grandes oportunidades de alavancar diversos setores da economia e estimular o desenvolvimento social. Mas o Brasil se encontra hoje num fosso digital profundo e injustificável.

Um dos “erros grosseiros” do edital seria considerar como economicamente inviáveis para o 5G uma série de municípios grandes, populosos e, em alguns casos, de alto poder aquisitivo.

Diogo Moyses, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), teme que parcela importante dos consumidores brasileiros possa ser prejudicada pelo modelo de leilão do próximo dia 4.

— O consumidor, especialmente aquele mais vulnerável e que mais precisa de políticas públicas, está sendo desconsiderado nesse processo. Evidente que o 5G traz uma série de inovações. Mas a situação em relação à universalização do acesso à internet ainda é dramática. Aproximadamente 40% da população tem acesso à internet exclusivamente pela telefonia móvel. É um modelo comercial baseado em franquias, no qual boa parte dos usuários passa a maior parte do mês sem qualquer acesso à internet. O foco deve ser uma melhoria radical da infraestrutura do 4G — sugeriu.

Cronograma inicial do 5G
O uso da subfaixa de radiofrequências de 3.300 MHz a 3.700 MHz só poderá ser iniciado:
a partir de
30 de junho de 2022
◼ por municípios que sejam capitais de estados e o Distrito Federal
a partir de
1º de janeiro de 2023
◼ por municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes
a partir de
30 de junho de 2023
◼ por municípios com população igual ou superior a 200 mil habitantes e em pelo menos 25% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes
a partir de
30 de junho de 2024
◼ por municípios com população igual ou superior a 100 mil habitantes e em pelo menos 50% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes
a partir de
30 de junho de 2025
◼ por pelo menos 75% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes
a partir de
1º de janeiro de 2026
pelos demais municípios
Fonte: Edital Anatel 1/2021

Fonte/Texto: Agência Senado/Nelson Oliveira
Imagem: Rawpixel

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CPS abre inscrições para cursos gratuitos de 5G e outras tecnologias

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Por meio do programa Minha Chance, são oferecidas 3 mil vagas em cursos sobre 5G, computação em nuvem e inteligência artificial

Estão abertas as inscrições para 3 mil vagas em cursos online gratuitos de qualificação em tecnologia 5G, computação em nuvem e inteligência artificial (IA), oferecidos pelo Centro Paula Souza (CPS) em parceria com a Huawei e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo (SDE), por intermédio do programa Minha Chance.

A iniciativa pretende preparar profissionais capacitados em soluções digitais para o mundo do trabalho. Os interessados em participar do teste de seleção online devem fazer a inscrição até 7 de novembro pelo site fundacaofat.org.br.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (28) durante uma live, com as presenças da secretária-executiva da SDE, Marina Bragante; do subsecretário de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante da pasta, Daniel Barros; do coordenador do programa Minha Chance no CPS, Antonio Celso Duarte; do vice-presidente de Relações Governamentais da Huawei Brasil, Atilio Rulli; do diretor de Relações Públicas e Governamentais da empresa, Bruno Zitnick; e do diretor-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), César Silva. A transmissão está disponível no Youtube.

Cada uma das três capacitações terá duração de 64 horas. As aulas serão ministradas ao vivo em plataforma virtual por professores do CPS e especialistas de mercado. Além do conteúdo específico, os participantes terão a oportunidade de aprender conceitos de inglês instrumental e desenvolver habilidades socioemocionais e comportamentais, como liderança, comunicação, resolução de conflitos, empreendedorismo, entre outras. As atividades dos cursos estão programadas para começar no dia 16 de novembro e seguem até dezembro.

A seleção ocorrerá por meio de um teste online, com questões relacionadas a lógica e conceitos de computação. Podem participar alunos de Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais, bem como pessoas da comunidade em geral, maiores de 18 anos. Ao término das capacitações, os melhores participantes receberão, gratuitamente, vouchers para exames de certificação, com reconhecimento internacional.

Saiba mais sobre os cursos:

5G Huawei – Minha Chance – Voltado a quem tem interesse em atuar como protagonista na revolução das redes móveis com a conexão 5G, o conteúdo aborda arquitetura e segurança de rede, principais tecnologias, aplicações de serviço básico e soluções inovadoras para a indústria. Vagas: 2 mil

Cloud Huawei – Minha Chance – Apresenta assuntos voltados à gestão dos serviços de computação em nuvem e seus recursos tecnológicos, incluindo temas como arquitetura Cloud, infraestrutura, armazenamento, gerenciamento de acesso, identidade e banco de dados. Vagas: 500

Inteligência Artificial Huawei  Minha Chance – Trata das tecnologias de inteligência artificial e dos algoritmos de aprendizado profundo, bem como dos campos de aplicação e das principais estruturas de desenvolvimento de IA, com foco nas características dos produtos da empresa. Vagas: 500

Minha Chance

O programa Minha Chance é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da SDE e do CPS, que visa capacitar estudantes de Etecs e Fatecs, além da comunidade em geral, em colaboração com a iniciativa privada. O objetivo é estimular a geração de emprego e renda.

Os cursos são elaborados em parceria com empresas que têm a vantagem de direcionar as vagas a profissionais com boa formação. As organizações interessadas podem fazer o cadastro pelo site minhachance.sp.gov.br.

Fonte/Texto: Portal Governo SP
Imagem: Divulgação – Portal CPS

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Barueri lança Portal de Atendimento que vai desburocratizar serviços à população

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A Prefeitura de Barueri, por meio do Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), acaba de lançar mais um canal de serviço digital para o cidadão: o Portal de Atendimento. Nele, o munícipe terá acesso aos principais serviços oficiais da Prefeitura. O objetivo é facilitar e agilizar a tramitação de processos, pois dispensa o comparecimento nos balcões de atendimento, além de eliminar o uso de papel, seguindo o programa Barueri Sem Papel, lançado no começo deste ano. Tudo pode ser feito on-line, no conforto de casa.

A pessoa física ou jurídica que desejar solicitar algum serviço que precise apresentar documentos, como laudos técnicos, documentos com foto, comprovantes de endereço, cópias de apólices, entre outros, terá a possibilidade de anexá-los na plataforma.

O grande diferencial do Portal de Atendimento é que ele oferece mais transparência para o cidadão, já que o sistema dispõe de recursos de notificações. O usuário da plataforma terá acesso ao andamento do processo e será notificado por e-mail se houver alguma pendência, como a falta de alguma documentação no anexo, por exemplo.

Serviços disponíveis
Estão disponíveis serviços como: solicitação de base móvel ambiental e ou serviço de Parecer Bem-estar Animal; conversão de multa de trânsito em advertência, indicação do condutor responsável por multa de trânsito em advertência, perfil profissiográfico previdenciário (este para ex-servidor); equipamentos BIPAC, CPAP, concentrador de oxigenoterapia, aspirador e/ou cama hospitalar para munícipe que precise fazer constante uso desses equipamentos; e agendamento da Sala Verde.

Para utilizar a nova plataforma digital é necessário criar um usuário pelo Portal de Atendimento. Para acessar, clique aqui.

Passo a passo
Na página inicial, no canto esquerdo da tela, basta clicar no ícone Cadastro de Usuário. Um campo deverá ser preenchido com CPF; em seguida, o sistema pedirá o preenchimento dos dados pessoais, como nome, endereço, e-mail, telefone e cadastro de uma senha.

No rodapé da página é preciso habilitar a função CAPTCHA – Não sou um robô -, e aceitar e o Termo de Condições de Uso e Política de Privacidade.

Por motivos de segurança, um link de confirmação será enviado por e-mail; basta clicar para que o seu cadastro seja validado com sucesso. Pronto! Já pode navegar no Portal de Atendimento no campo “Buscas de Serviços”.

Lembrando que todos os serviços realizados nos balcões de atendimento (presencial) continuam, e que o Portal de Atendimento é mais uma opção de serviço digital que a Prefeitura dispõe, somando a outras plataformas, como o Portal da Saúde, o Cadastro do Cidadão, o Portal Pet, o App Barueri, o App Alô Barueri, dentre outros.

Fonte/Texto: SECOM – Barueri
Imagem: SECOM – Barueri/Fotografo não identificado

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