A sociedade atual se caracteriza pela cultura do individualismo, do ódio, da exclusão social, da agressividade cotidiana, da sensação de insegurança, da falência das instituições. Uma sociedade onde os meios justificam os fins e os valores morais e éticos cedem espaços ao monetário. O que vale é ter dinheiro. Talvez, se possa argumentar que desde que o mundo é mundo isto sempre foi assim. Concordo. Porém hoje existe um agravante: a comunicação digital, ela amplifica em escala exponencial as atitudes da sociedade.
Parece claro que há uma tendência a um isolacionismo, cada um se fechar em seu mundo particular. E isto é péssimo. O ser humano é um ser gregário, precisa dos outros para viver e conviver. Precisa trocar ideias e experiências, angústias e alegrias, êxitos e fracassos, precisa ouvir e ser ouvido. É a essência da humanidade, precisamos uns dos outros, em um intercâmbio de opiniões, ajuda, amor, carinho, compaixão, enfim solidariedade.
A proposta para uma sociedade mais humanizada, passa pela prática da solidariedade como uma atitude de vida. Devemos e necessitamos ser solidários em nosso dia a dia. Solidariedade significa, por exemplo, dar atenção aos filhos, não apenas dar conforto material, mas proporcionar a eles uma estabilidade emocional. Perguntar e ajudar nas tarefas escolares, informar que a internet pode ser muito boa, mas também é perigosa. Os filhos e filhas devem ter a liberdade para falar qualquer assunto com o pai ou mãe.
A solidariedade, também, deve extrapolar os limites do lar. Precisamos nos preocupar com quem mais precisa, com os idosos, ou com quem necessita de cuidados especiais. Além das pessoas, devemos ser solidários com a natureza, fauna e flora. Nossa casa comum, o planeta Terra, está pedindo ajuda, está dando sinais de doença. Uma boa prática é não desperdiçar alimentos, não apenas por economia, mas porque os recursos naturais estão se esgotando.
Pode parecer utópico em uma sociedade que tem uma cultura de agressividade, de radicalização, de antagonismo, pregar a solidariedade e a boa vontade com quem quer que seja. Porém, creio que é mais agradável, além de mais barato nos ajudarmos mutuamente do que devotar a vida na luta constante contra “inimigos” imagináveis. Um simples cumprimento afetuoso, pode fazer uma enorme diferença para alguém.
Um excelente dia a todos e todas.

Celso Tracco é economista, mestre em Teologia Sistemática, escritor, consultor e palestrante. Com ampla experiência como executivo em empresas nacionais e internacionais, é especialista em marketing, vendas e comportamento humano. Atuou como professor universitário e tem três livros publicados. Em sua coluna, abordará temas como política, economia e sociedade.