Conta de luz: 25% das famílias mais pobres sacrificam alimentação para pagar energia

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Pesquisa realizada pelo Instituto Pólis revelou que 25% dos brasileiros mais pobres deixam de comprar comida para pagar a conta de luz. Além disso, 53% das famílias que possuem renda familiar de até um salário mínimo afirmam que a energia consome metade do orçamento.

Maria Luiz Soares vive essa realidade. Sobrevivendo de Bolsa Família e de alguns bicos, ela encontra dificuldade em pagar as contas de água, gás e alimentação. A conta de luz está atrasada.

“Ou a gente come, ou paga a conta de luz. Não tem outra forma. E quando apaga a luz aqui, é terrível. Nós não enxergamos nada”, conta.

O peso da conta de luz no orçamento é maior entre as pessoas negras. Ao todo, 68% estão com a conta de atrasada. A taxa de inadimplência cai para 31% entre os brancos.

Também existem diferenças regionais. As famílias do Norte e Nordeste são as que mais têm a renda comprometida com gastos energéticos. São 65% dos nortistas e 52% dos nordestinos.

“Existem alguns projetos de lei tramitando no Congresso. Um deles propõe a isenção do pagamento da tarifa de uso da distribuição para as famílias do CAD único, que são as de baixa renda. Portanto, elas não pagariam a tarifa de distribuição, apenas a energia que consomem. Pelos nossos cálculos, isso poderia gerar uma economia de 50% a 59% na conta de luz das famílias mais pobres”, explica Henrique Frota, diretor-executivo do Instituto Pólis.

Além disso, 57% dos entrevistados afirmaram que a tarifa social é insuficiente para reduzir o peso da energia no orçamento. No país, 16 milhões de moradias possuem o benefício que oferece descontos na conta. O subsídio é bancado por quem paga a conta.

“Um ponto importante para se pensar é que, na previsão da Reforma Tributária que está em regulamentação, há a possibilidade de devolver 50% desse recurso para as famílias mais pobres. Então, isso sendo regulamentado, é uma possibilidade de reduzir a pressão desse gasto na renda”, afirma Ursula Peres, professora de gestão de políticas públicas da USP.

Leia também: 109ª Festa de Santo Antônio do Suru acontece no próximo domingo (9) em Santana de Parnaíba; Confira a programação


Fonte: TV Cultura – Foto: Rovena Rosa/Ag. Brasil

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Preços de refeições em restaurantes sobem 40,84%, mostra Procon-SP

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A 9ª edição da pesquisa de preços feita em fevereiro pelo Procon-SP em restaurantes da cidade de São Paulo mostra que o aumento no preço médio da refeição self-service por quilo foi significativo: 40,84% desde janeiro de 2020 – o INPC-IBGE do mesmo período acumulou 29,38%.

Já de fevereiro do ano passado para fevereiro deste ano, a variação para este tipo de refeição foi de 7,64%. E o preço médio constatado nos estabelecimentos que participaram do levantamento foi de R$ 80,32.

A iniciativa, realizada em parceria com Dieese, coletou os preços médios praticados para os tipos de refeições mais demandados pelos consumidores: self-service por quilo, self-service preço fixo, prato executivo de frango e prato do dia (ou prato feito).

Veja o relatório completo com os preços médios de cada tipo de refeição, as comparações com as edições anteriores, a distribuição da amostra pelas regiões da cidade, a metodologia da pesquisa e outras informações https://www.procon.sp.gov.br/wp-z/uploads/2024/04/Relatorio-fev2024.pdf

Prato feito ou prato do dia

Em um ano, o preço médio do prato feito (ou prato do dia) teve um aumento de 7,98%; variação maior que o INPC-IBGE, que foi de 4,66%.

Em fevereiro do ano passado, o valor deste tipo de refeição era de R$ 27,31 e passou para R$ 29,49 em fevereiro deste ano.

Preço médio por tipo de refeição e cobrança

Dentre os 350 estabelecimentos que compõem a amostra, alguns praticam somente uma das formas de comercialização – self-service por quilo, selfservice preço fixo, prato executivo de frango e prato do dia (ou prato feito) – mas outros praticam diferentes formas, tanto no sistema de oferta quanto na cobrança das refeições que disponibiliza.

Deste total, 171 restaurantes servem no sistema buffet self-service cobrando por quilo, com preço médio de R$ 77,16; 70 servem no sistema buffet selfservice com cobrança a preço fixo, com preço médio de R$ 54,97; 177 oferecem pratos do dia / prato feito a um preço médio de R$ 30,47 e 174
oferecem prato executivo de frango ao preço médio de R$ 38,05.

Sobre a pesquisa

Realizada desde janeiro de 2020 pela equipe de pesquisas do Procon-SP em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o levantamento tem como finalidade conhecer o acompanhar os preços das refeições em restaurantes da Capital e dar ao consumidor paulista informações que o ajudem a organizar o seu orçamento.

As outras edições foram realizadas em janeiro de 2020, outubro de 2021, fevereiro, junho e outubro de 2022, fevereiro, junho e outubro de 2023. A cada edição constatou-se a necessidade de substituição de alguns estabelecimentos, considerando que alguns encerraram suas atividades ou
mudaram a forma de comercialização de suas refeições.

Todas as pesquisas partiram da mesma base definida como representativa das cinco regiões do município de São Paulo – zonas Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro – e totalizaram 350 estabelecimentos.

Dicas ao consumidor

Os estabelecimentos que oferecem refeições na modalidade por quilo não podem: informar o preço apenas ao equivalente a 100g; deixar de informar o valor da tara (peso do prato); veicular informação que não corresponda ao valor mostrado na balança.

O pagamento da gorjeta não é obrigatório, é uma opção do consumidor e o estabelecimento deve informar claramente o valor e que seu pagamento é opcional. Não pode ser apresentada essa taxa se não houve a efetiva prestação de serviço.

A aceitação do vale-refeição como forma de pagamento não é obrigatória. No entanto, se houver adesivos ou outra forma de comunicação sugerindo sua aceitação, não pode ser recusado. Sua aceitação não pode estar condicionada ao valor consumido, nem ficar restrita a determinado dia, data ou horário.

Não pode ser cobrada taxa de desperdício do consumidor que deixar sobras de refeição em seu prato.

É proibido veicular promoção informando apenas que é por tempo limitado, sem apresentar a data de seu término.

Leia também: Saque-aniversário do FGTS é liberado para trabalhadores que nasceram no mês de abril


Fonte: Governo de SP

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Pandemia eleva consumo de ultraprocessados no Brasil, revela pesquisa

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A pandemia de covid-19 teve impacto negativo na alimentação da população brasileira, com aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, indica estudo que envolveu pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os dados foram coletados pelo Instituto Datafolha, numa parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, nos anos de 2019, 2020 e 2021, com amostras representativas da população adulta. 

O trabalho mostra impactos diferentes de acordo com os estágios da pandemia e também mudanças alimentares resultantes da piora da condição financeira.

Nos primeiros anos do levantamento, houve aumento significativo no consumo de cereais, leite, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados e molhos industrializados, em contraponto à diminuição do consumo de ovos.

Consumo de frutas cai

Na comparação entre 2019 e 2021 e entre 2020 e 2021, houve diminuição significativa no consumo de cereais, hortaliças, frutas e sucos de fruta industrializados e alta no consumo de refrigerante, biscoito doce, recheado ou bolinho de pacote, embutidos, molhos e refeições prontas. 

A nutricionista Giovanna Andrade, integrante do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), indica que a alimentação em casa favoreceu nos primeiros anos da pandemia. “Teve gente que começou a comer mais frutas, mais hortaliças, apesar de termos visto também um aumento um pouco de algumas categorias de alimentos ultraprocessados”, explica a pesquisadora, que aponta um movimento similar em todo o mundo.

O estudo destaca, também, que a elevação do consumo de ultraprocessados já é um fenômeno reportado no Brasil, mas a pandemia acelerou esse processo. 

Durante a pesquisa, foi perguntado quais alimentos foram consumidos no dia anterior à pesquisa. Os dados mostram, por exemplo, que o consumo de refrigerante foi citado por 33,2% em 2019, por 32,7% no ano seguinte e chegou a 42,4% em 2021.

O item mais mencionado, entre os ultraprocessados, envolve margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados. Em 2019, metade dos participantes disse ter consumido um desses itens no dia anterior ao levantamento. Em 2021, foram 58,6%.

Em relação à percepção de consumo, o estudo mostra que 46% dos entrevistados – quando questionados sobre as principais mudanças na compra e preparo das refeições – relataram consumir mais alimentos preparados em casa durante a pandemia. Em relação a mudanças nos hábitos alimentares, 48,6% dos entrevistados disseram que alteraram os hábitos na alimentação durante a covid-19. Os principais motivos para tais mudanças foram maior preocupação com a saúde (39,1%) e autorrelato de diminuição da renda familiar (30,2%).

A maioria das pessoas que revelaram diminuição da renda familiar como principal causa da mudança alimentar na pandemia relataram redução no consumo de alimentos in natura e minimamente processados, como carne bovina e suína, peixe, frutas e leite.

Por outro lado, o mesmo grupo revelou consumo de todos alimentos ultraprocessados. “Esse resultado sugere dificuldade de acesso a alimentos por uma parcela importante da população”, diz o texto do estudo.

“É muito grave. Pior do que as pessoas não comerem ultraprocessado é elas não comerem nada, mas não dá para elas voltarem a comer só ultraprocessados, porque a gente vai ver o aumento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão e câncer. Os governos têm que atuar no sentido de garantir uma alimentação adequada, não é só comida, é uma alimentação adequada”, defende Giovanna.

Consequências

“Primeiro, foi a pandemia que afetou a alimentação e a alimentação, daqui a uns quatro, cinco anos, vai afetar a saúde. A gente viu que houve uma mudança e que, no geral, não foi positiva. Ainda virão mais mudanças e mais reflexos disso”, alerta a especialista.

A pesquisa pondera que – devido ao curto período entre as coletas de dados – as alterações foram pequenas, mas “estatisticamente significativas” e preocupam, pois “o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido associado a um declínio no perfil nutricional da dieta”, aponta artigo publicado nesta quarta-feira (6) na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP.

A nutricionista explica, também, que os ultraprocessados são alimentos prontos para consumo, que já vêm embalados, são hiper palatáveis e cheios de aditivos alimentares.

“Vários estudos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, mostram o quanto prejudiciais esses alimentos são para a saúde e também indicam o impacto ambiental do consumo desses alimentos. O ideal é a gente fugir deles”, aconselha Giovanna.

A pesquisa aponta que, no contexto da pandemia, o marketing desses alimentos “tirou proveito” por serem menos perecíveis e poderiam contribuir, portanto, com o distanciamento social.

O Guia Alimentar da População Brasileira sugere uma dieta baseada em alimentos in natura e minimamente processados. “É comida de verdade: arroz, feijão, fruta, hortaliça, procurando sempre uma variedade muito grande”, indica a pesquisadora. Ultraprocessados são associados a diferentes tipos de câncer, obesidade, síndrome metabólica e diabetes.

Leia também: Governo de SP encerra Operação Escudo, que resultou em 28 mortes


Fonte: Agência Brasil

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Cesta de famílias com renda mais baixa tem queda de preços em julho 

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de compras de famílias com renda até cinco salários mínimos, registrou deflação (queda de preços) de 0,09% em julho deste ano. A taxa é próxima à deflação de 0,10% do mês anterior. Em julho do ano passado, a queda havia sido mais acentuada (-0,60%).

Com o resultado, o INPC acumula taxas de inflação de 2,59% no ano e de 3,53% em 12 meses.

As taxas de julho do INPC são mais baixas do que aquelas registradas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial e a variação da cesta de compras para todas as faixas de renda.

O IPCA registrou taxas de inflação de 0,12% em julho, 2,99% no ano e 3,99% em 12 meses.

Em julho, os produtos alimentícios medidos pelo INPC tiveram deflação de 0,59%, enquanto os não alimentícios apresentaram alta de preços de 0,07%.

Leia também: Barueri terá novo acesso à Castello e desvios no km 26 para obras de ampliação na rodovia


Fonte: Ag. Brasil

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Procon-SP: self-service teve alta de 23% desde janeiro de 2020

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O preço das refeições servidas no sistema self-service por quilo teve alta de 23,76% de janeiro de 2020 a junho deste ano. Os dados são de um levantamento da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), divulgado hoje (21). O valor médio passou de R$ 57,12 para R$ 70,69.

A pesquisa consultou 350 restaurantes nas cinco regiões da cidade de São Paulo. De acordo com a fundação, a ideia é conhecer e acompanhar os efeitos da pandemia de covid-19 no setor. Foram feitas outras três sondagens anteriores, em janeiro de 2020, outubro de 2021 e fevereiro de 2022.

Além da opção por quilo, a apuração inclui também o preço médio de refeições self-services com preço fixo, executivo de frango e prato do dia (ou prato feito). Ao longo da pesquisa, a cada coleta, foram substituídos estabelecimentos que encerraram suas atividades.

Para o Procon-SP, isso reflete os efeitos da pandemia. Os pesquisadores também encontraram pontos de venda que mudaram os itens comercializados, passando a vender comida congelada ou marmitas fit.

Na pesquisa de outubro de 2021, 148 estabelecimentos foram substituídos para manter a amostra equivalente. Em fevereiro de 2022, foram substituídos 17 e, em junho, 21.

O levantamento foi feito pelo Núcleo de Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor, em colaboração com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Números

Nesta apuração, 186 restaurantes oferecem refeições no sistema self-service por quilo, com preço médio de R$ 68,22; 69 estabelecimentos servem no sistema self-service a preço fixo, com preço médio de R$ 39,07; 183 oferecem pratos do dia, também conhecido como prato feito, a R$ 27,77, em média; e 101 locais de venda oferecem pratos executivos de frango ao preço médio de R$ 33,23.

Os pesquisadores aplicaram uma comparação relativa ao preço médio das refeições self-service por quilo, mas considerando apenas os restaurantes que se repetiram em todos os levantamentos. A amostra neste caso, portanto, tem 112 estabelecimentos.

Foram verificadas as seguintes variações: alta de 7,5% de fevereiro para junho de 2022 (o valor médio era de R$ 65,76 e passou para R$ 70,69) e alta de 10,14% de outubro de 2021 para junho de 2022 (era R$ 64,18 e passou para R$ 70,69).

Em relação a janeiro de 2020, a diferença é de 23,76%, passando de R$ 57,12 para R$ 70,69. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período acumulou alta de 22,68%.

Orientações

O Procon-SP orienta que o consumidor avalie o preço aliado à qualidade da refeição oferecida e observe sempre os seus direitos.

No caso das refeições por quilo, por exemplo, os restaurantes não podem informar apenas o preço relativo a 100g ou deixar de informar o peso do prato. Além disso, o preço da balança deve corresponder ao valor divulgado.

Os restaurantes não são obrigados a aceitar o pagamento por vale-refeição, mas se constar o adesivo de determinada bandeira ou outra informação sugerindo a aceitação, ele não poderá ser recusado.

O estabelecimento também não pode cobrar taxa de desperdício do consumidor que deixar sobras de refeição em seu prato.

A gorjeta não é obrigatória e o local deve informar que o pagamento é opcional, além de informar o valor sugerido.

Sempre que um local veicular uma promoção por tempo limitado, deve ser apresentada a data de término do benefício.

Leia também:


Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – Foto: Antônio Cruz/Ag. Brasil

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Consumo de ultraprocessados aumenta o risco de obesidade em jovens

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O consumo de alimentos ultraprocessados pode aumentar em 45% o risco de obesidade para adolescentes, segundo estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo e publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.

A pesquisa apontou ainda que uma alimentação com alto consumo desse tipo de produto aumenta em 52% o risco de acúmulo de gordura abdominal e em 63% a chance para gordura visceral, entre os órgãos internos.

O trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Participaram do estudo 3.580 adolescentes com idade entre 12 e 19 anos nos Estados Unidos. As entrevistas e exames foram conduzidos entre 2011 e 2016. Os jovens foram entrevistados de forma qualitativa, em um método que relembra toda a alimentação da pessoa nas últimas 24 horas.

Daniela Neri, uma das responsáveis pelo estudo, disse que foram feitas duas entrevistas com cada adolescente, em geral, sendo uma em um dia útil e outra no fim de semana. Dessa forma, de acordo com a pesquisadora, é possível ter um panorama da alimentação no cotidiano do jovem. “Um entrevistador treinado pergunta tudo o que ele consumiu nas últimas 24 horas por refeição, como foi preparado, horário consumido. É um dos métodos com menor erro para avaliar consumo”, explicou.

Os adolescentes passaram também por exames que mediram a massa corporal e o acúmulo de gordura no abdome e nos órgãos internos. Daniela Neri enfatiza que a gordura visceral aumenta o risco para diversas doenças.

A partir dos dados coletados, os jovens foram distribuídos entre três grupos, dos que menos consumiam os ultraprocessados aos que mais tinham esses alimentos na dieta. “A gente conseguiu observar que a partir do aumento do consumo desse alimentos no peso da dieta, havia maior risco de obesidade”, disse a pesquisadora.

Gordura e açúcar

Daniela Neri disse que os alimentos ultraprocessados têm muito pouco conteúdo nutricional, mas são mais atrativos, especialmente para crianças, por terem sabores, cores e texturas feitos para agradar. “São formulações de substâncias obtidas a partir do fracionamento de alimentos frescos”, disse dando como referência produtos como refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo, salgadinhos e alimentos congelados.

Apesar do uso de alimentos frescos na produção, a pesquisadora alerta que o resultado final são produtos muito calóricos e com quantidades altas de sal, gorduras e açúcar. “Muito pouco do alimento fresco fica nessas formulações. Elas incluem açúcar, óleos e gorduras também. São acrescidos de muitas substâncias que são de uso exclusivo industrial, como concentrados de proteína, gordura hidrogenada e amidos modificados”, disse.

Para os jovens, os efeitos de um alto consumo desse tipo de produto são, segundo a pesquisadora, ainda maiores do que em adultos. “É uma fase de crescimento, desenvolvimento da criança. Então, o impacto é muito grande”.


Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil – Foto: Rovena Rosa

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Com base no valor da cesta básica, salário mínimo deveria ser R$ 5.997,14 no Brasil

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O valor da cesta básica aumentou em 16 capitais em janeiro deste ano. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), analisou 17 capitais. Brasília  (6,36%),  Aracaju  (6,23%),  João  Pessoa  (5,45%), Fortaleza  (4,89%)  e  Goiânia  (4,63%) tiveram as altas mais expressivas na variação mensal.

São Paulo, por sua vez, tem a cesta mais cara: R$ 713,86. Em seguida estão as cidades de Florianópolis (R$ 695,59),  Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673). Entre as cidades do Norte e Nordeste, que tem uma composição da cesta diferente, o custo mais barato foi observado em Aracaju, cujo valor ficou em R$ 507,82; João pessoa, R$ 538,65; e Salvador, 540,01.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as maiores altas acumuladas foram registradas em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).  

Peso no orçamento

A partir desse levantamento, o Dieese calcula quanto deveria ser o salário mínimo para a manutenção de uma família de quatro pessoas com base no custo da cesta mais cara. Em janeiro de 2022, o valor deveria ser de R$ 5.997,14, o que equivale a 4,95 vezes o valor do mínimo de R$ 1.212.

O departamento também calcula o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica. Em janeiro de 2022, a jornada foi 112 horas e 20 minutos. No mês anterior, o tempo necessário era de 119 horas e 53 minutos.

Alimentos

Entre os destaques no levantamento deste mês, o preço do quilo do café em pó subiu em todas as capitais analisadas na comparação com dezembro. Segundo o Dieese, “a expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos”.  

O açúcar também ficou em destaque, com o valor do quilo mais alto em 15 capitais. Em Brasília, o custo do produto ficou 4,66% mais alto. Apenas Florianópolis e Porto Alegre tiveram queda, de 1,09% e 0,22%, respectivamente. A entressafra é a justificativa para o aumento dos preços.

O óleo de soja ficou mais caro em 15 capitais, apenas Vitória e Aracaju tiveram baixa no preço. Em Belém, que teve a maior variação, o custo do alimento aumentou 5,99%. O Dieese aponta que o clima pode afetar a soja no Brasil e que também há muita procura externa pelo grão e pelo óleo bruto.

A boa notícia ficou por conta da redução do preço do arroz agulhinha e do feijão. O preço do arroz recuou em 16 das 17 capitais pesquisadas. Em Vitória, no Espírito Santo, a queda alcançou 9,87%. No caso do feijão, o custo ficou mais barato em 12 capitais. “Para o tipo  carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São  Paulo, as  retrações oscilaram entre -8,44%,  na capital mineira, e -0,29%, em Aracaju”, diz a nota do Dieese.


Fonte/texto: Agência Brasil/Camila Maciel – Imagem: Rawpixel

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Em 2030, 68% dos brasileiros poderão estar com excesso de peso

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O ano de 2030 parece estar longe, mas uma projeção com dados alarmantes mostram como poderão estar os brasileiros daqui a oito anos: a prevalência de excesso de peso pode chegar a 68%, ou seja, sete em cada 10 pessoas, e a de obesidade a 26%, ou uma a cada quatro.

Os dados levantados são do estudo A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS, realizado por uma equipe formada por 17 pesquisadores de diversas universidades do Brasil e uma do Chile. Os resultados do estudo podem ser acessados no por meio de endereço eletrônico.

O estudo, que foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mostra que, no Brasil, a prevalência do excesso de peso aumentou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019. Já a obesidade saltou de 11,8% para 20,3% no mesmo período.

Os dados revelam que o risco associado de diversas Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) é o mais preocupante e pode levar a consequências impactantes para o Sistema Único de Saúde (SUS). O acúmulo excessivo de gordura corporal está associado com o aumento no risco de mais de 30 DCNT, em maior ou menor grau.

As DCNT são causadas por diversos fatores de risco, podem ficar um longo período ocultas e afetam pessoas por muitos anos, podendo resultar em incapacidades funcionais. As doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, as neoplasias (cânceres) e a diabetes mellitus são exemplos de DCNT.

Na opinião do coordenador do estudo, professor e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Leandro Rezende, as causas populacionais podem ser o motivo para incentivar  o controle do sobrepeso e da obesidade.

“O excesso de peso e obesidade vêm aumentando no mundo não por causas individuais, as causas populacionais da obesidade que vêm mudando. A gente define como causa populacional um conjunto de mudanças especialmente no sistema alimentar que foram ocorrendo a partir da década de 1970, 1980 e que notavelmente a partir de mudanças da legislação, mudanças nas leis agrícolas, mudanças na legislação quanto ao marketing e ao processamento dos alimentos. São essas questões que foram mudando e que tornaram o problema do excesso de peso e obesidade em uma epidemia”.

As causas do excesso de peso e da obesidade devem ser combatidas no âmbito populacional ao invés do âmbito individual, para que sejam pensadas em estratégias de prevenção mais assertivas, ressaltou o professor.

“Continuar focando no problema do excesso de peso e de obesidade, assim como para outros fatores de risco, como por exemplo, o tabagismo. Olhamos para o tabagismo como fenômenos populacionais e propomos estratégias de prevenção. Conseguimos sair de uma prevalência de 30%, 40% de tabagistas no Brasil para hoje menos de 10% . Notavelmente por conta das políticas públicas que foram feitas para que pudessem combater o cigarro como fenômeno populacional e não como escolha individual [como falta de vontade das pessoas pararem de fumar]”.

Políticas públicas

Uma das estratégias sugeridas no estudo são a adoção de  políticas públicas e de ações voltadas à redução do consumo de alimentos ultraprocessados. A tributação desses tipos de alimentos, informação nutricional mais clara e simples no rótulo, restrição para marketing e publicidade desses produtos são exemplos dessas ações de âmbitos social e coletivo.

Um exemplo é a campanha Tributo Saudável, que tem como causa aumentar o tributo de bebidas açucaradas para desestimular o consumo, ao mesmo tempo que traz impactos positivos para a economia.

No Plano de Ações Estratégicas para enfrentamento das DCNT no Brasil (2021-2030), o Ministério da Saúde estipulou a meta de deter o crescimento da obesidade em adultos no país até 2030.

Imagem: Arte/Agência Brasil

Custo e sobrecarga no SUS

Estar com sobrepeso e obesidade não custa caro somente para a saúde do indivíduo, também para a saúde coletiva. O custo e a sobrecarga para o SUS também aumentou: somente em 2019 o gasto direto com DCNTs no país atingiu R$ 6,8 bilhões. O grupo de pesquisadores do estudo estimou que 22% desse valor (R$ 1,5 bilhão) podem ser atribuídos ao excesso de peso e à obesidade, com custos um pouco mais elevados em mulheres (R$ 762 milhões) do que nos homens (R$ 730 milhões).

O levantamento mostrou que, além dos custos, foram 128,71 mil mortes, 495,99 mil hospitalizações e 31,72 milhões procedimentos ambulatoriais realizados pelo SUS, atribuíveis ao excesso de peso e obesidade.

Guia Alimentar

Na visão dos pesquisadores, o Guia Alimentar para a População Brasileira também constitui uma das estratégias para implementação da diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável que integra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).

Os guias alimentares contribuem para a melhora dos padrões de alimentação e nutrição e para a promoção da saúde das populações, já que os hábitos alimentares e as condições de saúde se modificam ao longo do tempo.

» Base da alimentação: alimentos in natura ou minimamente processados, variados e predominantemente de origem vegetal;
» Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar;
» Limitar o consumo de alimentos processados (conservas, compotas, queijos, pães);
» Evitar o consumo de ultraprocessados;
» Comer com regularidade e atenção;
» Fazer compras em feiras e mercados que ofertem variedades de alimentos in natura e minimamente processados;
» Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias, principalmente, com crianças e jovens;
» Planejar a alimentação: da compra e organização dos alimentos até a definição do cardápio e a divisão das tarefas domésticas relacionadas ao preparo das refeições;
» Preferir comer, quando fora de casa, em locais que sirvam refeições frescas (restaurantes de comida caseira ou a quilo);
» Ser crítico quanto à publicidade de alimentos, que tem como único objetivo o aumento da venda de produtos.

Fonte/texto: Agência Brasil/Ludmilla Souza – Imagem: Ginecomastia.org

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Custo de vida em São Paulo tem maior alta desde 2015, diz Fecomercio

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O custo de vida teve alta de 10% em 2021, na Região Metropolitana de São Paulo, segundo estudo feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fercomercio-SP). A elevação foi a maior, de acordo com a entidade, desde 2015, quando o índice registrou uma alta de 11,56% no custo de vida ao longo daquele ano.

O aumento do custo de vida foi maior para as pessoas mais pobres. Para a classe E, a elevação chegou a 11,38%. Na classe A, a alta ficou em 9%.

Segundo a Fercomercio-SP, o aumento internacional dos preços do petróleo provocou alta de preços em cadeia. Os custos com transportes subiram 20,6%, com elevação de 63,7% dos preços do etanol, 42,8% da gasolina e 41,4% do óleo diesel.

A alta da energia também influenciou os custos de habitação, com aumento de 38% no preço do botijão de gás em 2021 e de 23,2% no gás encanado. A energia elétrica residencial aumentou 25,8%, segundo a Fecomercio, devido a estiagem que atingiu o Brasil no ano passado e levou ao acionamento das usinas termoelétricas.

Na alimentação também ocorreram altas importantes, com aumento de 10% no preço das carnes, de 13,2% na farinha de trigo e 10,2% no leite e derivados.

Em dezembro, a alta do custo de vida ficou em 0,78%. Um percentual ainda elevado, de acordo com a federação, porém mais baixo do que o patamar de outubro (1,41%) e novembro (1,01%). No mês, a maior elevação foi registrada no segmento dos alimentos e bebidas. Subiram os preços do café (9,8%), do mamão (28,7%) e do contrafilé (5,1%).

Na avaliação da Fercomercio, a inflação está perdendo força e, em 2022, o custo de vida ainda deve ser elevado, porém, em um patamar mais baixo do que em 2021. “Uma vez que os impactos mais relevantes da pandemia nos preços já foram absorvidos ao longo dos últimos dois anos”.

Apesar da perspectiva de melhora do cenário econômico, a entidade chama atenção para a necessidade de redução do atual nível de desemprego. “É importante lembrar que o Brasil ainda convive com 13 milhões de desempregados. Por isso, qualquer avanço de preços, sem grandes oportunidades no mercado de trabalho, terá um efeito socioeconômico danoso para as famílias, que, em grande parte, não conseguem recompor as perdas causadas pela inflação.”, destacou a Fecomercio.


Fonte/texto: Agência Brasil/Daniel Mello – Imagem: Geraldo Bubniak/AEN

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Hortas comunitárias resistem à urbanização em São Paulo

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Quem entra na Rua Marquês de Herval, na Vila Saúde, em São Paulo, em princípio não vê nada de diferente. Mas em meio a casas e prédios, um estreito portão de ferro oferece passagem a um verdadeiro oásis. O Bosque das Mandalas é uma das 273 hortas registradas na capital paulista, segundo a plataforma Sampa Mais Rural, da prefeitura. Mais que a produção compartilhada entre voluntários e moradores, as plantações são experiências comunitárias que promovem alimentação saudável e encontro solidários.

“Já fizemos a feira. Levamos folhas de brócolis, almeirão, serralha, capuchinha, que eu não conhecia, mas comi as flores, uma delícia, e a salada ficou muito bonita. Levei limão. Só de saber que é sem agrotóxico é bom demais”, afirma Vilma Souza, 67 anos, que é de Goiânia, mas está em São Paulo para passar uma temporada com a filha. “Foi só assim que ela conseguiu me convencer a vir. Eu adoro verde, mexer com terra”, relata. Era o primeiro dia de Vilma no local. O espaço do Bosque das Mandalas é cedido pela empresa de energia (Enel), proprietária do terreno. 

Em faixa de terra que vai de uma rua a outra, a torre da Enel ocupa pequena área entre mais de 200 espécies não catalogadas, conforme estimativa de Clélia Carretero, 63 anos, uma das idealizadoras da horta que já tem cinco anos. “A agrônoma Débora Ota, que mora aqui ao lado, deu muitas dicas de Pancs – plantas alimentícias não convencionais. Ela disse: ‘planta taioba, que pode usar como couve’. No ano retrasado, conhecemos mais uma turma que quis trabalhar com tijolinho de bioconstrução, e erguemos essa parede. Tudo tem um pouco de cada pessoa que mora no bairro”, conta.

O Sampa Mais Rural reúne iniciativas de agricultura, turismo e alimentação saudável. No site da plataforma é possível visualizar a localização das hortas espalhadas pela cidade.


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Solidariedade e encontro

A cuidadora Edilane de Souza, 33 anos, conhecida como Dila, mora há um ano em apartamento ao lado da horta. Ela acompanha Sueli Albano, 73 anos, que vem para o local aproveitar a sombra e o verde. Enquanto Sueli descansa, Dila ajuda as companheiras a tirar o mato, colher alimentos e plantar novas mudas. “Eu acho uma maneira bonita de ajudar, ser voluntária, ajudar as pessoas. E adoro trabalhar com a terra”, relatou à Agência Brasil. Clélia conta que o trabalho é feito em mutirão e é preciso sempre divulgar para que mais pessoas participem. “É trabalho de formiguinha. Usamos as redes sociais”.

Ana Borba, 82 anos, é a mais experiente da turma. “Esta aqui é a nossa curandeira natural”, diz Clélia. Ana, com um facão na mão e muita disposição, mostra orgulhosa os feitos dela na horta: “Plantei uma bananeira ontem, daquele pé de café, eu já fiz o pó e dei uma colher de sopa para cada um aqui. Fiz colorau com urucum, cará chinês é bom para regular diabetes e, com romã, você melhora a garganta”. O passeio pela horta mostrou que tudo ali tinha muito da sabedoria da Ana. Ela diz que o local é um reencontro com a infância, quando morava numa fazenda. “Moro ali ó, o pessoal diz que eu sou a vigia da horta”, brinca, apontando para a janela do prédio em que vive.

Conhecimento e integração

Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), região oeste paulistana, a horta comunitária também é um meio de integração. “É um local de aprendizado. Sempre falo que é um lugar muito horizontal, uma grande coisa para uma instituição hierárquica, que tem a figura do professor como detentor de todo o conhecimento. A horta é onde o jardineiro sabe mais do que eu em relação à produção de muita coisa”, explica Thais Mauad, pesquisadora do Departamento de Patologia e fundadora da horta comunitária da FMUSP.

Já são oito anos de funcionamento. “A gente hoje fornece temperos para o Hospital das Clínicas. Toda semana, a equipe de nutrição vem aqui na horta, e a gente cede os temperos: cebolinha, salsinha, tomilho”, enumera. Outra ação relacionada à iniciativa é o oferecimento de uma disciplina de medicina culinária. “É justamente mostrar para o futuro médico a importância da alimentação saudável na gênese e no manejo de doenças”, explica. A professora lembra que essa é uma tendência entre os cursos de medicina, pois “sabe-se que a alimentação está na gênese de muitas doenças crônicas, hipertensão, diabetes e alguns cânceres”.

Thais explica que a horta é cuidada com trabalhos em mutirão e o apoio voluntário da comunidade. O que é produzido pode ser colhido para uso próprio. “A gente está vivendo uma situação de insegurança alimentar no país que é muito triste, com políticas públicas em relação à alimentação sendo desmanchadas, então a questão da alimentação permeia a educação médica”, acrescenta. 

De acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), nos últimos meses de 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentaram algum grau de insegurança alimentar.


Fonte/texto: Agência Brasil/Camila Maciel – Imagem: TV Brasil

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