Polícia diz que aluna da USP “tem certeza da impunidade e jamais deveria exercer medicina”

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No relatório final do inquérito que pediu a prisão preventiva da estudante Alicia Muller, a Polícia Civil afirmou que ela apresentou postura de quem tem certeza da impunidade e jamais deveria exercer a medicina. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o pedido está sob análise da Justiça.

“Trata-se de um estudante de medicina e que deveria salvar vidas, sequer foi capaz de respeitar os colegas de turma, sequer foi capaz de pensar no esforço financeiro feito por grande parte dos alunos, quando praticou os crimes. Uma pessoa com esse perfil e caráter jamais deveria exercer a medicina, função das mais nobres”, escreveu o delegado Guilherme Santos Azevedo no documento.

Alicia foi indiciada nove vezes por apropriação indébita pelo desvio de quase R$ 1 milhão da comissão de formatura de sua turma da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Em outro trecho do relatório, o delegado relata que Alicia se sentiu incentivada a prosseguir fazendo saques da comissão de formatura por não ser punida.

“A postura apresentada por Alicia é de uma pessoa que tem certeza da impunidade, a ponto de sair sorrindo do interrogatório”, escreveu.

O inquérito está sendo avaliado pelo Ministério Público de São Paulo, que pode apresentar denúncia, acrescentar outros crimes, pedir mais provas ou arquivar o caso. “Apropriação indébita” tem pena máxima de 4 anos de prisão. Se a denúncia for apresentada e aceita, ela poderá pegar até 36 anos de prisão.

Leia também: Sabesp: governador de SP quer ter ‘golden share’ na privatização


Fonte: TV Cultura

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Em depoimento, aluna da USP diz que aprendeu a investir dinheiro pesquisando na internet e afirma ter agido sozinha

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A estudante de medicina da USP, Alicia Dudy Muller, disse que agiu sozinha ao desviar o dinheiro arrecadado por colegas da faculdade para a festa de formatura. Ao GLOBO, a delegada do caso Zuleika Gonzales afirmou que, ao longo do depoimento, questionou diversas vezes a jovem se ela teve apoio de outra pessoa para realizar as movimentaçoes. O que Alicia negou.

— Ela alega no interrogatório que não estava contente com a aplicação feita pela empresa (de formatura). Então, ela teria retirado esse dinheiro para ela mesma fazer esses investimentos. Sendo que ela não tinha nenhuma experiência em finanças — diz a delegada. — Ela foi perdendo dinheiro e, a partir daí, no meio do caminho ela começou a se apropriar.

Ao ser questionada como aprendeu a fazer investimentos, a jovem respondeu, informa a delegada, que fez pesquisas gerais, na internet, que teria “tirado (as informações) da cabeça dela” sem dar maiores informações.

As alegações de Alicia serão comprovadas por meio de sua quebra de sigilo bancário, já decretada pela Justiça e de posse dos responsáveis pela investigação. O depoimento da jovem levou por volta de 4h30 e ocorreu na última quinta-feira.

Entenda

Alicia Dudy Muller confessou ter desviado quase R$ 1 milhão do fundo de formatura da turma de medicina da Universidade de São Paulo. O caso tornou-se público após a garota confessar que tinha perdido o dinheiro dos colegas em um grupo de WhatsApp.

Antes do conflito público com os colegas, Alicia contava com um currículo de destaque, ao menos na área acadêmica. Em entrevista ao jornal da USP em 2018, ano em que ingressou na faculdade após três anos de cursinho pré-vestibular em uma das instituições mais renomadas do país, o Poliedro. Seu sonho, à época, era seguir na área de cirurgia.


Fonte: O Globo – Foto: Reprodução/Redes Sociais

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