Renato Feder quer SP com metade dos alunos no ensino profissionalizante

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O novo secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, assume a maior rede pública de ensino do país com planos de mudar as principais políticas em vigor na área. Ele quer ter metade das matrículas do ensino médio no modelo profissionalizante até o fim de sua gestão e planeja mudar o sistema de bonificação por resultados.

Escolhido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) por ter tido uma gestão considerada bem-sucedida à frente da Educação do Paraná, Feder disse à reportagem que quer importar para São Paulo o que avalia ter dado certo nas escolas paranaenses.

Com experiência como empresário da área de tecnologia, ele quer pôr uma série de aplicativos e ferramentas digitais nas escolas estaduais paulistas tanto para auxiliar os professores em sala de aula como para monitorar a frequência escolar dos alunos, tal como fez no Paraná.

Para o novo secretário, garantir uma alta taxa de frequência escolar, ou seja, manter os alunos na escola, é uma forma de garantir melhorias de aprendizado.

Na contramão da política priorizada na gestão Rodrigo Garcia/João Doria (PSDB), ele diz que vai desacelerar a expansão de escolas em tempo integral para melhorar a execução da política. “Quero garantir a qualidade do ensino nas que já estão com o modelo para depois continuar a ampliação”, disse.

Ele planeja apostar na ampliação de outra modalidade de ensino, o profissionalizante para alunos do ensino médio. Os dados mais recentes mostram que a rede estadual paulista tem cerca de 10,6% dos alunos (cerca de 143,8 mil de uma rede com mais de 1,35 milhão nessa etapa) em cursos técnicos.

Também disse estudar mudanças no pagamento de bônus aos professores, bandeira dos tucanos na gestão da educação paulista. A política, em vigor desde 2008, tem sido mantida apesar de estudos do próprio governo indicarem sua ineficácia.

Feder defende o pagamento de bônus por desempenho e avalia que o erro da política atual é a falta de planejamento adequado.

Veja a entrevista completa com o Secretário de Educação de SP

PERGUNTA – O sr. assume o comando da maior rede de ensino do país. Apesar de se tratar do estado mais rico do país, as escolas paulistas ainda enfrentam muitos desafios e estagnação de resultados. Qual será sua prioridade?

RENATO FEDER – Minha prioridade é entregar uma educação de resultados. Isso é o principal. E, para isso, vou usar duas métricas: a aprendizagem e a frequência escolar, esta indica se o aluno quer ir para escola. Acompanhar e melhorar essas duas métricas será prioridade.

Outras ações prioritárias serão a inclusão de novas disciplinas na grade curricular, como educação financeira e programação de computador. Além da ampliação das matrículas no ensino profissionalizante.

P – Para quanto pretende ampliar as vagas no ensino profissionalizante?

RF – Hoje, 10% dos jovens da educação pública estão no ensino profissionalizante. Esse percentual é muito maior na Europa. Neste ano, eu não consigo ampliar essa oferta, mas quero chegar ao fim da gestão com 40% a 50% das matrículas nessa modalidade.

P – Como o sr. pretende fazer essa ampliação? Quando era secretário do Paraná, o sr. fez essa ampliação com o uso de aulas pela televisão, o que não foi bem-sucedido. Pretende adotar o mesmo formato?

RF – Vamos transformar as escolas regulares para fazer uma educação profissionalizante inteiramente presencial. Nada vai ser a distância. Vamos transformar as escolas públicas para que possam ofertar alguns cursos técnicos [concomitante ao ensino médio]. Isso não é feito hoje, fica tudo concentrado no Centro Paula Souza.

Já conversei com o governador Tarcísio e com o secretário de Desenvolvimento Econômico [o economista Jorge Luiz Lima] e estamos trabalhando para ter essa oferta nas escolas regulares em 2024. Neste ano, a gente faz a contratação dos professores e inicia a oferta no próximo.

Vamos selecionar os cursos que vamos oferecer e montamos as disciplinas práticas, que serão ministradas por profissionais que atuam na área. Por exemplo, vamos contratar graduados em administração para dar aula no curso profissionalizante de administração.

P – Um dos principais problemas enfrentados pelas escolas em 20 foi a falta de professores. Esse problema foi solucionado?

RF – Focamos muito essa questão durante a transição de governo. Nossa preocupação era ter professores alocados para todas as aulas e a gente conseguiu. Esse problema não deve se repetir, estamos com quase 100% das aulas atribuídas.

P – O sr. pretende fazer alguma mudança na atual política de bônus? Documentos da própria secretaria indicam que a política não resultou na melhora dos indicadores educacionais.

RF – O que eu acompanhei de longe sobre o bônus de São Paulo é que é algo feito com pouco planejamento. Se paga igual para todos independentemente do resultado, então, não é de fato um bônus por desempenho.

A gente pretende combinar algumas metas com as escolas para pagar o bônus. O principal vai ser o aumento da frequência escolar dos alunos e a melhoria da aprendizagem, estabelecendo índices separadamente para cada um deles [atualmente, o estado usa como parâmetro o Ideb que combina esses dois indicadores]. Além disso, queremos melhorar a remuneração dos professores.

P – O que pretendem fazer para melhorar os salários?

RF – Um desejo que eu e o governador partilhamos é o de que os professores possam progredir na carreira e ser melhor remunerados. A gente quer redesenhar uma nova carreira para que isso seja possível.

Atualmente, há uma lei que prevê 15 níveis de progressão para os professores. Queremos incluir alguns critérios para que possam receber aumentos. Por exemplo, premiando docentes que ajudam na formação de outros docentes, que atuam como tutores dos colegas.

P – Durante a campanha, o governador defendeu as escolas cívico-militares. Pretende trazer esse modelo para as escolas paulistas?

RF – Essa não é uma prioridade do governo. Se houver um forte desejo das famílias por esse modelo, podemos discutir sobre a implementação.

P – Há mais de duas décadas, São Paulo usa recursos educacionais para pagar aposentados, prática que já foi considera inconstitucional. O sr. pretende mudar isso?

RF – Eu preciso estudar. Se for possível atender essa demanda, a gente vai.

P – O TCE decidiu investigar o contrato da Secretaria de Educação com a Multilaser, empresa da qual o sr. foi fundador e era ligado até 30 de novembro. O sr. pretende rever esse contrato para evitar conflitos de interesse?

RF – Eu acho excelente o TCE investigar e eu me sinto muito confortável de saber que o tribunal está olhando para isso. Todo o processo foi feito de maneira legal e igualitária. O meu compromisso é que a Multilaser não vai vender nem oferecer nenhum novo equipamento para São Paulo durante a minha gestão.

P – Nos últimos quatro anos, houve uma ampliação acelerada das escolas de tempo integral, o que acarretou uma série de problemas para as unidades. O sr. pretende continuar a ampliação?

RF – São Paulo fez uma expansão que foi importante, mas agora precisamos cuidar da execução. O foco do meu trabalho vai ser garantir que haja uma boa execução do que já foi feito.

Na minha gestão a expansão vai ser mais moderada. Até porque não tenho nem estrutura física para fazer uma expansão maior. E eu também não acredito que seja esse o caminho. Eu quero garantir a qualidade das que estão em funcionamento para depois pensar na universalização.

P – O que o sr. pretende deixar como marca ao fim dos quatro anos?

RF – Eu quero que os alunos saiam da escola pública sabendo matemática e língua portuguesa. Hoje, o estado de São Paulo não entrega isso para os jovens.

Quero que o diretor da escola seja visto como líder de seus professores e não um líder de processos administrativos como ocorre hoje. Quero que a secretaria estruture melhor os processos burocráticos da escola para que os diretores não gastem tempo com isso e possam se dedicar mais à parte pedagógica.

P – O sr. usou esse argumento de liberar os diretores das burocracias escolares para defender a privatização de escolas no Paraná. O sr. também pretende entregar a gestão das escolas estaduais paulistas para o setor privado?

RF – A princípio não. Tem muitas coisas para fazer aqui antes disso. Não é uma ideia a ser descartada, mas também não é nossa prioridade. Temos muito para avançar antes disso.

RAIO-X

RENATO FEDER, 44

É formado em administração pela FGV e mestre em economia pela USP. Herdeiro do grupo Elgin, conhecido pela fabricação de eletrodomésticos, destacou-se no mercado com a empresa Multilaser, de tecnologia. Atuou na Secretaria de Educação de São Paulo de 2017 a 2018 como assessor especial. Em 2019, assumiu o cargo de secretário de Educação do Paraná, no governo Ratinho Júnior (PSD), no qual ficou até o fim de 2022.

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Font: FolhaPress – Foto: Reprodução/Diario da Região

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São Paulo tem queda em homicídios dolosos em novembro

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No mês de novembro, o estado de São Paulo atingiu o menor patamar de registros de homicídios dolosos (intencionais) de sua série histórica, iniciada em 2001. Em novembro deste ano foram registrados 218 boletins de homicídios dolosos, queda de 11,4% em comparação a 2019. O dado foi divulgado ontem (26) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e não utiliza os anos de 2020 e 2021 como efeito de comparação por causa da pandemia de covid-19, que restringiu a circulação de pessoas no período e impactou na dinâmica criminal.

O estado também registrou queda nos casos de estupros e de roubos em geral. Os estupros passaram de 1.090 casos em novembro de 2019 para 1.024 em novembro deste ano, queda de 6,1%. Os roubos em geral passaram de 21.350 ocorrências em novembro de 2019 para 21.259 neste ano.

No caso de roubos a banco, foi a primeira vez, em 22 anos, que não houve registros desse tipo de crime.

Por outro lado, o estado apresentou crescimento no índice de latrocínios [roubo seguido de morte], que passou de 14 para 17 casos na comparação entre novembro de 2019 e 2022. Também houve crescimento considerável no caso de furtos em geral, que passaram de 41.505 ocorrências para 48.298 na mesma comparação, o que representou aumento de 16,4%.

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Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil – Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil

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Lula e Alckmin são diplomados pelo TSE e presidente eleito chora em discurso

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Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza nesta segunda-feira (12) a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e de seu vice Geraldo Alckmin (PSB), na sede da Corte. A cerimônia marca o fim do processo eleitoral e encerra o prazo para questionamentos do pleito.

O petista se emocionou durante discurso e afirmou que essa é uma celebração da democracia. 

Alexandre de Moraes, presidente do TSE, entregou o diploma após ler o teor do conteúdo que foi entregue a Lula. Logo em seguida, o petista iniciou seu discurso e disse que: “este não é um diploma do Lula presidente. É um diploma de uma parcela significativa do povo que ganhou o direito de viver em democracia. Vocês ganharam esse diploma“.

Ele ainda mencionou o aumento da fome e da pobreza no Brasil, além de ressaltar a liberdade de expressão e democracia garantida pela Constituição. “Na minha primeira diplomação em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder, para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário […] Eu quero pedir desculpas pela emoção, porque quem passou o que eu passei nesses últimos anos, estar aqui agora é a certeza de que Deus existe“, destacou com a voz embargada.

A mesa da cerimônia foi composta por:

Alexandre de Moraes;

Ricardo Lewandowski;

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado;

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara;

Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF);

Benedito Gonçalves, corregedor da Justiça Eleitoral;

Raul Araújo, ministro do TSE;

Cármen Lúcia, ministra do TSE;

Sérgio Banhos, ministro do TSE;

Carlos Horbach, ministro do TSE;

Augusto Aras, procurador-geral da República;

Beto Simonetti, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.

De acordo com o Supremo, aproximadamente mil pessoas foram convidadas para acompanhar a solenidade, presidida por Moraes. Na plateia, além da ex-presidente Dilma Rousseff, estavam os futuros ministros do governo Lula, como Fernando Haddad (Economia) José Múcio Monteiro (Defesa).

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Fonte: TV Cultura – Foto: Reuters/Ueslei Marcelino/Direitos Reservados

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Fernando Haddad, Rui Costa, José Múcio, Flávio Dino e Mauro Vieira integram Governo Lula

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Em evento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde trabalha a equipe de transição de governo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na manhã desta sexta-feira (9) cinco nomes para seu terceiro mandato frente à Presidência da República

Como era especulado, Fernando Haddad assumirá o Ministério da Fazenda em 2023. Enquanto Rui Costa chefiará a Casa CivilJosé Múcio Monteiro ficará com a Defesa. Os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores serão ocupados, respectivamente, por Flávio Dino e Mauro Vieira.

No anúncio, o presidente eleito afirmou que, embora nenhuma mulher e nenhum negro tenham sido oficializados até o momento, os grupos terão representantes em sua nova gestão. Ainda de acordo com Lula, outros nomes serão divulgados nas próximas semanas.

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Fonte: TV Cultura – Foto: Reprodução/Facebook/Lula Oficial

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Barueri é destaque em geração de emprego no Prêmio Cidades Excelentes

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A extraordinária capacidade de gerar novos postos de trabalho fez Barueri se tornar destaque no Prêmio Band Cidades Excelentes. De todos os municípios brasileiros acima de 100 mil habitantes, Barueri é o que tem a melhor taxa de ocupação de emprego da população, que chega a 111%, de acordo com os organizadores da premiação.

Barueri se posiciona à frente de municípios como São Caetano do Sul, no ABC Paulista, com taxa de ocupação de 74,7%, Florianópolis (SC), com 66%, e Vitória (ES), com 65,6%. A taxa de 111% significa que a cidade emprega mais gente que sua população economicamente ativa, sendo assim, muitas pessoas que moram em outras cidades vêm trabalhar em Barueri.

O Prêmio Band Cidades Excelentes utiliza indicadores do IGMA (Índice de Gestão Municipal Aquila). A iniciativa é do Grupo Bandeirantes de Comunicação e do Instituto Aquila.

Os principais objetivos do Prêmio são “reconhecer boas práticas e iniciativas pioneiras de gestão pública municipal e incentivar a implementação de iniciativas de gestão públicas”.

De acordo com o secretário de Indústria, Comércio e Trabalho (Sict) de Barueri, Joaldo Macedo Rodrigues (Magoo), “o destaque que Barueri recebeu reforça o compromisso de trabalhar para o aprimoramento do ambiente socioeconômico da cidade. Por isso a Prefeitura sempre procura facilitar a criação de novos postos de trabalho e de tornar mais adequadas as condições de funcionamento das empresas no nosso município”.

Todos os municípios brasileiros são analisados pelos critérios do IGMA. O índice é consolidado através da análise de seis pilares e de 62 indicadores selecionados sobre:

  • Governança, Eficiência Fiscal e Transparência;
  • Educação;
  • Saúde e Bem-estar
  • Infraestrutura e Mobilidade;
  • Sustentabilidade;
  • Desenvolvimento Socioeconômico e Ordem Pública.

 Aliada dos empregadores
A questão da empregabilidade é prioritária na gestão da Prefeitura de Barueri. É por isso que a Casa do Trabalhador, ligada à Sict, oferece gratuitamente serviços de recolocação profissional aos moradores da cidade.

Para a supervisora da Casa do Trabalhador, Luciane Lopes da Silva, a entidade tem sido bem flexível neste segundo semestre na disponibilidade de agendas para processos de contratação realizados. “Com a procura de grandes empresas pelo nosso serviço ficamos com a agenda bem concorrida, e mesmo assim conseguimos atender a todos”, ressalta Luciane.

A responsável pelas contratações da empresa B2W, Shirley Jamile Pessoa, utiliza os serviços da Casa do Trabalhador e elogia a iniciativa da Prefeitura. “Sem a Casa do Trabalhador não conseguiríamos captar bons profissionais”, afirma.

Louise Veloso, da Empresa Umana, também recomenda os serviços. Para ela é muito importante a parceria que se estabelece na divulgação das vagas e pela disponibilidade de locais para a realização dos processos seletivos.

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Fonte: SECOM-Barueri

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