O ex-presidente usou o dinheiro para fazer investimentos
A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) pede que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por estelionato após receber R$ 17 milhões em transferências via Pix. O ex-mandatário usou o dinheiro para fazer investimentos.
Luciene Cavalcante afirmou que Bolsonaro fez investimentos com o dinheiro, em vez de usá-lo para pagar multas, como havia sido anunciado por apoiadores em uma vaquinha divulgada nas redes sociais.
“Em nenhum momento o representado deixou nítido aos doadores a finalidade das doações, ludibriando-os de que seriam voltadas para o pagamento das multas decorrentes de violações de normas sanitárias no Estado de São Paulo, mas, ao fim, tornaram-se mais uma fonte de sua renda pessoal”, diz a representação.
A parlamentar usa como base para a representação o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as movimentações financeiras de Bolsonaro. O documento foi enviado à CPMI do 8 de janeiro, que investiga quem financiou os ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes.
O relatório aponta que o recebimento foi de aproximadamente R$ 17 milhões, divididos em cerca de 769 mil transações feitas via Pix.
Jair Messias Bolsonaro (PL) voltou a atacar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última terça-feira (25). Na ocasião, o ex-presidente da República, que está inelegível, participava de um evento do Partido Liberal (PL) na Câmara Municipal de São Paulo.
“A quem interessa – levem-se em conta alguns países europeus, países mais ao Norte – um entreguista na Presidência da República? Um analfabeto? Um jumento”, questionou o ex-militar derrotado pelo próprio petista nas eleições de 2022.
Bolsonaro também disse que o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), “nunca trabalhou na vida”. Após as falas, o líder da extrema direita brasileira foi aplaudido e pôde-se ouvir gritos de “mito“.
Durante uma manifestação do movimento pró-armas no último domingo (9), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que “não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas“.
“Talvez o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo o tipo de relação”, completou o deputado federal.
Na ocasião, o filho do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) também pediu para que os pais intervenham nos estudos de seus filhos.
“Prestem atenção na educação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças”, disse o político.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas”
Essa fala de Eduardo Bolsonaro deixa clara sua ignorância e mau-caratismo. São falas como essa que contribuem para que o Brasil seja um dos países que menos valoriza seus professores. Nojento! pic.twitter.com/GIH6uhp4uT
A pesquisa Atlas/Intel divulgada nesta quarta-feira (5) revela que, sem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa para o Planalto em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é citado como melhor nome para a direita por 60,1% dos participantes.
Foram ouvidas 3.222 pessoas entre os dias 2 e 4 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi realizada após Bolsonaro tornar-se inelegível por oito anos em decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última sexta-feira (30).
Na direita, Tarcísio tem 60,1%. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), aparece com 17,9%. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fica com 8,6%. Veja o cenário completo abaixo:
Em reunião nesta segunda-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e deputados do partido em São Paulo colocaram como meta eleger de 150 a 200 prefeitos no estado no ano que vem. Isso ajudaria o partido a alcançar seu objetivo nacional de conquistar mil cidades em 2024.
Na conversa, chamou a atenção a presença da deputada federal Carla Zambelli, que ainda busca recompor pontes com Bolsonaro e seu entorno após o episódio da véspera do segundo turno do ano passado, quando perseguiu um homem de arma em punho por uma rua de SP.
Ao contrário de seu comportamento efusivo no passado, ela passou a reunião praticamente em silêncio.
Nessa reunião, o ex-presidente afirmou “não ser justo falar em ataque à democracia” para descrever a reunião com embaixadores que é o ponto central da ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode levar a sua inelegibilidade por oito anos.
Na reunião daquele dia, em 2022, Bolsonaro disparou uma série de mentiras sobre o sistema eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira (27) o julgamento da ação que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível. A análise começa com o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves.
O ex-presidente e seu candidato a vice, Walter Braga Netto, são acusados de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Isso porque, em julho de 2022, Bolsonaro reuniu embaixadores de países estrangeirosem meio à disputa presidencial para fazer ataques sem fundamento ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas.
O julgamento começou na última quinta-feira (22) com a apresentação do resumo do caso e das sustentações das partes do processo. Nesta terça, após o voto do relator, votam os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes.
O TSE reservou as sessões dos dias 27 e 29 de junho para o julgamento. A Corte também tem sessão na sexta, inicialmente marcada para o encerramento do semestre.
A defesa do ex-presidente Bolsonaro já sinalizou que pretende recorrer da decisão do tribunal. Benedito Gonçalves também é o relator de outras 15 ações contra Jair Bolsonaro também podem levá-lo à inelegibilidade.
Jair Bolsonaro voltou a ser opção dentro do jogo político. Isso de acordo com ele mesmo. Em evento do PL Mulher, em São Paulo, e afirmou que sempre será uma “alternativa” para o Brasil. Com um discurso forte, ignorou operações da Polícia Federal com ele mesmo e depoimentos.
“Só a morte bota um ponto final nas nossas vidas. Enquanto ela não chegar, estaremos sempre à disposição para sermos uma alternativa para nosso Brasil”, discursou.
Bolsonaro voltou a pregar bordões da campanha presidencial do ano passado, como a “defesa da família” e o “patriotismo”.
Ele também colocou culpa na pandemia da Covid-19 e “à guerra lá fora” nos “quatro anos difíceis” na presidência do Brasil.
Apesar do breve discurso do ex-presidente, o evento principal foi a posse da deputada Rosana Valle no diretório paulista do PL Mulher. Junto com o casal Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e o senador Astronauta Marcos Pontes também marcaram presença.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a um círculo próximo de aliados que não aceita apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em sua busca pela reeleição em São Paulo.
A fala aconteceu em reunião fechada na Agrishow, da qual participaram, entre outros, o empresário do agronegócio Paulo Junqueira e os deputados Mario Frias (PL-SP), Lucas Bove (PL-SP), Tomé Abduch (Republicanos-SP) e Ricardo Salles (PL-SP), que pretende participar da disputa em 2024.
Segundo relatos, Bolsonaro disse que não topa encampar o nome do emedebista porque não recebeu o apoio dele na disputa com Lula (PT) em 2022 e porque ele já declarou não ser de direita, mas de centro.
No final de março, Bolsonaro disse que preferia Salles do que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa, pois, segundo ele, o ex-ministro é mais experiente e conhece muito mais do que seu filho.
O chamado PL raiz, liderado por nomes tradicionais da sigla como Valdemar da Costa Neto e Antonio Carlos Rodrigues, tem pendido para Nunes, em cuja gestão tem cargos.
Nesta quarta-feira (3), Eduardo de Castro, do PL, deixou a secretaria do Meio Ambiente, que está sob comando da legenda desde 2017, na gestão João Doria. O sucessor na pasta é seu chefe de gabinete, Rodrigo Ravena.
“Ele [Ravena] é indicação do PL. Se a gente pedir, ele se filia amanhã. A marca do PL é honrar compromissos. O PL em São Paulo caminha com Nunes”, afirma o vereador Isaac Félix, presidente municipal do partido.
A indisposição de Bolsonaro em relação a Nunes se choca com a defesa que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP, tem feito do apoio ao prefeito.
Para o ex-ministro de Bolsonaro, a eleição de São Paulo será um embrião da disputa nacional de 2026, e, por isso, partidos como MDB, PP, PL, Republicanos e PSD devem se unir para derrotar Guilherme Boulos (PSOL), como argumentou em entrevista ao Painel.
Segundo ele, é importante apoiar um nome de centro, similar a Tarcísio de Freitas (Republicanos), para reduzir as chances do líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) postou desejos de “um bom dia e boa quarta-feira!” enquanto policiais federais realizam operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seguidores do petista entenderam a mensagem incomum como uma ironia diante de seu adversário nas eleições de 2022.
A Polícia Federal cumpriu nesta quarta (3) mandado de busca e apreensão em endereço do ex-presidente e um de prisão contra seu ex-assessores Mauro Cid e Max Guilherme.
Outro alvo de mandado de prisão é Sergio Cordeiro, que atuava na equipe de segurança de Bolsonaro.
As medidas são no âmbito de uma investigação, diz a PF, sobre uma suposta “associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.”
“A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitario em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”, afirma a PF.
De acordo com a Polícia Federal, os alvos da investigação teriam realizado as inserções falsas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos.
Segundo informações divulgadas, há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e seua família, além da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.
O Brasil subiu 18 lugares no ranking mundial de liberdade de imprensa, aponta relatório da organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras(RSF). O país, que estava na 110ª colocação, teve evolução no índice e chegou ao 92º lugar. A situação ainda é considerada problemática. A entidade atribui a melhora na posição à saída de Jair Bolsonaro do poder, que “atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação”, diz o relatório.
De acordo com o jornalista Artur Romeu, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras para a América Latina, a posição brasileira tem relação com uma expectativa e uma percepção de otimismo de analistas, jornalistas e pesquisadores, consultados para o levantamento, desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Os dados incluíram até pelo menos março de 2023. O estudo é apresentado anualmente no dia 3 de maio, Dia da Liberdade de Imprensa.
“Essa subida de 18 posições do Brasil no ranking é a mais importante de um país no continente americano e uma das mais significativas em nível global. O estudo reflete otimismo em relação à possível volta à normalidade nas relações entre governo e imprensa”. O diretor da RSF entende que nos quatro anos do governo anterior as relações foram fragmentadas com um governo “hostil” ao jornalismo de maneira geral.
Violência do ano passado
Artur Romeu chama a atenção para o fato de que essa subida de 18 posições não necessariamente reflete uma mudança que já ocorreu no país. “É um otimismo em relação às mudanças possíveis, que precisa ser confirmado pelas atitudes das lideranças”.
Ele alerta que, a partir do levantamento da violência contra comunicadores no Brasil entre janeiro e dezembro do ano passado, o país estaria na posição número 149 do ranking. No ano passado, afirma Romeu, o Brasil protagonizou uma série de violências, incluindo o assassinato do jornalista britânico Dom Philips, em junho, e do blogueiro cearense Givaldo Oliveira, em fevereiro.
“Tivemos também as ameaças feitas pelas pessoas em acampamentos em frente a quarteis militares” O diretor da RSF lembra que o então governo federal mobilizou ódio à imprensa, o que levou a base a entende a imprensa como inimiga. “O cenário de hostilidade era diário”.
Em evolução
Para continuar a evoluir no ranking, a RSF avalia que o país tem desafios importantes. “O Brasil é historicamente violento para jornalistas. “Se considerarmos os últimos dez anos, o Brasil só está atrás do México em número de jornalistas assassinados. Para que continue melhorando, é preciso reafirmar marcos legais, garantir a transparência pública e combater a desinformação”. Aliás, a desinformação, segundo Artur Romeu, é um problema global e vai exigir de lideranças políticas atitudes concretas. No Brasil, o Congresso discute projeto de lei sobre o tema.
O representante da entidade entende que o país tem uma política de proteção na defesa de direitos humanos e o governo atual trouxe uma demonstração de intenções ao criar um observatório de violência contra comunicadores. “É a materialização de uma vontade política do atual governo de marcar uma ruptura com o que foi o anterior”.
Levantamento
O estudo, que leva ao ranking global, tem a pretensão de avaliar as condições do livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo. “É uma das publicações mais importantes da Repórteres Sem Fronteiras”, diz Romeu. Ele explica que, entre os indicadores que compõem o índice, estão os políticos, sociais, legislativos, econômicos e de segurança.
Sete países em cada dez estão nessas três escalas de problemas, difíceis ou muito difíceis. O estudo captou a percepção de uma volatilidade política em vários países do mundo e uma tendência a menor prestação de contas por parte de lideranças políticas e governos. Outra percepção é a invasão da desinformação a bordo de tecnologias e inteligência artificial.
Nos 180 países e territórios classificados pela RSF, os indicadores são avaliados com base em uma contagem quantitativa de abusos contra jornalistas e meios de comunicação e uma análise qualitativa, com base nas respostas de centenas de especialistas em liberdade de imprensa selecionados pela entidade (incluindo jornalistas, acadêmicos e defensores dos direitos humanos) a mais de 100 perguntas em 22 idiomas.