Caso Henry: Jairinho se cala e Monique narra agressões e ameaças

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O ex-vereador Jairo dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, se calou na audiência de interrogatório sobre a morte do menino Henry Borel, realizada nesta quarta-feira (9). Na mesma sessão, Monique Medeiros, mãe do garoto, depôs por mais de 10 horas e relatou agressões físicas do ex-namorado e ameaças de morte que estaria sofrendo na cadeia.

Os interrogatórios foram realizados pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital. A audiência começou por volta de 11h com o interrogatório de Jairinho, que optou por permanecer em silêncio, direito previsto constitucionalmente.

Ele afirmou não se sentir preparado para falar e disse que aguarda o acesso a documentos, como exames, imagens do hospital e do Instituto Médico Legal (IML) e folhas de prontuário, para que venha a se manifestar posteriormente. A defesa de Jairinho solicitou que não fossem feitas imagens do réu durante seu depoimento.

Em seguida, Monique fez uma retrospectiva da sua vida, contando fatos, de modo cronológico, da sua criação em Bangu, suas atividades profissionais até seu relacionamento com Jairinho, passando pelo seu casamento com Leniel Borel, pai do menino, e pela crise vivida pelo ex-casal após o nascimento de Henry.

Em seu interrogatório, Monique relatou agressões cometidas contra ela por Jairinho, citando episódios de violência física, verbal e psicológica. Segundo ela, Jairinho chegou a lhe enforcar em determinada ocasião, por um episódio de ciúmes. Da mesma forma, quando ambos tinham relacionamento sexual, também havia atos de enforcamento por parte dele.

Monique relatou também que Jairinho por vezes colocava, de forma furtiva, comprimidos em sua bebida, para que ela dormisse. “Teve um episódio que eu vi o Jairinho macerando um comprimido na minha taça de vinho. Perguntei para ele por quê. Ele disse que era para eu poder dormir com ele, quando também ele tomava comprimidos.” Segundo Monique, na noite em que Henry morreu, na madrugada de 8 de março de 2021, ela estava dormindo e foi acordada por Jairinho, dizendo que havia escutado um barulho no quarto onde o menino dormia.

“Ele me acordou, disse que ouviu um barulho, que o Henry caiu no chão. Ele estava descoberto, imóvel, com os olhos olhando para o nada e a boca aberta. As mãos e os pés do Henry estavam geladas. O Jairinho disse que tinha que levar ele para o hospital. Na minha cabeça, o meu filho estava vivo o tempo todo.”

Ameaças

Ela relatou à juíza que está sendo ameaçada de morte na cadeia por outras presas. Da mesma forma, disse que uma agente penitenciária a pressionou, dizendo que ela devia respeitar o pai de Jairinho, deputado estadual Coronel Jairo, que tem forte influência na zona oeste do Rio. Também, segundo Monique, uma advogada a procurou na cadeia e pediu que ela combinasse prestar um depoimento semelhante ao de Jairinho, sob ameaça de que “sua cabeça estaria a prêmio.”

A sessão se encerrou às 22h, com perguntas feitas pela defesa de Jairinho, mas que não foram respondidas por Monique, por orientação de sua defesa. Após os interrogatórios, a juíza decidirá se Monique e Jairinho irão a júri popular.


Fonte/texto: Agência Brasil/Vladimir Platonow – Foto Capa: Tânia Rêgo/AB

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Inscrições para Olimpíada de Astronomia e Astronáutica estão abertas

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Escolas públicas e particulares de todo o Brasil podem se inscrever para a 25ª Olímpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada anualmente pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Podem participar da olimpíadas alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio, em todo território nacional e no exterior. As instituições de ensino podem se cadastrar no site da OBA. O prazo para inscrições de alunos vai até o dia 1º de maio.

Somente as escolas podem inscrever seus alunos, entretanto, caso a instituição onde o aluno estuda não esteja cadastrada para participar da OBA, o estudante interessado poderá recorrer a outra escola de sua região. A escola deve dar o consentimento para a realização da prova, informou o coordenador nacional da OBA, João Batista Garcia Canalle, astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A OBA voltará a ser realizada somente na forma presencial e em fase única, marcada para o dia 20 de maio. Em 25 anos, a OBA já superou a marca de 11 milhões de participantes. A cada ano são distribuídas cerca de 50 mil medalhas. O evento conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Paulista (Unip).

Níveis

A olimpíada é dividida em quatro níveis, sendo os três primeiros destinados a alunos do ensino fundamental e o quarto para os estudantes do ensino médio. A prova é composta por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível.

Os melhores classificados na OBA participam de um processo seletivo para representar o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2023. Os participantes da 25ª edição concorrem ainda a vagas na Jornada Espacial, que acontece em São José dos Campos (SP), onde recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

O coordenador da olimpíada, João Batista Canalle, afirma que o objetivo do evento é fomentar o interesse dos jovens pela astronomia, astronáutica e ciências afins.

“Além de promover a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e cooperativa, mobilizando em um mutirão nacional alunos, professores, coordenadores pedagógicos, diretores, pais e escolas, planetários, observatórios municipais e particulares, espaços, centros e museus de ciências, associações e clubes de Astronomia, astrônomos profissionais e amadores, e instituições voltadas às atividades aeroespaciais”, destacou.

Os alunos e os professores podem se preparar para a prova através do aplicativo “Simulado OBA”, disponível para celulares, tablets e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores. Além disso, também é possível conferir conteúdos no canal da olimpíada no You Tube.

Mostra de Foguetes

Organizada pela OBA, a 16ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) também está com inscrições abertas. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. Os professores coordenam os lançamentos dos foguetes realizados nas escolas, cuidam de todos os aspectos da segurança do evento e medem os alcances obtidos pelos foguetes, desde o ponto de lançamento até o local onde o foguete parou.

A mostra de foguetes tem também quatro níveis e é voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram, com a concordância da mesma. As inscrições se estendem até o dia 1º de maio. O cadastro é único para os dois eventos e deve ser feito pelo site.

Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe até 20 de maio deste ano. Entre 21 e 31 de maio, a escola deverá informar os alcances dos foguetes e os nomes dos participantes previamente inscritos. No final, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes que alcançarem os melhores resultados ganham medalhas.

Os alunos do nível 1 (do 1º ao 3º ano do ensino fundamental) lançam foguetes construídos com canudinhos de refrigerantes. Os do nível 2 (do 4º ao 5º ano do fundamental) elaboram foguetes com tubinhos de papel. Já os alunos do nível 3 (do 6º ao 9º ano) constroem foguetes com garrafas PET, mas usam somente água e ar comprimido para lançá-los. Os alunos do ensino médio também fazem foguetes de garrafa PET, mas com um elemento mais complexo, pois têm que usar combustível químico composto por vinagre e bicarbonato de sódio. Durante o trabalho, os participantes aprendem, na prática, a famosa Lei da Física da Ação e Reação, de Isaac Newton.

Além de desenvolverem os foguetes, os estudantes têm que construir a base de lançamento. Os alunos do ensino médio podem optar ainda por construírem um foguete movido com propelente sólido. Todos os detalhes para a construção dos projetos, além dos vídeos explicativos, são encontrados no site da OBA, nos tópicos regulamentos e downloads.


Fonte/texto: Agência Brasil/Alana Gandra – Imagem: Divulgação/MAST/RioTur

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Capital paulista detecta primeiro caso da BA.2, sublinhagem da Ômicron

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A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo confirmou hoje (7) o primeiro caso da BA.2, uma sublinhagem da variante Ômicron, que é considerada ainda mais transmissível que esta e tornou-se dominante em diversos países, como Dinamarca e Índia. Até o momento, não há indicações de que a BA.2 seja mais grave que as outras variantes.

A sublinhagem BA.2 foi identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 7 de dezembro e tem cerca de 40 mutações em relação à variante Ômicron BA.1.


Leia também: Dose de reforço aumenta a proteção contra os sintomas graves da Covid-19


Segundo a secretaria, o paciente é um homem de 22 anos, do município de Santo André, que foi atendido em uma unidade de saúde na capital. O paciente foi vacinado com duas doses da vacina contra a covid-19, mas ainda não está apto a receber a dose de reforço. Ele disse que está com sintomas leves e que ficou em isolamento domiciliar assim que os sintomas se iniciaram. Nenhum parente do homem adoeceu, e ele informou não ter viajado.

Até este momento, o monitoramento genômico que é feito pela prefeitura com base em amostras tem mostrado que 100% dos casos positivos na cidade de São Paulo são referentes à variante Ômicron.


Fonte/texto: Agência Brasil/Elaine Patricia Cruz – Imagem: Dado Ruvic/Reuters/Direitos Reservados

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Com base no valor da cesta básica, salário mínimo deveria ser R$ 5.997,14 no Brasil

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O valor da cesta básica aumentou em 16 capitais em janeiro deste ano. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), analisou 17 capitais. Brasília  (6,36%),  Aracaju  (6,23%),  João  Pessoa  (5,45%), Fortaleza  (4,89%)  e  Goiânia  (4,63%) tiveram as altas mais expressivas na variação mensal.

São Paulo, por sua vez, tem a cesta mais cara: R$ 713,86. Em seguida estão as cidades de Florianópolis (R$ 695,59),  Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673). Entre as cidades do Norte e Nordeste, que tem uma composição da cesta diferente, o custo mais barato foi observado em Aracaju, cujo valor ficou em R$ 507,82; João pessoa, R$ 538,65; e Salvador, 540,01.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as maiores altas acumuladas foram registradas em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).  

Peso no orçamento

A partir desse levantamento, o Dieese calcula quanto deveria ser o salário mínimo para a manutenção de uma família de quatro pessoas com base no custo da cesta mais cara. Em janeiro de 2022, o valor deveria ser de R$ 5.997,14, o que equivale a 4,95 vezes o valor do mínimo de R$ 1.212.

O departamento também calcula o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica. Em janeiro de 2022, a jornada foi 112 horas e 20 minutos. No mês anterior, o tempo necessário era de 119 horas e 53 minutos.

Alimentos

Entre os destaques no levantamento deste mês, o preço do quilo do café em pó subiu em todas as capitais analisadas na comparação com dezembro. Segundo o Dieese, “a expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos”.  

O açúcar também ficou em destaque, com o valor do quilo mais alto em 15 capitais. Em Brasília, o custo do produto ficou 4,66% mais alto. Apenas Florianópolis e Porto Alegre tiveram queda, de 1,09% e 0,22%, respectivamente. A entressafra é a justificativa para o aumento dos preços.

O óleo de soja ficou mais caro em 15 capitais, apenas Vitória e Aracaju tiveram baixa no preço. Em Belém, que teve a maior variação, o custo do alimento aumentou 5,99%. O Dieese aponta que o clima pode afetar a soja no Brasil e que também há muita procura externa pelo grão e pelo óleo bruto.

A boa notícia ficou por conta da redução do preço do arroz agulhinha e do feijão. O preço do arroz recuou em 16 das 17 capitais pesquisadas. Em Vitória, no Espírito Santo, a queda alcançou 9,87%. No caso do feijão, o custo ficou mais barato em 12 capitais. “Para o tipo  carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São  Paulo, as  retrações oscilaram entre -8,44%,  na capital mineira, e -0,29%, em Aracaju”, diz a nota do Dieese.


Fonte/texto: Agência Brasil/Camila Maciel – Imagem: Rawpixel

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Estudo da USP mostra alta prevalência de depressão, ansiedade e estresse após a COVID-19

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Em estudo feito com 425 pacientes que se recuperaram das formas moderada e grave da COVID-19, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) observaram uma alta prevalência de déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos. As avaliações foram conduzidas no Hospital das Clínicas entre seis e nove meses após a alta hospitalar.

Mais da metade (51,1%) dos participantes relatou ter percebido declínio da memória após a infecção e outros 13,6% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. O transtorno de ansiedade generalizada foi diagnosticado em 15,5% dos voluntários, sendo que em 8,14% deles o problema surgiu após a doença. Já o diagnóstico de depressão foi estabelecido para 8% dos pacientes – em 2,5% deles somente após a internação.

Os resultados completos da pesquisa, que contou com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), foram divulgados na revista General Hospital Psychiatry.

Um dos principais achados é que nenhuma das alterações cognitivas ou psiquiátricas observadas nesses pacientes se correlaciona com a gravidade do quadro. Também não vimos associação com a conduta clínica adotada no período de hospitalização ou com fatores socioeconômicos, como perda de familiares ou prejuízos financeiros durante a pandemia de COVID-19”, conta Rodolfo Damiano, médico residente do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM-USP) e primeiro autor do artigo.

O estudo integra um projeto mais amplo, coordenado pelo professor da FM-USP Geraldo Busatto Filho, no qual um grande grupo de pessoas atendidas no Hospital das Clínicas entre 2020 e 2021 vem sendo acompanhado por profissionais de diversas áreas, entre elas otorrinolaringologia, fisiatria e neurologia, a fim de avaliar eventuais sequelas deixadas pelo SARS-CoV-2.

Durante meu doutorado, eu coordenei a avaliação neuropsiquiátrica, cujos resultados preliminares foram descritos neste artigo”, conta Damiano à Agência FAPESP. O trabalho foi orientado pelo professor da FM-USP Eurípedes Constantino Miguel Filho.

Uma de nossas preocupações era entender se esse vírus e a doença por ele causada têm impacto no longo prazo, produzindo manifestações tardias no sistema nervoso central”, conta E. Miguel.

Para o pesquisador, o fato de não ter sido encontrada uma correlação clara entre a condição psiquiátrica e a magnitude da doença na fase aguda ou fatores psicossociais – incluindo os de natureza socioeconômica ou vivências traumáticas – corrobora a hipótese de que alterações tardias relacionadas à infecção pelo SARS-CoV-2 (como processos inflamatórios associados a alterações imunológicas, danos vasculares associados a coagulopatias ou a própria presença do vírus no cérebro) teriam papel na origem dos transtornos.

A presença de manifestações clínicas, como perdas cognitivas, cefaleias, anosmia [perda do olfato] e outras alterações neurológicas nesses pacientes contribuem com evidências adicionais de que essas alterações psiquiátricas possam refletir a ação do SARS-CoV-2 no sistema central.


Leia também: Dose de reforço aumenta a proteção contra os sintomas graves da Covid-19


Metodologia

Todos os participantes foram submetidos a uma bateria de testes cognitivos para avaliação de habilidades como memória, atenção, fluência verbal e orientação espaço-temporal.

Observamos bastante perda cognitiva. Em um teste que mede a velocidade de processamento, por exemplo, os pacientes demoravam em média duas vezes mais do que o esperado para a idade [com base em valores médios descritos na literatura científica para a população brasileira]. E isso foi observado para todas as idades”, conta Damiano. “Além disso, mais da metade relatou, de forma subjetiva, um declínio na memória.

Os voluntários também passaram por uma entrevista estruturada com um psiquiatra e responderam a questionários padronizados usados no diagnóstico de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.

Como descrevem os autores no artigo, a prevalência de “transtorno mental comum” (sintomas depressivos, estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga, insônia, dificuldade de memória e concentração) no grupo estudado (32,2%) foi maior do que a relatada para a população geral brasileira (26,8%) em estudos epidemiológicos.

Nesses pacientes, a prevalência de transtorno de ansiedade generalizada (14,1%) foi consideravelmente maior do que a média dos brasileiros (9,9%). A prevalência de depressão encontrada (8%) também é superior à estimada para a população geral do país (entre 4% e 5%).

Os pacientes que evoluem para a forma grave, em geral, são mais comprometidos clinicamente [por problemas cardíacos, renais, diabetes e outras comorbidades] e, consequentemente, já apresentam mais sintomas psiquiátricos. Isso foi considerado na análise. Mesmo corrigindo para esse fator, a prevalência observada no estudo foi muito alta”, afirma Damiano.

O agravamento de sintomas psiquiátricos após infecções agudas é algo comum e esperado, comenta o pesquisador. “Mas com nenhuma outra doença viral se observou tanta diferença e perdas cognitivas tão significativas como com a COVID-19. Uma das possíveis explicações é o próprio efeito do vírus no sistema nervoso central”, comenta. “Se essas perdas são recuperáveis é algo que ainda não sabemos.”

Próximos passos

Atualmente, o grupo da USP estuda amostras de sangue coletadas dos voluntários durante o período de internação. O objetivo é avaliar o perfil de citocinas (proteínas do sistema imune que regulam a resposta inflamatória) para descobrir se há correlação entre o grau de inflamação durante a fase aguda da COVID-19 e o desenvolvimento de sintomas neuropsiquiátricos.

Caso exista alguma correlação, o passo seguinte será investigar se drogas inibidoras de interleucinas [um dos tipos de citocina] podem ser usadas para prevenir o aparecimento ou o agravamento de sintomas psiquiátricos”, conta.

Para quem já foi afetado, Damiano indica vacinação e acompanhamento psiquiátrico. “Há evidências de que exercícios físicos ajudam a reverter alterações cognitivas associadas a doenças graves e também há treinos de reabilitação cognitiva que podem ser feitos com acompanhamento de um neuropsicólogo habilitado. Além disso, acredito que a prática de meditação pode ser benéfica.


Fonte/texto: Portal Governo SP – Imagem: Rawpixel

O artigo Post-COVID-19 psychiatric and cognitive morbidity: Preliminary findings from a Brazilian cohort study pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0163834322000020#!.

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Vendas de veículos caem 38,5% em janeiro, aponta Anfavea

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A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que, em janeiro deste ano, foram vendidos 126,5 mil veículos, o que representa uma queda de 38,5% em comparação a dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro do ano passado, a retração foi de 26,1,5%.

Ao divulgar os dados nesta segunda-feira (7), o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, considerou a queda como relevante. “Foi uma queda relevante com relação a dezembro, que foi um mês muito bom, nós puxamos bastante a produção e o emplacamento, em grande parte para entregar muitos veículos pendentes de meses anteriores por falta dos semicondutores”. 

O executivo lembrou que janeiro já é tradicionalmente um mês de poucas vendas no mercado de automóveis, no entanto, destacou outros motivos para a retração no mês. 

“Janeiro já é esperado uma queda, como acontece todos anos, mas tivemos alguma aspectos que impactaram ainda mais esse resultado, como o alto volume de emplacamento em dezembro, o desequilíbrio na cadeia de suprimentos, e tivemos uma transição no sistema de emplacamentos, como veículos que foram vendidos, mas não foram emplacados no mês de janeiro. Mas esse tema já foi resolvido e o emplacamento já voltou ao normal em fevereiro”, disse.

Moraes disse ainda que as chuvas de verão e a variante Ômicron também foram agravantes que levaram à maior queda nas vendas no primeiro mês do ano.  “Tivemos chuvas acima da média em regiões importante como São Paulo, que é o maior mercado, que impactaram na frequência de consumidores de lojas e inclusive fecharam algumas lojas que tiveram problemas adicionais como alagamentos em determinadas regiões, e obviamente, a variante Ômicron que está afetando a cadeia como um todo, os fornecedores, os fabricantes e o varejo”.

Houve retração ainda na produção de veículos, com queda de 31,1% com relação a dezembro. Segundo o balanço divulgado pela Anfavea, foram fabricadas 145,4 mil unidades no primeiro mês deste ano, enquanto a produção em dezembro do ano passado ficou em 200,4 mil veículos. Comparado com janeiro de 2021, a queda na produção foi de 27,4 %

Para o ano, o presidente da entidade disse que a alta da taxa de juros pode desestimular as vendas. “Estamos trabalhando com uma restrição da oferta sim, mas na nossa previsão do ano a gente considera o impacto da questão do crescimento do PIB mais tímido e do aumento da taxa de juros. É uma mistura dos dois impactos. Em um ano normal, a gente só olha a demanda. Este ano ainda temos que olhar a oferta e a demanda por conta desse aumentos de juros, a capacidade da pessoa física de comprar, o emprego ainda não está em um nível adequado, enfim, restrição na oferta e certo limite na demanda considerando o cenário do Brasil que temos para 2022”. 

Exportações

As exportações de automóveis também registraram queda de 33,5% em janeiro, com relação a dezembro de 2021, com a venda de 27,6 mil veículos para fora do país. Com relação a janeiro do ano passado, a alta foi de 6,6%, quando houve a exportação de 25,9 mil unidades.

Caminhões

A venda de caminhões teve retração de 26,8% em janeiro em comparação com dezembro do ano passado. Foram vendidas, no último mês, 8,7 mil unidades. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a elevação nas vendas de caminhões foi de 15,5%. 

Emprego

O nível de emprego na indústria teve alta de 0,3% em janeiro na comparação com o último mês de 2021. Na comparação com janeiro do ano passado, a queda foi de 2%. As fabricantes de veículos empregavam em janeiro do ano passado 103.384 pessoas, enquanto agora tem um quadro total de 101.335  funcionários.


Fonte/texto: Agência Brasil/Ludmilla Souza – Foto: Roosevelt Cassio/Reuters/Direitos Reservados

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Operação conjunta tenta esclarecer e punir crimes contra as mulheres

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Policiais civis de todo o país estão mobilizados para apurar denúncias, instaurar inquéritos e cumprir mandados de prisão contra pessoas acusadas de participação em crimes de violência contra mulheres.

Deflagrada hoje (7), a ação integrada faz parte da segunda edição da chamada Operação Resguardo, cuja primeira edição ocorreu no primeiro trimestre de 2021. A iniciativa é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e conta com o apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Essa operação demonstra o compromisso do governo federal, em conjunto com as forças estaduais, em combater a violência contra a mulher. É preciso que a sociedade se conscientize que esse crime é inadmissível, denuncie e ajude as forças de segurança a prevenir e reprimir novos casos de violência”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, em nota.

As polícias civis dos estados e do Distrito Federal atuarão sob a coordenação da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), na busca de suspeitos de ameaças, tentativas de feminicídio, lesão corporal, descumprimentos de medidas protetivas, estupro e importunação, entre outros crimes.

De acordo com o Ministério da Justiça, 51.551 denúncias de crimes de violência contra a mulher foram apuradas durante a primeira edição da Operação Resguardo. Quase 190 mil vítimas tiveram atendimento, 1.431 solicitações de mandados de busca foram expedidos e mais de 10 mil pessoas acabaram presas.

Em março de 2021, quando apresentou os dados preliminares da primeira edição da Resguardo, o então secretário nacional de Operações Integradas, Jeferson Lisboa Gimenes, declarou que a intenção do governo federal era tornar a iniciativa regular. “Queremos transformar ações de enfrentamento à violência contra a mulher em ações rotineiras”, afirmou o ex-secretário, destacando que ações como essa fortalecem a atuação conjunta entre o governo federal e os estados.

Serviço

Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas, anonimamente, por meio do Disque 180 e de vários outros canais. Qualquer pessoa pode acionar o serviço, que funciona diariamente, 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados. O serviço cadastra e encaminha os casos aos órgãos competentes.

Em maio de 2020, a Agência Brasil reuniu informações sobre algumas das principais iniciativas que visam facilitar o acesso às formas de ajuda, que vão das delegacias estaduais especializadas, que recebem denúncias presenciais, a aplicativos como o SOS Mulher, desenvolvido para smartphones pelo Ministério Público do Amapá e pela prefeitura de Macapá, e a plataforma de mesmo nome que o governo de São Paulo disponibiliza na internet, e que conta com uma ferramenta que permite às vítimas de violência doméstica pedir ajuda à polícia apenas apertando um botão do telefone celular.

* Com informações do Ministério da Justiça


Fonte/texto: Agência Brasil/Alex Rodrigues – Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

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Entenda o que muda na prova de vida do INSS

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Uma das obrigações mais recorrentes para aposentados e pensionistas mudou neste mês. Desde a última quarta-feira (2), a prova de vida para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixou de ser presencial e passou a basear-se no cruzamento de outras bases de dados do governo.

As regras foram alteradas por portaria publicada no Diário Oficial da União. A principal novidade foi a inversão da lógica de comprovação. Em vez de o aposentado ou pensionista provar que está vivo, caberá ao INSS certificar-se de que o segurado não morreu.

Antes, o segurado precisava ir a uma agência bancária. Segurados com biometria facial registrada no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) ou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podiam fazer a prova de vida digital no aplicativo Meu INSS. Idosos a partir de 80 anos ou pessoas com dificuldade de locomoção podiam pedir visita em domicílio, agendando horário pelo telefone 135 ou pelo app Meu INSS.


Leia também: Abono salarial de anos anteriores só poderá ser pedido em março


Agora, a ida ao banco será opcional e usada apenas como último recurso. O INSS terá acesso a dados como votação em eleições; registro de transferências de bens; vacinação; consultas pelo Sistema Único de Saúde; ou renovação de documentos como RG, carteira de motorista ou passaporte. Se alguma movimentação tiver acontecido nos dez meses posteriores ao aniversário do segurado, o INSS considerará o beneficiário vivo.

Caso não haja registro de movimento nesse período, o próprio órgão fará outras formas de comprovação de vida, a serem definidas no futuro. Ao anunciar as novas regras, o INSS informou que estuda soluções como a generalização da prova de vida digital, com um sistema de envio de fotos por aplicativo a partir de 2023, ou a manutenção do envio de servidores públicos para a coleta de dados biométricos na casa do aposentado ou pensionista. Segundo o INSS, o novo processo será implementado gradualmente até 31 de dezembro.

O mês de aniversário do segurado como data para a prova de vida não mudou. As novas regras já valem para todos que fazem aniversário após 2 de fevereiro, data de publicação da portaria. Se o segurado quiser regularizar pendências de anos anteriores, poderá ir ao banco fazer a prova de vida presencial, se quiser. A portaria estabelece apenas que ele não pode ser obrigado pela instituição financeira a procurar uma agência bancária.

Atualmente, cerca de 35 milhões de aposentados e pensionistas precisam provar, todos os anos, que estão vivos, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência. De acordo com o INSS, as mudanças ocorreram para evitar ao máximo que idosos precisem sair de casa e reduzir dificuldades para segurados com problemas de saúde.


Fonte/texto: Agência Brasil/Wellton Máximo – Foto: Tomaz Silva/AB

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Futebol Feminino: semifinais da Supercopa do Brasil são definidas

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Foram definidas neste domingo as semifinais da Supercopa do Brasil de futebol feminino, após o Flamengo derrotar o Esmac, por 2 a 0 no estádio Luso Brasileiro, e o Corinthians bater o Palmeiras, por 3 a 0 na Neo Química Arena.

Classificação rubro-negra

Jogando sob o olhar da técnica da seleção feminina, a sueca Pia Sundhage, o Flamengo bateu o Esmac com gols de Darlene e Duda. Na próxima fase o time da Gávea terá pela frente o Grêmio, que derrotou o Cruzeiro por 2 a 0, na última sexta-feira (4), pela primeira fase da competição. O jogo das semifinais será na próxima quarta-feira (9), a partir das 15h30 (horário de Brasília) no estádio Luso Brasileiro.

Vitória no clássico

Já o Corinthians avançou na Supercopa ao bater o Palmeiras por 3 a 0 graças a gols de Gabi Portilho, Tamires e Jaqueline. Agora, o Timão tem pela frente o Real Brasília (que suoperou o Internacional por 1 a 0 na última sexta), na quarta, a partir das 18h, no Parque São Jorge.


Fonte/texto: Agência Brasil – Foto: Rebeca Reis/CBF

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Sudeste pode enfrentar chuva forte e alagamentos, diz Defesa Civil

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A Região Sudeste poderá enfrentar chuvas fortes, com possibilidade de alagamentos, inundações e deslizamentos de terra nos próximos dias. O alerta é da Defesa Civil Nacional, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

Foram emitidos avisos meteorológicos de perigo (laranja) pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com o Inmet, o volume de chuvas previsto é acima de 100 milímetros por dia em alguns locais.

“É importante que a população fique atenta e acompanhe a difusão de outras informações nas redes sociais e pelos alertas enviados por SMS. É importante procurar orientações nas defesas civis municipais e estaduais, que precisam ter um planejamento para as ocorrências de chuvas fortes”, afirmou o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun.

Segundo o Inmet, haverá atuação do fenômeno Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) – quando uma faixa de nuvens fica praticamente estacionada, provocando grande quantidade de chuvas contínuas, na mesma área, por, pelo menos, quatro dias. Desta vez, a zona ficará sobre o estado de Minas Gerais e também terá reflexos em partes do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Cuidados

A Defesa Civil Nacional alerta para a tomada de cuidados que podem ajudar a reduzir danos materiais e preservar vidas em caso de chuvas intensas. Uma delas é desligar os aparelhos elétricos e o quadro geral de energia. Em caso de enxurrada ou similar, colocar documentos e objetos de valor em sacos plásticos.

Caso haja uma situação de grande perigo confirmada, procurar abrigo e evitar permanecer ao ar livre. Além disso, em ocasiões de rajadas de vento, não se abrigar debaixo de árvores por conta do risco de queda e descargas elétricas e não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.

Para mais informações, procurar a Defesa Civil local por meio do telefone 199 ou o Corpo de Bombeiros, pelo número 193. As informações detalhadas sobre os locais com maiores riscos climáticos podem ser acessadas na página do ministério.


Fonte/texto: Agência Brasil/Vladimir Platonow – Imagem: Amanda Perobelli/Reuters/Direitos Reservados

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