Duas pessoas morreram na noite deste sábado (18), no Lago de Furnas, nas proximidades do município de Capitólio, em Minas Gerais, quando uma embarcação virou. A embarcação que naufragou estava prestando auxílio a outra que se encontrava à deriva no lago, com problemas mecânicos.
O emborcamento ocorreu no momento de embarque dos passageiros. Os mortos são uma mulher da cidade mineira de Paraguaçu e um homem de Guarulhos, São Paulo.
De acordo com a Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg), uma lancha com 14 passageiros a bordo apresentou problemas mecânicos e pediu apoio a outra embarcação para resgatar os passageiros. O resgate foi feito por chalana com dez passageiros, mas, no momento do transbordo, a embarcação não suportou o peso e virou.
A Marinha e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados. Marinheiros tentaram reanimar as vítimas, sem sucesso. A Marinha informou que vai instaurar inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades da ocorrência.
Este foi o segundo acidente com vítimas na região em aproximadamente seis meses. No início de janeiro, uma rocha das encostas do cânion de Capitólio desabou sobre barcos de turistas. O episódio causou a morte do piloto e de nove turistas que estavam em uma lancha fortemente atingida. Vinte e sete pessoas ficaram feridas.
Segundo inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais, a queda do bloco de rocha no lago de Furnas ocorreu como desdobramento de eventos naturais, sem influência da ação humana.
Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil – Foto: Arquivo/Divulgação/CBMG
Quase três meses após um paredão rochoso se desprender e atingir quatro lanchas, matando dez pessoas e ferindo várias outras, os cânions do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), voltaram a ser reabertos à visita de turistas.
A liberação parcial das visitas náuticas aconteceu no último dia 30, com o aval da prefeitura. Além de estabelecer novas regras, como a obrigação dos condutores manterem as embarcações a uma distância mínima dos paredões e respeitarem os limites estabelecidos para cada trecho do percurso, o município – distante cerca de 282 quilômetros de Belo Horizonte – contratou uma equipe de geólogos para avaliar, diariamente, a estabilidade dos blocos de pedra.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Arantes Barros, o movimento de turistas durante o fim de semana passado, o primeiro desde a reabertura, foi pequeno, com uma média de cerca de 80 grupos de visitantes/dia – como este controle não era feito antes do acidente, no dia 8 de janeiro, não é possível fazer comparações. A expectativa, no entanto, é que o afluxo de pessoas aumente gradualmente nas próximas semanas, principalmente em função dos feriados prolongados de Páscoa e Tiradentes.
“É preciso levar em conta que muitos fatores impactam o turismo, como a situação econômica, o preço do combustível, a estação do ano… Após tanto tempo, o movimento até que foi bom para um primeiro fim de semana. Principalmente considerando que era fim de mês”, disse Barros.
Membro da diretoria da Associação dos Empresários de Turismo de Capitólio (Ascatur), Vitor Vasconcelos afirma que as medidas de segurança adotadas após o acidente vêm sendo bem recebidas pelos visitantes e por quem trabalha com turismo.
“Uma coisa que nos preocupava era como as novas normas de segurança seriam recebidas. Acabou que todos as receberam muito bem. Os visitantes não só estão acatando todas as regras, como continuam curtindo os passeios”, comentou Vasconcelos. Segundo ele, o afluxo de turistas já vinha aumentando gradualmente desde fevereiro, em função das várias outras atrações turísticas da região.
“Dificilmente a pessoa que passar uma semana em Capitólio conhecerá mais da metade dos nossos atrativos turísticos”, garantiu Vasconcelos.
De fato, a cidade, que integra o Circuito Turístico Nascente das Gerais tem muito mais a oferecer do que os passeios náuticos pelo chamado “Mar de Minas”, como costumam ser chamados os 1.440 km² do lago da represa de Furnas – que, por sua vez, também não se limita à área de cânions, onde foram identificados cinco pontos de maior risco de queda de pedras.
“Apenas uma única área do lago onde é possível passear de lancha estava interditada”, frisou Vasconcelos. “Mesmo assim, com as notícias, a queda no movimento chegou a 95% logo após a tragédia. Mas se compararmos o resultado de abril deste ano com o de anos anteriores, a diferença já não foi assim tão grande. Também é preciso diferenciar as consequências do que aconteceu no dia 8 de janeiro daquilo que várias cidades turísticas estão enfrentando”, comentou Vasconcelos, citando, como exemplo, o impacto das fortes chuvas que atingiram o estado no início do ano, impactando o turismo.
Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Foto: Divulgação/CBMMG