A Polícia Civil recuperou, nesta segunda-feira (6), cerca de 5 mil celulares sem origem comprovada no centro de São Paulo. A Operação Big Mobile fechou comércios que vendiam celulares com indícios de furto ou roubo. Os aparelhos serão analisados pelos policiais. Aqueles com registro de subtração devem ser devolvidos aos donos.
Equipes de todo o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) realizaram ações para identificar os pontos de comercialização de celulares sem procedências. A investigação teve início a partir das informações fornecidas pelas vítimas, que incluíram nos boletins de ocorrência de furto ou roubo de celular a localização dos aparelhos. Com os dados, as equipes realizaram fiscalizações nos locais identificados.
Os agentes realizaram a primeira fase da operação no sábado (4), quando aconteceram 21 flagrantes. Cerca de 275 celulares foram apreendidos. Hoje, na segunda etapa, até o momento, aproximadamente 5 mil aparelhos foram recuperados para análise.
Ao todo, foram empenhados 483 policiais, 213 viaturas, drone e uma aeronave. O Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) auxiliou na localização dos aparelhos.
A Polícia Civil incentiva que a população realize os boletins de ocorrência e notifique a localização, quando possível, para que ações como essa sejam realizadas com frequência.
“Além do trabalho da Polícia Civil, a operação também mostra a participação da sociedade. A vítima nos avisa os locais que os celulares estão apontando como localizados. Por meio desses dados nós conseguimos deflagrar a operação de sábado e a de hoje com muito sucesso. Nós pedimos que as vítimas continuem denunciando para que possamos continuar com as operações, localizar os telefones celulares e poder devolver aos proprietários”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.
O Celular Seguro, programa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) criado em dezembro de 2023, possibilita, em poucos cliques, o bloqueio das linhas, dispositivos e aplicativos digitais às vítimas de furto, roubo ou perda, reduzindo o risco de golpes. Mais de 2,1 milhões de pessoas já utilizam a plataforma e cerca de 66,5 mil alertas de bloqueios já foram realizados em todo o país.
Quando o usuário da ferramenta emite um alerta, além do bloqueio às contas dos bancos parceiros, as operadoras de telefonia bloqueiam os chips dos telefones roubados, furtados ou extraviados. O objetivo da medida é evitar que bandidos utilizem os chips para clonar o WhatsApp e redes sociais. Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também efetua o bloqueio do aparelho, a partir do IMEI, que é a identificação de cada celular.
“Estamos em constante aprimoramento para que o Celular Seguro fique cada vez mais simples de usar, oferecendo mais segurança ao cidadão. Neste ano, lançamos uma nova versão da ferramenta, além de estarmos em fase final para incorporar uma iniciativa desenvolvida pelo governo do Piauí, com foco na recuperação dos aparelhos roubados. É um compromisso e uma prioridade do Ministério da Justiça e Segurança Pública oferecer soluções tecnológicas, que fazem diferença na vida da sociedade”, destaca o secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto.
De acordo com Manoel Carlos, em 2024 foi criado o Comitê Gestor do Celular Seguro. Por meio dele, foram incorporados à equipe peritos criminais federais e foram realizadas reuniões com o Google, que escolheu o Brasil para o lançamento de funcionalidade anti-roubo de telefones móveis. “Acolhemos novos parceiros e todas as empresas de telefonia passaram a bloquear os chips dos aparelhos. São muitas ações já realizadas e outras ações que ainda estão por vir, como disponibilizar uma lista com os IMEIs, que são a identificação dos telefones, que tenham alguma restrição”, explicou o secretário-executivo do MJSP.
“A ferramenta surgiu quando a gente percebeu um aumento dos crimes de furto e roubo de celular, e isso gerava uma insegurança para o consumidor no mundo digital. É que derivam desses crimes uma série de ações dos criminosos no mundo digital, no uso de instituições bancárias que estavam no aparelho celular, no uso de comércio eletrônico por meio de aplicativos. A proposta do Celular Seguro é não só desestimular o mercado ilegal dos aparelhos furtados e roubados, mas, também, proteger as instituições e recursos financeiros, com alertas”, explicou o coordenador-geral de Planejamento, Inovação e Integração de Soluções para Segurança Pública do MJSP, José Rocha.
Segundo Rocha, o ministério atua na proteção do usuário como o elo central da ferramenta, já que recebe os alertas e dispara imediatamente para as instituições parceiras. “Cada parceiro tem o seu tempo. Alguns conseguem dar resposta em seis horas, outros em duas horas. Mas estamos estimulando para que eles melhorem o tempo de resposta”, pontuou.
Divulgação: SECOM/PR
Celular Seguro
ACESSO — O acesso ao Celular Seguro é feito com o mesmo login do site gov.br. O usuário pode acessar a ferramenta diretamente no navegador da internet pelo computador por meio do site https://celularseguro.mj.gov.br/ ou pelo aplicativo, disponíveis na Play Store (Android) e na App Store (iOS/iPhone).
“Uma vez que o alerta resulta num bloqueio daquele aparelho, digamos que o ladrão que roubou ou furtou não vai conseguir fazer a revenda do celular, e isso gera um desestímulo por esse crime. A ideia é que esse desestímulo resulte numa diminuição da prática do crime, já que não vai ter um retorno tão significativo financeiramente”, frisou Rocha.
MELHORIAS — Em abril, o programa passou a operar em uma versão atualizada. O processo de registro foi simplificado e o envio de alertas aprimorado, tornando o uso da ferramenta mais fácil e a comunicação de furto, roubo ou perda mais efetiva. No envio de alertas, foi:
Incluída restrição de 15 dias para registro de ocorrências. O usuário só poderá emitir um alerta para ocorrências dos últimos 15 dias, permitindo maior eficácia na ação.
Criada a possibilidade de selecionar o tipo de alerta que será emitido: apenas o bloqueio do aparelho/linha, outros bloqueios (de outras instituições parceiras) ou ambas as opções.
Para emitir um alerta, o usuário visualiza uma notificação de confirmação de envio, trazendo maior garantia contra cliques acidentais.
Para facilitar o cadastro, não é mais necessário informar o IMEI e o modelo do aparelho, apenas o número da linha, a operadora de telefonia e a marca do telefone. Não há limite para o cadastro de números, mas eles precisam estar vinculados ao CPF do titular da linha para que o bloqueio seja efetivado.
“Por exemplo, se você tem o plano família e está no nome do seu esposo ou do pai, você vai fazer o registro, não vai funcionar o seu alerta, porque o seu telefone estaria registrado no CPF de outra pessoa. É importante que o titular do plano, que seria de fato o proprietário daquelas linhas telefônicas, faça o registro daquelas linhas para a proteção”, frisou o coordenador-geral.
No entanto, cada pessoa cadastrada no Celular Seguro poderá indicar pessoas da sua confiança, que estarão autorizadas a efetuar os bloqueios, caso o titular tenha o celular roubado, furtado ou extraviado. Também é possível que a própria vítima bloqueie o aparelho acessando o site por um computador.
PARCEIROS — Após o registro de furto, roubo ou perda do celular, os bancos e instituições financeiras que aderiram ao projeto farão o bloqueio das contas. O procedimento e o tempo de bloqueio de cada empresa estão disponíveis nos termos de uso do site e do aplicativo. O bloqueio dos aparelhos celulares seguirá a mesma regra.
Até o momento, além da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 13 instituições aderiram ao programa: Nubank, Pan, Inter, Sicoob, Caixa, BTG Pactual, XP Investimentos, Santander, Safra, Banco do Brasil, Itaú, Sicredi e Bradesco.
DESBLOQUEIO — A ferramenta não oferece a possibilidade de fazer o desbloqueio. Caso o usuário emita um alerta, mas recupere o telefone em seguida, terá que solicitar os acessos entrando em contato com a operadora, bancos e outros. Cada empresa segue um rito diferente para a recuperação dos aparelhos e das contas em aplicativos, descrito nos termos de uso.
APRIMORAMENTO — Uma das medidas para ampliar o escopo do programa Celular Seguro é a incorporação de um protocolo de rastreamento e de recuperação de telefones móveis. Quando uma nova linha for habilitada, as empresas de telefonia informarão em qual local e aparelho a nova conta foi criada. Caso haja um registro de furto ou roubo, o receptador será intimado, via WhatsApp, a comparecer a uma delegacia para esclarecer a situação. Caso não tenha a nota fiscal, o telefone deverá ser entregue às autoridades, que o encaminharão para os verdadeiros donos.
Outra iniciativa para aprimoramento do Celular Seguro é que, dentro do aplicativo ou do site do programa, terá uma lista com os IMEIs – que são os números de identificação de cada telefone. A medida auxiliará compradores de telefones usados, que poderão consultar se há alguma ocorrência ligada ao aparelho que estão comprando.
O aplicativo Celular Seguro completou um mês de funcionamento nesta sexta-feira (19). O programa, destinado a bloquear smartphones após serem alvo de furto ou roubo, ultrapassou 12.000 alertas de bloqueio de aparelhos celulares nesse período, segundo o governo.
Segundo o governo, o maior número de pedidos de bloqueio ocorreu na semana das festas de fim de ano. Somente no dia 20 de dezembro foram contabilizados mais de 1.100 registros no aplicativo. A segunda data de maior ocorrência foi em 27 de dezembro, com 746 pedidos.
São Paulo é o estado com mais bloqueios, sendo 3.288, seguido do Rio de Janeiro (1.567), Bahia (940), Pernambuco (904) e Minas Gerais (778).
Lançada em dezembro de 2023, a ferramenta opera por meio de um cadastro prévio. Os usuários devem registrar a si mesmos, seus dispositivos móveis e contatos de confiança (com CPF ativo) por meio da conta Gov.br.
Em caso de roubo ou furto do aparelho, basta que o usuário ou a pessoa indicada acesse o serviço (via aplicativo ou site) e informe ao governo sobre a perda do dispositivo. O bloqueio é efetuado instantaneamente, sem a necessidade de apresentação de boletim de ocorrência.
A ferramenta está disponível para Android, iPhone (iOS) e navegadores como Google Chrome e Microsoft Edge.