Governo de SP aumenta em 80% repasses para captação de órgãos para transplantes

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Em todo o estado de São Paulo, cerca de 18 mil pessoas estão na lista de espera por um rim, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Para incentivar o financiamento na área de transplantes, o Governo de São Paulo aumentou em 80%, por meio da Tabela SUS Paulista, os valores pagos para sete procedimentos relacionados à captação de órgãos para transplantes.

Entre os procedimentos contemplados estão a topoplastia de transplante de córnea, cuja remuneração passou de R$ 965 para R$ 2.973,59. Já o procedimento de transplante cutâneo saltou de R$ 1.297,01 para R$ 4.215,28. A remuneração para o deslocamento de equipe profissional para retirada de órgãos passou de R$ 900 para R$ 1.620. Esses valores são pagos a hospitais e instituições filantrópicas que prestam serviço ao SUS Paulista.

Referência mundial, o Hospital do Rim (HRim), é a unidade que mais realiza transplantes renais no mundo, atualmente. Contemplado pela Tabela SUS Paulista, o centro registrou um aumento de 37% nos procedimentos totais realizados nos primeiros seis meses deste ano, comparado com o ano passado, o que representa um valor extra de mais de R$ 9 milhões, pagos com recursos do Tesouro Estadual.

A iniciativa da SES remunera em até cinco vezes mais as Santas Casas e entidades filantrópicas, e já aumentou em 93% o repasse para as instituições em seis meses, quando comparado aos valores repassados por meio de convênios em 2023.

Para o diretor clínico do HRim e médico nefrologista, Lúcio Roberto Requião Moura, a Tabela SUS Paulista trouxe como principal mudança para a instituição a otimização no setor de hemodiálise que já vinha passando por uma redução de vagas em todo o país. “Muitos pacientes eram diagnosticados com doenças renais e precisavam ficar internados em hospitais aguardando uma vaga numa clínica próxima da sua casa. Observamos então uma redução desses pacientes internados devido ao incremento da Tabela SUS na hemodiálise”.

Com a Tabela SUS Paulista, a expectativa é de que os processos de captação e o funcionamento dos equipamentos de apoio sejam aprimorados em todas as fases, desde a obtenção até o transplante, promovendo um maior incentivo à doação de órgãos.

O médico explica outra mudança importante. “Com a Tabela SUS Paulista, espera-se um fortalecimento em todas as etapas do processo de captação de órgãos, desde a coleta até o transplante, impulsionando o funcionamento dos equipamentos e serviços envolvidos. Como resultado, haverá um incentivo ainda maior para a doação de órgãos”, afirma.

Um novo órgão para uma nova vida

Localizado na Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo, o prédio cinza e vermelho de 11 andares abriga inúmeras histórias de pacientes que anseiam diariamente pela oportunidade de receberem um rim compatível. É no HRim, há mais de 25 anos, que doadores, transplantados e aqueles que esperam pelo grande dia têm as suas vidas transformadas.

Uma das beneficiadas com o procedimento é a pedagoga Ana Lucia de Morais, de 42 anos, recém-transplantada que ainda jovem descobriu ser portadora de rins policísticos, condição hereditária em que o órgão desenvolve múltiplos cistos. Devido ao histórico familiar materno, aos 18 anos Ana foi recomendada a realizar um ultrassom para investigar a situação dos rins e soube desde então que necessitaria de um cuidado maior por toda a vida.

“Desde nova fiz tratamentos conservadores, mas os médicos sempre alertavam que futuramente os meus rins iriam parar e em 2018, quando comecei a perder a função renal, passei a fazer hemodiálise. Por saber do meu histórico familiar, já imaginava que um dia precisaria do tratamento”, diz a pedagoga.

Sempre acompanhada e encorajada pela irmã mais velha, Thaís Conceissa de Morais, Ana se emociona ao contar como o diagnóstico também impacta na vida dos familiares que acompanham todo o processo. “Foi a minha irmã que acompanhou as minhas idas aos médicos, agendou os exames e deixou muitas coisas de lado para estar comigo. O fato de eu estar na hemodiálise a deixava preocupada por achar que a qualquer momento eu poderia passar mal. Tudo isso mexe com quem realmente se importa com você”, conta com a voz embargada.

Ana se recorda do domingo em que recebeu a ligação do HRim informando sobre a compatibilidade de um doador. Na ligação, Ana foi avisada sobre a possibilidade de um rim com doador falecido, manifestando prontamente seu interesse. “Foi uma felicidade muito grande, eu não parava de chorar- diz ela emocionada- Já estava um pouco cansada de hemodiálise porque eu já vinha fazendo há 6 anos. Fiquei uns quatro anos aguardando o meu dia”. 

A sensação em ver a bolsa com um pouco de urina, foi um dos momentos pós-cirurgia mais marcantes para Ana, assim como outros hábitos que há tanto tempo já não eram mais tão simples. “Fiquei muito feliz quando pude tomar água e suco de laranja. Me trouxeram um super brigadeiro e antes eu precisava evitar certos alimentos devido ao potássio. São essas pequenas coisas que fazem falta”, afirma.

Ana destaca também sua gratidão às famílias de doadores. “Com o transplante, temos a chance de prolongar nossos dias, por isso, só tenho a agradecer porque no momento de dor, tiveram a empatia de melhorar a saúde de uma outra pessoa. Eles me deram vida e liberdade, coisas que eu não tinha”. 

A espera por um transplante

Do lado de quem aguarda por um transplante, o sentimento é de esperança, como relata Silmara Alves dos Santos, assistente de administração aposentada de 56 anos, atendida na unidade. Assim como na história de Ana, Silmara também herdou os rins policísticos da mãe e descobriu aos 20 anos durante um exame que futuramente iria precisar de um transplante.

A paciente vai até o HRim três vezes por semana para realizar a hemodiálise e diz que o relacionamento com pacientes e profissionais ajudam a tornar o processo mais fácil. “O meu tratamento é ótimo, temos médicos competentes e o ambiente é bem descontraído. Os pacientes são nossa família também, temos muito carinho e nos preocupamos uns com os outros. Enxergo aqui como uma extensão da casa da gente”, relata.

Com a voz calma e sempre esperançosa, Silmara celebra cada dia vivido e não deixa de torcer pelo momento em que ela e seus colegas de hemodiálise encontrarão um rim compatível. “Quando receber o transplante, torço para que tudo dê certo. Gostaria que todos aqui ficassem bem e se curassem. Seria uma vida nova!”, anseia.

Leia mais: Marcos Tonho entrega caminhão superequipado ao Corpo de Bombeiros de Santana de Parnaíba  


Fonte: Governo de SP

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SP realiza 1 milhão de cirurgias eletivas no ano pela primeira vez na história

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O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou 1 milhão de cirurgias eletivas em 2023, o que representa o maior número da série histórica iniciada em 2008. Entre os procedimentos mais realizados ao longo do ano em todo o Estado, destacam-se os oftalmológicos, a retirada de vesículas e próstatas e as cirurgias no aparelho digestivo.

Lançados para ampliar o número de pacientes atendidos e oferecer cada vez mais qualidade de vida à população, os mutirões de cirurgias eletivas representam 30% do número total de cirurgias feitas no Estado.

No início do ano tínhamos uma situação difícil, com muita gente na fila. Uma desorganização que vinha do período de pandemia. Várias cirurgias eletivas foram postergadas e muita gente na fila dos tratamentos oncológicos. Organizamos mutirões e houve uma grande aplicação de recursos e realizamos mais de 1 milhão de cirurgias eletivas”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas.

Para acelerar a realização de cirurgias eletivas, a Secretaria da Saúde destinou R$ 923,5 milhões.

Focamos primeiro em mutirões de oncologia para atender os casos mais graves. O governador Tarcísio de Freitas investiu R$ 405 milhões do Tesouro Estadual para que pudéssemos aumentar a oferta e foi o que fizemos. Tudo para alcançar a meta de não ter nenhum paciente esperando há mais de 60 dias e, hoje, sob a regulação do Estado de São Paulo, não temos nenhum paciente esperando acima desse prazo,” disse o secretário da Saúde, Eleuses Paiva.

Os mutirões têm o objetivo de ampliar a oferta de procedimentos de média e alta complexidades aos usuários do SUS, bem como permitir que estabelecimentos de saúde que integram a rede pública ampliem, em caráter temporário, a oferta de procedimentos.

O resultado dessa estratégia é a redução do tempo de espera e do sofrimento de quem aguardava por esses procedimentos, trazendo cada vez mais dignidade ao cidadão paulista e regulando o encaminhamento de pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico.

Também neste esforço, a SES inaugurou e reativou em 2023 aproximadamente 1.600 novos leitos, número que equivale à abertura de sete unidades hospitalares de médio porte. Os locais foram escolhidos para dar resposta às demandas regionais, observadas pessoalmente pelo secretário Eleuses Paiva durante o processo de regionalização da saúde.

Leia também:  Nota Fiscal Paulista: população pode resgatar até R$ 37 milhões em créditos


Fonte: Governo de SP

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