Estudo identifica quase 700 variações genéticas relacionadas à depressão

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Cientistas de vários países identificaram fatores genéticos de risco para a depressão em populações de diferentes etnias, possibilitando prever o risco da doença independentemente da origem genética da pessoa. O estudo é o maior e mais variado já realizado sobre a genética da depressão. Os resultados foram publicados na revista Cell.

Os autores analisaram dados de mais de 5 milhões de pessoas em 29 países, incluindo registros da Brazilian High-Risk Cohort (BHRC), ou Coorte Brasileira de Alto Risco para Transtornos Mentais, estudo com participação do Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM), um Projeto Especial da Fapesp sediado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

As análises revelaram 697 variações genéticas relacionadas à depressão, quase 300 delas nunca antes identificadas.

Um terço dessas novas descobertas foi possível com a inclusão de indivíduos de ancestralidade genética miscigenada, como ocorre predominantemente na população brasileira. A medida marca um avanço significativo na equidade científica, porque esse tipo de estudo, geralmente, conta predominantemente com participantes com ancestralidade europeia.

“O estudo é um marco na psiquiatria genética, pois mostra a importância de incluir diferentes populações nas pesquisas para que os tratamentos possam ser eficazes para todos”, comenta o psiquiatra Pedro Mario Pan, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador da investigação no Brasil.

As variações genéticas identificadas estão ligadas a neurônios em regiões cerebrais que controlam as emoções. Essas descobertas oferecem novas pistas sobre como a depressão afeta o cérebro e podem levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

“Essas novas informações destacam áreas do cérebro que podem ser alvos diretos para terapias, além de permitir a adaptação de medicamentos existentes para tratar a depressão”, explica a professora da Unifesp Sintia Belangero, também integrante do CISM.

Entre os medicamentos que podem ser reaproveitados, alguns já são usados para tratar dor crônica e distúrbios do sono. Contudo, os pesquisadores alertam que mais estudos e testes clínicos são necessários antes de confirmar sua eficácia para a depressão.

Também participaram da iniciativa outros membros do CISM, como os professores Giovanni Salum, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Marcos Santoro, da Unifesp.

Os autores explicam que, como a maior parte das pesquisas genéticas anteriores focava em populações de ascendência europeia, havia uma limitação na aplicação dos resultados em outras etnias, perpetuando, com isso, desigualdades nos tratamentos.

Agora, com 25% dos participantes de ascendência não europeia, o novo estudo representa um passo fundamental para tornar os avanços científicos mais inclusivos.

“Esses resultados ajudam a reduzir lacunas históricas no conhecimento sobre a depressão e podem beneficiar milhões de pessoas em populações que antes eram sub-representadas”, afirma a pesquisadora Vanessa Ota, também da Unifesp.

Mentes do Futuro

Os resultados destacam a necessidade de mais pesquisas globais e colaborativas. Os cientistas esperam que os dados sirvam de base para novos tratamentos, além de melhorar a prevenção da depressão em indivíduos com maior risco genético.

“Agora temos uma visão muito mais clara da base genética da depressão, mas ainda há muito a fazer. O objetivo final é transformar essas descobertas em cuidados melhores e mais acessíveis para quem sofre com essa condição”, destaca a aluna de doutorado do Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (Linc) da Unifesp Adrielle Martins, que esteve diretamente envolvida nas análises dos dados do artigo.

A BHRC acompanha, há uma década e meia, 2,5 mil crianças e adolescentes oriundos de escolas públicas nas cidades de São Paulo e Porto Alegre, junto com seus pais e filhos nascidos anos depois do início da pesquisa.

O objetivo é investigar os fatores psicológicos, biológicos e sociais associados à origem dos transtornos mentais e às variações no desenvolvimento cognitivo. No CISM, o projeto recebe o nome de “Conexão Mentes do Futuro”.

O estudo desenvolveu um extenso banco de dados com centenas de milhares de variáveis, permitindo análises detalhadas e a formulação de novas perguntas em saúde mental, incluindo aspectos relacionados à genética e à estrutura cerebral.

O projeto busca oferecer insights inovadores e, até então, inacessíveis sobre as origens dos transtornos mentais.

Leia também: Santana de Parnaíba: Inscrições para cursos gratuitos de capacitação na construção civil encerram no dia 12


Fonte/foto: Governo de SP

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Glorify lança conteúdos exclusivos sobre depressão e ansiedade

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Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a quantidade de pessoas depressivas nas Américas aumentou 17% entre os jovens de 15 a 29 anos. Infelizmente, o suicídio aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Como forma de conscientização e em referência ao Mês de Setembro Amarelo, o Glorify lançou conteúdos especiais sobre o tema. Ao todo, são 7 histórias na categoria Pensamentos do Dia, que podem ser acessados pela Aba Ouvir do aplicativo. Estas histórias mostram que até mesmo gigantes da Fé como Martinho Lutero, Charles Spurgeon e Martin Luther King Jr. enfrentaram problemas ligados à depressão e ansiedade e como superaram estes desafios.

“Falar sobre depressão é de extrema importância. Se engana quem pensa que os cristãos não sofrem com isso. Muitas vezes, as pessoas passam por problemas difíceis e a ansiedade e depressão podem tomar lugar. Portanto, nossa missão é mostrar que até mesmo grandes referências do Cristianismo sofreram deste mal, mas que conseguiram superar graças a Fé”, explica Bárbara Benevenuto, Gerente de Marketing Brasil do Glorify.

Além dos conteúdos criados com base no livro “Juntos na escuridão”, da editora Mundo Cristão, o aplicativo ainda lançou conteúdos novos, como histórias bíblicas para dormir como a História de Jonas. Grandes vozes do Gospel narram tais histórias como Nívea Soares, Helena Tannure e João Lúcio Tannure.

Leia também: “Democrata”, “visionário” e “articulador”, Gilberto Kassab é condecorado pela Alesp


Fonte: Glorify – Foto: Joice Kelly | Unsplash

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De moderada a grave, depressão atinge 25% dos idosos brasileiros, indica pesquisa

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Levantamento foi realizado com mais de 4 mil pacientes da empresa Laços Saúde

depressão moderada a grave, que se caracteriza pelo risco maior de suicídio e pela necessidade de medicação, atinge um a cada quatro brasileiros com 60 anos ou mais, conforme levantamento realizado com mais de quatro mil beneficiários das empresas e operadores de saúde atendidas pela Laços Saúde, empresa de cuidados autogerenciados para idosos.

O dado surpreendeu a CEO da Laços Saúde, Marta Oliveira, levando em conta que, antes da pandemia, em 2019, a doença atingia 6% da população idosa brasileira, de acordo com pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Achava que esse transtorno afetasse no máximo 10% dos idosos no país, mas 25% é um número muito elevado e preocupante do ponto de vista de saúde mental”, afirma.

Não há uma única explicação para o agravamento do quadro de depressão entre idosos brasileiros, de acordo com Oliveira. Além do envelhecimento em si, a perda de entes queridos, a aposentadoriaabandono familiar e doenças crônicas também trazem desafios emocionais e físicos nessa fase da vida. A pandemia de Covid-19 colaborou para o quadro, devido ao aumento do sentimento de solidão causado pelas medidas de distanciamento social.

Oliveira chama atenção ainda para a mudança do perfil demográfico. Com o rápido envelhecimento da população brasileira, aumentou o número de pessoas que se sentem solitárias e mais vulneráveis à depressão. Segundo o IBGE, a parcela idosa da população com mais de 60 anos subiu para 15,1% em 2022. Dez anos antes, o percentual era de 11,3%.


Fonte: TV Cultura

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