Casos de doenças respiratórias aumentam com queda nas temperaturas

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Os casos de problemas respiratórios aumentam com a chegada do período de baixas temperaturas, tempo seco e maior amplitude térmica. Doenças como gripe, Covid-19, rinite e sinusite podem ser confundidas por causa da similaridade de alguns dos sintomas.

“As principais doenças que aumentam com o clima frio são as doenças respiratórias. E outras manifestações também que surgem como complicação dessas doenças, como as infecções, as pneumonias, as bronquiolites. Isso se deve ao frio e ao clima seco, que dificulta a dispersão de poluentes e faz com que as pessoas, principalmente alérgicas, sofram nesta época do ano”, afirma a médica alergista Fátima Rodrigues Fernandes, diretora do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE).

Todas essas doenças têm em comum sintomas respiratórios como tosse, coriza e nariz entupido. “É fundamental procurar ajuda profissional principalmente quando houver piora de sintomas, como febre, fadiga e a secreção mudar de cor para amarela ou verde, pois podem ser sinais de complicações e até de hipóxia, que é a baixa concentração de oxigênio no sangue”, explica a especialista do HSPE.

É importante saber diferenciar as doenças para que a administração correto do tratamento. O uso de remédios não deve ser feito sem orientação médica.

Entenda as principais características e diferenças entre as doenças

Gripe: A gripe, ou influenza, é causada pelo vírus da gripe, que possui centenas de mutações e é uma doença respiratória sazonal. Os sintomas incluem febre, dores musculares, dor de garganta, dor de cabeça, nariz escorrendo e fadiga, muitas vezes acompanhada de tosse inicialmente seca e depois com secreção. Alguns pacientes podem apresentar quadros de vômitos e diarréia, mas esses sintomas costumam ser mais comuns em crianças. A gripe pode ser tratada com antivirais, analgésicos e pode ser prevenida principalmente por meio de vacinação anual.

Covid-19: A Covid-19 é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus SARS-CoV-2, que pode variar de leve a grave e que pode levar à morte. Os sintomas mais comuns incluem dor de garganta, febre, dor de cabeça e dor no corpo. Outros sinais são fadiga, coriza, perda do paladar, do olfato e dificuldade para respirar. O diagnóstico pode ser feito por exame clínico e por testes de laboratório e farmácia com amostras colhidas no nariz ou boca.
O tratamento varia de acordo com a gravidade e pode incluir repouso, hidratação, analgésicos e cuidados intensivos e hospitalares, assim como o uso de medicamentos antivirais em casos mais graves. A melhor maneira de prevenir a doença é por meio do esquema de vacinação, uso de máscara e distanciamento social.

Rinite: A rinite é uma condição inflamatória nasal que pode ser causada por alergias ou infecções virais. Os sintomas incluem nariz entupido, coceira nasal, coriza e espirros. A rinite alérgica pode ser tratada com anti-histamínicos e lavagem nasal com soro fisiológico, além de controle ambiental dos alérgenos. A rinite viral geralmente desaparece por conta própria em alguns dias.

Sinusite: Já a sinusite é uma inflamação dos seios nasais que pode ser causada por infecções bacterianas ou virais. Os sintomas incluem dor de cabeça, dor facial, nariz entupido, coriza e febre. A sinusite bacteriana pode ser tratada com antibióticos, enquanto a sinusite viral geralmente desaparece por conta própria. Medicamentos podem ser utilizados para aliviar os sintomas e a drenagem das secreções.

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Fonte: Governo de SP – Foto: Rawpixel

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Tempo seco, desvio de septo e o aumento dos casos de rinite e sinusite: qual a relação?

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Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) somente os casos de doenças respiratórias de origem alérgica como a rinite, por exemplo, atingem 30% dos brasileiros. Se esse número for somado às demais doenças típicas do inverno como gripes, resfriados, pneumonia, faringite e outras, o número pode ser realmente assustador. Mas, qual a explicação para que esses casos cresçam tanto nessa época do ano?

Para o professor voluntário no Serviço de Otorrinolaringologia na Santa Casa de São Paulo e otorrinolaringologista na Clínica Dolci em São Paulo, Dr. Gustavo Meirelles, as chances de sofrer com doenças respiratórias aumentam, tanto para quem já convive com alergias e históricos de inflamações no sistema respiratório como para quem raramente fica doente. Isso porque o fator principal é a condição do ar que respiramos. E isso, raramente pode ser controlado.

“Diferente do sistema circulatório em que o sangue circula em um complexo fechado, o nosso sistema respiratório recebe o ar do ambiente externo para poder captar o seu oxigênio. O problema é que esse ar nem sempre está nas condições ideais quanto à temperatura, pureza e umidade. Claro, que as nossas cavidades nasais estão preparadas para aquecer, umidificar e limpar esse ar antes que ele percorra todo o sistema. Contudo, quando o clima está muito seco todo organismo fica desidratado, e raramente é possível fazer a umidificação e limpeza necessárias, o que acaba irritando a mucosa do nariz e da garganta, causando vários problemas respiratórios”, explicou.

A principal doença desenvolvida no outono e no inverno, quando a umidade do ar cai drasticamente, é a rinite alérgica. Ela causa uma inflamação no revestimento interno do nariz seja por desenvolver um processo alérgico devido alguma micropartícula presente no ar, seja apenas por irritação ou por algum agente patológico como vírus e bactérias. Ela pode durar alguns dias ou se estender por meses, se tornando crônica ou evoluindo para uma sinusite, que é quando a secreção do nariz entope as cavidades do rosto gerando uma infecção local.

“A situação fica um pouco mais difícil para quem tem desvio de septo, ou seja, quando o paciente tem a cartilagem que divide as cavidades no nariz desviada somente para um lado. Essa é uma condição que aumenta a probabilidade de desenvolver rinite durante todo ano e ainda de sofrer com crises piores no tempo seco. Isso porque o desvio dificulta a passagem do ar e prejudica a umidificação e filtragem. E apesar de parecer complicada, não é uma condição incomum. Estima-se que três em cada dez pessoas tenha desvio de septo no Brasil, podendo ser congênita, de má formação ou recorrente de algum trauma”, contou o especialista.

Portanto, não é coincidência ou nem apenas uma história da internet: é só o outono chegar com seu clima seco e gelado para que os narizes comecem a entupir, escorrer e espirrar. Sabendo dessa relação entre a baixa umidade do ar e o sistema respiratório, os cuidados precisam ser preventivos, especialmente para quem tem desvio de septo ou histórico de crises anteriores. O ideal é manter um acompanhamento médico durante todo o ano e assim preparar o organismo e a casa para a chegada das estações frias.

Alguns desses cuidados são: realizar a lavagem nasal diariamente; manter os ambientes livres de poeira sempre utilizando panos úmidos na limpeza e mantendo a umidificação do ar, seja com aparelhos elétricos ou com toalhas molhadas. E claro, manter a saúde do corpo hidratando-se bastante, alimentando-se bem e lavando as mãos com frequência para evitar ser contaminado por algum vírus. 

Leia também: Brasil registrou 753 mortes por febre maculosa nos últimos 10 anos


Fonte: Clínica Dolci – Foto: Arquivo/Rawpixel

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