A Enel informou na noite da última terça-feira (7) que, até então, 107 mil imóveis ainda estavam sem energia elétrica na Grande São Paulo. Ainda de acordo com a empresa, cerca de 30,2 mil imóveis dentre todos os que ficaram sem luz foram afetados diretamente pela chuva.
O “apagão” em questão foi causado por um temporal que atingiu diversas cidades paulistas na tarde da última sexta-feira (3). O vento fez com que diversas árvores caíssem sobre postes e fios de eletricidade, o que intensificou o problema.
Uma previsão da Enel apontava que o fornecimento de energia seria completamente normalizado até ontem. Apesar da falha no prazo, a empresa destaca, em nota, que “têm trabalhado de forma incansável para reconstruir trechos inteiros da rede elétrica.”
Na segunda-feira (6), 12 escolas municipais não abriram por não terem energia elétrica. Até 2018, quem cuidava da energia elétrica em São Paulo era a Eletropaulo.
O vereador Levi Gonçalves (Avante) disse que a Enel, concessionária responsável por fornecer energia em Barueri, é rápida para cortar a luz das pessoas, mas no momento de realizar o reparo, falta gestão e logística da empresa.
A declaração do vereador foi dada na 36ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Barueri, realizada na manhã desta terça-feira (7).
Em sua declaração, o vereador também agradeceu ao vice-prefeito Beto Piteri, que segundo o parlamentar deu todo o apoio e suporte para que fosse cobrado da concessionária ENEL, uma maior agilidade na reposição da energia elétrica para toda a população.
“Quero agradecer aqui imensamente nosso vice-prefeito Beto Piteri, que me atendeu e me colocou em contato com pessoas ligadas à ENEL e foi a partir daí que a gente conseguiu fazer com que as pessoas (da concessionária) nos atendessem”, disse o vereador Levi.
Levi Gonçalves, também expôs sua indignação com a concessionária, “somos clientes e o bairro Parque Imperial, Jardim Mutinga, […] Alphaville e Tamboré, no mínimo tem que ter uma equipe (da ENEL), tem que ter essa logística de poder operar, na hora que acontece uma situação. A gente sabe que foi em vários lugares, em várias regiões que tivemos o problema, porém tem que ter a equipe ali para poder atender a região, é o mínimo. Ficamos quase 48 horas sem energia e sem ter um retorno, respaldo”, declarou o vereador.
E acrescentou, “se essa logística deles não funciona (para repor o serviço), a logística do corte por exemplo funciona muito bem. Se a gente ficar sem pagar uma conta ou duas, ficar em atraso, eles são pontuais em vir e cortar a luz do cidadão, então, como que funciona bem essa logística e a logística de reparo, dano (não funciona)”, disse o vereador Levi Gonçalves.
Os vereadores Keu Oliveira (PTB), Rafael Carvalho (DEM), Kascata (União), José de Melo (Republicanos) e a vereadora Cris da Maternal (PSDB) também comentaram sobre o descaso na reposição da energia para a população e cobraram maiores explicações sobre o serviço prestado pela ENEL.
O secretário nacional do Consumidor Wadih Damous afirmou nesta segunda-feira (6) que a Enel, concessionária responsável por fornecer energia na região metropolitana de São Paulo, terá que ressarcir as pessoas que tiveram prejuízos com a falta de luz no último final de semana. A declaração foi dada à GloboNews.
“Desde já eu digo aqui: a Enel vai ter que ressarcir todos esses prejuízos. Prejuízos com eletrodomésticos ou prejuízos que direta ou indiretamente tenham sido causados por esse apagão terão que ser ressarcidos pela empresa. (…) Precipitações ambientais, ninguém pode detê-las. Mas diminuir os prejuízos é perfeitamente possível”, disse Damous.
Na última sexta-feira (3), uma forte chuva atingiu todo estado de São Paulo, deixando mais de 2 milhões de pessoas sem energia. Na manhã de hoje, a Enel informou que 413 mil pessoas seguiam sem luz.
Vale lembrar que a Enel já foi notificada pelo Ministério da Justiça para das explicações. A resposta deverá ser dada em até 24 horas.
A previsão da própria Enel é que a energia volte de maneira integral na próxima terça-feira (7).
Além disso, o secretário criticou os modelos de privatizações feitos no Brasil. “Há mais sede de lucro do que preocupação com os consumidores”, afirmou.
A Enel divulgou na manhã desta segunda-feira (6) que ainda há cerca de 500 mil imóveis sem energia elétrica na Grande São Paulo. O problema foi motivado por um temporal que atingiu diversas cidades do estado na última sexta (3).
Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), 413 mil imóveis que ainda estão sem eletricidade ficam na capital paulista.
Ao todo, 77 semáforos seguem sem funcionar e 125 árvores caídas precisam ser desenergizadas para que as equipes responsáveis possam retirá-las do chão.
Outro ponto a ser destacado são as 12 escolas municipais quem não abriram hoje por não terem energia elétrica.
“Estamos aqui com todo o esforço, ampliamos as equipes, estamos com a Defesa Civil, pessoal das subprefeituras para poder trazer a cidade de volta o quanto antes. Mas em muitas situações, a gente depende que a Enel faça o seu trabalho de desligamento para poder remover as árvores e reestabelecer a energia”, afirmou Nunes em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo.
Até 2018, quem cuidava da energia elétrica em São Paulo era a Eletropaulo.
Pelo menos 2,1 milhões de pessoas ficaram sem energia após a forte chuva com rajadas de ventos que atingiu São Paulo nessa sexta-feira (3). O número preliminar refere-se aos clientes da Enel, concessionária que atua na capital paulista e em 23 municípios da região metropolitana. De acordo com a empresa, 600 mil usuários já tiveram o serviço restabelecido. Na capital, 1,4 milhão de pessoas ficaram sem luz, sendo que 400 mil já tiveram o serviço retomado. A estimativa da Enel é que na terça-feira (7) toda a rede esteja recomposta.
“As questões das mudanças climáticas nos colocam grandes desafios”, disse o prefeito Ricardo Nunes, em coletiva de imprensa na sede da Enel, referindo-se ao acontecimento como excepcional. Ele informou que foram 618 chamados na área de iluminação pública, sendo que 133 estão em aberto e 99 ainda com espera para início do atendimento. Neste momento, 1.470 profissionais trabalham no corte de árvores, antes eram 300. Dos 6,5 mil semáforos, 247 seguem apagados por falta de energia e 20 por falha no equipamento.
Mortes
Seis pessoas morreram em São Paulo em decorrência dos temporais e rajadas de vento que atingiram o estado nessa sexta-feira (3). A velocidade dos ventos, segundo a Defesa Civil estadual, chegou a 151 quilômetros por hora (km/h) em Santos, conforme dados da administração portuária. Na capital paulista, as rajadas alcançaram 103,7 km/h, recorde dos últimos cinco anos.
Defesas civis e o Corpo de Bombeiros registraram mais de 2 mil chamados em ocorrências em 40 municípios do estado, a maioria por queda de árvore.
Quatro pessoas morreram por conta da queda de árvores, sendo uma em Osasco, uma em Suzano, municípios da Grande São Paulo; e duas na zona leste da capital paulista. Também houve óbito em Limeira, por desabamento de um muro, e em Santo André, devido à queda da parede de um prédio.
Abastecimento de água
A queda da rede elétrica também impacta o fornecimento de água. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pediu economia aos consumidores até que a situação se normalize. “ Por conta da falta de energia, houve paralisação em diversas instalações e estações elevatórias, reduzindo o nível dos reservatórios da companhia”, informou em nota.
Os pontos mais críticos, na manhã deste sábado (4), foram nas regiões de Americanópolis, São Mateus, Itaquera, Vila Mariana, Vila Clara, Santa Etelvina, Guaianases, Cidade Tiradentes, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Joaniza, Campo Grande, Jardim Promissão, Pedreira, Cidade Ademar, Chácara Flora, Morumbi e Capão Redondo.
Na Grande São Paulo, o desabastecimento afetou os municípios de Itapecerica da Serra, Mauá, Cotia, Santo André, Diadema, Osasco, Barueri, Guarulhos, Taboão da Serra, Itaquaquecetuba, Biritiba Mirim e Suzano.
Os altos preços dos alimentos, dos transportes e gás de cozinha está complicando a vida de muitos brasileiros. E para os moradores da comunidade do Jardim Mutinga, a situação tá ainda mais difícil.
Na noite desta segunda-feira (11), estivemos na travessa A, viela 1, no Jardim Mutinga em Barueri. Na comunidade, inúmeros moradores estão reclamando do alto valor cobrado na conta e a constante falta de energia no bairro.
A moradora, dona Bete, declarou que nos últimos meses, após a Enel ter instalado novos relógios, a sua conta subiu absurdamente. Como exemplo descreveu o caso de sua filha, que segundo ela pagava cerca de R$ 50,00 e agora a cobrança chegou com R$ 300,00. “Minha filha é minha vizinha, mora aqui do lado. Ela trabalha o dia todo fora. Sai de casa cedo e volta lá pelas 22h, como pode a conta dela chegar com valor de R$ 300,00? Sendo que não fica ninguém em casa”.
Dona Bete, ainda fez questão de mostrar o relógio e falou que estava aparentemente “pegando fogo”. Na foto abaixo é possível verificar que a parte interna do relógio está derretida.
Já o morador, Sr. Raimundo, reclamou que as contas estão chegando sem valores, todas em branco. Disse que, “quando chega assim [a cobrança], tenho que ir até a Lan House e pagar para imprimir outra via. É um absurdo”. O sr. Raimundo também fez questão de reclamar do valor alto em sua conta e sugeriu que todos os moradores deixassem de pagar. “Assim quero ver eles [Enel] vir aqui cortar a luz”, finalizou.
Outra reclamação dos moradores e a constante falta de energia que o bairro vem sofrendo. Conforme relatado pelos moradores, no último sábado (9), por volta das 20h acabou a energia na comunidade. E mesmo com inúmeras ligações para a Enel, a energia só foi restabelecida no início da noite de domingo (10).
O líder comunitário, Adalberto Batista, disse que entrou em contato com a prefeitura de Barueri. Declarou que, “conversei com o vice-prefeito, Beto Piteri, ele garantiu que sua equipe vai encaminhar todos os casos e solicitar explicações a Enel”. Ainda afirmou, “isso não pode continuar acontecendo”.