Após reunião com Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (14), Flávio Dino afirmou que sua posse na Corte deverá acontecer no dia 22 de fevereiro.
“Ao mesmo tempo, começamos a tratar dos detalhes práticos destinados à posse que ocorrerá após, na segunda quinzena de fevereiro, provavelmente no dia 22 de fevereiro”, informou.
Até lá, Dino garantiu que permanece no Ministério da Justiça para cuidar da transição da pasta.
“Haverá o recesso no Judiciário e eu tenho que fazer um processo de transição relativo ao Ministério da Justiça, que depende evidentemente das orientações e determinações do presidente da República”, completou.
Dino deve permanecer no ministério por mais duas ou três semanas. Como também foi eleito senador na eleição de 2022, deverá permanecer na Casa até a posse no Supremo.
O plenário do Senado Federal aprovou na última quarta-feira (13) a indicação de Flávio Dino para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes da votação, foi sabatinado por cerca de 10 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, junto com o indicado de Lula para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet.
Para assumirem de fato os cargos, os nomes precisam ser publicados no Diário Oficial da União.
Durante evento do PL realizado neste sábado (2) no Rio Grande do Norte, a presidente do PL Mulher Michelle Bolsonaro criticou a indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que “não existe comunista cristão”.
“Se ele é comunista, é contra os valores cristãos”, afirmou Michelle.
A fala dela foi baseada em uma publicação de Dino nas redes sociais, onde ele aparece segurando uma bíblia durante visita dele ao Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília. Na ocasião, ele foi presenteado com o livro.
Ela ainda disse que o ministro da Justiça do governo Lula é um “lobo em pele de cordeiro” e pediu para a sociedade se posicionar contra o nome dele na Suprema Corte.
Dino será sabatinado no dia 13 de dezembro pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. O colegiado precisa aprovar a indicação dele para que o nome dele seja avaliado pelo plenário da Casa.
Flávio Dino (PSB) divulgou no último domingo (9) o mais recente balanço da Operação Escola Segura, que visa combater ataques em instituições de ensino brasileiras.
Por meio de suas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública afirmou que 161 hashtags relacionadas a ataques contra escolas foram identificadas.
Além das hashtags, foi encontrada uma conta com conteúdo de incitação ao medo. O governo já solicitou a retirada dos respectivos conteúdos às plataformas.
Recentemente, a ação já havia deflagrado mandados de busca e apreensão de sete armas, bem como a prisão de um suspeito.
O ministro Flávio Dino (Justiça) disse nesta quarta-feira (18) que existe a possibilidade do ex-jogador Robinho cumprir a pena pela condenação por violência sexual em grupo aqui no Brasil. A declaração foi dada em uma entrevista à rádio BandNews.
“O exame definitivo compete a questões jurídicas, não são questões políticas. A própria Constituição brasileira proíbe a extradição de cidadãos brasileiros natos. Mas, agora pode, em tese, haver esse cumprimento de pena, mas isso precisa ser examinado e isso efetivamente tramitar”, explicou Dino.
Robinho e seu amigo Ricardo Falco foram condenados por estupro contra uma jovem albanesa. O crime aconteceu em janeiro de 2013, mas só terminou de ser julgado em 2022. A pena foi de nove anos de prisão.
Vale lembrar que o Ministério Público da Itália já pediu a extradição de Robinho ao governo brasileiro em outubro de 2022. De acordo com o ministro, os ataques às sedes dos três poderes na capital brasileiro no último dia 8 de janeiro fez com que ele não desse atenção a outros temas.
“Apesar de parecer que eu tomei posse há meses, tomei há duas semanas e no meio desse tumulto todo. Nós temos muitos problemas graves como esse e estamos, a equipe do Ministério da Justiça, toda unida trabalhando contra o terrorismo porque essa é uma questão primordial”, comentou.
O Ministério da Justiça prepara um pacote de medidas para ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até o dia 23 com o objetivo de endurecer a punição para quem praticar atos antidemocráticos. Está sendo discutida na pasta também uma forma de aumentar o controle do governo federal sobre a segurança pública do Distrito Federal. Uma das possibilidades em debate é a criação de uma nova força para proteger as sedes dos Poderes e as embaixadas.
Depois de receber o pacote do ministro Flávio Dino, caberá a Lula decidir se levará adiante ou não as propostas, que necessitam de endosso dos parlamentares. Para endurecer punições, o Ministério da Justiça defende a derrubada no Congresso Nacional de vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a trechos da Lei dos Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que foi sancionada em parte em 2021 e substituiu a Lei de Segurança Nacional dos tempos da ditadura militar.
Segundo o deputado federal Elias Vaz, indicado secretário de assuntos legislativos da pasta, um dos vetos de Bolsonaro que o Ministério da Justiça deve propor derrubar é o do artigo que definia o crime de comunicação enganosa em massa, ou a “promoção ou financiamento de campanha para disseminar fatos que se sabe inverídicos e que sejam capazes de comprometer a higidez do processo eleitoral”. A pena prevista era de reclusão de um a cinco anos.
Também deve ser proposta a derrubada do veto ao artigo que previa o aumento de penas para os crimes contra o Estado de Direito e a perda do posto e da patente para militares. Para derrubar vetos presidenciais, são necessários os votos de 257 deputados federais e 41 senadores.
De acordo com Vaz, deve ser incluída ainda no pacote uma proposta de apresentação de um projeto de lei para criar punições maiores para organizadores e financiadores de crimes contra o Estado Democrático de Direito.
— Temos que endurecer a pena para esse tipo de crime. Quem financia e lidera tem uma responsabilidade maior do quem apenas participa — afirma Elias Vaz.
Ainda segundo Vaz, está em debate na pasta a apresentação de um projeto para criação de um código penal próprio contra os crimes contra o Estado Democrático de Direito com tramitação mais rápida. O deputado também afirma que precisam ser feitas mudanças na segurança pública do Distrito Federal, que é bancada com recursos repassados pela União.
— Nós não podemos depender de uma intervenção federal para o governo ter autonomia para uma ação da defesa da área de segurança dos três Poderes.
Depois dos ataques de 8 de janeiro, Lula decretou intervenção na segurança pública do DF. Vaz afirma que a Presidência da República precisa participar da “governança” das ações policiais.
Outra medida estudada pelo Ministério da Justiça é a criação de uma força policial diretamente ligada ao governo federal com a finalidade específica de proteger sedes de Poderes e prédios como as embaixadas. As falhas na segurança desses locais foram o principal problema imediato a ser resolvido pelo governo federal.
Os pontos em discussão
Derrubada de vetos
O Ministério da Justiça defende a derrubada no Congresso de vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro a trechos da Lei dos Crimes contra o Estado Democrático de Direito. Entre os pontos vetados por Bolsonaro que devem ser retomados, na avaliação da pasta, estão o crime de comunicação enganosa em massa, que tinha pena de um a cinco anos, o aumento de penas para os crimes contra o Estado de Direito e a perda do posto e da patente, caso o autor dos crimes seja militar.
Financiadores
O ministério discute também um novo projeto de lei para criar punições maiores para organizadores e financiadores de crimes contra o Estado Democrático de Direito. Outra proposta legislativa seria a formulação de um código penal próprio contra esses crimes.
Segurança pública do DF
Está em análise a criação de uma nova força de segurança, diretamente ligada ao governo federal e com finalidade de proteger as sedes dos Poderes e embaixadas. O MJ estuda ainda uma forma de aumentar o controle do governo federal sobre a segurança pública do Distrito Federal.
Em evento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde trabalha a equipe de transição de governo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na manhã desta sexta-feira (9) cinco nomes para seu terceiro mandato frente à Presidência da República.
Como era especulado, Fernando Haddad assumirá o Ministério da Fazenda em 2023. Enquanto Rui Costa chefiará a Casa Civil, José Múcio Monteiro ficará com a Defesa. Os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores serão ocupados, respectivamente, por Flávio Dino e Mauro Vieira.
No anúncio, o presidente eleito afirmou que, embora nenhuma mulher e nenhum negro tenham sido oficializados até o momento, os grupos terão representantes em sua nova gestão. Ainda de acordo com Lula, outros nomes serão divulgados nas próximas semanas.
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Fonte: TV Cultura – Foto: Reprodução/Facebook/Lula Oficial