A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade lança um novo boletim com foco na análise das empresas no Estado, tendo como base o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), disponibilizado pela Secretaria Especial da Receita Federal. Essas informações permitem a análise da dinâmica, distribuição geográfica e perfil dessas empresas.
Nessa primeira edição da publicação, os dados mostram que no acumulado dos últimos 12 meses, de março de 2024 a fevereiro de 2025, o estado de São Paulo registrou a abertura de 513.345 novas empresas, excluídos os MEIs. O setor de serviços liderou, com 355.245 novos empreendimentos, 69,2% do total. O comércio ocupou a segunda posição, com 105.661 novas empresas. O desempenho dos demais setores foi: agropecuária (2.419), indústria (23.598) e construção (26.422).
A Região Metropolitana de São Paulo liderou a criação de empresas no acumulado dos últimos 12 meses, com 305.006 novas empresas, 59,4% do total do Estado. Na sequência, destacaram-se as Regiões Administrativas (RAs) de Campinas (67.253 empresas); Sorocaba (23.112); e São José dos Campos (22.724). Outras regiões de destaque foram Santos (16.521), Ribeirão Preto (14.542), São José do Rio Preto (14.275) e Bauru (8.627).
No acumulado dos últimos 12 meses, de março de 2024 a fevereiro de 2025, o Estado de São Paulo registrou a criação de 831.220 MEIs. O setor de serviços concentrou a maior parte dos registros, com 547.267 MEIs, 65,8% do total. Na sequência, apareceram os setores de comércio (153.576), indústria (68.095), construção (58.536) e agropecuária (3.746).
A Região Metropolitana de São Paulo registrou o maior número de MEIs criados entre março de 2024 a fevereiro de 2025, com 409.638 registros, 49,3% do total estadual. Em seguida, apareceram as RAs de Campinas (130.053), Santos (46.652), São José dos Campos (46.572) e Sorocaba (46.422). Outras regiões de destaque foram São José do Rio Preto (26.296), Ribeirão Preto (25.371) e Bauru (18.390).
Levantamento da Fundação Seade com base nos dados dos últimos Censos do IBGE de 2010 e 2022 mostram que a população do estado de São Paulo ficou mais urbana.
Do total de 44.411.238 de habitantes em 2022, 42.997.899 viviam na região urbana (96,8%) e 1.413.339 (3,2%) no meio rural.
Em comparação com 2010, houve crescimento de 3.187.555 habitantes no total, com aumento de 3.449.693 entre a população urbana e queda de 262.138 na rural. A proporção da população urbana era de 95,9% para 4,1% na rural em 2010. Assim, o grau de urbanização cresceu 0,9 ponto percentual em 12 anos.
Para Paulo Borlina Maia, pesquisador da Fundação Seade, “esses números refletem uma tendência global de concentração da população em áreas urbanas, impulsionada por fatores como oportunidades de trabalho e acesso a serviços”.
O levantamento da Fundação Seade mostra que a região administrativa de Santos tem o maior grau de urbanização do estado (99,6%), seguida pela Região Metropolitana (99,2%). No entanto, a Baixada Santista foi a única entre as 16 regiões administrativas do Estado que registrou queda no grau de urbanização, de 0,2 ponto percentual (veja abaixo).
As cidades de Santos, São Vicente e Cubatão têm 99,9% de grau de urbanização. Guarujá e Praia Grande vêm em seguida, com 99,7%.
Já a região de Registro tem o menor grau de urbanização (75,1%), seguida pela de Itapeva (78,3%).
Dos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, 9 têm 100% de grau de urbanização: Carapicuíba, Diadema, Jandira, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Osasco, Itaquaquecetuba, Barueri e Guarulhos.
Santo André vem em seguida, com 99,9%. A capital paulista ficou com 99,8% de grau de urbanização, assim como Poá.
As regiões administrativas de Registro (3,7 p.p), Sorocaba (3,2 p.p.) e São José do Rio Preto (2,8 p.p.) tiveram o maior crescimento no grau de urbanização entre 2010 e 2022. Por outro lado, a Região Metropolitana teve o menor crescimento (0,3 p.p.).
Grau de urbanização de cada Região Administrativa do estado:
Santos: 99,6% (queda de 0,2 p.p.)
Região Metropolitana de São Paulo: 99,2% (crescimento de 0,3 p.p.)
Ribeirão Preto: 98% (crescimento de 0,5 p.p.)
Central: 96,7% (crescimento de 1,7 p.p.)
Franca: 96,5% (crescimento de 1,9 p.p.)
Campinas: 96% (crescimento de 1,1 p.p.)
Barretos: 95,5% (crescimento de 0,9 p.p.)
Bauru: 95,1% (crescimento de 0,7 p.p.)
São José dos Campos: 95% (crescimento de 0,9 p.p.)
São José do Rio Preto: 94,6% (crescimento de 2,8 p.p.)
Marília: 94,1% (crescimento de 1,8 p.p.)
Araçatuba: 93% (crescimento de 0,9 p.p.)
Sorocaba: 92% (crescimento de 3,2 p.p.)
Presidente Prudente: 89,5% (crescimento de 0,7 p.p.)
A cidade de Pedra Bela, na região de Campinas, é a cidade “mais rural” do estado, com grau de urbanização de apenas 27%. Com ela, 17 cidades paulistas tinham mais da metade da população “ruralizada”. Os demais 628 municípios do estado de São Paulo tinham grau de urbanização acima de 50%.
20 cidades do estado com menor grau de urbanização:
Segundo a Fundação Seade, em 2022, a urbanização se intensificou no estado, passando a registrar 31% de seus municípios (197) com grau superior a 95%, alargando a concentração no eixo rodoviário Anhanguera e discreto avanço para o oeste.
Os municípios no grau intermediário passaram de 423 para 402, mantendo maior concentração na região oeste. Apenas 46 municípios (7%), mais localizados na região serrana do Vale do Paraíba, no Pontal do Paranapanema e ao sul, apresentaram proporção inferior a 65% e somente a cidade de Pedra Bela permaneceu com grau inferior a 35%, sendo o município paulista com menor grau de urbanização (27,1%).
Em 2010, 159 municípios paulistas (25%) apresentavam grau de urbanização elevado, maior que 95%, e se concentravam no eixo rodoviário Anhanguera. Já as cidades com grau intermediário (entre 65 e 95%) eram 65% do total e encontravam-se mais a oeste do estado.
Apenas 10% (63 municípios) registravam urbanização inferior a 65%, localizados principalmente na região serrana do Vale do Paraíba, no Pontal do Paranapanema e ao sul do estado. Na última categoria, seis municípios tinham menos de 35% de urbanização, com o menor grau pertencente à Pedra Bela (24,9%), na RA de Campinas.
Levantamento da Fundação Seade, órgão do governo paulista, mostra que a mortalidade por Aids no estado caiu 78% desde 1995, ano do pico de mortes pela doença. Na década de 1990 foram 7.739 mortes, sendo 5.850 homens. Em 2021, foram 1.719 mortes, sendo 1.237 entre a população masculina. A taxa de mortalidade era de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes em 1995; 7,6 em 2010; e chegou a 3,8 em 2021.
No início dos anos 90, quase 90% das vítimas eram pessoas com menos de 44 anos. Ao longo do tempo, com a novos tratamentos e melhoria da qualidade de vida, esse percentual foi se alterando. No ano passado, as pessoas com mais de 45 anos responderam por quase 60% das mortes. A idade média ao morrer ampliou-se gradativamente, em 2021, chegou a 49 anos para elas e 47 para eles.
A divulgação dos números marcam o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta quinta-feira, dia 1º de dezembro.
O número de novos casos de HIV na cidade de São Paulo caiu pelo quinto ano consecutivo. A redução é de 37,5% em 2021 na comparação com 2016, segundo dados do Boletim Epidemiológico 2021, divulgado pela Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids, da Secretaria Municipal da Saúde. No ano passado foram registrados 2.351 casos e em 2016 foram 3.761 registros.
Em 2020, foram registrados 2.518 novos casos de HIV. Em 2019, foram 2.972; em 2018, 3.285; em 2017, foram 3.713 novos casos. Segundo a prefeitura, desde o primeiro registro da doença, em 1981, não se observava uma queda nas notificações por mais de três anos seguidos. Os registros de Aids apresentam a mesma tendência, mas, nesse caso, já são seis anos em queda no município.
A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também se mantém em queda. No ano passado, o índice ficou em 4,3. Na comparação com 2016, quando a taxa era de 6,3, houve uma redução de 31,7% no período.
Centro de reabilitação
Marcando a data, foi lançado, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o marco zero das instalações do Centro de Reabilitação Sérgio Tardelli para pacientes com HIV. O projeto é uma parceria entre o hospital, o governo do estado e a Agência de Notícias da Aids, iniciativa criada por Roseli Tardelli, irmã do homenageado. A nova estrutura ficará em um prédio anexo ao ambulatório do hospital.
Sérgio Tardelli morreu em novembro de 1994. Como paciente de HIV, ele acionou a justiça para ter reconhecido o direito de ser atendido pelos planos de saúde. Inicialmente, o tratamento fora negado. Ao ganhar a ação, outros pacientes passaram a ser beneficiados. Roseli, jornalista, fundou a agência de notícias em 2003 com a ideia de dar visibilidade ao tema e contribuir com a disseminação de informações sobre o tema, além de combater o preconceito.
O centro de reabilitação será construído em uma área de mil metros quadrados cedida pelo hospital. A agência, por sua vez, de acordo com informações do site, buscará parceiros da iniciativa privada para compra de equipamentos de reabilitação, como esteiras, aparelhos de ultrassom, estação de musculação, pranchas e barras paralelas, entre outros.
O espaço passará por uma reforma, sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e que fará parte do pacote da terceira e última etapa da reforma do hospital. A previsão é que a unidade comece a funcionar em um ano.
Atendimento
O plano é que quem precisar receber atendimento no centro de reabilitação, será recebido por equipes multiprofissionais do Emílio Ribas. São profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, além do grupo de Neurociência; do grupo de Lipodistrofia, síndrome que atinge pacientes com HIV e que causa desequilíbrio na distribuição de gordura pelo corpo; do Setor de Medicina do Trabalho.
Foto: Divulgação/GRAACC Futebol Clube
Pelo menos 70 atendimentos por dia poderão ser realizados. O Ambulatório do Emílio Ribas oferece acompanhamento a 8 mil pacientes, sendo que 75% deles são Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), uma parte deles convive com complicações neurológicas, motoras, cognitivas e respiratórias.
O centro também poderá receber pacientes de outras doenças atendidas no Emílio Ribas, como covid-19 e HTLV, um vírus considerado “primo” do HIV e que pode causar doença neurológica grave.
Para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Centro de Referência e Treinamento-DST/AIDS-SP, da secretaria de Saúde, vai realizar a ação Menos Discriminação e Mais Respeito com a participação de municípios e da sociedade civil. Um dos eventos ocorrerá no Anfiteatro João Yunes da Faculdade de Saúde Pública da USP, das 9h às 16h.
Outra ação é a Campanha Fique Sabendo, que distribuirá 200 mil testes para detecção de HIV e sífilis em 632 municípios. Serão cerca de 900 ações no estado com envolvimento de 4 mil unidades de saúde.
A prefeitura de São Paulo, por sua vez, promove a campanha Dezembro Vermelho com uma série de atividades na capital, como testagem rápida, seminário e premiações. A programação completa pode ser conferida no site da secretaria de Saúde.