O Governo do Estado de São Paulo promove a partir desta sexta-feira (2) ações contra o HIV e as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) nas estações do metrô Tietê e Jabaquara.
Com o objetivo de proteger a população no carnaval, a campanha que irá até o dia 8 de fevereiro, disponibilizará autotestes para passageiros que desejarem realizá-lo e orientações sobre o exame ofertado.
A ação da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com o Metrô e o Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS/CCD, ainda contará com 15 profissionais para orientações sobre prevenção.
No dia 8 de fevereiro, a iniciativa segue na estação Jabaquara com 20 profissionais divididos em duas mesas de oferta de testes rápidos para HIV e sífilis. Os resultados serão entregues de forma individualizada em espaço próprio e reservado para isso.
Neste atendimento é prestado apoio, além de orientação sobre os encaminhamentos necessários ou outras necessidades identificadas.
Se existe alguma suspeita ou desconfiança de ter adquirido alguma doença sexualmente transmissível, é possível tirar essa dúvida de maneira ágil. A Prefeitura de Itapevi realiza testes rápidos para detecção do vírus HIV e de outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) em todas as suas unidades da rede municipal de saúde, de segunda à sexta-feira. O horário é das 7h às 15h.
O serviço está disponível nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), nas USFs (Unidades de Saúde da Família) do Parque Suburbano (Rua Alphélia Josefina Simionato Moreno, 275) e do Jardim Vitápolis (Rua Nelson Ferreira da Costa, 853). O interessado pode comparecer ainda no SAE (Serviço de Assistência), que funciona provisoriamente na Avenida José Michelotti, 194– Cidade Saúde.
O resultado também é divulgado de forma bem ágil. Demora, em média, 30 minutos para sair. Além de passar pelos testes, a população também pode retirar preservativos gratuitamente. É possível conferir os endereços de todas as UBSs (clique aqui).
O oferecimento desse serviço faz parte do trabalho da Prefeitura de conscientizar o público em geral sobre a importância do teste rápido como uma aliada para um diagnóstico precoce. A constatação é essencial para que a pessoa com HIV não desenvolva a AIDS, por meio do controle desse vírus no organismo com os medicamentos disponíveis.
Sintomas
Os principais sintomas da AIDS são febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações no coração e inflamação das meninges nos casos graves. Esses indícios duram de três a oito semanas durante a fase aguda.
Já no período crônico, surgem os distúrbios no coração, no intestino e/ou no esôfago. Os dados são do Ministério da Saúde.
Melhor prevenção
O uso de preservativos nas relações sexuais é a melhor maneira de se prevenir da doença. O vírus HIV é contraído pelo contato com sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Para ocorrer o contágio, a secreção precisa ser absorvida pelo organismo de outra pessoa.
Isso acontece na relação sexual (heterossexual ou homossexual), no compartilhamento de seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical da mãe infectada para o feto durante a gestação ou no trabalho de parto e durante a amamentação.
O medicamento em questão se trata de uma profilaxia pré-exposição (PrEP). Logo, ele possui uma função de prevenção contra eventuais infecções.
O HIV é o vírus causador da Aids. No entanto, nem todos que o contraem desenvolvem a doença.
Vale lembrar que seu registro no país foi publicado na edição da última segunda-feira (5) do Diário Oficial da União (DOU).
Produzido pela farmacêutica britânica GSK, o cabotegravir ainda não tem uma previsão para ser vendido no Brasil. No entanto, a empresa já foi autorizada a comercializar o produto no país.
Cientistas do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, anunciaram o quinto caso já registrado no mundo de um paciente que entrou em remissão para o HIV, considerado curado. Assim como nas vezes anteriores, o feito é resultado de um transplante de medula óssea para tratar um quadro de leucemia de um doador com genética resistente ao vírus. O estudo em que relatam o acompanhamento do paciente foi publicado na revista científica Nature Medicine nesta segunda-feira.
O homem que entrou em remissão tem 53 anos e ficou conhecido como “paciente de Düsseldorf”, em alusão à cidade onde fica o hospital. Ele foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda (LMA), um tipo de câncer, em 2011, seis meses após dar início ao tratamento para o HIV. Em 2013, precisou passar por um transplante de medula óssea, também conhecido como transplante de células-tronco, devido ao avanço do tumor. Foi quando os médicos buscaram um doador com genética resistente ao vírus.
“Desde o início, o objetivo do transplante era controlar tanto a leucemia quanto o vírus HIV”, disse o médico Guido Kobbe, que realizou o transplante, em comunicado.
Para isso, selecionaram um doador com uma mutação rara no receptor das células que o HIV utiliza para atacar o sistema imunológico, o CCR5. Já foi comprovado que essa alteração torna as pessoas resistentes à maioria das cepas do HIV pois bloqueia o caminho da infecção e impede a replicação do vírus no organismo. Foi a mesma estratégia adotada nos pacientes anteriores considerados curados.
Em 2018, cinco anos depois do procedimento, os especialistas decidiram orientar a descontinuação do tratamento antiviral contra o HIV, mediante acompanhamento constante do paciente. Depois de cinco anos sem tomar os medicamentos, os especialistas não observaram evidências de ressurgimento do vírus no organismo ou de uma resposta do sistema imune a ele, o que “são fortes evidências de cura do HIV”, segundo escrevem no estudo.
A primeira vez em que foi relatado que um transplante de medula óssea levou o vírus à remissão em um paciente foi em 2009, quando o homem que ficou conhecido como “paciente de Berlim”, Timothy Ray Brown, tornou-se a primeira pessoa no mundo a ser considerada curada do HIV. Ele viveu por 12 anos sem o vírus, porém morreu em 2020 em decorrência do câncer. Além de Brown, houve o caso do “Paciente de Londres”, Adam Castillejo, em 2019, de uma mulher e um homem, ambos no ano passado, que decidiram permanecer no anonimato.
Os casos, embora sejam bons sinais na luta contra o vírus, não envolvem um tratamento indicado a todos os infectados. Isso porque um transplante de medula óssea envolve uma série de riscos, tem uma alta complexidade e depende de doadores compatíveis. Logo, só é recomendado para aqueles que de fato precisam do procedimento devido a um quadro avançado de câncer.
“Embora o transplante usando doadores com uma mutação CCR5Δ32/Δ32 não seja um procedimento de baixo risco nem facilmente escalonável, sua relevância para estratégias de cura é destacada por relatos recentes de remissão bem-sucedida do HIV-1 a longo prazo (…) A expansão dessa abordagem para introduzir a mutação CCR5Δ32 em enxertos de células-tronco de tipo selvagem usando terapia gênica em combinação com novas estratégias de redução de reservatório pode manter a promessa de uma cura para o HIV-1 fora das malignidades hematológicas (como a leucemia) com risco de vida”, escreveram os pesquisadores no estudo.
Levantamento da Fundação Seade, órgão do governo paulista, mostra que a mortalidade por Aids no estado caiu 78% desde 1995, ano do pico de mortes pela doença. Na década de 1990 foram 7.739 mortes, sendo 5.850 homens. Em 2021, foram 1.719 mortes, sendo 1.237 entre a população masculina. A taxa de mortalidade era de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes em 1995; 7,6 em 2010; e chegou a 3,8 em 2021.
No início dos anos 90, quase 90% das vítimas eram pessoas com menos de 44 anos. Ao longo do tempo, com a novos tratamentos e melhoria da qualidade de vida, esse percentual foi se alterando. No ano passado, as pessoas com mais de 45 anos responderam por quase 60% das mortes. A idade média ao morrer ampliou-se gradativamente, em 2021, chegou a 49 anos para elas e 47 para eles.
A divulgação dos números marcam o Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado nesta quinta-feira, dia 1º de dezembro.
O número de novos casos de HIV na cidade de São Paulo caiu pelo quinto ano consecutivo. A redução é de 37,5% em 2021 na comparação com 2016, segundo dados do Boletim Epidemiológico 2021, divulgado pela Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids, da Secretaria Municipal da Saúde. No ano passado foram registrados 2.351 casos e em 2016 foram 3.761 registros.
Em 2020, foram registrados 2.518 novos casos de HIV. Em 2019, foram 2.972; em 2018, 3.285; em 2017, foram 3.713 novos casos. Segundo a prefeitura, desde o primeiro registro da doença, em 1981, não se observava uma queda nas notificações por mais de três anos seguidos. Os registros de Aids apresentam a mesma tendência, mas, nesse caso, já são seis anos em queda no município.
A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também se mantém em queda. No ano passado, o índice ficou em 4,3. Na comparação com 2016, quando a taxa era de 6,3, houve uma redução de 31,7% no período.
Centro de reabilitação
Marcando a data, foi lançado, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o marco zero das instalações do Centro de Reabilitação Sérgio Tardelli para pacientes com HIV. O projeto é uma parceria entre o hospital, o governo do estado e a Agência de Notícias da Aids, iniciativa criada por Roseli Tardelli, irmã do homenageado. A nova estrutura ficará em um prédio anexo ao ambulatório do hospital.
Sérgio Tardelli morreu em novembro de 1994. Como paciente de HIV, ele acionou a justiça para ter reconhecido o direito de ser atendido pelos planos de saúde. Inicialmente, o tratamento fora negado. Ao ganhar a ação, outros pacientes passaram a ser beneficiados. Roseli, jornalista, fundou a agência de notícias em 2003 com a ideia de dar visibilidade ao tema e contribuir com a disseminação de informações sobre o tema, além de combater o preconceito.
O centro de reabilitação será construído em uma área de mil metros quadrados cedida pelo hospital. A agência, por sua vez, de acordo com informações do site, buscará parceiros da iniciativa privada para compra de equipamentos de reabilitação, como esteiras, aparelhos de ultrassom, estação de musculação, pranchas e barras paralelas, entre outros.
O espaço passará por uma reforma, sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e que fará parte do pacote da terceira e última etapa da reforma do hospital. A previsão é que a unidade comece a funcionar em um ano.
Atendimento
O plano é que quem precisar receber atendimento no centro de reabilitação, será recebido por equipes multiprofissionais do Emílio Ribas. São profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, além do grupo de Neurociência; do grupo de Lipodistrofia, síndrome que atinge pacientes com HIV e que causa desequilíbrio na distribuição de gordura pelo corpo; do Setor de Medicina do Trabalho.
Pelo menos 70 atendimentos por dia poderão ser realizados. O Ambulatório do Emílio Ribas oferece acompanhamento a 8 mil pacientes, sendo que 75% deles são Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), uma parte deles convive com complicações neurológicas, motoras, cognitivas e respiratórias.
O centro também poderá receber pacientes de outras doenças atendidas no Emílio Ribas, como covid-19 e HTLV, um vírus considerado “primo” do HIV e que pode causar doença neurológica grave.
Para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Centro de Referência e Treinamento-DST/AIDS-SP, da secretaria de Saúde, vai realizar a ação Menos Discriminação e Mais Respeito com a participação de municípios e da sociedade civil. Um dos eventos ocorrerá no Anfiteatro João Yunes da Faculdade de Saúde Pública da USP, das 9h às 16h.
Outra ação é a Campanha Fique Sabendo, que distribuirá 200 mil testes para detecção de HIV e sífilis em 632 municípios. Serão cerca de 900 ações no estado com envolvimento de 4 mil unidades de saúde.
A prefeitura de São Paulo, por sua vez, promove a campanha Dezembro Vermelho com uma série de atividades na capital, como testagem rápida, seminário e premiações. A programação completa pode ser conferida no site da secretaria de Saúde.
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Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Ag. Brasil
Um italiano, 36, se tornou a primeira pessoa no mundo a testar positivo para varíola dos macacos, HIV e coronavírus simultaneamente. O relato do caso foi publicado no Journal of Infection.
De acordo com pesquisadores da universidade de Catania, na Itália, o diagnóstico ocorreu após ele retornar de uma viagem à Espanha, realizada entre os dias 16 a 20 de junho. O paciente relatou que manteve relações sexuais sem proteção com homens.
De acordo com a publicação, ele testou positivo para Covid-19 no dia 2 de julho, três dias após apresentar os primeiros sintomas, entre eles, febre, inflamação na garganta, dores de cabeça e uma íngua na virilha.
Na mesma data em que recebeu o resultado, começou a ter coceiras no braço esquerdo, e nos próximos dias percebeu pequenas bolhas no peito, nas pernas, no rosto e nos glúteos. Nos dias seguintes, as lesões aumentaram, e no dia 5 de julho ele procurou a emergência do hospital universitário, onde recebeu o resultado positivo para a varíola dos macacos.
A descoberta de que era portador do vírus HIV ocorreu no mesmo dia, ao realizar outros exames para identificar a possibilidade de infecções sexualmente transmissíveis (STIs).
A suposição da equipe médica é de que a infecção tenha sido relativamente recente. Já que o paciente realizou um exame em setembro de 2021 e o resultado foi negativo. O paciente recebeu alta médica no dia 11 de julho e foi instruído a terminar o período de isolamento em casa.