Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presos após os atos de terrorismo em Brasília, no último domingo (8/1), foram encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda e para Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.
Segundo publicado pelo Jornal Metrópoles, ao chegarem na ala prisional os bolsonaristas receberam a vacina contra Covid-19 e um kit de higiene. Vale lembrar que, ao longo da pandemia, uma das bandeiras bolsonaristas foi justamente o movimento antivacina.
Procedimento padrão para novos detentos, os bolsonaristas receberam um uniforme prisional, um colchão e um kit com sabonete, creme dental e escova de dente. No caso das mulheres encaminhadas para Colmeia foi disponibilizado também absorventes.
Leia também:
*Com informações Metrópoles – Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), determinou um silêncio em seu governo acerca dos distúrbios provocados por bolsonaristas em Brasília, onde ativistas contrários à posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) invadiram prédios dos três Poderes.
“Caros, todo e qualquer pedido de imprensa sobre a invasão ao congresso nacional para seus secretários e/ou representantes de empresas ou autarquias devem ser imediatamente enviadas e alinhadas com a Secom. Nada deverá ser respondido ou publicado em redes sociais sem o devido alinhamento”, disse mensagem distribuída a membros do governo.
Secom, no caso, é a Secretaria de Comunicação do governo estadual. A crise é um problema para Tarcísio, apadrinhado de Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro da Infraestrutura. Ele elegeu-se com o apoio dos bolsonaristas, tendo a mesma votação do ex-chefe, 55,2% dos válidos.
Ele tem tentado se afastar do que chama de bolsonarismo raiz, enquanto demonstra gratidão ao ex-presidente sempre que pode. A violação constitucional dos bolsonaristas golpistas em Brasília o coloca em uma posição desconfortável, daí a orientação de silêncio inicial.
No início da noite de domingo, o Governador, publicou em seu perfil no Twitter que não admitiria atos de vandalismo em São Paulo. “Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP!”, publicou Tarcísio.
Ao menos um secretário estadual fez comentário em rede social sobre a ação terrorista. Gilberto Nascimento Jr. (PSC), da pasta de Desenvolvimento Social, postou por volta das 15h45 uma foto tirada pelos manifestantes próximos à rampa do Congresso Nacional. A postagem, no Instagram, incluía uma ilustração com a expressão “se liga”. Na sequência, o secretário publicou vídeo preparando uma receita de bolo em casa com outra pessoa.
Questionado pela reportagem, Nascimento Jr. não explicou o sentido da publicação. Poucos minutos depois, fez nova postagem no Instagram, afirmando: “Uma coisa é a livre manifestação, outra coisa são casos de violência, repudio qualquer ato violento que possa acontecer Triste as cenas que transformaram Brasília hoje [sic]”.
Até as 10 horas dessa quinta-feira, 3 de novembro, a Polícia Militar dissolveu 334 pontos de bloqueio e realizou 365 ações de liberação em avenidas da capital e em rodovias estaduais e federais em todo o estado de São Paulo. Mais de 260 multas, no valor de R$ 100 mil, foram aplicadas aos condutores que desrespeitaram a determinação de liberação das vias.
Na segunda-feira (31), 13 pontos foram liberados, na terça-feira (01) foram 64 e, ontem (2) foram 208 vias desobstruídas. A atuação das tropas do Choque, dos Baeps e dos comandos de policiamento locais possibilitou a rápida remoção dos bloqueios, garantindo o direito de ir e vir da população.
Na tarde de ontem, a Rodovia Castello Branco foi liberada por equipes do Batalhão de Choque da PM por meio de ação de controle de distúrbios, em que foram utilizados o veículo lançador de água e o veículo blindado guardião. Não houve registro de feridos.
Em Paulínia, policiais militares realizaram a desobstrução de estradas e saídas de importantes distribuidoras da cidade. Após a ação, a Polícia Civil foi acionada e realizou diligências nas refinarias. Agentes da Delegacia de Paulínia se deslocaram para outro ponto, na Rodovia SP 332, onde a equipe dialogou com um grupo de pessoas que estava no acostamento da via.
Leia também:
Fonte: Portal Governo de São Paulo – Foto: Reprodução/Governo de SP
O motorista que atropelou um grupo de bolsonaristas em um bloqueio na Rodovia Washington Luís, em Mirassol (SP), na tarde de quarta-feira (2), disse à Polícia Civil que acelerou o carro após ser agredido pelos manifestantes. O atropelamento deixou duas meninas, de 10 e 11 anos, três PMs e outras 12 pessoas feridas. Ninguém morreu.
O condutor foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e encaminhado para a Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de São José do Rio Preto (SP). Ele vai passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (3).
A Polícia Civil de Mirassol segue investigando o caso para descobrir se o depoimento do motorista é verdadeiro. Testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias.
Das 17 pessoas atropeladas, duas foram transferidas para o Hospital de Base de Rio Preto, pois sofreram ferimentos graves. O estado de saúde das outras vítimas ainda não foi divulgado.
A mobilização dos caminhoneiros apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) diminuiu, mas muitas estradas brasileiras seguem bloqueadas.
Em São Paulo, neste momento, não há nenhum ponto de bloqueio nas estradas, segundo as últimas informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atualiza os dados de hora em hora. Entretanto, em todo o Brasil, estradas ainda estão bloqueadas em oito estados, especialmente em Santa Catarina e Minas Gerais. O último boletim divulgado aponta mais de 100 protestos.
Na noite desta quarta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro postou um vídeo nas redes sociais e pediu o fim dos bloqueios. O chefe do executivo disse que as manifestações não são legítimas.
“O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o ir e vir das pessoas. Está lá na nossa constituição e nós sempre estivemos dentro das quatro linhas. Temos que respeitar o direito das outras pessoas que estão se movimentando, além do prejuízo à nossa economia. Eu quero fazer um apelo a você: desobstrua as rodovias. Isso não faz parte, ao meu entender, dessas manifestações legítimas. Vamos desobstruir pro bem da nossa nação e para que nós possamos continuar lutando por nossa democracia e por liberdade”, disse.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a conduta do diretor-geral da PRF Silvinei Vasques. As suspeitas são de omissão e prevaricação. O MPF também criou um grupo de procuradores para investigar os bloqueios nas rodovias federais e atuar civil e criminalmente sobre o caso.
Nas redes sociais circulam vídeos de caminhoneiros afirmando que estão nos protestos porque foram obrigados pelos patrões. Para o procurador-geral da Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, tudo indica que os bloqueios são planejados por uma organização criminosa financiada por empresários.
“Elas estão sendo organizadas há semanas, quem sabe até meses. Há contas de pix e você percebe claramente que muitos caminhões que estão parados, que estão liderando o movimento nas estradas, são caminhões ligados a grandes empresas. então, isso é um indicativo muito claro de que o dono da empresa, o empresário está envolvido”. A PRF disse que até agora já desfez 776 bloqueios e multou quase três mil motoristas. O valor somado das multas chega a quase 18 milhões de reais.