SP propõe brecha para classe média acessar moradias populares

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A nova proposta de revisão do Plano Diretor de São Paulo prevê mudanças que permitem incluir famílias com renda mais alta em empreendimentos voltados para a HIS (Habitação de Interesse Social), que recebem incentivos fiscais para que o mercado os oferte para a população mais pobre.

O texto foi entregue pela prefeitura na segunda-feira (20) à Câmara Municipal.

Além disso, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sugeriu critérios que possibilitarão ao município fiscalizar se esse tipo de habitação está, de fato, sendo ocupada por famílias enquadradas nos critérios de renda exigidos.

Além de corrigirem falhas na fiscalização das HIS, as modificações atendem necessidades de ajuste à demanda de potenciais compradores de imóveis na cidade, segundo o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente. Ele considera, porém, que há excesso de regulação.

O aumento nos mecanismos de fiscalização do destino das unidades de habitação social é uma cobrança antiga de urbanistas, que lembram que a prefeitura, ao conceder incentivos para o mercado imobiliário construir essas habitações, perde dinheiro sem ter a garantia de que os imóveis chegarão a família que mais precisam.

Em setembro, a Folha de S.Paulo mostrou que um prédio com financiamento do extinto Minha Casa Minha Vida, sobre o terreno de uma antiga favela da Vila Madalena, de onde foram removidas mais de cem famílias no início dos anos 2000, virou em parte “hotel” com diária de R$ 800.

No mês seguinte, a reportagem também constatou, em visita a estantes de novos empreendimentos, que corretores aconselham o comprador a usar “laranjas” com renda familiar menor que a exigida para financiar os imóveis com juros baixos oferecidos para a moradia social.

Na época, o Secovi (Sindicato da Habitação), entidade que representa empresas do setor imobiliário, afirmou não ter ingerência na forma como o adquirente utiliza sua unidade e disse que “entende e defende o cumprimento da lei e seu controle pelas autoridades constituídas”.

Em São Paulo, os imóveis HIS (Habitação de Interesse Social) e HMP (Habitação de Mercado Popular) foram concebidos para a população de baixa renda.

No caso das habitações de interesse social, o critério para a faixa, que é de até três salários mínimos por família, passa a contar com a opção de que seja considerada a renda de até meio salário mínimo por pessoa. Na faixa dois, que é de três a seis salários mínimos por família, há a opção de que seja considerado o critério de um salário mínimo por pessoa.

“É uma regra que permite que uma família numerosa, mesmo com uma renda um pouco mais alta, possa ter acesso a empreendimentos mais baratos”, explica Bianca Tavolari, professora do Insper e uma das coordenadoras do Observatório do Plano Diretor.

No caso de uma HIS 1, por exemplo, o teto de R$ 3.906 poderia ser rompido por uma família com sete membros, cujo cálculo da remuneração de meio salário mínimo por pessoa (R$ 651) resultaria numa renda total de R$ 4.557.

Para o vereador Rubinho Nunes, a modificação atende um grupo de classe média que “estava em uma zona cinza”, que não tinha condições de comprar imóveis de padrão elevado, mas também não poderia ser enquadrados nos critérios de habitação de interesse social.

Há também na nova proposta a previsão de que o município edite decreto regulando a fiscalização sobre o efetivo atendimento das HIS e da faixa chamada de mercado popular (para renda de até um salário mínimo e meio por pessoa), assim como a aplicação de penalidades por descumprimento.

Ficará gravado na matrícula que o imóvel é uma HIS ou uma HMP que contempla quem recebe de seis a dez salários mínimos. É com base nesse mecanismo que a prefeitura poderá fiscalizar e aplicar punições a empreendedores que não cumprirem a regra.

“A inclusão de critérios para fiscalização é muito positiva, pois hoje não há”, diz Tavolari.

Nas HIS, por exemplo, o construtor não paga outorga onerosa e pode construir, pela regra atual até quatro vezes a área do terreno. Pela proposta, o potencial construtivo ainda é ampliado em 50%, ou seja, para seis vezes.

Aprovado em 2014, o Plano Diretor é responsável por dar as diretrizes para o crescimento da cidade.

Um dos instrumentos para adequar esse plano a novas necessidades na ocupação do município é a revisão obrigatória no meio da vigência da regra. O atual processo de revisão foi iniciado em 2021, mas sofreu paralisações devido à pandemia da Covid-19.

Retomado no início deste ano, a revisão ainda precisará ser votada em dois turnos na Câmara. Existe a expectativa de que o processo esteja concluído ao final deste semestre.

Ivan Maglio, pesquisador com pós-doutorado em Mudanças Climáticas e Planejamento pela USP, afirma que, no geral, a “revisão do Plano Diretor não avança em nada para enfrentar os gravíssimos problemas sociais, ambientais e climáticos que a cidade enfrenta e enfrentará.”

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que as alterações propostas para o Plano Diretor trazem avanços para o cumprimento dos Objetivos e Diretrizes da Política de Desenvolvimento Urbano.

Com relação às unidades habitacionais, a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento afirma que o município já prevê “controle sobre a destinação das unidades”, e que o projeto propõe aperfeiçoamentos sobre esse controle.

Leia também:  Deputado Marcos Pereira visita Barueri e convida Beto Piteri a se filiar no Republicanos; Vídeo


Fonte: Folhapress – Foto: Arquivo/Portal Governo de SP

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Barueri regularizará imóveis da Vila São Miguel

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A Secretaria de Habitação da Prefeitura de Barueri (Sehab) está na reta final da regularização fundiária da Vila São Miguel. Mais de 40 famílias serão beneficiadas e receberão as matrículas dos seus imóveis.

Nesta quinta-feira (22), haverá uma reunião às 18h30 com os moradores na quadra poliesportiva da Vila São Miguel. O encontro servirá para tratar do histórico de todas as atividades já realizadas, pendências documentais e o último passo para a tão sonhada regularização.

A matrícula do lote é um documento oficial, emitido pelo Cartório de Registo de Imóveis em nome das famílias. É um título de propriedade e com ele as pessoas têm a segurança jurídica como proprietário, valorizando a propriedade e proporcionando maior desenvolvimento social e econômico para a cidade de Barueri.

Regularização em outras regiões
Além da Vila São Miguel, a Prefeitura de Barueri está implementando a regularização fundiária em outras regiões. Os processos estão adiantados na Vila Imbaúva, no Parque Viana, com 19 lotes; na Vila Ricardo Reis, no Jardim Tupan, com 16 lotes; e na Vila Ana Neri, no Parque Imperial, com 51 lotes.

Também estão em processo na Vila Lorena e na Vila Guarantam, no Engenho Novo; no Centro; Vila Sol, no Tupanci; e Parque Brasil Imperial, no Parque Imperial.

A Regularização Fundiária Urbana é instituída pela lei 13.465/2017 e estabelece normas gerais e instrumentos que abrange medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à incorporação dos núcleos urbanos informais ao ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes.

Leia também:


Fonte: SECOM-Barueri

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Osasco firma parceria inédita com CDHU para reassentar mais de 300 famílias

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A Prefeitura de Osasco estabeleceu parceria inédita com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para reassentar mais de 300 famílias dos núcleos Raio de Luz e Santa Maria nos imóveis do Residencial Raposo, que serão construídos pela estatal no Km 18,5 da Rodovia Raposo Tavares, no Jardim Boa Vista.

O anúncio da parceria se deu terça-feira, 26/07, durante reunião do prefeito Rogério Lins e do secretário municipal de Habitação, Pedro Sotero, com moradores desses núcleos no Centro de Formação dos Profissionais da Educação, no Centro.

A parceria privilegiará as famílias desses dois núcleos, que estão há mais tempo em programas habitacionais do município. Algumas estão inscritas, por exemplo, desde 2013.

Serão disponibilizadas para essas famílias, que no momento recebem o Bolsa Aluguel da Prefeitura, mais de 300 unidades de um total de duas mil a serem construídas. As obras serão iniciadas em breve, com prazo de entrega de 24 meses. Os apartamentos têm 40 m².

A Secretaria de Habitação do município fará encaminhamento para a CDHU das famílias desses dois núcleos que se encaixem nos critérios estabelecidos pela companhia, como renda familiar de um a cinco salários mínimos. Os trabalhadores autônomos precisarão entregar no ato do cadastro uma declaração de atividade autônoma com rendimento bruto mínimo de R$ 1.500,00.

Há outras exigências. As famílias não podem ser nem ter sido proprietárias de imóvel, não podem ser promitentes compradores (que já tenham compromisso de compra de outro imóvel) ou nu-proprietário de imóvel (aquele que dispõe de um bem, em razão do usufruto, mantendo a titularidade do domínio), seja financiado ou não.

De acordo com o que foi dito às famílias dos dois núcleos durante a apresentação feita por técnicos da Secretaria de Habitação, a CDHU vai comprar as duas mil unidades que serão construídas e as repassará por meio de crédito associativo às famílias interessadas. O prazo de financiamento é de 360 meses.

A assinatura do contrato será no início da construção das unidades habitacionais. O pagamento à CDHU da primeira parcela do financiamento será em até 30 dias após a entrega das chaves. Os documentos dos imóveis sairão em nome da mulher.

O condomínio do Residencial Raposo deverá contar com seis creches, duas Unidades Básicas de Saúde, um Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei), um Centro Dia do Idoso, uma biblioteca, salão de festa, área para churrasco e um centro de compras, entre outros.

Segundo Rogério Lins, as famílias aprovadas nos critérios da CDHU seguirão no Bolsa Aluguel até que recebam as chaves dos imóveis. “A casa própria traz segurança e dignidade às famílias. O meu desejo é continuar trabalhando por muitos anos pela nossa cidade até que não haja mais famílias sem moradias e em situação de vulnerabilidade social”, comentou.


Por Marcelo Borba/SECOM-Osasco – Foto: Marcelo Deck/SECOM-Osasco

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Programa Casa Carapicuibana vai beneficiar profissionais da área comercial

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A Prefeitura de Carapicuíba e o Governo do Estado lançam nova fase do Programa Casa Carapicuibana, beneficiando profissionais que atuam na área comercial. Eles não precisam morar na cidade para conseguir o benefício, mas necessitam apresentar comprovante de que trabalham ou que prestam serviços no município.

O programa Casa Carapicuibana iniciou em dezembro de 2021. É uma iniciativa que visa facilitar a compra de apartamentos no município em empreendimentos cadastrados. Na primeira fase, beneficiando os servidores públicos municipais, e agora, abriu a oportunidade para pessoas do setor comercial.

Os trabalhadores beneficiados são:

– Trabalhadores do comércio;
– Trabalhadores da indústria;
– Prestadores de serviços;
– Autônomos;
– Servidores públicos municipais.

Confira os requisitos para participar do programa:

I – Ter como renda familiar mensal até 3 (três) salários mínimos federais nos termos da Resolução SH nº 03, de 13 de abril de 2020;

II – Atender aos requisitos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS no que se refere à condição de não proprietário de imóvel;

III – Não ter sido atendido anteriormente em nenhum programa habitacional de interesse social, por nenhuma esfera de governo;

IV – Atender às demais regras e requisitos estipulados pelo Governo Estadual;

V – Outros requisitos eventualmente definidos pelo Poder Executivo, por meio de regulamentação específica.

Após a análise de crédito, será concedido aos servidores municipais e profissionais do comércio o subsídio de R$13 mil, que também poderão acrescer os benefícios do Programa Casa Verde e Amarela.  

Empreendimentos cadastrados Nossa Casa Apoio: Infinity Carapicuíba e Villa Nova Fazendinha.


Fonte/texto/foto: SECOM-Carapicuíba

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