O Museu da Imigração, na zona leste de São Paulo, completa 30 anos.
Em funcionamento desde 1993, ele preserva a história das pessoas que chegaram ao Brasil por meio da Hospedaria de Imigrantes do Brás, que foi inaugurada em 1887 com o objetivo de acolher estrangeiros e brasileiros de outros estados que escolheram viver na cidade, com encerramento das atividades em 1978.
Desde o seu fechamento, passou por um processo de transformação, tornando-se patrimônio público e importante ícone da história do estado e também do Brasil. Em 1982, ocorreu o tombamento do edifício pelo Condephaat, e no ano de 1986 foi criado o Centro Histórico do Imigrante.
Já em 1991, o prédio passou pelo tombamento do órgão municipal Conpresp, logo depois foi criado o Museu da Imigração (1993). Tornou-se Memorial do Imigrante em 1998 e, finalmente, a renomeação para Museu da Imigração veio em 2011.
Hoje, a principal atração é a exposição de longa duração, que apresenta aos visitantes os trabalhos de preservação e pesquisa realizados pelas equipes do museu. “Migrar: Experiências, memórias e identidades” está em cartaz desde 2014. São oito módulos que abordam o processo migratório como fenômeno permanente na história..
Entre as exposições temporárias, o destaque fica para “Onde o arco-íris se esconde”, que apresenta os trabalhos do artista plástico angolano Paulo Chavonga. A mostra fica em cartaz até este domingo (26).
Serviço
Endereço: Rua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca
Funcionamento: Aberto de terça a domingo
Ingressos: R$16 (grátis para todos aos sábados e para crianças com até 7 anos e PCD todos os dias).
Em cartaz até julho do ano que vem, a exposição Vacinas: Uma Vitória de Todos, organizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações e o Museu Catavento, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta ao público, de forma imersiva e interativa, a história e a importância das vacinas na proteção do ser humano contra doenças mortais. Mostra terá duração de oito meses na Sala Multiuso do Museu Catavento.
A exposição começa com o painel intitulado Um Mundo Sem Vacinas, no qual é possível conhecer as consequências devastadoras de doenças que eram previamente incuráveis ou fatais. No painel Um mundo com vacinas, os visitantes tê acesso a dados impressionantes e comparativos sobre a taxa de mortalidade em diferentes épocas, evidenciando o impacto positivo das vacinas na proteção das vidas humanas.
Em O Ataque dos microrganismos, os visitantes podem explorar a evolução e a natureza dos vírus e bactérias, compreendendo sua capacidade de se espalhar e causar danos à saúde humana. O evento também lembra os marcos cruciais na história das vacinas, destacando Os Primeiros Imunizantes da História e a Primeira Vacina., que mostra as primeiras tentativas de imunização na antiguidade e os primeiros êxitos da era moderna, com destaque para história da descoberta da vacina contra varíola.
Com informações sobre as várias abordagens e tecnologias utilizadas para criar imunizantes eficazes o painel Tipos de Vacinas, apresenta aos visitantes as diferentes vacinas que protegem contra diversas doenças pelo fortalecimento do sistema imunológico.
No módulo Como Atua uma Vacina com Vírus Atenuado serão apresentadas holografias animadas sobre processos de desenvolvimento de vacinas com vírus atenuado e de imunização. O módulo também contar com painel interativo hands on onde os visitantes interagiem com maquetes de células, vírus e vacinas para realizarem os mecanismos de imunização das vacinas de maneira lúdica e interativa.
Exposição Vacinas: uma Vitória de Todos, no Museu Catavento, em São Paulo, fica em cartaz até julho de 2024 . Foto: Guilherme Ribeiro/Museu Catavento
Fake news
Para ressaltar o momento atual, os visitantes têm acesso ao tema As Fake News que Matam no qual serão alertados, para a propagação de informações falsas sobre vacinas e seu impacto na saúde pública, destacando a importância da educação e conscientização na luta contra a desinformação.
No painel Programa Nacional de Imunizações são apresentados os esforços coordenados de governos e instituições para garantir o acesso equitativo a vacinas eficazes.
No último painel, Seja um guardião da sua saúde, os visitantes são convocados a se vacinar e têm acesso aos calendários de vacinação para as diferentes faixas etárias e grupos.
SBIm e Museu Catavento inauguram a exposição Vacinas: Uma Vitória de Todos, em São Paulo. Foto: Sarha Daltri/SBIm
Sociedade Brasileira de Imunizações
“A ideia de divulgar a importância e o valor das vacinas para o público jovem, adolescentes, crianças é uma ideia antiga da Sociedade Brasileira de Imunizações. Sempre entendemos que ter o espaço de um museu com o conteúdo de curadoria nossa, no qual pudéssemos retratar os benefícios da vacinação, conquistas e avanços, seria um marco na história das imunizações e que pudéssemos, dessa maneira, perpetuar o conhecimento e a memória do que foram essas doenças e como elas se transformaram com as vacinas”, disse o vice-presidente da SBIn, Renato Kfouri.
Ele ressaltou que é fundamental falar sobre as vacinas em um momento em que a hesitação e a relutância em vacinar se tornou presente, já que a geração atual é indecisa com relação ao ato de vacinar. “Minha geração e a geração anterior vivenciaram e cresceram com pais que entenderam a forma e a importância das vacinas na prevenção de doenças, porque vivenciou o que foi a era pré e pós-vacinal.”
Segundo Kfouri há uma grande probabilidade de termos uma geração futura também insegura em vacinar. “Então é fundamental que a gente atue nessa na nessa faixa etária, no momento escolar e de formação que, sem dúvida, vai trazer benefícios não só atuais como para o futuro”, disse.
O superintende de projetos da Catavento Cultural e Educacional, Ricardo Pisanelli, afirmou que a exposição remete à importância da vacinação como um mecanismo fundamental da sociedade para a saúde pública, porque protege milhares milhões de pessoas.
“Ela preserva a vida de milhões de pessoas que ficariam doentes e morreriam caso não estivessem vacinados. Ela é um feito extraordinário, talvez o maior feito da ciência, o mais efetivo em relação a preservação da vida”, disse.
Pisanelli destacou que a exposição é ideal para o Catavento, que é um museu dedicado à divulgação científica e que, no caso das vacinas, a ideia é demonstrar para todos os públicos que visitam o Catavento como as vacinas foram descobertas, desenvolvidas, como agem e levar toda essa informação de maneira interativa e impactante.
“As vacinas não são apenas uma questão e proteção individual. Quando você se protege você está protegendo toda a coletividade, não só as pessoas que você ama, mas toda a sociedade. A vacinação é uma é a questão de cidadania e de consciência dessa importância da ciência que salva milhões de vidas”, afirmou.
Uma das dicas de programa para curtir no final de semana na capital paulista é o Museu das Favelas. A instituição celebra neste mês o seu primeiro aniversário com uma programação especial. No sábado, a atração é a Festa de Favela, que apresenta o Sarau Suburbano, além de contar com barraquinhas de comidas e bebidas para o público. O evento acontece no Jardim do Museu, no Palácio Campos Elíseos.
Outra opção de lazer na capital é a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, que se apresenta na Sala São Paulo com uma homenagem à timpanista Elizabeth Del Grande. A decana, que completa 50 anos de Osesp, será solista na atração que também traz o multi-instrumentista Luiz Fernando Venturelli e o regente inglês Neil Thompson. As apresentações ocorrem de sexta a domingo e os ingressos podem ser adquiridos no site da Osesp.
Para quem gosta de literatura, o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo recebe, no final de semana, a primeira Feira Literária Afro-Brasileira Carolina Maria de Jesus. O evento terá oficinas, mesas de debates e lançamento de livros, com a participação de editoras consagradas e autores de expressão como Esmeralda Ribeiro e Heloisa Pires de Lima.
A feira acontece na sede histórica do Museu Afro Brasil, que fica dentro do Parque do Ibirapuera, e celebra a produção literária de escritoras e escritores negros. O evento ocorre no sábado das 10h às 18 horas e, no domingo, das 11h às 18h.
A dica no interior vai para o Festival Circo SP, que acontece até o domingo em Piracicaba. São cerca de 50 atrações com grandes expoentes do circo tradicional e também contemporâneo. Com entrada gratuita, o evento oferece ao público o melhor da produção circense paulista, com palhaçaria, malabarismo, acrobacia, equilibrismo, mágica e muito mais.
O Museu do Futebol, instituição do Governo do Estado de São Paulo, terá entrada gratuita nesta terça-feira (14), além de oferecer um bloquinho infantil de carnaval, das 11h às 12h20.
O grupo TikiDum será o responsável por comandar a folia a partir de experimentos sonoros variados. A plateia será convidada a interagir corporalmente, o que fará com que as crianças possam viver uma experiência para além da contemplação de um show musical, interagindo com a música e possíveis linguagens no corpo.
Para completar o passeio, vale visitar a exposição do museu, que fica aberta das 9h até às 18h, com entrada permitida até às 17h, e conta com 15 salas, que relatam como o futebol chegou ao Brasil e se tornou uma paixão nacional.
Também vale a pena conferir os últimos dias da exposição temporária “Rockgol 25 anos”, que relembra o icônico programa da antiga MTV Brasil e fica em cartaz até o dia 28 de fevereiro.
Funcionamento no Carnaval
O Museu do Futebol funcionará normalmente no sábado e domingo (dias 18 e 19), das 9h às 18h, com entrada permitida até às 17h. Na segunda-feira (20), a instituição fecha para manutenção e reabre na terça-feira (21), com funcionamento normal e entrada gratuita. Por fim, na quarta-feira (dia 22), irá funcionar das 12h às 18h.
Serviço
Endereço: Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu – São Paulo.
Funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 18h (entrada permitida até às 17h). Toda primeira terça-feira do mês, até às 21h (entrada até 20h).
A Prefeitura de Barueri vai começar a restaurar o casarão histórico da cidade onde hoje funciona o Museu Municipal. A edificação tem mais de 100 anos e é o símbolo da memória do desenvolvimento urbano, social, econômico e cultural de Barueri. A restauração está sob a coordenação da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) e será executada com a supervisão da Secretaria de Obras.
Um dos poucos museus exemplares da arquitetura do século XX, o Museu Municipal, transformado do antigo “casarão” do então Belo Vale (atual Jardim Belval), terá intervenções como restauração de pisos, portas e caixilhos, ferragens e soleiras em madeira. O Museu fica na avenida Henrique Gonçalves Baptista, 359.
O projeto prevê restaurar também tijolinhos (alvenarias), substituir telhado de barro, construir um elevador interno, para melhor acessibilidade, e realizar pintura de compartimentos do prédio. A restauração tem como princípio manter os aspectos originais da construção.
O Museu Municipal tem dois pisos, recepção e administração. Possui um acervo fixo e todas as salas para exposições, com espaços para apresentações musicais, de dança, sessões de cinema, feiras, encontros artísticos, palestras e outras ações culturais.
História O casarão foi construído em 1920 na área onde era uma fazenda de Teófilo Maciel. O prédio foi comprado pela Prefeitura de Barueri em 1992 e transformado em Biblioteca Municipal, sem alterar as suas características originais.
Em março de 2000 foi assinado o decreto nº 4.580, que transformou o local em Museu e Arquivo Municipal. Em 2009, o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Barueri (Comphic) pediu e foi aprovado o tombamento do imóvel, através do Decreto nº 6.626.
Hoje o Museu Municipal tem um acervo que conta a história de Barueri, a origem da cidade com o aldeamento jesuíta ainda no século XVI, passando pela organização e estruturação do povoado, até a emancipação político-administrativa, ocorrida em 26 de março de 1949, além do rápido processo de urbanização e crescimento a partir dos anos 1970.
O Museu do Catavento, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, administrada pela Organização Social Catavento Cultural e Educacional, inaugurou na última quinta-feira (15) o espaço Economia Circular do Plástico.
Localizado no segundo andar do Museu, a atividade fará parte das exposições de longa duração e reunirá desde informações sobre a criação dos plásticos, seus diversos tipos, como eles são aplicados no dia a dia da sociedade, além de jogos e projeções sobre consumo e descarte conscientes, reciclagem e a importância da gestão correta dos resíduos para a evolução da economia circular.
“A atividade visa passar informações e curiosidades como forma de despertar em crianças e adolescentes uma nova percepção da matéria-prima plástica, além de ensinar conceitos importantes sobre o descarte correto de resíduos para que a reciclagem aconteça, de uma maneira interativa, lúdica e divertida”, explica Mariana Cardoso, do time técnico do Movimento Plástico Transforma.
“A ação também integra a série de ativações promovidas pelo Movimento e pelo PICPlast, nos últimos anos como, por exemplo, a coleta e reciclagem dos copos plásticos utilizados pelos atletas da corrida de São Silvestre, que visam mostrar o quanto a cadeia de transformação está comprometida com a missão de sensibilizar a população sobre a economia circular”, complementa Mariana.
Quem chegar ao espaço do Movimento Plástico Transforma será recebido por um holograma que contará um pouco sobre a história do plástico e sua importância para o desenvolvimento da humanidade. Na sequência, em um painel modular, o visitante conhecerá os diferentes tipos de plástico e onde cada um deles é utilizado.
No painel seguinte, de forma interativa, será possível conhecer o que é e quais são as diferenças entre economia circular e linear. Em complemento a esse tema, um gráfico interativo destacará os benefícios da economia circular e como ela é benéfica para a sociedade e o meio ambiente.
Complementa o espaço um jogo divertido no qual os visitantes serão convidados a testar habilidades e conhecimentos sobre a separação dos resíduos plásticos, a reciclagem e a transformação em novos produtos. Além disso, no centro do espaço, uma projeção em uma maquete 3D detalha todo o caminho percorrido por um produto plástico, desde a criação até o retorno à fábrica para ser transformado em um novo produto reciclado.
Serviço:
Espaço Economia Circular do Plástico – Museu Catavento
Endereço: Av. Mercúrio, s/n – Parque Dom Pedro II, São Paulo
Horário de funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 16h
Preço: R$ 15 (inteira) ou R$ 7,50 (meia-entrada). Às terças-feiras, o ingresso é gratuito.
O Museu do Ipiranga, que foi reaberto em setembro deste ano, prorrogou novamente a gratuidade na entrada até o dia 30 de dezembro.
Os ingressos são oferecidos semanalmente às sextas-feiras, a partir das 10h, no site da Sympla. Mas é preciso se programar, pois se esgotam em minutos.
O Museu das Favelas, projeto do governo do estado em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), recebe pela primeira vez o público neste sábado (26), no Palácio de Campos Elíseos, edifício tombado e localizado na região central da cidade de São Paulo.
A inauguração do museu conta com duas exposições e uma programação cultural e educativa no final de semana da abertura. As visitas serão gratuitas, mas será possível agendar tour mediados pelo museu. O horário de funcionamento é das 9h às 17h.
Favela-Raiz: é uma ocupação-manifesto, composta de cinco partes – três internas e duas externas – que nos levam aos fundamentos da formação da identidade das pessoas que habitam esses territórios: a ancestralidade, as mulheres, a força do trabalho e os abrigos materiais e afetivos.
Identidade Preta: 20 anos de Feira Preta: celebra o maior evento de cultura negra da América Latina, trazendo de modo lúdico o histórico da evolução da feira, apresentando ao público os marcos revolucionários para a população preta a partir de seus espaços. Além disso, acontecerá uma edição da Feira Preta Pocket, no jardim.
Os ingressos para entrar no museu podem ser adquiridos de forma gratuita pelo site do museu ou retirados no local.
O Museu da Imigração (MI) promove hoje (8) e amanhã (9) a 27ª edição da Festa do Imigrante, com música, dança, gastronomia e artesanato de comunidades que representam as culturas de 54 países. O evento tem atividades específicas para as crianças, além de vivências culturais com grupos de diferentes nacionalidades e oficinas destinadas a interessados em temas como migração e museologia.
A festa começa às 10h e termina às 18h e será repetida nos dias 15 e 16 de outubro, no complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás.
De acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o palco montado no jardim do museu terá 68 apresentações de música e dança com grupos e artistas refugiados, migrantes ou descendentes de diferentes tradições, como Benin, Polinésia Francesa, Índia, Japão, Moçambique, Bielorrússia, Áustria, Chile, Ucrânia, Itália, entre outros.
“As danças trazem o modo de se movimentar em cada país, revelando aspectos de celebração dentro de cada cultura. As apresentações musicais trazem desde sonoridades mais contemporâneas a ritmos mais tradicionais e apresentações folclóricas”, segundo a organização.
No campo da culinária, o festival terá à disposição do público pratos típicos de diversas regiões, com tendas de expositores gastronômicos de 37 países, tais como Afeganistão, Alemanha, Armênia, Áustria, Bolívia, Bulgária, Costa do Marfim, Egito, Espanha, Ilha da Madeira, Índia, Iraque, Itália, Japão, Rússia, Turquia e Venezuela. Na área do artesanato, participam 21 países, como Bulgária, Chile, Colômbia, Costa do Marfim, Dinamarca e Grécia, a fim de contemplar a importância do fazer manual na cultura popular e possibilitar o contato do visitante com peças únicas que refletem a identidade cultural de países representados no evento.
Haverá ainda oficinas para a vivência de tradições dos povos presentes na festa, incluindo passos de danças folclóricas, movimento de yoga clássica, ritmos da Pelestina. Os visitantes terão a oportunidade de aprender a construir um “grilinho”, instrumento musical da Ilha da Madeira, aprender a feitura dos margučiai – ovos decorados tradicionais na Lituânia, ou aprender a cozinhar o æbleflæsk, receita típica da Dinamarca, feita com toucinho defumado e maçãs.
Os ingressos antecipados custam R$ 10 e na bilheteria, que fica aberta até às 17h, R$ 16. O Museu da Imigração fica na rua Visconde de Parnaíba, 1.316, na Mooca. Informações podem ser obtidas pelo telefone 11 2692-1866 ou pelo site do museu. Os ingressos, que têm número limitado, podem ser adquiridos pelo site. O local conta com acessibilidade, mas não há estacionamento.
Após nove anos fechado e celebrando o bicentenário da Independência do Brasil, o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga, em São Paulo, vai reabrir ao público na quinta-feira (8). Além de restaurado, modernizado e acessível, ele aposta também na pluralidade e em uma discussão crítica sobre as obras.
Para abordar assuntos controversos, a curadoria do museu vai utilizar recursos multimídia para propor novas visões sobre os objetos expostos. A expectativa é que passe a receber o triplo de pessoas que costumava procurá-lo, passando a 900 mil visitantes por ano.
Monumentos que homenageiam figuras e situações controversas, como estátuas de bandeirantes, serão encarados como documentos históricos, ou seja, obras que informavam ou refletiam sobre um modo de se pensar à época.
Agora, novas visões serão acrescentadas a esses objetos. “O contraponto serão outras visões da sociedade sobre o tema. Toda exposição terá uma tela de contraponto e uma questão que estamos discutindo é abrir editais para que as pessoas possam se inscrever para criar contrapontos para a exposição. Queremos outras vozes da sociedade dentro da universidade e dentro do museu universitário, para não ser uma fala única. Queremos um museu muito mais plural: é isso que a gente busca no Museu Paulista”, disse Ana Paula Nascimento, professora e curadora do museu.
Em sua primeira semana de funcionamento, o museu terá um horário especial e estará aberto das 11h às 16h. As visitas precisam ser agendadas pela plataforma Sympla e, até o dia 6 de novembro, a entrada será gratuita. O público que visitar o museu vai deparar com um espaço bem maior: ele hoje tem o dobro de área expositiva e terá um restaurante e um mirante. O mirante, no entanto, não estará disponível aos visitantes nesse primeiro momento: ele ainda não tem data para ser liberado ao público.
Memórias da Independência
A reportagem da Agência Brasil esteve no museu no dia 1º de setembro. E, durante a visita, notou que alguns espaços ainda estavam em obras ou sendo finalizados. Em entrevista a jornalistas, o vice-diretor do museu, Amâncio Jorge de Oliveira, disse que nem tudo ficará pronto para a reinauguração.
“Temos alguns detalhes como, por exemplo, a nova área expositiva (uma área nova criada abaixo do edifício monumento] que tem ainda um tempo de preparação. Na verdade, a área ficará pronta, mas ela vai receber, nos próximos meses, a estrutura para a exposição Memórias da Independência. Então, a área de engenharia fica pronta, mas ele demorará um tempo para receber as exposições”, disse ele.
“De maneira geral, o prédio estará pronto, mas evidentemente, [vão faltar] alguns detalhes como, por exemplo, a lanchonete”, acrescentou.
Já o parque da Independência e o seu belo jardim francês deverão estar prontos no dia 6 de setembro, apenas um dia antes das celebrações do 7 de setembro no local. “Em 6 de setembro estará tudo pronto. Temos a restauração do jardim francês, que foi patrocinado pelo governo do estado de São Paulo, e estará plenamente revitalizado para o dia 6 de setembro”, afirmou Oliveira.
Exposições
No novo museu serão apresentadas 12 exposições, 11 delas de longa duração (que podem durar entre três ou cinco anos) e uma temporária. As de longa duração foram divididas em dois eixos temáticos: Para entender a sociedade e Para entender o museu.
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Já a exposição de curta duração Memórias da Independência ficará em cartaz por quatro meses, mas só será inaugurada em novembro. No total, serão expostos mais de 3,1 mil itens pertencentes ao museu e 562 itens de outras coleções, além de 76 reproduções e fac-símiles. A maior parte dos objetos data dos séculos 19 e 20, mas há itens que remontam ao Brasil colonial.
No eixo Para entender a sociedade, que apresenta o universo do trabalho e a constituição dos espaços domésticos, por exemplo, estarão as exposições Uma História do Brasil, Passados Imaginados, Territórios em Disputa, Mundos do Trabalho, Casas e Coisas e A Cidade Vista de Cima.
Já no eixo Para entender o museu, que traz informações sobre a história de construção do edifício e seu ciclo curatorial, estarão as exposições Para Entender o Museu, Coletar: Imagens e Objetos, Catalogar: Moedas e Medalhas, Conservar: Brinquedos e Comunicar: Louças.
“No eixo Para entender a sociedade estão as exposições do piso térreo e do [andar] superior. São as maiores exposições, que têm relação com um trabalho de pesquisa que fazemos”, explicou Vânia Carvalho, docente do Museu Paulista e coordenadora da concepção e implantação das exposições de longa duração do Museu do Ipiranga.
“Já Para entender o museu tem a finalidade de mostrar os bastidores do museu, como o museu trabalha e concebe. É o que chamamos de quatro “cês”: coletar, catalogar, conservar e comunicar. Para cada uma dessas exposições, escolhemos um segmento das nossas coleções como, por exemplo, em conservar, utilizamos nossa coleção de brinquedos. Em comunicar, usamos nossa coleção de louças”, disse Vânia.
O famoso e imenso quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, também foi restaurado e estará novamente exposto no Salão Nobre do museu. Também há destaque para o grande número de objetos de Santos Dumont, entre eles, um de seus chapéus, e uma imensa maquete que reproduz o edifício monumento.
Quadro Independência ou Morte!, do pintor Pedro Américo, no Museu do Ipiranga, na Vila Monumento. – Rovena Rosa/Agência Brasil
O novo espaço expositivo incluíra áreas que antes não eram acessíveis ao público, entre elas, salas que antigamente abrigavam a parte administrativa do museu.
Com isso, a área de exposições triplicou, passando de 12 para 49 salas. “Do ponto de vista arquitetônico, toda a parte superior do edifício foi modificada. Vamos ter uma área expositiva no andar superior do edifício monumento. O fato de as salas serem interligadas também é diferente. E teremos novas salas de exposição. Vamos ter um mirante, que não existia antes. Além disso, vamos ter recursos tecnológicos e de acessibilidade, o que é totalmente novo no museu”, observou Oliveira.
Acessibilidade
Além da acessibilidade física, com a inclusão de elevadores e rampas de acesso, todas as exposições foram pensadas para dar condições mais amplas de exploração do acervo pelo público. Para isso, serão dispostos 333 recursos multissensoriais.
Por todo o museu foram instaladas telas táteis, reproduções em metal, dioramas [maquetes tridimensionais], plantas táteis para localização dos visitantes, recursos audiovisuais, dispositivos olfativos, reproduções visuais e táteis e cadernos em Braille, entre outros. Todas as salas também vão contar com piso podotátil [superfície cuja rugosidade pode ser sentida pelos pés].
“Ele não é só um museu fisicamente acessível. Ele é acessível cognitivamente, com linguagem facilitada”, disse Vânia. “Queremos promover a sensação dos materiais. Nem tudo é feito com resina. Temos recursos multissensoriais em pedra, em metal, em porcelana, em tecido”.
A ideia, segundo ela, é que todas as pessoas possam visitar o museu juntas, tendo a mesma oportunidade de experiência. “Queremos que as pessoas possam entender o espaço do museu como um espaço de convivência da diversidade”, sintetizou Vânia.
Mais informações sobre o museu podem ser obtidas neste site. O agendamento para visita estará disponível a partir do dia 5 de setembro, às 10h.
Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil – Foto: Rovena Rosa/Ag. Brasil