Uma pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º) pelo jornal Folha de S.Paulo mostra que o direito ao aborto e o acesso a armas são os temas que mais dividem os brasileiros.
O levantamento mostra que 25% dos brasileiros concordam que o aborto deve ser uma prerrogativa da mulher, outros 20% concordam em parte. 39% discorda totalmente, 13% discorda em parte, e 1% não soube responder.
Não há diferença entre a visão de homens e mulheres (45% e 44% são favoráveis, respectivamente).
O apoio está entre os mais jovens, entre 16 e 24 anos. Nesse grupo, 61% afirmam que o aborto deve ser um direito da mulher.
O apoio também é mais alto entre grupos mais escolarizados (59%) e entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (54% apoiam).
Entre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (35% apoiam o direito ao aborto), evangélicos (30%) e os mais pobres (39%).
São três situações em que a mulher pode realizar o aborto: uma é perigo de vida para gestante e a segunda situação é a gravidez decorrente de estupro. Os dois estão previstos no Código Penal:
Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
O terceiro caso é uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, a Corte permitiu a interrupção de gravidez de feto anencéfalo. Bebês anencéfalos não têm o cérebro ou a parte vital dele.
Armas
O tema sobre o acesso a armas também indica divisão dos brasileiros. 50% são a favor e 48% contra.
Homossexualidade
A pesquisa apontou que a maioria da população (75%) entende que a homossexualidade deve ser aceita na sociedade. No entanto, 72% afirmam que a família é formada por um homem e uma mulher.
A homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade?
O Dia Internacional do Combate à LGBTfobia é celebrado em 17 de maio. Nesta data, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou um estudo que mostra o número de casos de homofobia no futebol nacional. Em 2022, houve um aumento de 76% dos casos nos estádios, redes sociais e na mídia.
Ao todo, o Anuário do Observatório do Coletivo registrou 74 casos de homofobia em 2022 envolvendo agentes ligados ao futebol brasileiro (dentro e fora de campo). Em 2021, foram 42 registros.
Os casos no ano passado foram xingamentos dentro de campo, cânticos nos estádios e comentários ofensivos.
Vale lembrar que a CBF colocou no Regulamento Geral de Competições a possibilidade de punir esportivamente um clube em caso de discriminação.
O ator e humorista Eddy Jr. afirmou, nesta quinta-feira (22), que encontrou com a vizinha que o ameaçou e proferiu ofensas racistas dentro de seu condomínio em São Paulo, em outubro deste ano, e seu filho.
Em uma publicação no Twitter, Eddy disse que agrediu o filho de Elizabeth Morrone e, depois do ocorrido, ambos foram para a delegacia: “É o seguinte, acabei de encontrar com minha vizinha e o filho dela… Arrebentei o ‘mano’, muito soco e tapa na cara, eles foram pra delegacia”.
Veja a publicação:
Na época, Eddy Jr contou que os ataques verbais e racistas começaram pela vizinha não querer dividir o elevador. A mulher o chamou de “macaco, imundo, feio, bandido e ladrão”. Além disso, o filho dela também o ameaçou com uma faca. O humorista teve ainda que deixar o apartamento após as ameaças.
O caso gerou diversos protestos. O condomínio onde Eddy Júnior morava foi palco de manifestações de movimentos negros na época. No ato, foi possível ver cartazes contra o racismo e em defesa do humorista. Astrid Fontenelle e o comediante Paulo Vieira marcaram presença.
A Prefeitura de São Paulo promove, até domingo (20), a II Expo Internacional Dia da Consciência Negra para engajar a população e promover a igualdade racial no país e na América Latina. O evento, organizado pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais, teve sua abertura nesta quinta-feira (17) no Expo Center Norte, com a presença do prefeito Ricardo Nunes.
Segundo ele, o combate ao racismo é uma política pública em São Paulo. “Está incorporada à administração como princípio, como valor essencial. A criação da Expo, no ano passado, com o lançamento do Farol Antirracista, foi um marco para a capital. A realização da segunda edição reafirma o compromisso da administração municipal e um grande avanço, A capital da diversidade não tolera segregação. Aqui se respeita a população negra, valoriza sua identidade e incentiva a expressão da sua cultura”, destacou o prefeito.
A proposta da Expo Internacional Dia da Consciência Negra é discutir a luta do movimento negro no Brasil pela abolição da escravatura, as raízes do racismo estrutural e difundir a cultura negra. “Falaremos dos movimentos e das lideranças que foram esquecidas ou apagadas ao longo da história”, enfatiza a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy.
A II Expo Internacional Dia da Consciência Negra acontece nos dias 18 e 19, das 10h às 22h, e no dia 20, das 10h às 20h. A Expo Center Norte fica na Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme. Os visitantes vão encontrar transporte gratuito nas estações Tietê e Barra Funda. A entrada no evento é gratuita.
Atrações O evento contará com acessibilidade a todos os públicos e terá transmissão ao vivo. O programa foi elaborado a partir de três eixos: cultura, educação e justiça.
Autoridades na temática, tanto do Brasil quanto de outros países, realizarão debates sobre diversos âmbitos do racismo estrutural. A mostra também exibirá espetáculos musicais e apresentações. Terá 74 estandes comerciais e 26 institucionais, área expositiva, espaço infantil, denominado Erê e alas de Cultura, Educação e Comunidade, além de uma ampla área de alimentação. Os locais contarão com cenografia personalizada, inspirada nas matrizes sociais e culturais africanas e afro-brasileiras.
O Espaço Cultura celebrará a identidade negra, expondo seus signos, atos icônicos, religiões, gastronomia e expressões artísticas. Sua finalidade é reconhecer e inspirar novas ideias e possibilidades igualitárias. Produções, invenções e descobertas do povo negro e suas contribuições para a sociedade são o destaque do Espaço Educação. Nele também haverá também contação de histórias africanas para crianças, rodas de conversas e jogos típicos. A finalidade é mostrar que é possível educar de forma inclusiva e antirracista.
O Espaço Comunidade pretende enaltecer a comunidade preta, falar sobre seu protagonismo e conscientizar os visitantes sobre igualdade racial, respeito e justiça. Reflexões sobre moda, saúde e música, entre outros temas, integram a grade de atividades deste ponto da exposição. Destinado às crianças, o Espaço Erê promoverá uma programação especial para os jovens com educação lúdica, espaço tátil e diverso, com contações de histórias africanas, estátuas vivas de personalidades negras, além de apresentação circense.
Painéis No mezanino de debates serão apresentados 11 painéis, nos quais personalidades, autoridades nacionais e internacionais discutirão temáticas negras, diversidade, igualdade racial, sociedade, cultura e economia. Para Tom Farias, curador da Expo, os painéis abordarão tópicos cruciais sobre o processo de constituição do racismo no estado brasileiro e o papel da abolição da escravatura para a população negra, com reflexões sobre que rumo tomar a partir de suas causas e efeitos. O curador também destaca que o Dia da Consciência Negra, criado em São Paulo há 18 anos, pela lei municipal 13.707, de 7/1/2004, impulsionou a criação da celebração em mais municípios e estados. Hoje, mais de mil cidades brasileiras, além de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro comemoram a data.
Conversas A Secretaria Municipal de Justiça promoverá rodas de conversas durante a II Expo Internacional Dia da Consciência Negra. Haverá programação especial diária, com destaque para a sexta-feira (18) e sábado (19), com palestras de estudiosos e especialistas nas áreas jurídica e de saúde pública, acompanhadas de rodas de conversas sobre os temas. Clique aqui para ter acesso à grade
Roleta Em formato de jogo, a Roleta Saiba Direito poderá ser encontrada no estande da Secretaria Municipal de Justiça sexta-feira (18), sábado (19) e domingo (20). Com mais de 70 questões, incentiva o aprendizado diante de questões como racismo estrutural; usocapião; diferença entre furto e roubo e ações coletivas para defesa dos direitos da população negra, entre outros temas.
Palco principal Sexta-feira (18) 13h30 às 14h30 – Samba da Vela convida Anderson Tobias (show) 19h às 20h – Ao Cubo (show) 21h às 22h – Majur (show)
Sábado (19) 13h30 às 14h30 – Samba de Dandara (show) 19h às 20h – Black Mad e DJ Easy Nylon (baile nostalgia) 20h30 às 22h – Fundo de Quintal (show)
Domingo (20) 10h30 às 11h40 – Dexter, Marcivan, Canuto (painel de debate sobre a população carcerária) 15h às 16h – Luciana Mello e Walmir Borges (show) 17h às 18h – Luedji Luna e Rincon Sapiência (show) 19h às 20h – Péricles (show)
Painéis Sexta-feira (18) Painel 1 – Sentido de Liberdade: Independência, abolição, quilombismo” – 10h30 às 11h30 Painel 2 – Produção literária sob contexto da pós-abolição – 13h às 14h Painel 3 – Biografias negras: os retratos do Brasil – 14h20 às 15h20 Painel 4 – Modernismos e modernidades: Os Lima Barreto de Hoje – 15h40 às 16h40 Painel 5 – Racismo no esporte: futebol e afins – 17h às 18h
Sábado (19) Painel 1 – Processos de apagamentos: práticas do racismo dentro e fora do ambiente corporativo – 10h30 às 11h30 Painel 2 – Sobre o amor: o que os mitos e a filosofia africana têm a nos dizer –13h às 14h Painel 3 – Herdeiros de candices: histórias, heranças e literaturas –14h20 às 15h20 Painel 4 – A filosofia pela ancestralidade: histórias, legados 15h40 às 16h40 Painel 5 – Sobre racismo e desigualdade ante os medidores sociais – 17h às 18h
Domingo (20) Painel Especial – População carcerária – 10h30 às 11h30