O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, terá que se afastar da presidência do PSDB, que exercia desde fevereiro, por decisão da Justiça. A juíza Thaís Araújo Correia, da 13ª Vara Cível de Brasília, determinou ainda a anulação de todas as decisões tomadas por ele desde o dia seis de julho de 2022, quando ele prorrogou o próprio mandato de forma considerada irregular. Procurada, a sigla afirmou que vai aguardar a notificação para recorrer da decisão.
Com isso, a atual Comissão Executiva, que havia sido formada em fevereiro deste ano, será dissolvida. Os outros dois governadores tucanos, Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, exerciam cargos de vice-presidentes no colegiado e também terão de deixar seus postos. Leite terá 30 dias para convocar uma convenção para eleger uma nova Executiva.
O pedido à Justiça foi feito pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), que pediu a nulidade da segunda prorrogação da comissão executiva nacional do PSDB, definida em 2022 e com duração até junho de 2023, sob o argumento de que o estatuto do partido permite uma única prorrogação.
No final do ano passado, essa comissão definiu que Leite, que é governador do Rio Grande do Sul, seria o presidente da sigla a partir de fevereiro deste ano.
“Forçoso reconhecer a nulidade da prorrogação do mandato da segunda prorrogação da Comissão Executiva Nacional, com vigência de 01.06.22 a 01.06.23”, disse a juíza em sua decisão.
“Julgo procedente o pedido para declarar a nulidade da segunda prorrogação da Comissão Executiva Nacional e dos atos posteriores, condenando o réu a realizar, no prazo de 30 dias, novas eleições para eleger os membros da Comissão Executiva Nacional”, acrescentou.
Desse total de filiados, 52% são mulheres e 48% são homens, ou seja, em Barueri os partidos políticos contam 10.987 mulheres e 10.174 homens filiados. Na questão sobre grau de instrução, 28,44% declaram que possuem ensino fundamental incompleto, seguido por 23,66% que possuem ensino médio completo e 12,72% que possuem ensino médio incompleto. Filiados com ensino superior completo são 11,26%.
Sobre os partidos, o MDB lidera com o maior número de filiados, segundo o TSE o partido possui em Barueri 3.283 integrantes, sendo seguido pelo Republicanos que possui 2.472 e pelo PSDB com 2.235.
No aniversário de 35 anos, após três décadas e meia de história, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) vem perdendo políticos de peso em todo o país e, em Barueri não deve ser diferente.
Após as eleições de 2022, um dos maiores partidos políticos do Brasil perde espaço no cenário nacional com a saída diversos políticos. No sábado (17), o prefeito de Barueri, Rubens Furlan, oficializou sua filiação ao PSB e deixou o PSDB após duas eleições consecutivas. No mesmo dia, na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo,5 prefeitos deixaram o partido e migraram para o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O PSDB que ocupou a Presidência da República entre 1995 e 2002 (com Fernando Henrique Cardoso), esteve no poder em estados como São Paulo e Minas Gerais, além de ter sido uma importante força atuante no Congresso, ao lado de PMDB (atual MDB) e PT, hoje, a realidade é outra, o PSDB senta à mesa mais não possui cacife para dar as cartas. No Congresso, os tucanos têm, hoje, a menor representação de sua história, com 14 deputados federais e 2 senadores.
Em 2020, na onda João Doria, o PSDB elegeu 182 prefeitos em São Paulo, chegou a ter 238 embalado pela candidatura de Rodrigo Garcia ao Governo do Estado. Após perder a eleição em 2022, atualmente conta com 150 prefeitos e segundo publicado no jornal Folha de S. Paulo, o ex-senador José Serra acredita que o partido deve manter entre 50 e 100 prefeitos.
Em Barueri, além da saída do prefeito Rubens Furlan, o partido deve perder o vice-prefeito Beto Piteri, que já recebeu convites para se filiar em outros partidos, com destaque ao Republicanos do Governador Tarcísio de Freitas.
Na Câmara Municipal de Barueri, o PSDB divide com o PDT a maior bancada com 4 vereadores cada, mas deve perder alguns políticos. Vereadores já expressaram publicamente a intenção de deixar o partido para disputar as próximas eleições.
Atualmente, a bancada do PSDB na Câmara Municipal conta com os vereadores Allan Miranda, Mary Rodrigues, Cris da Maternal e Fabião, desses, ao menos dois devem deixar o partido na janela partidária.
O vereador Fabião, já declarou na tribuna da Câmara a sua possível filiação ao MDB, onde também deverá assumir a presidência do Diretório Municipal. O vereador Allan Miranda, também deve deixar o partido e acompanhar o vice-prefeito Beto Piteri, o pré-candidato de Rubens Furlan nas próximas eleições.
Já as vereadoras, Cris da Maternal e Mary Rodrigues, até o momento, não demonstram intenção de mudar de partido e esvaziar ainda mais a legenda.
A Deputada Estadual Bruna Furlan, o coordenador municipal e regional do PSDB, Furlan Filho, e o presidente do Diretório Municipal e Secretário de Indústria, Comércio e Trabalho (Sict), Joaldo Macedo Rodrigues (Magoo), devem permanecer filiados ao partido.
O esvaziamento do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) no Estado de São Paulo continua de forma crescente após eleições de 2022 e troca na presidência nacional do partido.
Com a gestão de Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul, o PSDB de São Paulo vem perdendo prefeitos para diversos partidos. No fim de semana passado, cinco prefeitos deixaram o partido e migraram para o PL (Partido Liberal) do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O encontro na cidade de Jundiaí, no último sábado (17), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reuniu diversas lideranças políticas e contou com as presenças do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente da Alesp, Deputado André do Prado (PL), senador Marcos Pontes (PL), o presidente estadual do PL de SP, Tadeu Candelária, o prefeito da cidade Luiz Fernando Machado, o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, Gilberto Kassab (PSD), entre outros.
No evento, Valdemar Costa Neto filiou ao PL, ao todo 11 políticos de São Paulo, destes, 5 prefeitos eram filiados ao PSDB. O evento em Jundiaí, também causou um mal-estar dentro do PSDB, devido ao esvaziamento da legenda e também por Marco Vinholi, presidente do PSDB estadual, estar presente no evento de desfiliação dos prefeitos.
Confira os nomes dos novos filiados ao PL e quem deixou o PSDB:
Luiz Fernando Arantes Machado: prefeito de Jundiaí (ex-PSDB)
Pedro Eliseu Filho: prefeito de Araras (ex-PSDB)
Antonio Carlos Mangini: prefeito de Cabreúva (ex-PSDB)
Padre Osvaldo: prefeito Catanduva (ex-PSDB)
Gilmar Lagoinha: prefeito de Caieiras
Rodrigo Ravazzi: prefeito de Fernando Prestes
Luiz Vanderlei Magnusson: prefeito de Conchal (ex-PSDB)
Maria Inês Bertino Miyada: ex-prefeito de Pindorama
Bill: ex-prefeito de Nova Odessa
Marco Aurélio Gomes dos Santos: ex-prefeito de Itanhaém
André Braga: ex-prefeito de Porto Ferreira
Em um outro evento também no sábado (17), que contou com as presenças do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), e do Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), em Barueri, oficializou a filiação do prefeito Rubens Furlan ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). Furlan, prefeito de Barueri, é mais um político que deixou a legenda do PSDB no Estado de SP.
Com a crise no PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) estadual e estando na base do governo de Tarcísio de Freitas, o PSD (Partido Social Democrático) de Gilberto Kassab vem se consolidando como um dos maiores partidos no Estado de São Paulo.
A forte influência de Kassab, presidente do PSD, na administração de Tarcísio (Republicanos), tem influenciado muitos mandatários tucanos e de outros partidos a migrarem para o PSD. Como secretário de Governo, Kassab, é responsável pela articulação com prefeitos e deputados.
Segundo matéria publicada pela Folha de S. Paulo, líderes do PSD estimam que o partido tenha atingido recentemente a marca de 150 prefeitos em São Paulo, um crescimento contínuo desde a última eleição no ano passado. Este crescimento, vem colocando o partido como uma das maiores forças do estado.
Em 2020 o PSD elegeu 65 prefeitos e, após perder alguns para o grupo de João Doria e Rodrigo Garcia, tinha caído para 46, mas, segundo caciques do partido, no fim do ano passado o PSD já contava com 70 prefeitos.
Na última quarta-feira (24) foi debatido em Brasília a formação de uma federação entre os dois partidos, as conversas sobre a federação já haviam ocorrido no ano passado.
Conforme matéria da Folha de S. Paulo, os tucanos compareceram em peso, com a presença do presidente do partido e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, dos governadores Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS), do prefeito de Santo André, Paulo Serra e do ex-senador Tasso Jereissati (CE), além de outros integrantes da sua Executiva. Pelo MDB compareceu o presidente do partido, Baleia Rossi.
Diferente das negociações de 2022, ao invés de criar uma nova federação, a ideia é agregar o MDB à que já existe entre PSDB e Cidadania. A atual federação tem validade até o início de 2026.
O objetivo é fortalecer a federação apenas para as eleições de 2024, desta forma, o compromisso não se perduraria para as disputas nacionais. Enquanto o MDB pode apoiar o candidato governista, da gestão Lula, ou lançar ministra do planejamento, Simone Tebet, como candidata à presidente, o PSDB pretende lançar Eduardo Leite em 2026.
Ainda segundo informações da Folha, os dois partidos combinaram de fazer uma consulta ao TSE para saber se esse modelo, de agregar o MDB à federação PSDB-Cidadania, é viável juridicamente. Na negociação, há também a intenção de atrair o Podemos, da Deputada Renata Abreu, para a federação.
Ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (2021-23), o deputado estadual Carlão Pignatari não esconde o desejo de sair do PSDB, seu partido há três décadas. “Se o partido liberar, eu me desfilio”, disse ele, que está no quarto mandato seguido. Ele precisa da anuência da legenda para não correr o risco de perder o mandato.
O principal motivo do desencantamento com o partido, diz Pignatari, é a nova direção da legenda, comandada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
“Da maneira como está sendo conduzido o processo de reformulação pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, não tem espaço para mim no PSDB”, afirma.
Leite comanda a legenda desde fevereiro, à frente de uma direção provisória que tem validade até novembro. O fato de não ter sido feito registro em cartório é apontado por tucanos paulistas, entre eles Pignatari, como um “golpe”.
“O PSDB paulista, que segurou o partido até hoje, principalmente as pessoas ligadas aos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia, não participou deste processo”, afirma.
Ele também cita a influência no partido do deputado federal Aécio Neves (MG) como um motivo para seu desejo de se desfiliar. “Não quero fazer política partidária, ao lado do Aécio Neves”.
Pignatari diz que não decidiu para qual partido migraria, caso realmente saia do PSDB.
O deputado diz que preferiria a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, à frente de um processo de renovação partidária. E critica a falta de posição da legenda sobre diversos temas.
“O PSDB não sabe se é oposição ou situação e se apequenou. O partido tem que ter posição e não trocar emendas parlamentares com o governo do PT. O PSDB sempre foi oposição a Lula e precisa se reconectar com a sociedade”, avaliou.
A Deputada Estadual Bruna Furlan (PSDB) de Barueri, integra à importante Comissão Permanente de Saúde na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
À Comissão de Saúde compete opinar sobre proposições e assuntos relativos às políticas públicas de saúde física, mental e bucal; programas governamentais e comunitários de saúde; prestação de assistência à saúde; campanhas e ações educativas sobre saúde; vigilância sanitária; controle de zoonoses; produção, distribuição e comercialização de medicamentos por órgãos estaduais; hospitais públicos e privados por credenciamento; bem como a organização ou reorganização de repartições da administração direta ou indireta aplicadas a esses fins.
Na tarde desta quarta-feira (19), será realizada reunião especial para a escolha de presidente e vice-presidente da Comissão de Saúde, para o Primeiro Biênio da Vigésima Legislatura.
Bruna Furlan, é deputada estadual eleita com 195.436 votos, a mais bem votada do seu partido, o PSDB, do qual ela também é vice-presidente nacional. Na última eleição alcançou a marca de 73.219 votos na cidade de Barueri, tendo sido a mais bem votada da história do município.
O PSDB, presidido pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, insinua participação de Gilberto Kassab, presidente do PSD, em uma tentativa de atingir os tucanos e dificultar o processo de reconstrução da sigla.
O estopim seria a decisão do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), de acionar a Justiça Eleitoral contra a atual direção tucana, indicada por Leite.
O argumento é de que a ata da reunião de 2 de fevereiro, em que Leite criou uma Executiva provisória, não foi registrada em cartório. Por isso, ela estaria atuando ilegalmente desde então.
A ligação com Kassab estaria no fato de que o advogado Thiago Bovério, que ajuda Morando na ação, presta serviços ao PSD.
“A ata está para ser registrada esta semana. Mas a cúpula do PSDB considera que a suposta questão legal, falsa, é apenas um pretexto para a tentativa de enfraquecer o PSDB, prejudicar sua recuperação, com a participação direta do advogado de Gilberto Kassab”, disse o partido em nota à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Com a derrocada do PSDB nas eleições de 2022, dirigentes partidários têm avançado sobre prefeitos tucanos em São Paulo.
A diretoria provisória tucana é formada por nomes como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, o do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (SP), e os ex-governadores Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR).
Foi essa comissão que decidiu, por exemplo, pelo adiamento das convenções municipais e estaduais do PSDB, o que foi chamado de golpe por Morando na ocasião.
“O partido está sendo banalizado de forma lamentável e vergonhosa”, diz. “Além de terem criado uma comissão ilegal, hoje o partido é ilegal e imoral. A irresponsabilidade é tão grande que os atos do partido nos últimos dois meses não têm legitimidade”, afirma.
Kassab diz considerar a leitura de que ele estaria tentando minar o PSDB “coisa de alguém com capacidade de análise muito baixa, muito fraca”.
“É bem infantil da parte de alguém achar que a essa altura dos acontecimentos eu trabalharia contra qualquer partido”, afirma.
O vácuo aberto com o fim do domínio do PSDB na política paulista iniciou uma disputa entre partidos pelo capital eleitoral que os tucanos ainda mantêm. Um conjunto de prefeitos que comandam cerca de 40% dos municípios do estado.
A expectativa de dirigentes partidários, de parlamentares e de prefeitos é a de que haja uma migração dessa massa de prefeitos para siglas consideradas mais atraentes, seja porque compõem o Governo de São Paulo, como PSD e Republicanos, ou por terem uma bancada de deputados federais mais numerosa, casos de PL, União Brasil e MDB.
O PSDB, que passa por uma mudança no comando com a ascensão do governador Eduardo Leite (RS) à presidência da sigla, fala em reconstrução e busca manter os prefeitos na legenda. Alguns deles consultados pela Folha, porém, já avaliam propostas de concorrentes.
Em 2020, o PSDB ficou muito à frente dos demais ao eleger 172 prefeitos no estado. Ainda assim, nos últimos dois anos, o partido levou a cabo uma ofensiva para incorporar mais mandatários, desidratando siglas como o PSD e o PTB. Agora, o movimento inverso pode ocorrer.
A estratégia de crescimento estava ligada aos projetos eleitorais de João Doria (ex-PSDB), que mirava a Presidência da República, e de Rodrigo Garcia (PSDB), que tentou se manter no Palácio dos Bandeirantes, ambos sem sucesso.
Cerca de 50 das novas filiações ocorreram no contexto das prévias presidenciais tucanas entre Doria e Leite em 2021. Na época, aliados do gaúcho acusaram o paulista de filiar prefeitos fora do prazo apenas para aumentar o colégio eleitoral de Doria. Agora, o grupo de Leite diz que a legenda deve apostar em sua veia programática para não perder prefeitos.
Segundo os principais prefeitos do PSDB paulista, que representam oposição interna a Leite, mais do que o encolhimento do partido, o que pode provocar uma debandada coordenada da sigla é a ameaça de interferência do comando nacional na política do estado, intenção que aliados de Leite negam.
Em resposta a um pedido da Folha via Lei de Acesso à Informação, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo informou que os tucanos somam 238 prefeitos num universo de 623 cidades que não tiveram eleição suplementar, o estado tem 645 municípios no total.
Dependentes de verbas estaduais e federais, principalmente em municípios pequenos, os prefeitos buscam se filiar em partidos aliados do governador em busca de repasses mais ágeis e mais robustos.
Mirando a eleição de 2024, os mandatários também tendem a migrar para legendas com bancada federal numerosa, o que significa mais verba do fundo eleitoral e tempo de propaganda no rádio e na TV.
Os convênios do governo com as prefeituras eram, na gestão Doria, controlados pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que é também o presidente do PSDB paulista.
Agora quem pilota a máquina é o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que é secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), responsável pela articulação com prefeitos e deputados.
O PSD elegeu 65 prefeitos em 2020 e manteve 46, após as investidas tucanas. Nos bastidores, políticos dizem que Kassab deve dar o troco em Vinholi, mas há cautela ao tratar o tema para evitar acusações de uso da máquina em benefício de interesses partidários.
“O PSDB deve perder muitos prefeitos, e provavelmente mais para o PSD, por causa do Kassab, que é uma liderança mais próxima e tem um partido mais organizado que o Republicanos”, diz o professor George Avelino, da FGV.
Segundo Avelino, pesquisas mostram haver adesão de prefeitos a governadores tanto em estados ricos, como pobres.
À Folha Kassab afirma que a mudança dos prefeitos é natural, mas que o PSD não vai lançar uma investida para atraí-los. Focado no governo, ele diz que a gestão Tarcísio vai atender a todos, sem olhar filiação.
Segundo aliados, Kassab vai ter postura discreta para evitar crises com outras siglas, o que poderia afetar o governo. Mas integrantes do PSD veem uma chance para o crescimento, e prefeitos relatam que o partido sinaliza estar de portas abertas. Além de Kassab, o vice-governador Felicio Ramuth é do partido.
Um exemplo dessa atração natural foi a chegada da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim, no mês passado. Com passado bolsonarista, ela deixou o PSC e declarou ter aceito um convite de Kassab para se aproximar da base de Tarcísio.
O PSD também atraiu a senadora Mara Gabrilli, que fez carreira no PSDB e saiu com críticas ao partido.
Prefeitos avaliam trocar de partido, ouvidos pela reportagem falam com naturalidade sobre a busca de alinhamento com o governo da vez. Muitos elogiam a postura aberta da gestão Tarcísio.
Prefeito de Guaraçaí (cidade com 8.000 habitantes perto da divisa com Mato Grosso do Sul) e filiado há 30 anos ao PSDB, Airton Gomes diz que não se movimenta para deixar o partido, mas já foi sondado por emissários do PSD e não descarta eventual migração.
Gomes reclama da falta de orientações do comando tucano e diz que “está faltando diálogo” da sigla com os prefeitos. “Perdemos a eleição, mas o partido continua e não nos procurou para conversar.”
A prefeita de Ferraz de Vasconcelos, Priscila Gambale, que foi eleita pelo PSD e mudou para o PSDB, diz que avalia permanecer no partido, mas tem conversa com a antiga sigla e com o Podemos.
“Foi mais do que justo mudar para o partido do governo [o PSDB à época] pela gratidão por todo o trabalho conduzido”, diz ela, em referência à ajuda financeira ao município.
A reportagem encontrou ainda dois prefeitos que se filiaram ao PSDB, mas que não perderam seus vínculos com os antigos partidos. Em Cachoeira Paulista, Antonio Carlos Mineiro retornou para o MDB. Já em Barbosa, Rodrigo Primo disse que se mantém como presidente local do PSD e deve voltar para a sigla.
Ao mesmo tempo em que enxergam no espólio tucano uma oportunidade e traçam suas estratégias, representantes de partidos ponderam que ter um grupo amplo de prefeitos ajuda, mas pode não ser suficiente para vencer uma eleição como foi o caso de Rodrigo.
Em nota, o Republicanos diz ter a meta de “crescer com qualidade”, agregando prefeitos alinhados ao manifesto da legenda, e que o trabalho é feito por meio de líderes locais que analisam cenários e possibilidades.
Líder do PL na Assembleia, o deputado Ricardo Madalena diz que o partido tem condições de ocupar o espaço do PSDB. Todos os órgãos municipais estão sendo divididos entre os deputados da sigla para que indiquem aliados e ampliem a capilaridade.
Para o deputado federal Júnior Bozzella, vice-presidente da União Brasil no estado, a mudança de prefeitos conforme a conveniência “vira um toma lá dá cá” que pode ser nocivo. Ele tem conversado com os mandatários para atraí-los e diz que uma vantagem de seu partido é escapar da polarização nacional.
Já o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), quer eleger cem prefeitos em 2024, além de reeleger Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista.
Vinholi minimiza os conflitos internos do PSDB e vê com naturalidade a busca dos demais partidos por filiados. Mas, segundo ele, a sigla historicamente elege o maior número de prefeitos e isso deve se manter.
Na última eleição, os tucanos lançaram cerca de 450 candidatos e querem repetir o feito. “A imagem do PSDB é positiva no estado e nas próprias cidades pela sua boa gestão”, diz.