Em uma nota oficial, o clube argentino Boca Juniorsalertou seus torcedores que irão ao Rio de Janeiro no sábado (4), para a final da Libertadores, para que não emitam gritos, cantos e/ou gestos racistas e/ou xenófobos.
De acordo com a nota, “gestos racistas/xenófobos constituem um delito grave que leva a penas de até cinco anos de prisão sem liberdade”.
O clube também recomenda que os torcedores argentinos evitem “qualquer tipo de provocação ao povo brasileiro”, uso de drogas e que usem apenas ingressos adquiridos através de “canais oficiais”.
Confira as recomendações na íntegra:
Os cantos e gestos racistas/xenófobos constituem um delito grave que leva a penas de até cinco anos de prisão sem liberdade;
Evitar qualquer tipo de provocação ao povo brasileiro;
O consumo de entorpecentes é gravemente punido no Brasil;
Usar apenas ingressos comprados através dos canais oficiais;
Viaje com seguro-viagem de ampla cobertura, que também tenha assistências legal.
O Boca Juniors enfrenta o Fluminense na final da Copa Libertadores da América. O jogo acontece no sábado (4), às 17h, horário de Brasília, no Maracanã.
A Câmara Municipal de São Paulo tentou intimar em sete ocasiões o vereador Camilo Cristófaro (Avante), alvo de processo de cassação devido a uma fala racista, mas não teve sucesso. O plenário da Casa votará na terça-feira (19) o futuro do vereador, que provavelmente perderá o mandato.
Após procurar o vereador em sua casa e em seu gabinete, a Câmara entregou uma intimação ao advogado de Cristófaro, Ronaldo Alves de Andrade, nesta quinta-feira (14). A procura se estende desde 30 de agosto, quando a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou relatório de cassação de Cristófaro e marcou a data de julgamento.
Antes da entrega da intimação pessoalmente, o vereador e seu advogado também foram intimados por meio do Diário Oficial municipal.
Em nota, a Câmara afirma que o objetivo, com isso, é promover a ampla defesa e direito ao contraditório a Cristófaro”.
“Todos os meios utilizados pela Câmara para intimar Camilo eliminam qualquer dúvida jurídica ou eventual alegação de desconhecimento por parte do vereador sobre a sessão de julgamento”, afirma a assessoria de comunicação da Casa.
Na quarta-feira (13), a Mesa da Câmara indicou três procuradores da Casa para que defendam o vereador na sessão de terça-feira caso ele não compareça nem envie qualquer representante.
Para que a cassação de Cristófaro seja aprovada são necessários 37 votos dos 55 vereadores. No final de agosto, a Coluna Painel da Folha de S. Paulo contabilizou ao menos 41 votos favoráveis à perda de mandato.
Em maio de 2022, Cristófaro foi flagrado em uma sessão na Câmara dizendo “não lavaram a calçada, é coisa de preto”.
A Justiça absolveu o vereador da acusação de racismo em julho deste ano. Em sua decisão, o juiz Fábio Aguiar Munhoz afirma que a fala do vereador foi retirada de um contexto de “brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação, de discriminação ou coisa que o valha”. O Ministério Público recorreu da decisão.
A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (24) o processo de cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante). Em maio de 2022, durante sessão no plenário da Casa, o político teve o áudio vazado em que dizia que não lavar a calçada era “coisa de preto”.
Na segunda-feira (21), o vereador Marlon Luz (MDB) protocolou o relatório sobre o episódio de racismo envolvendo o colega. O parlamentar avaliou que houve quebra de decoro parlamentar e deu parecer favorável à cassação do mandato.
A Corregedoria da Câmara aprovou o relatório de cassação por 5 votos a favor e uma abstenção. O presidente do colegiado não votou, já que só pode realizar o voto em casos de empate. Os vereadores usaram a tese do racismo recreativo para pedir a cassação do mandato.
A Corregedoria da Câmara é composta por sete vereadores:
Marlon Luz (MDB), o relator do caso;
Rubinho Nunes (União Brasil), presidente do órgão;
Alessandro Guedes (PT);
Aurélio Nomura (PSDB);
Danilo do Posto de Saúde (Podemos);
Silvia da Bancada Feminista (PSOL);
Sansão Pereira (Republicanos).
Sansão Pereira se absteve e Rubinho Nunes não votou. Os demais acompanharam o relator e votaram pela perda de mandato do colega.
Com a aprovação da Corregedoria, o relatório agora segue para votação em plenário na sessão seguinte da Casa, ou seja, próxima terça-feira (29). Para que Cristófaro seja cassado, é necessário que a maioria absoluta dos vereadores vote pela perda do mandato, ou seja, no mínimo, 37 votos.
A absolvição do vereador Camilo Cristófaro (Avante) da acusação de racismo na Justiça de São Paulo deve influenciar para que ele também se livre da cassação na Câmara Municipal. É o que dizem vereadores da Corregedoria da Casa, que vai julgar o caso em 24 de agosto.
A Corregedoria tem sete membros, alguns ainda indecisos a respeito do voto. A tendência agora, avaliam, é a de que se posicionem pela suspensão temporária do mandato. A recomendação da Corregedoria será, então, votada em plenário pelos 55 vereadores.
No dia 3 de maio do ano passado, o vereador foi flagrado em uma sessão de CPI na Câmara Municipal dizendo “não lavaram a calçada, é coisa de preto”.
No dia, a reunião foi interrompida após a frase ter sido escutada no sistema de som da Câmara. Com a repercussão do caso, o Ministério Público de São Paulo denunciou o vereador à Justiça.
Em decisão publicada na quinta-feira (13), o juiz Fábio Aguiar Munhoz entendeu que a fala do vereador foi retirada de um contexto de “brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação, de discriminação ou coisa que o valha”. A decisão é de primeira instância, e a Promotoria pode recorrer.
O ator e humorista Eddy Jr. afirmou, nesta quinta-feira (22), que encontrou com a vizinha que o ameaçou e proferiu ofensas racistas dentro de seu condomínio em São Paulo, em outubro deste ano, e seu filho.
Em uma publicação no Twitter, Eddy disse que agrediu o filho de Elizabeth Morrone e, depois do ocorrido, ambos foram para a delegacia: “É o seguinte, acabei de encontrar com minha vizinha e o filho dela… Arrebentei o ‘mano’, muito soco e tapa na cara, eles foram pra delegacia”.
Veja a publicação:
Na época, Eddy Jr contou que os ataques verbais e racistas começaram pela vizinha não querer dividir o elevador. A mulher o chamou de “macaco, imundo, feio, bandido e ladrão”. Além disso, o filho dela também o ameaçou com uma faca. O humorista teve ainda que deixar o apartamento após as ameaças.
O caso gerou diversos protestos. O condomínio onde Eddy Júnior morava foi palco de manifestações de movimentos negros na época. No ato, foi possível ver cartazes contra o racismo e em defesa do humorista. Astrid Fontenelle e o comediante Paulo Vieira marcaram presença.
Policiais civis da Delegacia de Cordeirópolis e da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) prenderam, na sexta-feira (25), um homem com material nazista escondido em um depósito na cidade de Cordeirópolis.
Os agentes, em cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela Vara de Cordeirópolis, encontraram no imóvel, material nazista que o suspeito vendia através de um site. Uma arma de fogo calibre 38, duas munições de mesmo calibre, 111 munições de calibre 762 com a suástica gravada no fundo, munições de metralhadora .50, granadas, dois lanças chamas, além de bandeiras nazistas, broches e outros materiais gravados com a suástica também foram recolhidos.
A equipe do Grupo Especial de Reação (GER) foi acionada e desmontou todos os artefatos. Eles encontraram TNT em duas granadas, além de detonarem outras duas.
Conduzir um ônibus com dezenas de passageiros diariamente pelas ruas de Barueri não é novidade alguma para Pamella Gweendolyn Romanovsky Rufino, afinal de contas, ela é uma motorista com quase 10 anos de experiência, mas para alguns passageiros é.
“Há pessoas preconceituosas de todos os gêneros, mas geralmente as mulheres são mais receptivas e me dão a maior força: ‘nossa, você é corajosa. Parabéns’, dizem algumas. Agradeço sem tirar os olhos do trânsito”, conta ela.
Outras pessoas, entretanto, já embarcam com um olhar desconfiado e parecem ficar à espera de algum deslize dela para justificar o pressentimento negativo. “Já fui vítima de atitude discriminatória. Não sei se fiquei mais chateada com a atitude de quem me agrediu ou com a indiferença dos que assistiram. Não basta que as pessoas não sejam racistas, é preciso que elas sejam antirracistas”, complementa.
Pamella é a única motorista do sexo feminino entre os 114 profissionais da Ralip e teve que preencher os mesmos requisitos e se submeter aos mesmos testes que todos os outros para ser admitida. Os colegas já se acostumaram à presença dela. “Meus amigos e meus superiores me tratam com respeito. É muito bom ser tratada com igualdade”, diz ela.
Seus sonhos, entretanto, vão muito além do volante. Pamella possui curso superior incompleto em Gestão em RH. “Sou muito comunicativa e acho que levo jeito para trabalhar em seleção de pessoal. Quem sabe eu possa começar aqui nessa empresa mesmo”, sonha.
Ela garante que interrompeu os estudos por falta de tempo. “Quero concluir meu curso muito em breve”, afirma.
Sobre Pamella Ela nasceu em Carapicuíba há 37 anos. Seu sobrenome exótico vem de um bisavô russo, mas isso não a faz gostar do alto mandatário do Kremlin. “Não apoio as atitudes do Vladimir Putin”, conta. Ela começou como cobradora lá mesmo e em poucos meses se tornou motorista. Veio para Barueri buscando melhores condições de trabalho e remuneração.
Para assumir o volante da linha A 168 (Jardim Itaquiti / Jardim Graziela) na garagem da Ralip no bairro Votupoca às 5h, Pamella precisa sair de casa uma hora antes, no mínimo. Sua jornada normal vai até as 15h20, mas ela faz algumas horas extras para reforçar o orçamento e só chega em casa por volta das 21h30.
Tem que administrar muito bem esse pouco tempo para seus afazeres domésticos, porque precisa descansar para reassumir o volante no dia seguinte. Ela é divorciada e aproveita a única folga semanal para curtir intensamente as filhas Carolina, de 17 anos, e Lívia, de 5. Recentemente as três foram assistir ao filme “Wakanda para Sempre”. “Nós valorizamos demais a cultura negra”, afirma Pamella.
Consciência Negra Em 20 de novembro celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi criada para conscientizar sobre a força e a resistência da população negra no Brasil, assim como reconhecer e reparar o sofrimento imposto a esse povo desde a colonização.
A Prefeitura de São Paulo promove, até domingo (20), a II Expo Internacional Dia da Consciência Negra para engajar a população e promover a igualdade racial no país e na América Latina. O evento, organizado pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais, teve sua abertura nesta quinta-feira (17) no Expo Center Norte, com a presença do prefeito Ricardo Nunes.
Segundo ele, o combate ao racismo é uma política pública em São Paulo. “Está incorporada à administração como princípio, como valor essencial. A criação da Expo, no ano passado, com o lançamento do Farol Antirracista, foi um marco para a capital. A realização da segunda edição reafirma o compromisso da administração municipal e um grande avanço, A capital da diversidade não tolera segregação. Aqui se respeita a população negra, valoriza sua identidade e incentiva a expressão da sua cultura”, destacou o prefeito.
A proposta da Expo Internacional Dia da Consciência Negra é discutir a luta do movimento negro no Brasil pela abolição da escravatura, as raízes do racismo estrutural e difundir a cultura negra. “Falaremos dos movimentos e das lideranças que foram esquecidas ou apagadas ao longo da história”, enfatiza a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy.
A II Expo Internacional Dia da Consciência Negra acontece nos dias 18 e 19, das 10h às 22h, e no dia 20, das 10h às 20h. A Expo Center Norte fica na Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme. Os visitantes vão encontrar transporte gratuito nas estações Tietê e Barra Funda. A entrada no evento é gratuita.
Atrações O evento contará com acessibilidade a todos os públicos e terá transmissão ao vivo. O programa foi elaborado a partir de três eixos: cultura, educação e justiça.
Autoridades na temática, tanto do Brasil quanto de outros países, realizarão debates sobre diversos âmbitos do racismo estrutural. A mostra também exibirá espetáculos musicais e apresentações. Terá 74 estandes comerciais e 26 institucionais, área expositiva, espaço infantil, denominado Erê e alas de Cultura, Educação e Comunidade, além de uma ampla área de alimentação. Os locais contarão com cenografia personalizada, inspirada nas matrizes sociais e culturais africanas e afro-brasileiras.
O Espaço Cultura celebrará a identidade negra, expondo seus signos, atos icônicos, religiões, gastronomia e expressões artísticas. Sua finalidade é reconhecer e inspirar novas ideias e possibilidades igualitárias. Produções, invenções e descobertas do povo negro e suas contribuições para a sociedade são o destaque do Espaço Educação. Nele também haverá também contação de histórias africanas para crianças, rodas de conversas e jogos típicos. A finalidade é mostrar que é possível educar de forma inclusiva e antirracista.
O Espaço Comunidade pretende enaltecer a comunidade preta, falar sobre seu protagonismo e conscientizar os visitantes sobre igualdade racial, respeito e justiça. Reflexões sobre moda, saúde e música, entre outros temas, integram a grade de atividades deste ponto da exposição. Destinado às crianças, o Espaço Erê promoverá uma programação especial para os jovens com educação lúdica, espaço tátil e diverso, com contações de histórias africanas, estátuas vivas de personalidades negras, além de apresentação circense.
Painéis No mezanino de debates serão apresentados 11 painéis, nos quais personalidades, autoridades nacionais e internacionais discutirão temáticas negras, diversidade, igualdade racial, sociedade, cultura e economia. Para Tom Farias, curador da Expo, os painéis abordarão tópicos cruciais sobre o processo de constituição do racismo no estado brasileiro e o papel da abolição da escravatura para a população negra, com reflexões sobre que rumo tomar a partir de suas causas e efeitos. O curador também destaca que o Dia da Consciência Negra, criado em São Paulo há 18 anos, pela lei municipal 13.707, de 7/1/2004, impulsionou a criação da celebração em mais municípios e estados. Hoje, mais de mil cidades brasileiras, além de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro comemoram a data.
Conversas A Secretaria Municipal de Justiça promoverá rodas de conversas durante a II Expo Internacional Dia da Consciência Negra. Haverá programação especial diária, com destaque para a sexta-feira (18) e sábado (19), com palestras de estudiosos e especialistas nas áreas jurídica e de saúde pública, acompanhadas de rodas de conversas sobre os temas. Clique aqui para ter acesso à grade
Roleta Em formato de jogo, a Roleta Saiba Direito poderá ser encontrada no estande da Secretaria Municipal de Justiça sexta-feira (18), sábado (19) e domingo (20). Com mais de 70 questões, incentiva o aprendizado diante de questões como racismo estrutural; usocapião; diferença entre furto e roubo e ações coletivas para defesa dos direitos da população negra, entre outros temas.
Palco principal Sexta-feira (18) 13h30 às 14h30 – Samba da Vela convida Anderson Tobias (show) 19h às 20h – Ao Cubo (show) 21h às 22h – Majur (show)
Sábado (19) 13h30 às 14h30 – Samba de Dandara (show) 19h às 20h – Black Mad e DJ Easy Nylon (baile nostalgia) 20h30 às 22h – Fundo de Quintal (show)
Domingo (20) 10h30 às 11h40 – Dexter, Marcivan, Canuto (painel de debate sobre a população carcerária) 15h às 16h – Luciana Mello e Walmir Borges (show) 17h às 18h – Luedji Luna e Rincon Sapiência (show) 19h às 20h – Péricles (show)
Painéis Sexta-feira (18) Painel 1 – Sentido de Liberdade: Independência, abolição, quilombismo” – 10h30 às 11h30 Painel 2 – Produção literária sob contexto da pós-abolição – 13h às 14h Painel 3 – Biografias negras: os retratos do Brasil – 14h20 às 15h20 Painel 4 – Modernismos e modernidades: Os Lima Barreto de Hoje – 15h40 às 16h40 Painel 5 – Racismo no esporte: futebol e afins – 17h às 18h
Sábado (19) Painel 1 – Processos de apagamentos: práticas do racismo dentro e fora do ambiente corporativo – 10h30 às 11h30 Painel 2 – Sobre o amor: o que os mitos e a filosofia africana têm a nos dizer –13h às 14h Painel 3 – Herdeiros de candices: histórias, heranças e literaturas –14h20 às 15h20 Painel 4 – A filosofia pela ancestralidade: histórias, legados 15h40 às 16h40 Painel 5 – Sobre racismo e desigualdade ante os medidores sociais – 17h às 18h
Domingo (20) Painel Especial – População carcerária – 10h30 às 11h30
O condomínio onde Eddy Júnior morava e foi alvo de ataques racistas foi palco de protestos de movimentos negros na noite desta quinta-feira (20). No ato, foi possível ver cartazes contra o racismo e em defesa do humorista. Astrid Fontenelle e o comediante Paulo Vieira marcaram presença.
Na última semana, Eddy Junior usou as redes sociais para expor os ataques racistas e ameaças que recebeu da aposentada Elisabeth Morrone. Ela se recusou a subir no mesmo elevador que ele, o chamou de “macaco”, “imundo” e “bandido”. Além disso, o filho dela bateu na porta de Eddy empunhando uma faca.
“Cai fora. Não quero ficar com ele. Não vou [subir com ele]. Não quero”, afirma a mulher na gravação.
O humorista prestou depoimento na noite de quarta-feira (19), na Delegacia de Crimes Raciais (Decradi). Após registrar um Boletim de Ocorrência, o artista optou por deixar o condomínio e ficar em um hotel.
A defesa de Morrone emitiu um comunicado e negou “qualquer tipo de preconceito” contra o humorista.
“As desavenças com seu vizinho Eddy Jr. ocorrem há aproximadamente 1 ano e jamais tiveram relação com racismo ou qualquer tipo de preconceito. O Sr. Eddy Jr. costumava fazer frequentes barulhos para perturbar o sossego da Sra. Elisabeth, inclusive foi multado diversas vezes por esse motivo. Faz constantes festas com som alto e há farta documentação a esse respeito. Inclusive, é importante destacar que o episódio do dia 18/10 ocorreu por volta das 3 horas da manhã, sendo que a Sra. Elisabeth, que é idosa e tem um filho especial, estava de roupão (ou seja, foi acordada), e reagiu após constantes e injustas provocações feitas pelo Sr. Eddy, que vestia roupas normais e passeava com seu animal de estimação em plena madrugada. Inclusive, a Sra. Elisabeth se recusou a ingressar no mesmo elevador que o Sr. Eddy em razão de todas as desavenças narradas (apenas por isso) e, diante disso, foi perseguida pelas escadarias do prédio. Por fim, urge ressaltar que o vídeo divulgado para incriminar a Sr. Elisabeth foi completamente editado, inclusive, para dar a impressão de falas racistas que jamais foram proferidas, o que restará comprovado no momento oportuno”, disse o advogado Fermison Guzman Moreira Heredia em nota.
Protestos de moradores
Após a repercussão das publicações de Eddy Jr, diversos moradores do condomínio United Home & Work fizeram protestos na última quarta-feira (19) contra a moradora que cometeu racismo.
Com cartazes que escritos “#ForaRacista”, os vizinhos afirmaram que essas atitudes por parte dela são recorrentes e que eles estão preocupados também com a própria segurança.
A empresária Janaína Tozzi, vizinha de porta do humorista, explicou em entrevista à TV Globo que o filho da mulher passou a fazer ameaças no condomínio.
“Estou me sentindo extremamente acuada e ameaçada com a presença desses dois vizinhos aqui dentro. Eles vão com faca e garrafas no meu andar e fazem ameaças. Temos gravações. Algumas vezes em que ela foi lá reclamar, o Eddy nem estava em casa”, revelou.
Condomínio se manifesta
O advogado do condomínio United Home & Work emitiu um comunicado explicando que a moradora será multada em dez vezes o valor do condomínio mensal. Como o preço é cerca de R$ 700, ela deverá pagar próximo de R$ 7 mil.
“O Código Civil prevê no artigo 1.337 que o condômino antissocial que cometer atos reiterados de incompatibilidade de convivência social poderá ser multado sumariamente. Nós já estamos aplicando essa multa, e uma assembleia extraordinária será convocada para ratificar essa multa e deliberar sobre outras providências”, explicou.
Também será sugerido uma medida judicial de abstenção de novos atos e agressões por parte dela. Caso volte acontecer, ela poderá ser expulsa do prédio.
A Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), a Secretaria de Segurança e Controle Urbano (SECONTRU) e o Conselho de Promoção da Igualdade Racial promovem dia 4/10, das 9h às 12h e das 14h às 17h, palestra cujo tema será o racismo institucional e combate às práticas discriminatórias. O evento acontece na Sala Luiz Roberto Claudino da Silva (Avenida Lázaro de Mello Brandão, 300, Vila Campesina), anexa ao Paço Municipal.
A atividade faz parte das diretrizes do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos e Combate ao Racismo, coordenado pela SEPPIR, e visa fazer um aprofundamento da pauta acerca da igualdade racial e o papel da segurança pública nesta construção.
A palestra será conduzida por Hédio Silva Júnior, doutor e mestre em Direito pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), advogado das religiões afro-brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), e ex-secretário de Justiça do governo do Estado de São Paulo.
Participarão da atividade servidores da Guarda Civil Municipal de Osasco, representantes das polícias Civil e Militar e demais colaboradores do Grupo de Trabalho.
A palestra é gratuita e aberta à sociedade civil, com vagas limitadas. Os interessados podem se inscrever até 30/09 pelo e-mail seppir@osasco.sp.gov.br ou pelos telefones (11) 3682 6670 e (11) 99948-6626 (whatsapp).