O corpo de um homem em avançado estado de decomposição foi encontrado, nesse sábado (9), às margens do Rio Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A vítima não foi identificada, segundo a polícia
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), policiais militares foram chamados para atender uma ocorrência de encontro de cadáver no local.
Funcionários da Usina Elevatória São Paulo ligaram para o 190 após localizar o corpo preso a uma barreira de contenção.
Como o corpo estava em decomposição, não foi possível apontar se foi uma morte violenta. Também não foi localizado nenhum objeto ou documento que ajudasse a identificar a vítima.
O Rio Pinheiros, maior de São Paulo, tem passado por um processo de despoluição. Hoje, as pessoas que passeiam na ciclovia do Parque Bruno Covas, às margens do rio, se deparam com um ambiente mais limpo e agradável. As empresas, ao perceber este movimento de recuperação da natureza, também têm investido em aproveitar locais que antes eram inutilizáveis para a população.
Na última semana, a Heineken, em parceria com a SOS Mata Atlântica, inaugurou um bar flutuante temporário no Rio Pinheiros. Esse tipo de ação se enquadra na plataforma Green Your City, que reúne uma série de iniciativas da empresa com o viés de cultura e sustentabilidade.
Em uma ativação parecida, a agência EA, juntamente com as Secretarias de Esportes e a do Meio Ambiente de São Paulo – além da Sabesp – lançou uma balsa no local para receber apresentações de vários esportes olímpicos. A estrutura provisória, executada pela Recoma, empresa especializada em infraestrutura esportiva, recebeu jogos de vôlei, basquete, tênis e handebol durante a COB Expo, evento organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil.
“Este é um projeto absolutamente inédito e inovador. É a valorização do rio como espaço de demonstração do esporte e também para mostrar mais claramente para a sociedade que ele está sendo recuperado”, afirma Sérgio Schildt, presidente da Recoma.
Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa de overlays da América Latina, ressalta que para concretizar projetos como esses é necessário uma vontade coletiva de preservar esses recursos naturais para as gerações futuras.
“Rios são ecossistemas interconectados e, muitas vezes, a poluição é resultado de várias fontes, como esgoto doméstico, poluição industrial e agrícola. Tal estrutura pode repaginar a cidade e trazer um olhar mais moderno e atrativo. No caso do Rio Pinheiros, podemos ligar isso, também, ao meio ambiente, visto que este processo de despoluição afeta a cidade como um todo”, destaca Fasolari.
Na visão de Ivan Martinho, professor de marketing esportivo na ESPM, os rios Pinheiros e Tietê, que cortam a cidade de São Paulo, são grandes ícones da paisagem paulistana. Com o processo de despoluição, eles se tornam destino e passam a permitir o convívio de diferentes grupos que compõem o espaço urbano assim como nas cidades modernas do mundo.
“Em uma cidade sem praia e com parques existentes lotados, esses novos espaços se tornam oportunidades para marcas interagirem com o público, proporcionando experiências positivas e cuidando da nova paisagem. A ciclovia já atraiu anos atrás o público de ciclistas, aos poucos foram chegando algumas outras opções de atividades propostas por empresas como Beach Tênis, Footvolley e agora opções gastronômicas e de entretenimento, que prometem valorizar de vez esse novo destino na cidade”, completa Martinho.
Fernando Patara, head de inovação do Arena Hub, maior centro de inovação e empreendedorismo esportivo da América Latina, explica que o principal desafio em concretizar projetos como esses no Rio Pinheiros é se adequar às limitações ambientais e infraestruturais, além de garantir o engajamento da comunidade.
“O uso destes ambientes para práticas esportivas serve para incentivar a atividade física e proporcionar novos espaços de convivência para a população. Além disso, a transformação de áreas degradadas em locais de esporte e lazer pode revitalizar regiões urbanas, tornando-as mais atrativas para moradores e visitantes, o que pode impulsionar o desenvolvimento econômico local”, conclui Patara.
O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta segunda-feira (13) que pretende assinar projeto de estruturação de privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Ao fazer comparação com concessão de empresa de águas e esgotos do Rio de Janeiro,ele respaldou a privatização em São Paulo vislumbrando uma despoluição dos rios Tietê e Pinheiros.
Em discurso, o republicano reforçou o tom de comparação interestadual na agilidade da limpeza das águas poluídas.
“Eu tenho certeza que São Paulo não vai querer ter o Pinheiros e o Tietê despoluídos depois da Baía de Guanabara. São Paulo tem que despoluir antes”, destacou Tarcísio.
Durante conversa com empresários, Tarcísio fez comparação com a privatização que ocorreu com a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro). Privatizada em 2021, as empresas terão o compromisso de despoluir a Baía de Guanabara na capital fluminense, que sofre com toneladas diárias de despejo de lixo.
Em Fórum Econômico Mundial, que aconteceu no início desse ano na Suíça, o governador de São Paulo já havia afirmado a pretensão de privatizar a Sabesp até o final de 2024.
Durante o evento desta segunda, ele ainda disse que, com a concessão à iniciativa privada, os valores da tarifa da água não aumentariam. Segundo ele, os contratos com grandes municípios gerariam um excedente que seria usado para a diminuição dos gastos.
O Programa Novo Rio Pinheiros já está garantindo a melhora da oxigenação e a redução da matéria orgânica nas águas, segundo dados de janeiro da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Dos 13 pontos de monitoramento do rio, 11 já apresentaram o chamado DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) abaixo de 30 mg/l, quantidade mínima para que a água não tenha odor, melhore a turbidez e permita vida aquática.
Os pontos que registraram a melhor qualidade estão próximos às pontes Eusébio Matoso e Jaguaré, na Zona Oeste da capital paulista. Em seguida estão os trechos das pontes Cidade Universitária, Nova Morumbi e Socorro.
A melhora na qualidade das águas se deve às ações do Governo do Estado que, desde 2019, promove uma grande ação de saneamento básico para reduzir o esgoto lançado nos afluentes do Pinheiros: até agora mais de 554 mil imóveis já foram conectados à rede de esgoto, evitando que toda carga orgânica desses locais chegasse ao rio.
Paralelamente a este trabalho, já foram removidas também mais de 62.753 toneladas de lixo entre garrafas pet, bicicletas, pneus e plásticos que são jogados nas águas de diversas formas. Ainda há o trabalho de desassoreamento que já removeu mais 687.456 m3 de sedimentos do fundo do rio.