O Climatempo informou que o Sistema Cantareira acumula, até esta terça-feira (7), 121,4mm, o que representa 60,6% da média para o mês de fevereiro (200,4mm). Segundo a empresa, esse é o maior nível do sistema desde meados de junho de 2020, quando registrou 57,6%.
Além disso, este fevereiro já é o mais chuvoso dos últimos dois anos, desde 2021, quando acumulou 181,6mm no mês. Por conta do volume de chuva elevado dos últimos dias e mais os acumulados dos últimos meses (como agosto e dezembro de 2022 acima de suas médias) houve uma elevação significativa do nível do sistema.
“Vale salientar que em janeiro de 2023 choveu pouco, 192,6mm, pois além de ficar abaixo da sua média, foi o menor volume dos últimos dois anos para um mês de janeiro, desde 2021 quando acumulou 191,6mm”, disse o Climatempo.
As fortes chuvas que têm atingido o estado de São Paulo desde dezembro do ano passado melhoraram o nível dos reservatórios. Principalmente do Cantareira, sistema que abastece a região da Grande São Paulo e que hoje estava operando com 48,5% de sua capacidade. Há um mês, o nível do reservatório estava em 38,3%, em nível de alerta. Isso é o que aponta a situação dos mananciais, que é publicada diariamente no site da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Apesar de ainda estar distante do nível normal, que é estabelecido acima dos 60%, hoje o Cantareira opera em nível de atenção, uma situação bem melhor do que havia há um mês. A situação também é bem mais confortável ao que era registrado há um ano, quando o sistema estava operando com 29,6% de sua capacidade.
Desde o dia 1º de janeiro até hoje (16), o Cantareira ganhou 6,3% de sua capacidade, variando sempre positivamente a cada dia. A capacidade máxima do Sistema Cantareira (volume útil, sem considerar a reserva técnica) é 982 bilhões de litros. Hoje, esse volume útil estava em 476,3 bilhões de litros. Esse é o maior volume operado pelo sistema desde janeiro de 2017, quando o Cantareira contava com cerca de 49,6% de sua capacidade.
Demais sistemas
Além do Cantareira, outros sistemas de São Paulo operam com bons níveis para o mês. O reservatório do Alto Tietê tem operado com nível de 51,2%. O do Guarapiranga com nível próximo dos 80% e, o de Cotia, com nível de quase 68%. O Rio Grande é o que está em melhor situação, operando acima de 102% de seu nível. O São Lourenço está em 98,7%. Já a pior situação é do Rio Claro, com 41,9% de sua capacidade. Somados todos os sistemas, o nível dos mananciais atingiu 57,5% hoje.
Procurada pela Agência Brasil, a Sabesp informou “que o período de chuvas beneficiou o Sistema Integrado Metropolitano, que neste momento, opera com 57,5% da capacidade, nível superior aos 45,8% de 2022”.
“Assim, como no ano passado, não há risco de desabastecimento de água na RMSP [região metropolitana de São Paulo] neste período. Mas a companhia segue orientando sobre a importância do uso consciente da água pela população”, disse a Sabesp, por meio de nota.
Níveis
A captação de água do Sistema Cantareira é condicionada ao nível de armazenamento de água do manancial observada no último dia de cada mês. Foram criadas cinco faixas, definidas por uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em 2017, e que devem ser seguidas pela Sabesp.
Os cinco níveis criados pela resolução são: normal, quando o nível do reservatório é igual ou maior que 60%; atenção, quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; alerta, quando está maior que 30% e menor que 40%; restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%; e especial, quando o volume acumulado é menor que 20%. Estas faixas orientam os limites de retirada de água do sistema.
Como no último dia 31 de dezembro o Sistema Cantareira estava com 42,2% de sua capacidade total, ele hoje opera na fase de atenção – fase que deve ser mantida se, no dia 31 de janeiro, ele mantiver seu nível entre 40% e 60%.
O Sistema Cantareira opera, nesta segunda-feira (28), com 43% de seu volume, o menor percentual para 28 de fevereiro desde 2016, quando o volume chegou a 23,4%. Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), disponibilizados diariamente em site que mostra a situação dos mananciais do estado.
Além disso, no Cantareira, sistema com maior reservatório que abastece a região metropolitana de São Paulo, choveu 107,3mm em fevereiro, segundo a companhia. A média histórica é de 201,6mm.
No entanto, a Sabesp disse, em nota, que não há risco de desabastecimento neste momento na região, mas a companhia orienta sobre o uso consciente da água, em qualquer época e em todos os municípios em que opera.
Ainda segundo a Sabesp, as chuvas de janeiro contribuíram com os mananciais e as projeções são de aumento no nível dos reservatórios no período chuvoso.
A Sabesp informou que seus investimentos tornaram mais robusto e flexível o Sistema Integrado da RMSP, que, além do Cantareira, é composto por outros seis mananciais (Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço), sendo possível abastecer áreas diferentes com mais de um sistema produtor, conforme a necessidade.
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – Foto: Divulgação/Sabesp