Mais de mil são presos na Rússia em protestos contra mobilização de Putin

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Detenções ocorrem em 38 cidades em atos contra convocação de civis para lutar na Ucrânia. Após chefe do Kremlin anunciar medida, passagens em voos para o exterior nos próximos dias praticamente se esgotam. Mais de mil pessoas foram presas nesta quarta-feira (21/09) em manifestações em toda a Rússia contra decisão do presidente do país, Vladimir Putin, de ordenar uma “mobilização parcial” de tropas, convocando reservistas para lutar na Ucrânia.

Segundo o grupo OVD-Info, organização humanitária especializada no monitoramento de detenções, pelo menos 1.054 pessoas foram detidas em protestos em 38 cidades em todo o país após o discurso matinal de Putin à nação. As manifestações são as maiores na Rússia desde as que eclodiram após o anúncio da intervenção militar de Moscou na Ucrânia em fevereiro.

Jornalistas da agência de notícias AFP disseram que no centro da capital russa, Moscou, pelo menos 50 pessoas foram detidas pela polícia em uma rua comercial principal.

Na antiga capital imperial da Rússia, São Petersburgo, repórteres da agência viram a polícia cercar um pequeno grupo de manifestantes e detê-los um a um, colocando-os em um ônibus.

“Todo mundo está com medo. Eu sou pela paz e não quero ter que pegar numa arma. Mas sair agora é muito perigoso, porque senão haveria muito mais pessoas”, disse o manifestante Vasily Fedorov, um estudante que usava um símbolo pacifista no peito.

“Vim para o comício planejando participar, mas parece que já prenderam todo mundo. Este regime se condenou a si mesmo e está destruindo a juventude”, disse Alexei, de 60 anos, que se recusou a dar seu sobrenome.

“Por que você está servindo a Putin, um homem que está no poder há 20 anos?”, grita um jovem manifestante contra um policial. “Vim dizer que sou contra a guerra e a mobilização”, disse a estudante Oksana Sidorenko. “Por que eles estão decidindo meu futuro por mim? Estou com medo por mim mesma e por meu irmão”, acrescentou.

Alina Skvortsova, de 20 anos, disse esperar que os russos logo entendam a natureza da ofensiva do Kremlin na vizinha Ucrânia. “Assim que eles realmente entenderem, eles vão sair nas ruas, apesar do medo”, disse.

Passagens ao exterior esgotadas

O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, afirmou na quarta-feira que a Rússia mobilizaria inicialmente cerca de 300 mil reservistas, depois que Putin, em um discurso televisionado, alertou que Moscou usaria todos os meios militares disponíveis na Ucrânia.

Passagens para voos para fora da Rússia nos próximos dias quase se esgotaram totalmente, mostraram dados de companhias aéreas e agências de viagens nesta quarta-feira, em um aparente êxodo de pessoas que não querem se juntar ao conflito.

A mídia local informou que os preços de algumas passagens para destinos como Turquia, Armênia e Azerbaijão teriam subido para o equivalente a mais de 2 mil euros (R$ 10 mil).

A convocação de reservistas não era completamente inesperada. As discussões sobre se a Rússia precisaria de mais soldados assumiram uma nova urgência neste mês, depois que a Ucrânia retomou o controle de mais de 6 mli quilômetros quadrados de território que estava sob controle russo.

Ao longo da guerra, houve relatos sobre uma campanha na Rússia para recrutar mais homens para lutar, incluindo anúncios em sites de emprego prometendo dinheiro rápido. Em meados de setembro, circularam imagens nas mídias sociais que supostamente mostravam o empresário ligado ao Kremlin Yevgeny Prigozhin recrutando prisioneiros russos para lutar na Ucrânia como parte do grupo mercenário Wagner.

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Fonte: TV Cultura – md (AFP, Reuters, DW)

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Putin mobiliza reservistas e faz ameaça nuclear

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Após perder territórios ocupados durante contraofensiva ucraniana, presidente russo anuncia mobilização parcial das tropas. Em discurso duro ao Ocidente, ele diz que usará todos os meios para proteger a Rússia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (21/09) um esforço de guerra que ele chamou de “mobilização parcial” das Forças Armadas de seu país.

Em um discurso televisionado, Putin disse que a convocação de até 300 mil reservistas tem o objetivo de defender a Rússia e seus territórios durante a guerra na Ucrânia.

A decisão ocorre em meio a preocupações de Moscou em relação ao conflito, após uma bem-sucedida contraofensiva ucraniana ter reconquistado parte do território ocupado. Analistas afirmam que um dos motivos para o êxito do contra-ataque de Kiev foi a escassez de soldados russos.

Em sua fala nesta quarta-feira, Putin alegou ainda que o Ocidente deseja apenas destruir a Rússia, e não a paz na Ucrânia, e fez um alerta contra qualquer ataque ao território russo.

“Se a integridade territorial do nosso país estiver ameaçada, nós vamos usar absolutamente todos os meios disponíveis para proteger a Rússia e nosso povo. Isso não é um blefe”, afirmou.

Ao mesmo tempo, Putin advertiu contra o que ele chama de “chantagem nuclear” de outros países contra a Rússia. “Aqueles que tentam nos chantagear com armas nucleares deveriam saber que a agulha da bússola pode virar em sua direção”, frisou.

As armas nucleares da Rússia foram colocadas em prontidão após o início da guerra na Ucrânia, e Putin já repreendeu países da Otan por fornecerem armamentos para ajudar Kiev.

Até 300 mil reservistas russos

Após o anúncio de Putin, autoridades da Rússia afirmaram que o número total de reservistas convocados pode chegar a 300 mil. De acordo com o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, somente aqueles com experiência relevante em combate e serviço serão mobilizados.

Ele acrescentou que há cerca de 25 milhões de russos que se encaixam nesse critério, mas apenas 1% deles será convocado.

Clique aqui e saiba mais!

Outra cláusula do decreto assinado por Putin impede a maioria dos soldados profissionais de rescindir seus contratos e deixar o serviço enquanto a mobilização parcial estiver em vigor.

“Referendo” em regiões ocupadas

Em discurso, Putin ainda reafirmou que seu objetivo é “libertar” Donbass, no leste ucraniano, e que a maioria dos moradores da região não quer retornar ao que ele chamou de “jugo” da Ucrânia.

A Rússia classifica Lugansk e Donetsk – que juntas compõem a região de Donbass, que Moscou ocupou parcialmente em 2014 – como Estados independentes. Já a Ucrânia e o Ocidente consideram todas as partes da Ucrânia mantidas pelas forças russas como ilegalmente ocupadas.

A Rússia agora detém cerca de 60% de Donetsk e conquistou quase toda a região de Lugansk em julho, após avanços lentos durante meses de intensos combates.

Esses ganhos estão agora ameaçados depois que as forças russas foram expulsas da província vizinha de Kharkiv neste mês, perdendo o controle de suas principais linhas de abastecimento para grande parte de Donetsk e para o front em Lugansk.

O anúncio de Putin ocorre um dia depois de separatistas russos anunciarem a realização de “referendos” entre 23 e 27 de setembro para as províncias de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporíjia, que representam cerca de 15% do território ucraniano – ou uma área do tamanho da Hungria.

“Não podemos e simplesmente não temos o direito moral de deixar que pessoas próximas de nós sejam destruídas por carniceiros. Não podemos deixar sem resposta o desejo sincero de definirem o seu destino”, afirmou Putin.

O líder russo frisou que a Rússia fará de tudo para garantir uma organização segura desses “referendos” para que “as pessoas exprimam a sua vontade”, e apoiará a decisão tomada pela população dessas regiões.

Anúncio de Putin pode ser “tiro no pé”

Para especialistas, o anúncio de Putin tem grandes riscos e pode tornar a guerra na Ucrânia impopular na Rússia, além de expor as deficiências militares do país.

É improvável que a mobilização traga quaisquer consequências sobre o campo de batalha durante meses, devido à falta de instalações para treinamento e equipamentos.

A embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink, escreveu no Twitter que a mobilização é um sinal “de fraqueza e do fracasso russo”. O ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, fez a mesma avaliação ao descrever o movimento de Putin como “uma admissão de que sua invasão está falhando”.

“Ele e seu ministro da Defesa enviaram dezenas de milhares de seus próprios cidadãos mal equipados e mal conduzidos para a morte”, afirmou Wallace. “Ameaças e propaganda não podem esconder o fato de que a Ucrânia está vencendo a guerra, que a comunidade internacional está unida e que a Rússia está se tornando um pária global”, frisou.

Pouco depois do discurso de Putin, a mídia russa noticiou o aumento da demanda por passagens de avião para o exterior, embora os bilhetes atualmente sejam mais escassos e caros do que antes do início da guerra.

O anúncio do líder russo ocorre durante a realização da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde a Rússia tem sido alvo de amplas críticas internacionais que colocam intensa pressão diplomática sobre Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, deverá se dirigir aos presentes na reunião nesta quarta-feira com um anúncio pré-gravado. Já Putin não viajou para Nova York para participar da Assembleia.


Fonte: TV Cultura – fc (Reuters, DPA, AP)

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Filha do “cérebro de Putin” morta em presumível atentado

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Jornalista e comentarista Daria Dugina defendia publicamente invasão da Ucrânia, no caminho da criação de um “mundo russo”. Bomba plantada em carro visaria seu pai, o ideólogo ultranacionalista Alexander Dugin.A russa Daria Dugina, filha de um ideólogo ultranacionalista considerado próximo ao presidente Vladimir Putin, foi morta num presumível atentado. Na noite deste sábado (20/08), o utilitário Toyota Land Cruiser em que ela viajava explodiu numa autoestrada nos arredores de Moscou.

O Comitê Investigativo da região, que descreve a vítima como jornalista e perita em política, declarou que uma bomba teria sido plantada no veículo visando Alexander Dugin, um veemente defensor da unificação dos territórios russófonos num novo grande império russo.

Pai e filha voltavam de um festival cultural. Segundo o jornal estatal Rossiiskaya Gazeta, o veículo explodido pertenceria a Dugin, mas no último momento ambos decidiram trocar de automóveis.

Os investigadores encarregados disseram estar considerando “todas as versões”, a fim de estabelecer a responsabilidade pelo homicídio. No entanto Denis Pushilin, presidente da separatista “República Popular de Donetsk”, na Ucrânia, colocou a culpa em “terroristas do regime ucraniano, tentando matar Alexander Dugin”.

Por um “mundo russo”

Da mesma forma que o pai, Daria Dugina, de 29 anos, defendia a invasão da Ucrânia – definida pelo Kremlin como “operação militar especial” –, enquanto passo necessário à criação de um “mundo russo”. O website United World International (UWI), de que ela era editora-chefe, postula que a Ucrânia “perecerá” se for admitida na aliança militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Na qualidade de comentarista do canal de TV nacionalista Tsargrad e do site Movimento Eurasiano Internacional, ela expressava tais opiniões com veemência. Usando o apelido familiar de Dugina, que também usava o sobrenome Platonova, a Tsargrad declarou neste domingo que “Dasha, como seu pai, sempre esteve no front da confrontação com o Ocidente”.

A influência do ideólogo sobre o chefe do Kremlin tem sido objeto de especulações: enquanto certos observadores russos a classificam como significativa (daí apelidos como “filósofo de Putin”, “cérebro de Putin” ou “Rasputin moderno”), para outros ela seria mínima.

Dugin está sujeito a sanções dos Estados Unidos, e em março o Departamento do Tesouro americano divulgou que Daria Dugina também fora incluída na lista de personagens russas sujeitas a medidas punitivas, no contexto da guerra na Ucrânia.


Fonte: TV Cultura

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Ucrânia: dezenas de milhares foram mortos em Mariupol em ataque russo

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A Ucrânia disse nesta segunda-feira (11) que dezenas de milhares de pessoas provavelmente foram mortas no ataque da Rússia à cidade de Mariupol, no sudeste do país, enquanto a ombudswoman de direitos do país acusou as forças russas na região de tortura e execuções.

A Reuters confirmou a destruição generalizada em Mariupol, mas não pôde verificar os supostos crimes ou a estimativa de mortos na cidade estratégica, que fica entre a Crimeia, anexada à Rússia, e as áreas do leste da Ucrânia mantidas por separatistas apoiados pela Rússia.

“Mariupol foi destruída, há dezenas de milhares de mortos, mas mesmo assim, os russos não estão parando sua ofensiva”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em um discurso em vídeo a parlamentares sul-coreanos, sem fornecer mais detalhes.

Se confirmado, seria de longe o maior número de mortos até agora relatado em um lugar na Ucrânia, onde cidades e vilarejos sofreram bombardeios implacáveis ​​e corpos, incluindo de civis, foram vistos nas ruas.

O chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk, apoiada pela Rússia, Denis Pushilin, disse à agência de notícias russa RIA nesta segunda-feira que mais de 5 mil pessoas podem ter sido mortas em Mariupol. Segundo ele, as forças ucranianas são responsáveis.

O número de pessoas que deixaram a cidade caiu porque as forças russas retardaram as verificações antes da partida, disse Petro Andryushchenko, assessor do prefeito de Mariupol, nesta segunda-feira no serviço de mensagens Telegram.

Cerca de 10 mil pessoas aguardavam a triagem pelas forças russas, afirmou ele.

Citando dados do governo municipal de Mariupol, a ombudswoman de direitos humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse que 33.000 moradores de Mariupol foram deportados para a Rússia ou territórios mantidos por separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia. A Rússia afirmou no domingo que retirou 723.000 pessoas da Ucrânia desde o início do que chamou de “operação especial”. Moscou nega ataques a civis.


Por Pavel Polityuk – Reuters – Kiev / Agência Brasil – Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

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Rússia diz que Ucrânia impede progresso ao tentar envolver Otan

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse neste sábado (5) que a tentativa do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy de buscar ajuda direta da Otan no conflito entre os dois países não está ajudando nas negociações.

“Declarações raivosas constantes do senhor Zelenskiy não aumentam o otimismo”, disse Lavrov a repórteres neste sábado.

Especificamente, ele mencionou a crítica de Zelenskiy à aliança militar ocidental nessa sexta-feira (4) por ter se recusado a intervir no conflito impedindo que mísseis e aviões de guerra da Rússia usassem o espaço aéreo da Ucrânia.

“Minha questão é: se ele está tão irritado que a Otan não interveio a seu favor, como ele esperava, então ele espera resolver o conflito envolvendo a Otan em tudo isto, e não por meio de negociações”, disse Lavrov.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que esperava abrir conversas com Lavrov, mas apenas se elas fossem “significativas”.


Por Reuters – Brasília – Foto: Lusa/EPA/Igor Kovalenko

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Podemos abre procedimento disciplinar contra deputado Arthur do Val

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O Podemos, partido do deputado estadual Arthur do Val (SP), decidiu abrir procedimento disciplinar interno contra ele por declarações sexistas sobre as mulheres ucranianas, refugiadas da guerra. As declarações, divulgadas ontem (4), foram enviadas por ele em um grupo de WhatsApp e logo vazaram para a imprensa. O partido considerou as falas do deputado “gravíssimas e inaceitáveis”.

“Gravíssimas e inaceitáveis são as declarações do deputado estadual Arthur do Val, que foram divulgadas na imprensa. Não se resumem ao completo desrespeito à mulher, seja ucraniana ou de qualquer outro País, mas de violações profundas relacionadas a questões humanitárias, em um momento em que esse povo enfrenta os horrores da guerra”, afirmou o partido, em nota.

“O Podemos repudia com veemência as declarações e, com base nelas, instaura de imediato um procedimento disciplinar interno para apuração dos fatos. Até este momento o partido não havia conseguido contato com o deputado, que estava em voo”, finalizou o Podemos.

Declarações

Arthur do Val, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, foi à Ucrânia em meio ao conflito instaurado no país e chegou a postar uma foto nas redes sociais onde estaria ajudando a produzir coquetéis molotov para o combate contra os Russos. Ao deixar o país, na fronteira com a Eslováquia, o deputado enviou um áudio a amigos, elogiando a beleza das refugiadas. Em seguida, afirmou que pretende voltar ao Leste Europeu e disse que as mulheres são “fáceis” por serem pobres.

“Assim que essa guerra passar eu vou voltar pra cá. E detalhe, elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas e é inacreditável a facilidade”.

Ele descreveu a fila dos refugiados da Ucrânia como superior, em termos de aparência, à “fila da melhor balada do Brasil na melhor época do ano”. Além disso, disse que a recepcionista do hotel onde ficou hospedado teria “dado em cima” dele. “Meu Deus, não é possível que isso está acontecendo”, afirmou em seguida, em tom de admiração.

Reações no Brasil

As declarações do deputado causaram indignação no Brasil assim que vieram a público. Pelo Twitter, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, classificou o deputado como “nojento, baixo, sujo” e pediu a cassação do seu mandato.

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) afirmou, em nota, que o episódio será tratado “com rigor e seriedade pelas esferas de investigação do Parlamento”. “A Alesp se solidariza com as mulheres, em especial as ucranianas, e reforça sua luta em defesa e proteção de todas, representadas por conquistas históricas, ações efetivas e leis em vigor”, finalizou, em nota.

A rejeição ao deputado foi tamanha que motivou uma nota de repúdio do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Na nota, além de condenar as declarações, ele esclarece o seu não parentesco com Arthur. “Aproveito para reforçar a todos que, eu e o deputado, Arthur do Val, nem de longe, temos qualquer parentesco. Apenas a coincidência do mesmo sobrenome”.

“Momento de empolgação”

Ao desembarcar em São Paulo, na manhã de hoje (5), Arthur do Val, foi questionado pela imprensa sobre suas declarações. Ele afirmou ter cometido “um erro em um momento de empolgação”.

“Não é isso que eu penso. O que eu falei foi um erro em um momento de empolgação. A impressão que está passando aqui é que eu cheguei lá, tinha um monte de gente, e eu falei ‘quem quer vir comigo que eu vou comprar alguma coisa’. Não é isso. Eu fui pra fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz e a impressão que passou é que fui fazer outra coisa”.

Ele afirmou que a “missão” que motivou sua viagem foi em um contexto e o áudio que enviou a amigos, assim que saiu da Ucrânia, era em um contexto diferente. “Não foi a melhor das posturas, mas é um áudio privado”, acrescentou.


Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil – Foto: Divulgação/Alesp

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Quase 6 mil russos morreram desde o início do conflito na Ucrânia

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje (2), em um vídeo divulgado em seu canal do Telegram, que o mundo está se fechando para a Rússia. “O mundo moderno vai se fechar para eles. Bens russos estão deixando as prateleiras das lojas ao redor do mundo. Bancos russos estão se desconectando do sistema global. Cidadãos russos estão perdendo suas poupanças, perdendo perspectivas. Mães russas estão perdendo seus filhos em um país estrangeiro. Pense nesse número: quase 6 mil russos morreram. Isso sem contar as perdas da noite passada. Isso para que?”, questionou o mandatário.

Zelensky disse ainda que os russos querem apagar a história do país. “Eles não sabem nada sobre nossa capital, sobre nossa história. Mas todos eles têm ordens para apagar nosso país, apagar todos nós. No primeiro dia da guerra, Uman foi brutalmente bombardeada, onde dezenas de milhares de judeus vem todos os anos para rezar. Depois, Babyn Yar, onde dezenas de milhares de judeus foram executados. Me dirijo a todos os judeus do mundo: vocês não vêm o que está acontecendo? É por isso que é tão importante que milhões de judeus ao redor do mundo não fiquem em silêncio agora. O nazismo nasce do silêncio. Então gritem sobre o assassinato de cidadãos. Gritem sobre o assassinato de Ucranianos”, disse.

O presidente ucraniano disse ainda que os russos seguem bombardeando as cidades do país, atingindo civis, população que é pacífica. E disse que a Ucrânia conseguiu reunir um apoio internacional em um novo nível, ressaltou o apoio da Otan e de milhares de europeus.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que o alvo dos russos é a capital da Ucrânia. “Vemos quantas forças russas vão de Belarus, do norte e do leste, muitos quilômetros de tanques se movendo para a capital da Ucrânia. Neste momento estamos preparados para defender a nossa cidade”, disse.


Por Marieta Cazarré – Repórter da Agência Brasil – Foto: Reuters/Direitos Reservados

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ONU pede que países ajudem vítimas da guerra na Ucrânia

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Para socorrer famílias que fogem dos ataques russos na Ucrânia, as Nações Unidas lançam nesta terça-feira (1) dois apelos humanitários coordenados. Segundo o secretário-geral, Antônio Guterres, um dos apelos tem como meta angariar fundos para ajudar a população que continua na Ucrânia e o outro busca o atendimento das necessidades dos que procuram refúgio em nações da região.

Guterres lembrou que a ONU já repassou US$ 20 milhões do seu Fundo Central de Resposta a Emergências para a ampliação dos trabalhos humanitários. Segundo explicou, a comunidade internacional precisa se mobilizar para apoiar e financiar os apelos. Ele lembrou que o número de pessoas afetadas pela guerra continuará subindo. Os recursos servirão para que as agências humanitárias consigam “tratar todas as necessidades dos deslocados pela crise”.

Hospitais atacados

Catherine Russell, diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), disse que a agência está recebendo relatos de “hospitais, escolas e instalações de água e saneamento” sob fogo na Ucrânia, com explosivos sendo lançados em áreas povoadas.

Segundo ela, há crianças entre os mortos e feridos, sendo que as sobreviventes estão traumatizadas pela onda de violência. Russell reforçou o apelo internacional para o fim de todas as operações militares na Ucrânia.


Por Karine Melo * – Repórter da Agência Brasil – Foto: Alexandre Furman

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Alemanha anuncia envio de armas e munições à Ucrânia

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A Alemanha anunciou que cederá armas para a Ucrânia para que forças de resistência possam combater a invasão militar russa, deflagrada na madrugada da última quinta-feira (24).

“É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. Por isso, estamos entregando mil armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, informou o chanceler alemão Olaf Scholz, por meio de sua conta pessoal no Twitter.

Horas antes de confirmar o envio de armamentos à Ucrânia, Scholz já tinha declarado que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não poupará esforços para defender todos os países que integram a aliança militar de eventuais ameaças russas.

Scholz referia-se a outras nações, já que a Ucrânia não integra a Otan, embora seja considerada um país parceiro e, há anos, venha sinalizando a intenção de participar da aliança – movimento combatido pelo governo russo, que teme o aumento da influência dos Estados Unidos no leste europeu.

Esta manhã, Scholz voltou a usar o Twitter para criticar o presidente russo Vladimir Putin. “”A guerra de Putin não deve abrir velhas feridas. A reconciliação entre a Alemanha e a Rússia é um capítulo importante da história. Estamos com a Ucrânia e ao lado dos russos que corajosamente defendem a paz, a liberdade e os direitos humanos”.

Ajuda

Na sexta-feira (25), a Polônia já tinha enviado à Ucrânia um comboio militar com armas e munições. O país, que faz fronteira com a Ucrânia, foi o primeiro a enviar ajuda para que os soldados ucranianos possam resistir ao avanço russo.

“O comboio com a munição que entregamos à Ucrânia já chegou aos nossos vizinhos. Apoiamos os ucranianos, somos solidários e nos opomos firmemente à agressão russa”, anunciou (https://twitter.com/mblaszczak), no Twitter, o ministro da Defesa polonês Mariusz Blaszczak.


Por Alex Rodrigues Repórter da Agência Brasil – Foto: Bernadete Szabo/Reuters

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Itamaraty: cerca de 40 brasileiros embarcam em trem para sair de Kiev

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O Ministério das Relações Exteriores informou que cerca de 40 brasileiros conseguiram embarcar em um trem de Kiev para Chernivtsi, perto da fronteira com a Romênia.

Funcionários da Embaixada do Brasil em Bucareste, capital da Romênia, aguardam os brasileiros na fronteira, segundo o Itamaraty. Outros brasileiros e também latino-americanos já foram recepcionados mais cedo, acrescentou o órgão.

O anúncio de que um trem estaria reservado para a retirada de brasileiros e latino-americanos de Kiev foi feito ontem (25) pela embaixada do Brasil em Kiev. Segundo dado apresentado pela representação na quinta-feira (24), havia então algo em torno de 500 brasileiros na Ucrânia.

Entre esses brasileiros há dezenas de jogadores que atuavam no futebol ucraniano. Em uma transmissão e em publicações pelo Instagram, a esposa do zagueiro Marlon Santos, Maria Paula Marinho, disse que eles foram avisados a irem do hotel até a estação de trem com antecedência de apenas 40 minutos.

Em rede social, o Itamaraty informou que o ministro das Relções Exteriores, Carlos França, “ativou ontem o GT – Brasileiros na Ucrânia, núcleo de apoio ao nacionais brasileiros na Ucrânia, encarregado de coordenar ações emergenciais e de implementação do plano de contingência para retirada segura e ordenada de nossos compatriotas”.

Na manhã deste sábado (26), a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou ter colocado dois aviões KC-390 Millenium de prontidão para a retirada de brasileiros da região. Ainda não foram divulgados pela FAB ou o Itamaraty detalhes sobre como, onde ou quando isso ocorrerá.


Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília – Foto: Telegram/Embaixada Brasileira em Kiev

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