A Fuvest, instituição responsável pela elaboração do vestibular da Universidade de São Paulo (USP), anunciou a prorrogação do período de inscrição para o Concurso Vestibular 2023. Os interessados têm até as 12h do próximo dia 7 de outubro para fazer inscrição. Já o pagamento da taxa de inscrição poderá ser realizado pelos candidatos até o dia 10 de outubro.
Os candidatos que já se inscreveram, mas não efetuaram o pagamento do boleto original, poderão gerar outro na área do candidato a partir de 29 de setembro, com data de vencimento para 10 de outubro.
A prova da primeira fase será realizada no dia 4 de dezembro, enquanto as provas da segunda fase estão agendadas para os dias 8 e 9 de janeiro de 2023. As provas de habilidades específicas serão aplicadas entre os dias 11 e 14 de janeiro. O resultado do Concurso Vestibular Fuvest 2023 será divulgado no dia 30 de janeiro, em primeira chamada.
Para o vestibular 2023, a USP vai oferecer 11.147 vagas. Das 8.230 vagas oferecidas pela, 4.961 serão de ampla concorrência; 2.173 serão reservadas para candidatos egressos de escola pública (EP) e 1.096 para candidatos pretos, pardos e indígenas oriundos de escolas públicas (EP/PPI). As demais 2.917 vagas serão oferecidas pelo sistema que utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Os vestibulandos interessados em concorrer a uma vaga na Universidade de São Paulo (USP) já podem fazer as inscrições para o Concurso Vestibular Fuvest 2023. O prazo vai até as 12h de 23 de setembro. Podem participar aqueles que já concluíram o ensino médio, que vão concluir este ano ou quem já tem diploma de ensino superior. Estudantes do 1º ou 2º ano do ensino médio podem prestar o exame para avaliar seus conhecimentos, o chamado treineiro.
A prova da primeira fase será realizada no dia 4 de dezembro. As provas da segunda fase estão agendadas para os dias 8 e 9 de janeiro de 2023. As provas de habilidades específicas serão aplicadas de 11 a 14 de janeiro.
O resultado do Concurso Vestibular Fuvest 2023 será divulgado no dia 30 de janeiro em primeira chamada.
Para o vestibular 2023, a USP vai oferecer 11.147 vagas, sendo 4.961 para candidatos AC; 2.173 vagas para candidatos EP; 1.096 para alunos EP/PPI e 2.917 vagas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Outras informações e o manual do candidato podem ser acessados pelo site da Fuvest.
Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil – Foto: Rovena Rosa/Ag. Brasil
Um ato em defesa da democracia e do processo eleitoral reuniu hoje (11) lideranças políticas, intelectuais, empresários, sindicatos e artistas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, centro da capital paulista. Uma multidão acompanhou as leituras e discursos a partir de um telão em frente ao prédio.
A manifestação começou com discursos e a leitura do manifesto em defesa da democracia divulgado na semana passada em jornais de circulação nacional, articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e assinado por mais de 100 entidades.
Leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, na Faculdade de Direito da USP. – Rovena Rosa/Agência Brasil
“Estamos aqui para defender a legislação eleitoral, a Justiça Eleitoral, o sistema eleitoral com as urnas eletrônicas, que a vontade do povo brasileiro seja respeitada e seja soberana”, disse o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura do evento, no salão nobre da Faculdade de Direito.
O advogado Oscar Vilhena Vieira, membro da Comissão Arns e da comissão que idealizou o manifesto, ressaltou que se trata de uma organização sem vinculação com partidos políticos. “Este não é um manifesto partidário, mas é um momento solene no qual as principais entidades da sociedade civil brasileira vêm celebrar o compromisso maior com a democracia”, enfatizou.
“Qualquer projeto ou articulação por democracia no país exige o firme e real compromisso de enfrentamento ao racismo”, acrescentou Beatriz Lourenço do Nascimento, membro da Coalizão Negra por Direitos.
Estavam presentes o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, a presidente do Conselho Consultivo da Fundação Tide Setubal, Neca Setubal, além de líderes de centrais sindicais.
Leitura da Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, na Faculdade de Direito da USP – Rovena Rosa/Agência Brasil
Carta às brasileiras e brasileiros
Em seguida, participantes do ato leram a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!, documento articulado pela USP que já coletou mais de 920 mil assinaturas pela internet. A leitura foi feita no Pátio das Arcadas, ainda dentro do prédio da faculdade.
“No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições”, diz o documento que foi inspirado na Carta aos Brasileiros, lida em 1977 no mesmo local e que dizia: “Os governantes que dão o nome de Democracia à Ditadura nunca nos enganaram e não nos enganarão. Nós saberemos que eles estarão atirando, sobre os ombros do povo, um manto de irrisão”.
O texto lembra ainda a construção do atual regime democrático a partir da base da Constituição Federal de 1988. “Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para o país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular”, destaca.
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São apontados ainda os desafios para o aprofundamento da democracia no país. “Muito ainda há de ser feito. Vivemos em um país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude”, diz a carta.
Após a leitura, a cantora Daniella Mercury recitou, de uma sacada, alguns versos para as centenas de pessoas que acompanhavam o ato de um telão instalado em frente ao prédio da faculdade. “Não há democracia se a população LGBTQI+ não tiver os mesmos direitos”, disse a artista.
Outras manifestações
Também houve manifestações a favor da democracia em outras cidades do país, como Rio de Janeiro e Brasília. Em São Paulo, onde ocorreu o ato na Faculdade de Direito da USP, milhares de manifestantes reuniram-se na Avenida Paulista com bandeiras de entidades estudantis, partidos políticos e faixas.
No Rio de Janeiro, pela manhã houve a leitura da Carta aos Brasileiros nos pilotis da PUC Rio. O histórico espaço, palco de diversas manifestações políticas, ficou tomado de estudantes, trabalhadores e professores. Ao final, todos cantaram o Hino Nacional.
À tarde, uma grande passeata reuniu centenas de pessoas, incluindo estudantes, integrantes de sindicatos e de organizações sociais. A chuva não atrapalhou o protesto em defesa da democracia. A multidão se concentrou no entorno da Igreja da Candelária e depois seguiu até a Cinelândia, onde o ato foi encerrado, no início da noite.
Já em Brasília, organizações sindicais e estudantis mobilizaram algumas centenas de pessoas, que marcharam pela Esplanada dos Ministérios.
Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil – Foto: Rovena Rosa/Ag. Brasil
A Prefeitura de São Paulo anunciou na quinta-feira (30) a abertura do quarto hospital veterinário público da capital. A unidade está instalada no Butantã, Zona Oeste da capital, e foi aberta à população nesta sexta-feira (1º).
A nova unidade passa a funcionar na Universidade de São Paulo (USP), por meio de um convênio estabelecido entre a Prefeitura e a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia.
“Hoje estamos inaugurando o quarto hospital público veterinário, que conta com várias especialidades e uma grande equipe”, disse o prefeito Ricardo Nunes.
O prefeito destacou que a unidade terá à disposição da população nove médicos especialistas e 27 residentes, além de 20 estagiários e 17 técnicos, que atuarão em nove consultórios, entre eles quatro de atendimento cirúrgico, salas de preparo e internações separadas de cães e gatos, sempre de acordo com a espécie.
“Teremos cinco hospitais veterinários até 2024”, anunciou o prefeito.
Castração animal
Para a coordenadora de saúde e proteção animal da Cosap (Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico), Analy Xavier, os pets deixaram de ficar no quintal e ganharam os interiores das residências de seus tutores.
“Nos anos 70 os animais não tinham ração, comiam restos de comida. Não podiam entrar nas casas. Hoje isso mudou. Sabemos que têm dores semelhantes às nossas e precisam de atendimento. Os hospitais públicos veterinários foram criados para atender a população vulnerável”, declarou.
Analy Xavier destacou que São Paulo é a capital da vacina, mas também é a do atendimento gratuito aos pets, da castração.
“Em 2019 nossa capital foi reconhecida, por toda a América Latina, por suas políticas públicas”.
Doações
O secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, comentou que em 2021 São Paulo realizou mais de 120 atendimentos aos animais e que, com esta nova unidade, a meta será ultrapassada.
“Queremos ajudar os donos de pets nessa bonita missão. Também quero divulgar que, quem tiver interesse, pode se dirigir à sede da Cosap (Rua Santa Eulália, 86, Santana, Zona Norte) e doar caminhas, roupinhas e cobertores para as famílias mais vulneráveis agasalharem seus animais durante o inverno”, destacou Zamarco.
Para Carlos Gilberto Carlotti Júnior, reitor da Universidade de São Paulo, a inauguração desta quinta-feira (30) é fruto de um trabalho contínuo.
“Essa parceria demonstra nosso interesse para que população animal e humana seja melhor tratada. Em breve, vamos anunciar novas parcerias. O interesse da USP é trabalhar pelo interesse da comunidade”, finalizou Carlotti.
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Estrutura
O local tem capacidade para realizar cerca de 3,5 mil atendimentos por mês. O hospital conta com salas de emergência, enfermagem, consultórios de atendimento para clínica médica e especialidades, além de centro cirúrgico, serviços de cardiologia, oncologia, oftalmologia e diagnóstico por imagem.
O serviço é voltado à população de baixa renda, assistida por programas sociais. Há triagem social prévia. A capital dispõe de outros três hospitais veterinários públicos, sendo um na Zona Leste, outro na Norte e um terceiro na região Sul, com serviços gratuitos e atendimento exclusivo aos munícipes da cidade de São Paulo.
Diariamente são atendidos todos os casos de urgência e emergência. Também são realizados atendimentos de baixa e média complexidade, conforme a ordem de chegada. Há ainda as consultas de retorno, cirurgias (inclusive as programadas), tratamentos ambulatoriais, exames e internações, além de consultas em sete especialidades: oftalmologia, cardiologia, endocrinologia, neurologia, oncologia, ortopedia e odontologia.
Atendimento
Para o atendimento é necessário que o tutor do animal seja maior de 18 anos de idade, resida na capital e apresente os documentos obrigatórios em seu nome. Os endereços das unidades e a lista dos documentos necessários estão disponíveis no site da Prefeitura.
A Universidade de São Paulo (USP) estima em 6,5% a redução do orçamento da instituição para 2023 com as perdas decorrentes da redução da alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. O governo estadual anunciou que o valor da tributação passou de 25% para 18%.
O cálculo do governo paulista é que a medida provoque queda de R$ 4,4 bilhões na arrecadação. A USP recebe 5,02% do arrecadado com ICMS no estado. Para 2022, a previsão orçamentária da universidade era de R$ 7,57 bilhões, sendo R$ 7,18 bilhões recursos repassados pelo governo estadual. O restante, R$ 386 milhões, são receitas próprias da instituição.
Os cortes devem afetar, ainda, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que também são financiadas a partir do ICMS. As instituições recebem, respectivamente, 2,19% e 2,34% do total arrecadado com o imposto no estado.
Lei Federal
A redução das alíquotas do ICMS atende à Lei Complementar Federal 94, de 2022, aprovada na quarta-feira (15). Pelo texto, os valores máximos de imposto que podem ser cobrados sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transportes coletivos ficaram entre 17% e 18%. Esses itens passaram a ser considerados essenciais para fins de tributação.
Segundo o governador Rodrigo Garcia, de São Paulo, a diminuição do imposto pode provocar redução de R$ 0,48 no preço da gasolina ao consumidor. De acordo com ele, o preço médio no estado, atualmente, é de R$ 6,97 e poderá ficar em R$ 6,50, se houver o repasse integral da renúncia fiscal aos valores cobrados nas bombas.
Educação e saúde
Ao anunciar a redução do imposto, o governador destacou que haveria impacto nos investimentos em saúde e educação no estado. “A conta é muito simples: nós temos um orçamento vinculado de 30% [do ICMS] para educação, 12% para saúde”, detalhou sobre como o imposto é investido obrigatoriamente no estado.
Segundo Garcia, a redução nas alíquotas provocará cortes proporcionais no orçamento dessas áreas. “Quando você reduz o ICMS, que estamos estimando em mais de R$ 4 bilhões só em relação à gasolina, você tira R$ 1,2 bilhão da educação, R$ 600 milhões da saúde, e assim sucessivamente”, destacou.
Os cursinhos populares ligados à Universidade de São Paulo (USP) estão com inscrições abertas para aulas no segundo semestre. A iniciativa é de estudantes de diversos cursos da universidade e são voltados para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica que querem se preparar para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As aulas são gratuitas ou com preços acessíveis e há oportunidades na capital e em Ribeirão Preto.
Na capital paulista, o Cursinho Popular da Poli-USP, da Escola Politécnica, está com inscrições abertas até o dia 29 de junho, com uma taxa de R$ 15. Os candidatos devem se inscrever no site do cursinho e a seleção dos inscritos é feita por meio de prova e entrevista. Os aprovados pagam uma taxa única de matrícula no valor de R$ 100. Não há mensalidades.
O Cursinho Popular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) está com vagas abertas para a modalidade de ouvinte na turma presencial, que funciona de segunda a sexta, das 14h às 19h20, na própria faculdade. As inscrições podem ser feitas por meio de um formulário até o dia 27 de junho. Este cursinho foi criado em 2015 com a proposta de democratizar o acesso ao Ensino Superior.
Os estudantes da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) também organizam um curso preparatório para o vestibular e o Enem. Estão abertas vagas em turmas de Ciclo Básico, “para alunos desde o segundo ano do ensino médio até pessoas que querem voltar a estudar”, aponta o informe do grupo. A taxa de inscrição custa R$ 28 e seleção também envolve prova e entrevista. Mais informações estão disponíveis no Manual do Candidato.
As inscrições para o Cursinho Popular Arcadas, da Faculdade de Direito da USP, estão abertas até o dia 15 de julho por meio de formulário on-line. A taxa de inscrição é R$ 22,50. Na primeira fase da seleção, os interessados devem apresentar uma redação. Na fase seguinte, será feita uma entrevista. São oferecidas 120 vagas.
Em Ribeirão Preto, o cursinho também é organizado pelos estudantes da Faculdade de Direito. As inscrições estão abertas até o dia 4 de julho. O funcionamento é gratuito com apoio de entidades parceiras que doam materiais didáticos. Para o segundo semestre de 2022, estão disponíveis 14 vagas.
Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a iniciativa foi batizada de Cursinho Popular Clarice Lispector. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 3 de julho por formulário on-line. A seleção dos candidatos, após o preenchimento do formulário, se dará com a participação em uma aula inaugural e utilizando critérios como cotas raciais e sociais, alunos de escola pública, situação socioeconômica e ex-alunos do cursinho.
Pesquisadores brasileiros recrutam 15 mil moradores de Ribeirão Preto para estudo de susceptibilidade para câncer, ou seja, para identificar maior ou menor risco de desenvolver a doença. O estudo integra o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e é realizado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, pelo Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP), pela Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa) e pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
Leandro M. Colli – Foto: Arquivo pessoal
“É necessário aprimorar os métodos de rastreamento do câncer diante do conhecimento recente que pessoas podem ter maior ou menor risco hereditário para desenvolver câncer. O rastreamento ainda é realizado praticamente do mesmo modo para todas as pessoas. Assim, indivíduos com maior risco de desenvolverem câncer podem não estar recebendo todo o investimento em prevenção necessário e aquelas com menor risco, mais do que o necessário”, explica Leandro Colli, que é professor da FMRP, médico oncologista e um dos coordenadores do projeto.
Os pesquisadores estão recrutando pacientes maiores de 18 anos que são acompanhados pelas Equipes de Saúde da Família no Distrito Oeste de Ribeirão Preto para coleta de sangue. Com o material, será feita a genotipagem do DNA para entender a soma dos fatores hereditários, que são chamados de escore poligênico. Dessa forma, a pesquisa poderá impactar na prevenção de precisão, ou seja, na prevenção específica para cada pessoa, de acordo com suas características genéticas.
Foto: FMRP-USP
“No futuro, esses escores permitirão identificar quem são as pessoas que precisam de rastreamento mais intenso para câncer e ao mesmo tempo pessoas que precisam de menos exames, o que terá grande impacto na racionalização dos recursos de saúde tanto públicos como privados”, conclui.
“Nós propomos utilizar os dados clínicos do excelente cuidado dos núcleos de saúde básica pareados com coleta de material para genotipagem. Ao final de três anos, teremos um grande banco de dados clínicos, epidemiológicos e moleculares para responder questões de oncologia e até de outras áreas”, conta o professor Dias.
Por Rodrigo Tammaro/Jornal da USP – Foto: Couleur/Pixabay
Os pombos-comuns (Columba livia) são originários da Europa e do norte da África, na região do Mediterrâneo. Essas aves foram trazidas ao Brasil como animais domésticos e ornamentais durante a colonização portuguesa.
Terezinha Knöbl – Foto: Arquivo Pessoal
Desde então, a espécie se adaptou muito bem ao ambiente das cidades e passou a constituir uma fauna sinantrópica, que se beneficia de condições criadas pelos seres humanos. Mas, por serem transmissores de certas doenças, sua proliferação pode representar alguns riscos à saúde pública.
A professora Terezinha Knöbl, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, explica que são as fezes desses animais que exigem maior atenção. Essas fezes servem de substrato para alguns fungos que, caso inalados, podem acarretar micoses profundas e possivelmente fatais, como criptococose e histoplasmose, assim como a clamidiose, causada por uma bactéria.
“Precisa tomar muito cuidado para não colocar essas fezes em suspensão”, orienta Terezinha. “Normalmente, quando a gente se aproxima de uma população de pombos, eles voam e colocam toda aquela poeira, aquelas fezes ressecadas, em suspensão e isso pode ser inalado.”
Por serem relativamente corrosivas, essas fezes também podem trazer danos materiais, como o entupimento de calhas e a danificação de obras e estruturas.
A proliferação de pombos em ambientes de produção ou armazenamento de alimentos representa um risco ainda maior, acrescentada a possibilidade de transmissão de salmonelose pela ingestão de alimentos contaminados.
Ácaros de pombos também podem causar dermatites e alergias, mas doenças como toxoplasmose, raiva e leptospirose não são transmitidas por essas aves.
Controle
Sem predadores naturais e com alimento e abrigo em abundância, os pombos se proliferam com certa facilidade. Para conter as superpopulações, a cidade de São Paulo adotou uma lei que proíbe “alimentar e/ou manter abrigo para alojamento de pombos urbanos”.
Os proprietários de imóveis com infestação também devem providenciar obstáculos para dificultar o pouso e a nidificação. O descumprimento dessas determinações acarreta uma multa de R$ 200, mas a falta de regulamentação dificulta que a lei seja aplicada.
De acordo com Terezinha, os pombos se alimentam de uma variedade muito grande de alimentos e não morrerão de fome caso não sejam alimentados por humanos. Por isso, restringir a oferta de comida ajuda a reduzir a taxa de reprodução dessas aves e evitar superpopulações.
“O risco de ficar jogando alimento para os pombos é ir aumentando progressivamente o tamanho dessa colônia e, consequentemente, aumentam a quantidade de fezes e o risco de transmissão de doenças”, explica a professora.
Salvo exceções, como áreas produtoras de alimentos, em que medidas de controle devem ser adotadas, o ideal é intervir o mínimo possível, sem alimentá-los nem reduzir drasticamente sua população. “Quando você tem uma área com muito resto de alimento, se você reduz a população de pombos, pode aumentar a população de ratos”, afirma Terezinha, ao comentar uma espécie de equilíbrio entre as populações desses animais.
Alguns países usam métodos contraceptivos, mas, segundo a professora, além de esses produtos não serem licenciados no Brasil, seu uso não é totalmente eficaz, ainda que ajude no controle populacional. As principais estratégias consistem na instalação de telas e barreiras físicas em locais que servem de abrigo a esses animais, como vãos de telhados e ar-condicionado.
A professora ressalta que alternativas que causem dor e sofrimento aos animais, como armadilhas e cola, não devem ser utilizadas e são enquadradas como crime ambiental. “Esse controle é feito pelas autoridades sanitárias com avaliação de caso a caso e a população não deve adotar estratégias próprias que envolvam a morte dos animais.”
Dados fornecidos ao Jornal da USP pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo indicam que, em 2021, foram registradas mais de 900 denúncias de infestação de pombos no município, uma média de quase três denúncias por dia. Vistorias podem ser solicitadas através da central telefônica SP156 ou pelo site sp156.prefeitura.sp.gov.br/portal.
O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) terá uma escola de verão gratuita e online para que garotas entre 8 e 18 anos aprendam a criar aplicativos para celular.
O link para as inscrições será divulgado durante um evento ao vivo, que ocorre hoje (12), às 14h. O evento será transmitido pelo YouTube.
Para se inscrever, não é necessário ter experiência prévia na área de tecnologia. As participantes precisam se identificar com o gênero feminino (englobando transexuais e não-binários), ter uma conta do Gmail e acesso à internet, além de um computador e um smartphone.
Também é preciso ter disponibilidade para participar dos encontros online da escola de verão e interagir de forma remota (via Whatsapp e por meio de reuniões).
As atividades vão ser realizadas de forma remota entre os dias 5 de março e 23 de abril.
Serão oferecidas 60 vagas para estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. O objetivo da escola é ensinar as garotas a transformar ideias em aplicativos, estimulando habilidades relacionadas ao empreendedorismo, ao trabalho em equipe e à arte de falar em público.
Artigo publicado no periódico científico Addictive Behaviors por pesquisadores da USP, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Faculdade de Medicina do ABC, da Columbia University e da University of Pennsylvania analisou dados de 12 países de baixa e média renda e concluiu que as mulheres têm 2,1 vezes mais chances de fazerem parte do grupo de pessoas que tentam parar de fumar e desistem já no primeiro dia.
“É uma tendência conhecida na literatura científica que a população masculina apresenta índices de tabagismo muito maiores no mundo inteiro, mas que a feminina tem mais dificuldade de largar o vício. Isso tem a ver com vários fatores como, por exemplo, o fato de que o processo de parar de fumar costuma acarretar aumento de peso, uma preocupação mais proeminente para as mulheres”, contextualiza João Castaldelli-Maia, pesquisador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e primeiro autor do estudo.
João Mauricio Castaldelli-Maia é orientador de pós-graduação do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do USP e professor auxiliar de Psiquiatria do departamento de Neurociência do Centro Universitário FMABC – Foto: Arquivo Pessoal
Ele explicou ao Jornal da USP que a equipe buscou investigar esse fenômeno nos 14 países que concentram dois terços dos fumantes do mundo: Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Paquistão, Filipinas, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia e Vietnã.
O Paquistão e as Filipinas não puderam ser incluídos (pela falta de dados e pela amostragem dentro do recorte escolhido ser estatisticamente insignificante, respectivamente), então o estudo analisou os números apenas dos outros 12 países, a partir da Global Adult Tobacco Survey, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e da Associação Canadense de Saúde Pública (CPHA), que coleta dados sobre tabagismo a partir de pesquisas nacionais realizadas nos países associados.
Os resultados encontrados pelos pesquisadores mostraram que o número de pessoas que não conseguiram passar pelo primeiro dia de abstinência entre as que tentam parar de fumar variou entre 3% e 14% nos países observados. Globalmente, as mulheres mostram uma tendência 2,1 vezes maior do que os homens de fazerem parte desse grupo.
Isso é muito importante pois esse período inicial é crucial no sucesso a longo prazo do abandono do cigarro. Um estudo de 1997, por exemplo, concluiu que passar por esse primeiro dia sem fumar aumenta em dez vezes as chances de a pessoa manter a abstinência por seis meses.
A pesquisa também levou em consideração fatores que alteram esses indicadores entre países. Nesse sentido, Castaldelli-Maia aponta que o achado mais interessante foi que, quanto maiores as imagens de advertência dos malefícios do tabaco exigidos nos rótulos dos cigarros, menores foram os índices dessa recaída precoce entre mulheres, indicando que essa política pública é especialmente sensível para esse público.
“O que esse trabalho mostra é que mulheres precisam de mais suporte para parar de fumar. A gente precisa pensar políticas adequadas para mulheres, considerando fatores como diferente acesso à medicação e pressões desiguais relacionadas à gravidez e ao trabalho doméstico, por exemplo”, comenta o pesquisador.
O artigo The first day of smoking abstinence is more challenging for women than men: A meta-analysis and meta-regression across 12 low and middle-income countriesé fruto da colaboração dos pesquisadores João M. Castaldelli-Maia, Elizabeth D. Nesoff, Danielle R. Lima, Zila M. Sanchez e Silvia S. Martins. Ele pode ser lido na íntegra aqui.