Vacinação contra covid-19 no Brasil salvou 63 mil idosos em 2021

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A vacinação contra a covid-19 no Brasil salvou a vida de até 63 mil idosos de janeiro a agosto de 2021, indica estudo de pesquisadores do Observatório Covid-19 BR. Além disso, até 178 mil hospitalizações de pessoas com idade acima de 60 anos foram evitadas com as vacinas.

A análise estima ainda que outras 47 mil vidas poderiam ter sido salvas e 104 mil hospitalizações evitadas se a imunização tivesse ocorrido em um cenário de maior celeridade. A pesquisa foi publicada hoje (21) em artigo do periódico The Lancet Regional Health Americas.

“Se tivéssemos vacinado em janeiro no mesmo ritmo que vacinamos em março, poderíamos ter evitado a perda de mais 47 mil vidas nesse mesmo período. Só por ter um ritmo de vacinação mais rápido do que o que aconteceu na vida real”, disse o pesquisador Leonardo Souto Ferreira, primeiro autor do artigo e pesquisador do Instituto de Física Teórica (IFT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O trabalho também teve participação de cientistas da Fiocruz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do ABC (Ufabc) e da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo se baseia em uma análise estatística com intenção de dimensionar o papel da vacinação em massa e a eficácia dessa estratégia sanitária.

“A gente assumiu, no nosso modelo, que o comportamento da curva de hospitalizações e óbitos em uma faixa etária mais jovem, que não está recebendo a vacina, é o mesmo da faixa etária dos mais idosos”, acrescentou Ferreira.

Idosos

Em um cenário, portanto, em que “alguma faixa etária começa a descer antes da outra, atribuímos essa diferença à vacinação dos idosos”. A diferença entre as duas faixas etárias é o que a vacinação evitou, tanto de mortes, quanto de hospitalizações, acrescentou.

A pesquisa estimou, também, a economia resultante da redução de internações, considerando que cada pessoa hospitalizada teve, durante a pandemia, um custo médio de 12 mil dólares no Brasil. Ao evitar de 158 mil a 178 mil internações, houve uma economia de 1,9 bilhão a 2,1 bilhões de dólares para o sistema de saúde. No artigo, os cientistas comparam que o Brasil investiu 2,2 bilhões de dólares em imunizantes no período analisado de janeiro a agosto de 2021.

No cenário estimado em que a vacinação ocorresse em ritmo mais acelerado, foi considerado como referência o período de quatro semanas e outro de oito semanas depois da data inicial da imunização, em 18 de janeiro. No primeiro período considera-se que a vacinação ocorreu em ritmo moderado e, no segundo, em alta aceleração.

No Brasil, cerca de 250 mil doses [de vacina] por dia foram aplicadas entre fevereiro e março. Entre abril e maio, 500 mil doses diárias. E o ritmo que garante um milhão de doses/dia foi conseguido em junho de 2021.

“A gente sabe que o Brasil conseguiria vacinar tranquilamente um milhão de pessoas, baseado tanto na campanha contra H1N1, quanto na própria campanha da covid-19 que, entre junho e julho, estava vacinando um milhão de pessoas”, analisou Ferreira.

Ele acrescentou que uma comparação conservadora indica que 47 mil vidas poderiam ter sido salvas. “Só a diferença de ter vacinado 100 mil pessoas para vacinar 300 mil pessoas naquele momento, por dia, que não é nem metade da capacidade do Sistema Único de Saúde, já teria salvo mais 50 mil vidas só na faixa de maiores de 60 anos”, disse à Agência Brasil.

Variante Gama

Os pesquisadores lembram, por exemplo, que, em janeiro de 2021, registrava-se a disseminação da variante Gama, que provocou crise sanitária em Manaus (AM). Embora não fosse possível evitar a emergência da nova cepa, que surgiu em novembro, uma vacinação mais rápida poderia ter diminuído consideravelmente o pico de hospitalizações e mortes, especialmente entre idosos e nos estados em que a variante demorou mais a chegar.

Eles destacam ainda que, em meados do ano passado, a vacinação foi fundamental para impedir nova onda severa de casos graves com outra variante – a Delta.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 35 milhões de casos de covid-19 foram registrados no país desde o início da pandemia. Nesse período, 688.907 mortes foram confirmadas.

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Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – Foto: Arquivo/Rovena Rosa/Ag. Brasil

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Cotia começa a aplicar a 4ª dose em idosos 80+ na segunda-feira (21)

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A partir de segunda-feira (21/03), a Secretaria de Saúde de Cotia inicia a vacinação com a segunda dose adicional contra a Covid-19 – a 4ª dose – nos idosos com idade a partir de 80 anos. A vacina será aplicada em todas as 26 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) do município, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. Não é preciso agendar, mas tem que levar documento com foto, comprovante de endereço e o cartão de vacina contra a Covid-19 (físico ou digital).

Para ser vacinado com a 4ª dose é preciso que o idoso tenha recebido a última dose há pelo menos quatro meses. A Secretaria de Saúde informou que a cidade tem um público estimado de 2.500 munícipes com idade a partir de 80 anos.

Todos os pacientes imunossuprimidos com idade a partir de 12 anos [veja abaixo], que tomaram a primeira dose adicional há pelo menos quatro meses, já estão recebendo a segunda adicional, desde janeiro. A 4ª dose também está disponível em todas as UBS’s. O intervalo entre a 2ª e a 3ª dose para os pacientes imunossuprimidos é de 28 dias, e, a partir daí a 4ª dose deve ser recebida depois de quatro meses.

Intervalo entre as doses adicionais

Pacientes imunossuprimidos (12+):

3ª dose: depois de 28 dias da 2ª

4ª dose: depois de 4 meses da 3ª

Idosos 80+

3ª dose: depois de 4 meses da 2ª

4ª dose: depois de 4 meses da 3ª

Pacientes imunossuprimidos

– Imunodeficiência primária grave

– Quimioterapia para câncer

– Transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) em uso de drogas imunossupressoras

– Pessoas vivendo com HIV/Aids

– Uso de corticoides em doses a partir de 20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por um período a partir de 14 dias

– Uso de drogas modificadoras da resposta imune como: Metotrexato; Leflunomida; Micofenolato de mofetila; Azatiprina; Ciclofosfamida; Ciclosporina; Tacrolimus; 6-mercaptopurina; Biológicos em geral (infliximabe, etanercept, humira, adalimumabe, tocilizumabe, Canakinumabe, golimumabe, certolizumabe, abatacepte, Secukinumabe, ustekinumabe); Inibidores da JAK (Tofacitinibe, baracitinibe e Upadacitinibe)

– Auto inflamatórias, doenças intestinais inflamatórias

– Pacientes em terapia renal substitutiva (hemodiálise)

– Pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas


Fonte/texto: SECOM-Cotia – Foto: Vagner Santos/SECOM-Cotia

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