Na última sexta-feira (19), o Ministério da Saúde assinou o contrato para aquisição de 12,5 milhões de unidades do medicamento. A negociação foi fechada após o processo de licitação emergencial que resultou na seleção da empresa vencedora. Essa foi a primeira vez em que concorrentes disputaram o fornecimento.
“Desde a aprovação da nova vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2023, a pasta iniciou o processo de aquisição emergencial, de modo a garantir o abastecimento de toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS)”, esclareceu a pasta na ocasião.
O ministério não informou o gasto total com a compra, apesar de afirmar que houve uma economia de R$ 100 milhões, dada a diferença de preço entre as duas propostas apresentadas.
Em cartaz até julho do ano que vem, a exposição Vacinas: Uma Vitória de Todos, organizada pela Sociedade Brasileira de Imunizações e o Museu Catavento, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, apresenta ao público, de forma imersiva e interativa, a história e a importância das vacinas na proteção do ser humano contra doenças mortais. Mostra terá duração de oito meses na Sala Multiuso do Museu Catavento.
A exposição começa com o painel intitulado Um Mundo Sem Vacinas, no qual é possível conhecer as consequências devastadoras de doenças que eram previamente incuráveis ou fatais. No painel Um mundo com vacinas, os visitantes tê acesso a dados impressionantes e comparativos sobre a taxa de mortalidade em diferentes épocas, evidenciando o impacto positivo das vacinas na proteção das vidas humanas.
Em O Ataque dos microrganismos, os visitantes podem explorar a evolução e a natureza dos vírus e bactérias, compreendendo sua capacidade de se espalhar e causar danos à saúde humana. O evento também lembra os marcos cruciais na história das vacinas, destacando Os Primeiros Imunizantes da História e a Primeira Vacina., que mostra as primeiras tentativas de imunização na antiguidade e os primeiros êxitos da era moderna, com destaque para história da descoberta da vacina contra varíola.
Com informações sobre as várias abordagens e tecnologias utilizadas para criar imunizantes eficazes o painel Tipos de Vacinas, apresenta aos visitantes as diferentes vacinas que protegem contra diversas doenças pelo fortalecimento do sistema imunológico.
No módulo Como Atua uma Vacina com Vírus Atenuado serão apresentadas holografias animadas sobre processos de desenvolvimento de vacinas com vírus atenuado e de imunização. O módulo também contar com painel interativo hands on onde os visitantes interagiem com maquetes de células, vírus e vacinas para realizarem os mecanismos de imunização das vacinas de maneira lúdica e interativa.
Exposição Vacinas: uma Vitória de Todos, no Museu Catavento, em São Paulo, fica em cartaz até julho de 2024 . Foto: Guilherme Ribeiro/Museu Catavento
Fake news
Para ressaltar o momento atual, os visitantes têm acesso ao tema As Fake News que Matam no qual serão alertados, para a propagação de informações falsas sobre vacinas e seu impacto na saúde pública, destacando a importância da educação e conscientização na luta contra a desinformação.
No painel Programa Nacional de Imunizações são apresentados os esforços coordenados de governos e instituições para garantir o acesso equitativo a vacinas eficazes.
No último painel, Seja um guardião da sua saúde, os visitantes são convocados a se vacinar e têm acesso aos calendários de vacinação para as diferentes faixas etárias e grupos.
SBIm e Museu Catavento inauguram a exposição Vacinas: Uma Vitória de Todos, em São Paulo. Foto: Sarha Daltri/SBIm
Sociedade Brasileira de Imunizações
“A ideia de divulgar a importância e o valor das vacinas para o público jovem, adolescentes, crianças é uma ideia antiga da Sociedade Brasileira de Imunizações. Sempre entendemos que ter o espaço de um museu com o conteúdo de curadoria nossa, no qual pudéssemos retratar os benefícios da vacinação, conquistas e avanços, seria um marco na história das imunizações e que pudéssemos, dessa maneira, perpetuar o conhecimento e a memória do que foram essas doenças e como elas se transformaram com as vacinas”, disse o vice-presidente da SBIn, Renato Kfouri.
Ele ressaltou que é fundamental falar sobre as vacinas em um momento em que a hesitação e a relutância em vacinar se tornou presente, já que a geração atual é indecisa com relação ao ato de vacinar. “Minha geração e a geração anterior vivenciaram e cresceram com pais que entenderam a forma e a importância das vacinas na prevenção de doenças, porque vivenciou o que foi a era pré e pós-vacinal.”
Segundo Kfouri há uma grande probabilidade de termos uma geração futura também insegura em vacinar. “Então é fundamental que a gente atue nessa na nessa faixa etária, no momento escolar e de formação que, sem dúvida, vai trazer benefícios não só atuais como para o futuro”, disse.
O superintende de projetos da Catavento Cultural e Educacional, Ricardo Pisanelli, afirmou que a exposição remete à importância da vacinação como um mecanismo fundamental da sociedade para a saúde pública, porque protege milhares milhões de pessoas.
“Ela preserva a vida de milhões de pessoas que ficariam doentes e morreriam caso não estivessem vacinados. Ela é um feito extraordinário, talvez o maior feito da ciência, o mais efetivo em relação a preservação da vida”, disse.
Pisanelli destacou que a exposição é ideal para o Catavento, que é um museu dedicado à divulgação científica e que, no caso das vacinas, a ideia é demonstrar para todos os públicos que visitam o Catavento como as vacinas foram descobertas, desenvolvidas, como agem e levar toda essa informação de maneira interativa e impactante.
“As vacinas não são apenas uma questão e proteção individual. Quando você se protege você está protegendo toda a coletividade, não só as pessoas que você ama, mas toda a sociedade. A vacinação é uma é a questão de cidadania e de consciência dessa importância da ciência que salva milhões de vidas”, afirmou.
Entre elas, estão mais de três milhões de doses da vacina pentavalente, que segue em falta em postos de saúde desde 2019 por problemas de abastecimento. A vacina protege contra tétano, coqueluche, difteria, hepatite B e contra uma bactéria que causa infecções no nariz, na meninge e na garganta.
A pasta aponta que já solicitou a reposição do fornecimento da pentavalente à Organização Pan-Americana da Saúde, braço da Organização Mundial da Saúde nas Américas, mas “não há disponibilidade imediata da vacina pentavalente no mundo”.
Já da vacina dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola, foram queimados mais de10 milhões de doses. A imunização contra a hepatite B perdeu cinco milhões de doses.
Veja as vacinas com mais frascos destruídos:
– Vacina Pentavalente (1 dose): 3.884.309
– Vacina Dupla Viral (sarampo e rubéola) (10 doses): 1.015.908
No total, o custo só com a perda das vacinas foi de R$ 170 milhões. Porém, o gasto do Governo Federal é ainda maior, já que há despesa para se fazer a gestão do estoque e também para incinerá-lo.
Em 2023 as perdas continuam acontecendo. Em janeiro, o ministério realizou uma nova queima de itens vencidos, desta vez de cerca de 6 milhões de doses, a maioria contra a Covid-19. A pasta trabalha atualmente na elaboração de um plano chamado de “Estoque Crítico”, que consiste no levantamento de todos os itens com vencimento até dezembro de 2023.